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A História de Santa Hildegonda: a obediência é a guarda da inocência (Parte III)

Caro leitor, na última vez que “estivemos” com Santa Hildegonda, ela recebeu uma missão, enquanto Frei José, que dir-se-ia desproporcional para uma criança de doze anos: transpor as fronteiras da Alemanha, guarnecidas e vigiadas por tropas do Imperador, e fazer chegar até Roma, a pé, uma mensagem ao Papa, para salvar os católicos de sua nação. Impressionante, não?

Vejamos agora estes fatos por um ângulo diferente. Meditemos um pouco sobre o que poderia pensar e sentir a pequena Santa Hildegonda nestas circunstâncias. Poderia ser ela tentada a inquietar-se, desanimar-se ou mesmo revoltar-se com tantos revezes? Não teria sentido medo? Medo da morte se fosse pega pelos guardas? Medo de ter sua identidade descoberta nesta situação?

Quando finalmente havia encontrado um lugar seguro, o mosteiro em sua terra natal, ter que voltar a ser “mendigo de rua” e fazer uma viagem de volta à Itália, sozinha e exposta a perigos novamente, só que desta vez bem maiores? Não teria sido tentada de tristeza, de fraqueza ou moleza, de revelar seu segredo, alegando que por ser uma menina não tinha forças para  tão arriscada missão?

Enquanto lemos este artigo, podemos relembrar que mesmo o próprio Deus-Homem passou pela tentação do inimigo. Todos somos tentados, santos ou pecadores. A questão está em rezar e não ceder às tentações. Hildegonda não cedeu e para isso certamente deve ter recorrido aos meios que nos concede a Igreja: a oração, a meditação, os sacramentos, procurar distrair-se dos maus pensamentos, usar da água benta, fazer o Sinal da Cruz, procurar a orientação do Sacerdote, etc. Isso para citarmos alguns exemplos, pois incomensuráveis são os tesouros de nossa Fé.

O certo é que a “santinha” foi corajosa e apoiou-se na Fé para praticar estes dois atos de obediência heroica que certamente pesaram para sua elevação aos altares. Continuou a manter o segredo em obediência a seu falecido pai e obedeceu aos superiores religiosos lançando-se na aventura da missão recebida. Apenas são capazes de atos de virtude como estes as almas que amam a Deus até o ponto de esquecerem-se de si mesmas!

 Vestiu-se novamente com roupas de mendigo, escondeu dentro de um cajado oco a valiosa carta do Bispo de Colônia1 e saiu da segurança do mosteiro para as ruas, carregando nos braços os destinos da Alemanha. Como? Movida por uma Fé e um amor a Deus mais fortes que a morte.

Chegou o momento de passar pela guarda. Como o “pequeno mendigo” se comportou? Que artifícios teria usado para ludibriar os soldados? Teria pedido esmola a eles e sido repelido, passando logo após pela fronteira? Teria simplesmente passado? A história não conta, mas Deus o sabe. Certo é que conseguiu seu intento e seguiu pela estrada da aventura.

Alpes Brancos – Cordilheira que Santa Hildegonda deveria atravessar para cumprir sua missão

Perto da difícil travessia dos Alpes, encontrou-se com outro viajante que disse viajar no mesmo sentido. Caminhavam então juntos. Perto de uma floresta ouviram o ruído de muitas pessoas andando às pressas e disse o “pequeno mendigo” ao desconhecido:

– Creio que muita gente nos persegue e se aproxima a largos passos.

Ele respondeu colocando sua bagagem ao solo:

– Senta-te sobre este saco e fica à minha espera. Não tardarei…

Correu então à floresta. Hidelgonda obedeceu, mas a multidão raivosa chegou, arrancou-lhe de cima da sacola e, encontrando vários objetos que lhes haviam sido roubados, começaram a espancar sem piedade o “suposto ladrão”… Hildegonda afirmou ser inocente, mas foi então mais fortemente espancada; ataram-lhes as mãos, amarraram-lhe o saco ao pescoço e levaram-lhe aos trancos ao juiz. Impossível não ver nisso uma semelhança com Nosso Senhor, não?

Foi assim condenada à forca; mas antes de morrer – outros tempos! – deram-lhe a oportunidade de confessar seus pecados com um Padre: Hildegonda confessou-se normalmente, mas não citou o roubo. Interrogada pelo sacerdote sobre este ponto, mostrou-lhe a carta com o selo do Bispo e explicou-lhe sua missão.

O bom Padre então mandou vasculhar a floresta, onde foi encontrado o verdadeiro ladrão, que afirmava também ser inocente… Em vista disso, o Sacerdote recorreu ao juízo de Deus e propôs a prova do ferro em brasa. Este “detector de mentiras” desconhecido nos tempos atuais foi trazido ardente ao rubro e os litigantes o seguraram. Ao contrário do ladrão, Hildegonda não se queimou nem sentiu dor alguma, com o auxílio divino!

O culpado foi condenado e Hildegonda foi libertada, tendo o bom Padre levado-a para descansar. Enfim, poderia cumprir sua missão? Não, a providência queria ainda aumentar sua luta e sua glória. Foi pega pelos parentes do ladrão executado. Eles queriam dar-lhe a mesma sorte que este recebera! Prepararam-lhe uma forca e suspenderam nela, injustamente, a santa inocente…O que são capazes de fazer os homens quando cegos pelo ódio e obstinados pelo desejo de vingança!

Terminariam assim os dias desta santa vida, que se sacrificou pela obediência e pela Igreja Católica. Certamente uma chave de ouro e uma coroa de glória. Será? Sua missão continuou mesmo após este terrível acontecimento? Qual a solução encontrada por Deus para esta situação? Saiba o final desta história no próximo artigo, semana que vem, neste mesmo blog.

Rogue por Santa Hildegonda e que Santa Hildegonda rogue por nós!

Por Marcelo Veloso Souza Mendes

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1 Bispo de Colônia, Felipe de Heimsberg. Tomou abertamente o partido do Papa contra o Imperador Frederico I (Barba-Roxa), que se opôs ao Sumo Pontífice a respeito da sagração do Bispo de Treves, assunto que só concerne ao vigário de Cristo e nunca a governantes de nações, por mais poderosos que se julguem. Com esta bela atitude de fé e coragem, este valoroso bispo obteve a honra de ser perseguido por causa de sua justiça.

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Comprar ou vender? Qual o melhor negócio?

Esta pergunta, um tanto intrigante para um artigo de cunho religioso, pode nos causar estranheza. No entanto, me acompanhe o paciente leitor nesta consideração, e verá o quanto ela é pertinente.

Quando contemplamos os milagres operados por Nosso Senhor nos evangelhos, ficamos impressionados e encantados. As curas físicas e espirituais, no entanto, além de trazer o benefício aos miraculados e restituir-lhes a saúde e a paz, especialmente concorriam para que todos cressem no Filho de Deus.

Em outros termos, Jesus “confirmava a verdade de sua doutrina com milagres […]” ¹. O Divino Salvador não somente operava os milagres, mas dava algo ainda mais valioso: seus ensinamentos, que nos colocam na perspectiva do Céu, através de uma existência terrena penetrada pela graça e pela prática dos Mandamentos.

Aqui estão as grandes riquezas que Nosso Senhor nos apresenta e nos convida a ajuntar: “as riquezas no Céu”, para que nelas coloquemos a razão de nossas vidas. Riquezas que os ladrões não assaltam nem roubam, a traça e a ferrugem não corroem (Mt 6, 19-21).

Muito ilustrativa desta verdade é a parábola sobre o Reino messiânico, que encontramos no XVII Domingo do Tempo Comum. De acordo com São Mateus, Nosso Senhor disse a seus discípulos: “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” (Mt 13, 44).

O que é este tesouro escondido?

Esse tesouro escondido é o tesouro da Salvação, que nos vem pela Doutrina de Nosso Senhor, a Fé Católica, pelas graças e Sacramentos da Igreja.

E qual é a importância que a humanidade atual dá este tesouro da Salvação?

O Fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá Dias, apresenta uma resposta a esta questão: “Muitos de nós, hoje em dia, caímos na insensatez de não mais nos importarmos com esse tesouro da nossa Fé, que tanto custou aos nossos antepassados, e pelo qual o Salvador derramou todo o seu preciosíssimo Sangue no Calvário”. E, estabelecendo a relação entre a atitude de Esaú, figura dos maus, que preferira um prato de lentilhas à benção reservada aos primogênitos, ensina: “Por quão miserável preço vendemos, alguns de nós, esse tão elevado tesouro, tal como fez Esaú com sua primogenitura, ao trocá-la por um mísero prato de lentilhas! Hoje mais do que nunca, multiplicam-se as ´lentilhas` da sensualidade, da corrupção, do prazer ilícito, da ambição, etc” ².

E como então ter a alegria do homem da parábola?

Imaculado Coração de Maria – Arautos do Evangelho

Continua Mons. João Clá: “É preciso ´vendermos` todas as nossas paixões, caprichos, manias, vícios, sentimentalismos, em síntese, toda a nossa maldade. É o melhor ´negócio` que se pode fazer nesta Terra” ³. E assim veremos em nós se realizar o que se deu com o homem da parábola: “essa plenitude de alegria […] deve nos acompanhar a vida inteira, sem interrupção, por ser um dos efeitos da verdadeira Fé”

Peçamos a Nossa Senhora que nos dê a graça de fazermos assim o “grande negócio” de nossas vidas.Vendamos todas essas mazelas e misérias que nos estorvam e angustiam, para que, ricos da liberdade dos filhos de Deus, possamos comprar logo aquele campo e,  de posse de seu tesouro, começarmos já a gozar da real e eterna felicidade.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Juan Leal, SJ; Severiano Del Páramo, SJ, José Alonso, SJ. La Sagrada Escritura: Evangelios. v. I. Madrid: BAC, 1961, p.54.

² Mons. João S. Clá Dias, EP. As parábolas sobre o Reino. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 237-238.

³ Mons. João S. Clá Dias, EP, op. cit, p.238.

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Família: célula-mãe da Sociedade

Entre as várias atividades desenvolvidas pelos Arautos do Evangelho, destaca-se o atendimento às famílias. Com efeito, em paralelo ao trabalho de evangelização realizado com os jovens, procuram os Arautos, por orientação do seu Fundador, Monsenhor João Clá Dias, incluir as famílias no seu campo de ação. Nesta época em que a família é quase que massacrada pelas influências anticristãs que nelas se procura infiltrar, esse apostolado é essencial e indispensável.

Nossa Senhora da Sabedoria – Arautos do Evangelho

Neste sentido, no próximo Domingo, dia 08 de Setembro, em sua sétima edição, o Simpósio Arautos do Evangelho Maringá 2013, será dedicado ao estudo do tema família.

Teremos, especialmente para esta ocasião, a ilustre presença do Revmo. Pe. Arnóbio José Glavam, EP, Mestre em Filosofia Sistemática (Universidade Gregoriana – Roma) e Professor de Teologia na Escola de Teologia para leigos Santo Afonso de Ligório (Diocese de São Miguel Paulista), tendo exercido seu ministério sacerdotal como Pároco na Itália, na Diocese de Avezzano e na Diocese de La Spezia. O Sacerdote brindará os participantes do VII Simpósio com uma formação extremamente competente a respeito da família, numa dinâmica exposição, na qual irá responder às dúvidas dos presentes, abordando vários aspectos interessantes sobre o Sacramento do matrimônio.

De fato, um tema muito atual e adequado, para todos os que têm a sua família, ou mesmo, para os querem constituí-la e bem cuidá-la à luz da Doutrina Católica.

Vejam abaixo os detalhes de horários. As vagas são limitadas, portanto,solicitamos confirmá-la através do telefone n. 3028-6596, ou do e-mail arautosmga@gmail.com.br ou mesmo através deste Blog.

VII Simpósio Arautos do Evangelho 2013-09-03

Tema:               I. Graça e Sacramentos

    II. Sacramento da Confissão

    III.  Sacramento do Matrimônio.

Local:            Comunidade dos Arautos do Evangelho – Maringá

     Rua Jair do Couto Costa, n. 15 – Fone: (44) 3028-6596

Horários:     – Período da manhã: Das 09h às 11h30 (com intervalo de 20 minutos)

  – Período da tarde: Das 14h30 às 16h30

Ministrante: Pe. Arnóbio José Glavam, EP

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Livros Imperdíveis – Filotéia: Santificar-se vivendo no mundo!

Título:     Filotéia ou Introdução à vida devota

Autor:     São Francisco de Sales

                Tradução Frei João José P. de Castro, OFM

Editora:  Vozes, Petrópolis, 12ª ed., 1996 (453 p.)

Livros Imperdíveis deste mês apresenta a seus leitores uma das principais obras de espiritualidade da História da Igreja: Filotéia, ou Introdução à vida devota, escrita no início do século XVII (por volta do ano 1609) por São Francisco de Sales, Doutor da Igreja. Os sábios conselhos deste livro vêm, há séculos, animando e fortificando a vida espiritual dos católicos em todo o mundo. Sua atualidade e utilidade merecem ser apreciadas também pelos católicos de hoje.

São Francisco de Sales – Santa Cueva de Manresa, Espanha

São Francisco de Sales

O livro começa por apresentar a atraente biografia de São Francisco de Sales. Oriundo de família nobre, nasceu no Castelo de Sales, na Sabóia (hoje França) no ano de 1567. Desde seus primeiros ano de vida a família o instruiu com esmerada educação cristã. O jovem Francisco era dotado de muitos dons naturais, entre os quais, uma inteligência viva e força de vontade inabalável. Desde muito cedo buscou realizar estudos sérios, que o acompanharam durante toda a vida. São Francisco de Sales exerceu grande atividade literária, apesar de sua intensa ação pastoral. Retornando à sua terra natal, depois de anos de estudo em Paris e em Pádua (centros intelectuais à época) e, devido à sua condição social, Francisco portador de doutorado em Teologia e em Direito poderia ocupar posições de destaque na sociedade e obter muitas dignidades mundanas; mas, tocado pela Graça preferiu colocar seus talentos a serviço da Igreja de Cristo, seguindo a carreira eclesiástica, não sem certa oposição por parte de alguns familiares.

Foi ordenado sacerdote aos 27 anos e aos 35 anos sagrado Bispo de Genebra, diocese da qual se ocupou por toda a vida, travando ali inúmeras batalhas, procurando ser tudo para todos a fim de ganhar a todos para Cristo. Sua vida, incansavelmente dedicada ao Evangelho, foi relativamente curta falecendo aos 55 anos de idade, em 28 de Dezembro de 1622. Foi canonizado em 1665 pelo Papa Alexandre VII. Pio IX o elevou à dignidade de Doutor da Igreja e, em 1923, o Papa Pio XII o declarou Padroeiro da Boa Imprensa e dos jornalistas católicos.

Suas múltiplas ocupações, como Bispo e pastor de almas numa diocese que exigia dedicação extrema, não o impediram de escrever muitas obras para o bem da Igreja, entre as quais mais de 2.000 cartas, além de vários livros de cunho espiritual. Juntamente com Santa Francisca de Chantal é fundador da Congregação das Visitandinas.

Por que este livro é imperdível?

São Francisco de Sales já o declara no Prefácio: Este livro é dedicado prioritariamente àquelas pessoas que desejam santificar-se vivendo no mundo; por suas ocupações e deveres de estado, não podem levar vida como religiosos, afastados das atividades terrenas, fazendo parte de uma Comunidade Religiosa. As ordens religiosas, os Arautos do Evangelho, por exemplo, e outras instituições de vida consagrada possuem um conjunto de regras que facilitam a prática das virtudes.

Mas, nem todos podem ser religiosos. Como se santificar vivendo no mundo?

Comenta o Santo:

“Acontece muitas vezes que estas pessoas, sob o pretexto de uma impossibilidade pretensa, nem sequer pensam em aspirar à devoção. Imaginam que assim como animal algum ousa tocar naquela erva chamada Palma Christi [mamoneira-espinheiro], do mesmo modo pessoa alguma que vive no meio de negócios temporais pode fomentar pretensões à palma da piedade cristã. Mas vou mostrar-lhes que muito se enganam e que a graça é em suas operações ainda muito mais fecunda que a natureza. As madrepérolas são banhadas pelas águas do mar e, contudo, não são penetradas delas; (…) as almas generosas vivem no mundo sem impregnar-se do seu espírito, acham a doce fonte da devoção no meio das águas amargas das corrupções mundanas sem queimar as asas de santos desejos de uma vida virtuosa. (…) apesar de minha impotência, farei o que possível for de minha parte para auxiliar esses corações generosos que aspiram à devoção”. (1)

Filotéia

A partir da compilação de conselhos espirituais que São Francisco de Sales empregava para guiar seus filhos espirituais, Filotéia traz um verdadeiro programa de vida espiritual, para utilidade das pessoas que vivem no mundo secular. Conselhos úteis para quem quer adotar a resolução de se santificar.

O que é devoção? Como elevar a alma a Deus por meio da oração e da recepção dos sacramentos. E, ainda, como praticar as virtudes; como evitar as tentações mais comuns no caminho do crescimento espiritual; como conservar e renovar os bons propósitos; estes e muitos outros utilíssimos conselhos de vida espiritual são explicitados por São Francisco de Sales nesta obra.

Quer ter um Santo como seu diretor espiritual? Conheça Filotéia, ou Introdução à vida devota: nosso livro imperdível. Procure adquiri-lo o quanto antes e não tarde a iniciar o seu programa de vida, rumo ao céu!

Salve Maria!

Por João Celso


(1) Op.cit. p. 18-19.

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