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II Domingo do Tempo Comum

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

Neste Domingo, aproximemo-nos de São João Batista nas margens do rio Jordão e analisemos seu prestígio de pregador. Profeta como nunca houve igual em Israel, fundador e chefe de uma escola, todo o povo o procura. Entretanto, seu renome está condenado a uma lenta morte. Sua instituição deverá dissolver-se paulatinamente. Sobre a glória de sua obra far-se-á um grande eclipse, pois um valor mais alto se aproxima. Esse era o momento do ressentimento, da ambição ferida e talvez até da inveja. Muito pelo contrário, a reação de João foi de heroica humildade e ilimitada servidão, como encontramos narrado no Evangelho de hoje.  

A ambição e a inveja são mais universais do que aparece a primeira vista; poucos se veem livres de suas garras. Elas se levantam e ganham corpo em relação aos que nos são mais próximos, como afirma Sto Tomás: “a inveja se refere a glória do outro enquanto esta diminui a glória que se deseja. Em consequência alguém inveja somente os que quer igualar ou ultrapassar em glória. Ora, isso não é possível com aqueles que estão muito distantes; ninguém, com efeito, a não ser que seja insensato, procura igualar ou ultrapassar em glória àqueles que são muito superiores.”

O castigo de Deus à ambição e à inveja se faz presente não só na eternidade, como também nesta vida. Quem se deixa arrastar por esses vícios perde a noção do verdadeiro repouso e passa a viver todo o tempo na preocupação na inquietude e na ansiedade. Sempre estará atormentado pelo pavor de ficar à margem, de ser esquecido, igualado ou superado. Sua existência será um inferno antecipado e essas paixões se constituirão em seus próprios carrascos.

Pelo contrário, quanta felicidade, paz e doçura têm as almas despretensiosas, reconhecedoras dos bens e das qualidades alheias, restituidoras a Deus dos dons por Ele concedidos.

Entremos na escola de Maria, e d’Ela aprendamos a restituir a Deus nosso ser, nossa família e todos os nossos haveres. Ela nos ensinará a glorificar ao Senhor por ter contemplado o nosso nada e, como resultado, nosso espírito exultará de alegria (Lc 1,47), a exemplo de seu primeiro discípulo, São João Batista.

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