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III Domingo do Tempo Comum

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

“Jesus andava por toda Galileia, ensinando em suas Sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo.”

Depois de longas décadas no silêncio oculto de Nazaré, vemos agora o Salvador no pleno exercício de sua missão pública, pregando sobre o Reino de Deus, curando os enfermos e expulsando os demônios. Não sabemos dizer o quanto durou este zeloso apostolado, e não seria exagero supor ter ela se prolongado por vários meses.

É rica a apreciação feita pelos Professores da Companhia de Jesus, a propósito deste versículo: “O Evangelista resume nestes poucos versículos a missão de Cristo na Galileia. Nos capítulos seguintes (5-7) ele nos vai apresenta-Lo primeiro como o grande Doutor anunciado pelos profetas, e depois (8-9) como Taumaturgo que opera toda classe de milagres para confirmar a verdade de sua doutrina. Aqui, em geral, nos diz que Jesus percorria os povoados da Galileia, sem dúvida, acompanhado dos discípulos que acabava de escolher, ensinando a Boa-nova – é este o significado da palavra Evangelho -, a qual era a próxima vinda do Reino dos Céus. Pregava, como faz notar o Evangelista, nas sinagogas. Cristo pregava também, como insinua o Evangelista e veremos mais adiante, nos campos e nas praças. Confirmava a verdade de sua doutrina com milagres, que eram ao mesmo tempo obras de caridade, curando toda espécie de enfermidades. Essas curas milagrosas eram uma das características do Messias anunciadas pelos profetas, especialmente por Isaías (35,5-6)”.

A convicção de Jesus quanto ao seu papel de Messias jamais poderá ser posta em dúvida. Sua simples genealogia seria suficiente para demonstrar isso; nem se fale, então, sobre as revelações feitas por São Gabriel, tanto à Virgem Mãe, quanto a Zacarias; a presença dos pastores no Presépio, a visita dos Reis Magos e a própria resposta dada a Maria ao reencontrá-Lo no Templo: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?” (Lc 2,49). Esses fatos evidenciam quão grande e exata era a compenetração que Ele possuía em relação a sua missão.

Porém, se de um lado a consciência a respeito dos fins – imediato e último – era claríssima ab initio e nunca cresceu nem, menos ainda, diminuiu, sua manifestação aos outros foi progressiva. Aqui na Galileia encontramos o Divino Mestre numa fase inicial.

Era não só prematuro, como até imprudente, revelar em todo ou em parte sua divindade. Só muito mais tarde – por volta de dois anos após o Batismo no Jordão – Pedro proclamará sua filiação divina, por pura revelação do Pai, e, em seguida, os Apóstolos receberão a ordem de manterem o assunto em sigilo.

A mesma norma de conduta será imposta aos demônios dos possessos (Lc 4,033-41) e aos próprios enfermos miraculados (Mt 12,15-16). E se assim não fosse, o resultado seria incontrolável, devido à forte impressionabilidade das multidões a propósito de um Messias político.

No último ano de sua vida pública, a manifestação será revestida de um esplendor exuberante. Mas, neste período da Galileia, “o Evangelho do Reino” é pregado pelo Filho do Homem a uma opinião pública com insuficiente fé para reconhecer a infinita grandeza do Filho de Deus.

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