XXV Domingo Tempo Comum
Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.
Deus e o verdadeiro proprietário de todo o Universo
È de se notar que Jesus não condena a propriedade, mas a toma como sendo um bem a ser gerido temporariamente com vistas à vida eterna. Não passa o homem de simples administrador. Deus, sim, é o autêntico proprietário. Se esta distinção é ignorada pelo homem, acaba ele por violar a supremacia de Deus enquanto Senhor de todo o Criado, ingressando assim, na injustiça.
“As riquezas existentes nesta terra não são de posse absoluta do homem. Ele é administrador desses bens de Deus. Deve pois, ser-Lhe fiel neles. É a expressão externa de sua fidelidade. Assim receberá os ‘próprios’ que, neste contexto, pela contraposição estabelecida, parece referir-se a dons espirituais que Deus, em compensação por essa fidelidade requerida para os outros, concede em abundância ao discípulo”.
As expressões: “riquezas verdadeiras” e “o que é vosso” referem-se aos bens sobrenaturais, os dons da graça, os únicos eternos e absolutos.
Quanto ao último versículo, São Mateus o coloca ao longo do Sermão da Montanha e numa formulação quase idêntica: “ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou há de afeiçoar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6,24). Tanto em Lucas como em Mateus, “põe-se a tese e dá-se a razão de não poder servir a dois senhores: a Deus e às riquezas. Naturalmente entendido no sentido de apego a elas ou numa aquisição ou uso reprovável delas”.
Nos versículos finais (9 a 13), o Divino Mestre se manifesta como Arauto do desprendimento de tudo quanto passa. É lícito guardar os bens num cofre; o que não podemos é entesourá-los em nossos corações.