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XIV Domingo Tempo Comum

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

Válidas para todas as épocas históricas, as normas dadas pelo Divino Mestre aos setenta e dois discípulos delineiam o perfil de um autêntico evangelizador e constituem precioso guia para conduzir os homens à verdadeira felicidade.

O conjunto dos ensinamentos contidos neste 14º Domingo do Tempo Comum nos leva a uma importante conclusão. A ilusão óptica é uma das numerosas impressões enganosas captadas por nossos sentidos, os quais, por esse motivo, devem ser submetidos aos sensatos juízos da razão. Entretanto, se muitas percepções transmitidas pela sensibilidade podem ser falsas, nada é causa de tantas ilusões – a começar por Adão e Eva, no Paraíso – como o modo de se obter a felicidade. Esse é o primordial desejo do homem, procurado com ardor insaciável durante toda a vida. No mundo atual, muitos a confundirão com as inovações da técnica ou da ciência; outros com os ditames da moda e do culto à saúde; outros ainda, com os lucros financeiros, o bom êxito nos negócios, o relacionamento social, a realização profissional, os sonhos românticos, etc. Além de não saciarem a sede de felicidade natural, essas ilusões do mundo não poucas vezes colocam em risco também a felicidade eterna, por conduzirem ao pecado, o qual, sendo uma desordem do homem em relação a seu fim, que é Deus, traz como consequência inevitável, após uma satisfação passageira, a frustração e a tristeza.

A missão dos setenta e dois discípulos escolhidos por Jesus bem caberia ao título de evangelização da felicidade, sob dois aspectos. Primeiro quanto aos discípulos, porque se davam por inteiro em benefício do próximo, movidos pelo amor a Deus, experimentando em si mesmos como “há mais alegrias em dar do que em receber” (At 22, 35). Depois quanto às almas favorecidas pela pregação, porque lhes era oferecida a possibilidade de cumprirem os desígnios de Deus transformando a vida terrena em preparação para o Céu.

Também a todos nós, batizados, o Mestre chama à verdadeira felicidade, fruto da boa consciência e da fidelidade à vocação individual outorgada por Ele próprio, quer se desenvolva esta no estado sacerdotal, quer no religioso ou no leigo. Tal felicidade terá como essência a evangelização, ou seja, fazer o bem as almas, apresentando-lhes as belezas do sobrenatural e instruindo-as na verdade trazida por Cristo ao mundo. Em suma, hoje o Salvador nos convoca a transmitir a todos os homens a alegria de glorificar a Deus, trabalhando para que a vontade d’Ele seja efetiva na Terra assim como é no Céu.

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