Por meio da maternal intercessão de Nossa Senhora junto a Seu Divino Filho, mais católicos buscam conhecer, realizar e renovar – anualmente – sua Consagração a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, conforme o método de S. Luís Maria Grignion de Montorft, expresso na obra “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”. Enquanto momento antecedente à Consagração ou renovação o Santo propõe que se façam exercícios espirituais de preparação para esta ocasião tão solene.
Em que consistem as orações que devem preceder a Consagração?
No capítulo VIII do Tratado, a partir do n. 219 (1) (a página pode variar conforme a edição), São Luís trata da importância de algumas práticas exteriores:
“226. Se bem que o essencial desta devoção consista no interior, ela conta também práticas exteriores que é preciso não negligenciar; tanto porque as práticas exteriores bem feitas ajudam as interiores, como porque relembram ao homem, que se conduz sempre pelos sentidos, o que fez ou deve fazer; também porque são próprias para edificar o próximo que as vê, o que já não acontece com as práticas puramente interiores.
Nenhum mundano, portanto, critique, nem meta aqui o nariz, dizendo que a verdadeira devoção está no coração, que é preciso evitar exterioridades, que nisto pode haver vaidade, que é preferível ocultar cada um sua devoção, etc. Responde-lhes com meu Mestre: ‘Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus’ (Mt 5,16). Não quer isso dizer, como observa S. Gregório, que devamos fazer nossas ações e devoções exteriores para agradar aos homens e daí tirar louvores, o que seria vaidade; mas fazê-las às vezes diante dos homens, com o fito de agradar a Deus e glorificá-lo, sem preocupar-nos com o desprezo ou os louvores dos homens”. (2)
A partir do n. 227 São Luís explica com muita propriedade quais os propósitos dessas práticas exteriores: São 33 dias de preparação, consistindo em 12 dias preliminares, seguidos por três semanas. Nas reuniões preparatórias à Consagração, esses exercícios espirituais são detalhados, ocasião em que se fornece material para orientar as meditações.
No sentido de disponibilizar aos que farão ou renovarão a Consagração um resumo dos exercícios, através da rápida consulta ao Blog dos Arautos de Maringá, apresentamos abaixo o esquema de datas e orações.
Em caso de dúvida, sempre podem nos contatar (link para e-mail de contato) ou buscar esclarecimentos nas respectivas reuniões com os formadores.
(As datas específicas para início dos exercícios variam conforme o calendário da Consagração. Em geral, os exercícios devem começar sempre com 33 dias de antecedência à Consagração).
Doze Dias preliminares:
Tema da meditação: empregados em “desapegar-se do espírito do mundo, contrário ao de Jesus Cristo”. (n.227)
Orações: “Vem, ó Criador Espírito” e “Ave do Mar Estrela”. – a partir da p. 259 (3)
Período: A definir, iniciando-se estas orações sempre 33 dias antes da data prevista para a Consagração.
Primeira Semana:
Tema da meditação: “Durante a primeira semana aplicarão todas as suas orações e atos de piedade para pedir o conhecimento de si mesmo e a contrição por seus pecados”. (4)
Orações: Ladainha do Espírito Santo e Ladainha de Nossa Senhora. A partir da pág. 264
Período: Inicia-se imediatamente após os 12 dias preliminares
Segunda Semana:
Tema da meditação: “Durante a segunda semana, aplicar-se-ão em todas as suas orações e obras cotidianas, em conhecer a Santíssima Virgem”. (5)
Orações: Ladainha do Espírito Santo; Ave, do Mar Estrela e um rosário ou ao menos um terço.
Período: Na sequência da primeira semana.
Terceira Semana:
Tema da meditação: “A terceira semana será empregada em conhecer Jesus Cristo”. (6)
Orações: Ladainha do Espírito Santo; Ave, do Mar Estrela; Oração de Santo Agostinho (p.71 do Tratado); Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus; Ladainha do Sagrado Coração de Jesus. (a partir da pág.273)
Período: Na sequência da segunda semana, deve terminar na véspera do dia da Consagração.
Para fazermos bem este ato solene de entrega, devemos fazer a preparação espiritual. Assim, S. Luís nos introduz no gosto pela oração; tal qual o curso de um rio que depois percorrer muitos caminhos deságua finalmente no mar; assim também nós, após nosso “curso”, imploramos a graça de Deus para, finalmente, desaguar nas águas ternas e abundantes da verdadeira devoção à Nossa Senhora. Nas palavras do Santo, “Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria”. (7)
Salve Maria!
Veja também:
(1) São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 43ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
(2) Idem, ibidem.
(3) Ed. 43ª. O número da página pode variar conforme a edição do Tratado.
(4) Idem, p.221
(5) Idem, p. 222
(6) Idem, p. 223.
(7) Idem, p. 32.
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