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XVIII Domingo Tempo Comum

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

A partir do Evangelho de hoje, algumas perguntas podem surgir em nosso interior: como agir em relação as incertezas da vida presente? É legítimo fazer reservas? Como apaziguar as lícitas preocupações humanas com a estabilidade material? Qual foi a loucura do homem? Teria Cristo condenado o ato de fazer reserva, pelo simples fato de o agricultor ter querido levantar um celeiro capaz de receber grandes quantidades até o fim da vida? Se assim fosse, toda a casa com a despensa seriam condenadas, porque não seria permitido fazer reservas. Ora, a aspiração e o direito de propriedade, posto por Deus na alma humana, é o que garante a subsistência material do ser humano e da família. Porém o amor de Deus exige um desdobramento de amor ao próximo.

É preciso receber e economizar para, então, distribuir, sem guardar com exclusividade para si. Esta regra não vale somente para o dinheiro ou para os bens materiais, mas sim para todo e qualquer benefício dado por Deus. Então, poder-se-ia aplicar a condenação do evangelho, também àquelas pessoas que estudam somente para si, sem ensinar aos outros; quem reza por si e nunca pelos demais; quem se relaciona com os demais com intuito de satisfazer seus desejos de louvores e estima pessoal e não em função da salvação eterna. Tais atos são loucura.

É necessário que nossa atenção não se fixe somente neste mundo, mas sim no outro. Por outro lado, quando os homens excluem Deus de suas vidas, ou Lhe roubam o lugar a Ele reservado, toda espécie de desastres e castigos caem sobre eles.

Em nossos dias a imoralidade parece querer destruir de modo definitivo a moralidade, conforme indica a degradação das modas, dos costumes e das famílias. Quem se entrega às imoralidades, tem no fundo, um espírito no qual impera a deliberada desobediência aos Dez Mandamentos, pois os olhos estão postos em coisas daqui de baixo. Com eles se passa o que expressa a primeira leitura de hoje no Eclesiastes: “Um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou, também isto é vaidade”.

Hoje na segunda leitura da Carta aos Colossenses, São Paulo nos dá um conselho: “Fazer morrer em vós aquilo que pertence a terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos, cobiça”. Em suma o problema não está em ter ou não ter, mas em ser rico diante de Deus. E para isso é preciso não ser romântico, não ser vaidoso, não querer elogios dos outros, não buscar o dinheiro com sofreguidão e não ser orgulhoso. Ser rico diante de Deus significa ser despretensioso; ser abnegado, é ter muita fé. Essa é a riqueza para a qual Nosso Senhor nos convidou.

Para garantir tal meta, não existe outro caminho senão a vida de oração e praticar a virtude, eis a preparação para uma viagem sem retorno. E a entrada vai depender, não de documentos ou bens, mas sim de uma vida agradável a Deus e inteiramente fiel à sua Lei.

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