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XV Domingo Tempo Comum

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

Quem é o meu próximo? A Lei mandava amar o próximo como a si mesmo. Os judeus, porém, limitavam o conceito de próximo, de forma a restringir essa importante obrigação. Jesus vem dar o verdadeiro sentido à Lei.

Jerusalém dista de Jericó, aproximadamente, trinta quilômetros e, entretanto, a diferença de altitude entre uma e outra chega quase a mil metros. Por esse caminho descia, supostamente um judeu, pois, por exclusão só podia tratar-se de um co-nacional do levita e do sacerdote que o sucederiam após o assalto. Uma vez delineada a dramática situação em que os ladrões deixaram o homem, a cena se enriquece com os três personagens.

A nacionalidade judaica e sua religião eram os mais elevados pressupostos de honra de todo o povo eleito. Porém, o sacerdote ao se aproximar do homem, apenas o verá e passará adiante. A Lei determinava como obrigação grave socorrer qualquer acidentado. Ao longo da história encontramos corações duros, cruéis e difíceis de se deixarem enternecer pelos necessitados. Aquela cena, entrecortada por gemidos que imploravam socorro e misericórdia, mais inspirava repulsa e náusea do que pena, naquele coração pervadido de amor-próprio. As mesmas considerações serviriam para caracterizar a atitude idêntica do levita, que logo a seguir, também passou por ali. Ambos provavelmente haviam deixado o templo após seus expedientes e desciam para Jericó, cidade que abrigava a metade dos servidores religiosos.

Bem diferente foi o samaritano. Sem levar em conta o ódio racial que violentamente os separava, apesar de se tratar de um inimigo seu, sua religiosa incompatibilidade se tornou, no mesmo instante, em consideração. O samaritano se manifesta um herói da caridade desde o descer de sua montaria, aplicando in locotodos os cuidados cabíveis naqueles tempos, conduzindo a vítima a uma pousada, até contrair uma dívida com o estalajadeiro, a fim de que este dispensasse todos os cuidados ao pobre judeu.

Por cima dessas circunstâncias, o povo judeu possuía uma missão universal. A ele havia sido confiado o tesouro espiritual do qual deveria ser alimentada toda a humanidade. Assim se explica a belíssima parábola composta pelo Divino Mestre. Constitui um exemplo efetivo e afetivo de amor a Deus sem o qual não existe religião, e de amor ao próximo e sem o qual não há amor a Deus. Quem diz amar a Deus e não ama o seu próximo, além de mentir, desobedece a lei Divina e se esquece do seu preciosíssimo Sangue derramado no Calvário. Esse amor deve ser universal e não podemos nos apoiar em pretextos, aparentemente legítimos, para não praticá-lo, como o fizeram o sacerdote e o levita. Não será de mau gosto fazermos uma aplicação a nós, perguntando-nos quais têm sido, em geral, nossas atitudes e reações face aos necessitados de qualquer espécie.

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