I Domingo do Advento, Ano A
Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.
Vigilância: uma esquecida virtude?
Ao explicar o Evangelho desse domingo, quase todos os doutores, exegetas e espiritualistas se centram na necessidade de sermos vigilantes a todo instante, quer na perspectiva da morte e do Juízo Particular, quer na do fim do mundo e do Juízo Final.
Harmonicamente com esta visualização, pode-se conjecturar que Nosso Senhor, quis também advertir a cada um de nós a respeito das intervenções d’Ele na história. A propósito da situação do mundo nos idos anos de 1951 escrevia o professor Plinio Corrêa de Oliveira: “Hoje em dia não é verdade que o Vigário de Cristo, é desobedecido, abandonado, traído? Não é bem verdade que as leis, instituições e costumes são cada vez mais hostis a Jesus Cristo? Não é bem verdade que se constrói todo um mundo, toda uma civilização baseada sobre a negação a Jesus Cristo? Não é bem verdade que Nossa Senhora falou em Fátima, apontando todos esses pecados e pedindo penitência?”
É muito importante ressaltar que, em relação ao governo de Deus sobre os acontecimentos humanos, a vigilância nos deve conduzir a esperar com alegria e avidez o triunfo espetacular do Imaculado e Sapiencial Coração de Maria, a chegada desse período extraordinário da História anunciado por Nossa Senhora de Fátima, “esse tempo feliz e esse século de Maria no qual inúmeras almas escolhidas e obtidas do Altíssimo por meio d’Ela, perdendo-se assim mesmas no abismo de seu interior, se tornarão cópias vivas de Maria, para amar e glorificar Jesus Cristo”.
Portanto, da mesma forma que preparamos as nossas almas para o nascimento do Menino Jesus na noite de Natal, coloquemo-nos também, segundo o Evangelho de hoje, diante de outro panorama grandioso: aquele em que Deus intervirá a fim de conceder a Nossa Senhora nesta terra a glória que o Pai o Filho e o Espírito Santo Lhe dão no Céu.
Na expectativa dessa vitória da Santa Igreja, permaneçamos vigilantes! Vigiar significa não ceder a nada que o demônio possa nos propor. Vigiar significa estar atento com os olhos abertos, analisando bem de onde vêm os perigos. Vigiar significa arrancar energicamente sem contemporizações qualquer raiz de pecado que haja em nós. Tudo o que implica risco para a salvação eterna e para nossa santificação deve ser cortado, fazendo todo esforço para perseverar no caminho da perfeição, com vistas a não atrasar o dia magnifico em que Maria Santíssima dirá: “O meu Imaculado Coração triunfou!”