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A Festa de Todos os Santos

Na Igreja Católica Apostólica Romana, temos a graça de poder venerar vários santos canonizados, os quais são apresentados aos fiéis como exemplos a serem seguidos. Se a nossa vida está difícil, se a luta contra as nossas más tendências parece nos sufocar; se o progresso na vida espiritual nos custa muito esforço; se às vezes parece que o turbilhão do mundo irá nos afogar, etc. etc.; sempre temos os santos para nos ajudar e guiar nas batalhas.

Com efeito, é uma multidão de homens e mulheres, de carne e osso, nascidos no pecado original como nós, mas, que durante a sua vida, souberam contar com a Graça de Deus e, finalmente, triunfaram sobre todas as dificuldades.

Assim, temos um grande São Francisco de Sales e uma Santa Terezinha do Menino Jesus, lutando contra suas dificuldades de temperamento; um São Francisco de Assis, travando uma batalha incansável contra os maus costumes e apego às riquezas, que dominavam o mundo em sua época. Um Santo Inácio de Loyola, que ao se converter, teve o seguinte pensamento: “Se outros puderam, eu também posso!”. E, de fato, assim aconteceu: venceu seus defeitos, suas limitações e fundou, para auxiliar a Igreja, numa época de turbulências, uma grande Obra, a Companhia de Jesus!

E assim por diante. Inumeráveis santos lutaram e venceram e servem de estímulo aos católicos de todos os tempos, como testemunhas de que é possível, com a Graça de Deus, chegar à santidade de vida.

Mas, o que dizer da também enorme quantidade de santos e santas que não foram canonizados? Eles existem, estão também no Céu?

A Igreja, como Mãe e Mestra, dedica a Festa de Todos os Santos, para celebrar a memória de todos os que já estão na visão beatífica, sendo eles canonizados ou não.

Com efeito, comenta Monsenhor João Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho:

A Antífona da entrada da Missa [da Festa de Todos os Santos] nos faz este convite: “Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de Todos os Santos”. Sim, alegremo-nos, porque santos são também – no sentido lato do termo – todos os que fazem parte do Corpo Místico de Cristo: não só os que conquistaram a glória celeste, como também os que satisfazem a pena temporal no Purgatório, e os que, ainda na Terra de exílio, vivem na graça de Deus. Quer estejamos neste mundo como membros da Igreja militante, quer no Purgatório como Igreja padecente, quer na felicidade eterna, já na Igreja triunfante, somos uma única e mesma Igreja. E como seus filhos, temos irmandade, conforme diz São Paulo aos Efésios: “já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos Santos e membros da família de Deus”[1]

Enquanto permanecemos neste mundo, estamos em estado de prova. Porém, para enfrentar essas provas, Deus nos concede a graça santificante, recebida no Batismo e as graças atuais, que Ele nos concede todos os dias, sobretudo com a frequência aos Sacramentos. Concede também o auxílio e a intercessão de nossos irmãos que já estão no Céu. Deus nos quer santos e nos criou para a santidade. Mas, enquanto estamos nesta Terra, neste vale de lágrimas, ainda estamos a caminho de alcançar a felicidade plena. Que felicidade é essa? “Esta é a felicidade absoluta da qual nossos irmãos, os Santos, já gozam em plenitude na eternidade e com a qual nenhuma consolação desta vida é comparável”, comenta Monsenhor João Clá.[2] E ainda:

Nossa ideia a propósito da felicidade é tão humana, que julgamos, muitas vezes, possuí-la em grau máximo ao obter algo que muito desejamos. A mera inteligência do homem não alcança a compreensão da felicidade do Céu, pois em relação a Deus somos como formigas que, andando pela terra, levantassem a cabeça para olhar o voo de uma águia no céu. A diferença entre uma formiga e uma águia é ridícula perto da infinitude existente entre a razão humana e a inteligência divina. E ainda que, dotados de uma capacidade incomum, passássemos trezentos bilhões de anos estudando, nosso verbo continuaria falho e não encontraríamos termos para nos expressarmos a respeito de Deus.[3]

Portanto, com confiança de filhos vamos seguir em frente em nossa luta do dia a dia, rumo ao Céu. Peçamos a intercessão de nossos irmãos, todos os santos, e, principalmente, de Maria Santíssima, Rainha dos Santos, para que um dia possamos junto com eles gozar da felicidade eterna que nos está preparada desde toda a eternidade.

Leia o artigo completo de Monsenhor João Clá, no seguinte link:

http://www.arautos.org/secoes/artigos/especiais/a-festa-dos-irmaos-celestes-141172

………………………… 

[1] Monsenhor João Clá Dias. A Festa dos irmãos celestes. Revista Arautos do Evangelho n. 143, Novembro de 2013, p. 10 a 17. Artigo completo disponível em:

http://www.arautos.org/secoes/artigos/especiais/a-festa-dos-irmaos-celestes-141172

[2] Idem

[3] Idem

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