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A Eucaristia: alimento espiritual que o Bom Pastor nos oferece

Entre as mais belas figuras apresentadas por Nosso Senhor, para nos fazer compreender o quanto somos amados por Ele, está a do pastor que cuida diligentemente de suas ovelhas. Neste IV Domingo da Páscoa, o Evangelho de São João nos traz luzes maravilhosas que nos revelam a que extremos o Bom Pastor se entrega a nós, com vistas a nos dar a vida eterna. Imirjamos nestas inebriantes luzes e deixemo-nos amar por Ele e reciprocamente O amemos com verdadeira adoração.

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Temos na ordem criada por Deus, elementos ricos em simbologia que facilitam a compreensão dos atributos absolutos do Criador. Desde os minerais até os homens e o universo angélico, encontramos aspectos que nos auxiliam na prática do Primeiro Mandamento, no amor a Deus sobre todas as coisas.

Dos mais comoventes símbolos que o próprio Jesus Salvador apresentou em suas pregações e metáforas, está a do Bom Pastor que zela por suas ovelhas. Nesta figura do Bom Pastor, assim se manifesta divinamente:

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, Eu as conheço, e elas Me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior que todas as coisas; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 27-30).

Verdade é que as criaturas nos servem para ascendermos a Deus, desde um pedregulho, uma formiga até um serafim. No entanto, no ápice da criação está a Humanidade perfeita do Verbo Encarnado. E, portanto, “para nós nunca houve nem haverá modelo igual e, menos ainda, superior a Jesus Cristo; porém, comove-nos até a última fímbria de nossa sensibilidade vê-Lo refletido na figura do Bom Pastor que cuida carinhosamente de suas ovelhas” – como ensina Mons. João S. Clá Dias, EP. ¹

Este cuidado, cheio de diligência, que Jesus tem por nós, em grau absoluto, como um zeloso e bom pastor tem por seu rebanho, chega a um extremo que só Deus o pode conceber e realizá-lo.

Procuremos alcançar a altura desta entrega do Divino Pastor por nós, através da explicitação do Fundador dos Arautos:

Jesus passa a Se representar, já não só como o Pastor, mas também como o pasto, pois confere às ovelhas sua própria vida. Levemos em conta que até mesmo a vida física delas é alimentada por um “pasto”, criatura sua, pois nada existe que não tenha tido n’Ele sua origem.” [sublinhado nosso]

Alimento espiritual: a Palavra de Deus e a Graça

“Ademais, elas são nutridas espiritualmente através de sua palavra, dado que, conforme Ele mesmo diz, ‘nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’ (Mt 4, 4).”

“E, acima de tudo, pela graça (semente da glória eterna), em função da qual a própria vida de Cristo se introduz em suas almas e é alimentada pelos Sacramentos, em especial a Eucaristia”. ²

Aqui está o ápice de Seu amor por nós. Jesus, o Bom Pastor, se entrega a nós, no Sacramento da Eucaristia, “sacramento da piedade, sinal de unidade, vínculo da caridade, banquete pascal em que Cristo é recebido como alimento, o espírito é cumulado de graça e nos é dado o penhor da glória futura”. ³

O insuperável alimento da vida das ovelhas do Bom Pastor: A Eucaristia

E continua Mons. João S. Clá Dias, EP: “Assim, a espiritualidade delas [almas] vai-se robustecendo e sendo vivificadas n’Ele. Sua própria Carne, Sangue, Alma e Divindade constituem o insuperável alimento da vida de suas ovelhas. E na eternidade, a graça se transformará em glória, recebendo d’Ele sua própria vida”. 4

Como devemos assim, nos acercarmos do Santíssimo Sacramento, o pão espiritual por excelência, e dele nos alimentar. Conforme nos diz São João Bosco, se nós temos “que comer todos os dias, por que não comungar todos os dias?”. E nos aconselha: “Cristão, se você quiser fazer a ação mais eficaz para vencer as tentações, e a mais segura para fazer você perseverar no bem, comungue sempre que puder”. 5

Mediante a Comunhão, transposta nossa existência terrena, receberemos o Céu. O que isto significa? “Entrar na vida eterna significa estar livre de todos os tormentos e paixões: ambições, invejas, ódios, etc., como também ter sido perdoado de todos os pecados e desvarios”. 6

Que sejamos estas verdadeiras ovelhas que pertencem ao rebanho do Bom Pastor, solícitas a sua voz, recebamos a Ele na Eucaristia – nosso verdadeiro alimento espiritual – e assim ganharemos o prêmio da vida eterna!

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  1. Mons. João S. Clá Dias, EP. Uma nota de altíssima beleza na criação. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. V, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 310.
  2. Mons. João S. Clá Dias, EP. Idem, p. 318-319.
  3. Catecismo da Igreja Católica. Tópico n. 365: O Sacramento da Eucaristia. 11ª ed. São Paulo: Loyola, 2001, p. 1323.
  4. Mons. João S. Clá Dias, EP. Idem, p. 319.
  5. Teresio Bosco. Os pensamentos de D. Bosco. Tradução de Jacy Cogo. Brasília: ABC Gráfica Editora, 2001, p. 21-22.
  6. Mons. João Clá S. Clá Dias, idem, p. 319.

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