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A Luz do Sol de Justiça

Em uma das praias do imenso litoral brasileiro, um Arauto teve a felicidade de realizar este magnífico registro, no primeiro dia do Ano de 2015. Trata-se do primeiro nascer do sol neste impressionante panorama em que se apresentam, contrastando,  luz e trevas. Sobre o que nos fala esta imagem litorânea?

Nascer do Sol na Praia de Ubatuba – Arautos do Evangelho

Contemplemos os três elementos da paisagem: sol, mar e nuvens. No céu, as nuvens espessas e sombrias parecem querer envolver na escuridão tudo que lhe está ao alcance. No entanto, eis a aurora prenunciando a chegada do sol. O astro rei surge já deitando seus primeiros raios de luz, afastando as trevas e realçando a beleza contida no mar e no céu.

Vivemos no mar da vida, incontáveis vezes tempestuoso, em outros  momentos sublimes e calmos. Seja como for, quando somos banhados pela luz da divina graça, a vida adquire outra perspectiva. Até mesmo entre as dificuldades que parecem nos querer fazer sucumbir, encontramos alento e conseguimos contemplar e compreender a beleza da luta nesta existência e antegozar as maravilhas do Céu. Por que isto se dá? Porque somos banhados pela luz do Sol de Justiça!

Ano Bom, Ano novo! Por mais que as trevas procurem esconder ou abafar a luz, o Sol de Justiça, Nosso Senhor Jesus Cristo, estará sempre a irradiar Sua luz. Que Maria Santíssima, a aurora que anuncia o sol, proteja você e sua família, caro leitor, ao longo deste ano que se inicia. E assim poderás, na alegria, render graças a Eles, porque vencestes as trevas do pecado, fostes tu mesmo luz para o próximo, e destes glória a Deus. Feliz e santo 2015!

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Expulsão dos vendilhões do templo

Quantas imagens de Jesus nos falam de sua divina bondade! Não poderia ser diferente, visto ser Ele a própria Bondade. Cenas que representam a Ele curando leprosos, multiplicando os pães e peixes, comovido, ressuscitando o filho da viúva de Naim ou, após chorar a morte do amigo Lázaro, ressuscita-o. Dele disse São Pedro que “andou fazendo o bem”. Isto é indubitável.

Mas, como entender a imagem que ora contemplamos nesta sessão?

Jesus expulsa os vendilhões do Templo – Igreja do Senhor do Bonfim – Salvador, Bahia

O que faz Jesus? Diante da profanação dos vendedores de bois, ovelhas e pombas e dos cambistas que estavam sentados no átrio do templo, fazendo da casa de seu Pai uma casa de comércio, Ele se manifesta em sua indignação divina através da natureza humana.

E conta-nos São João: “Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas” (Jo 2, 15).

Saibamos contemplar e maravilharmo-nos com Jesus, em todas as suas manifestações, ainda que punientes, como nesta cena da expulsão dos vendilhões do templo.

Assim comenta o Fundador dos Arautos, Mons. João Clá Dias: “O modo de proceder de Nosso Senhor sugere uma pergunta: deixou Ele de ser bondoso naquela ocasião? Ele, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, não pode ter nenhuma reação desequilibrada ou defectiva: n´Ele tudo é perfeito, por ser a própria Perfeição. Como discernir, então, a sua misericórdia no momento em que emprega a força física?”

Prossegue o Mons. João Clá Dias: “[…] os vendilhões do templo atentavam contra a ordem e, além disso, perturbavam a tranquilidade. Cabia a Cristo, sublime modelo de todos os homens, constituir-Se como exemplo também dos que são chamados a utilizar a força para instaurar a disciplina e manter a paz, o que muitas vezes só é possível através de métodos impositivos”.¹

Tenhamos a compreensão de que tudo quanto Jesus, Príncipe da Paz, faz é para o benefício das almas e, portanto, procuremos discernir nos seus atos a divina misericórdia, ainda quando de “chicote de cordas” nas suas divinas mãos.

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¹ Mons. João S. Clá Dias, EP. A verdadeira origem da indignação do Divino Mestre. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. VII, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 270.

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Homem das Dores

Nosso Senhor Jesus Cristo flagelado

Imagens que falam! Sim, as imagens falam, não por meio de palavras, mas comunicam pensamentos, propiciam reflexões, convidam à consideração dos aspectos mais altos de nossa existência. Através das imagens, podemos transcender para aquilo que um olhar superficial não alcança, mas que a observação mais atenta nos faz aprender e voar.

Contemplai esta Imagem. A ela bem se aplica, por excelência, as palavras do Profeta Isaias: Homem das dores, experimentado nos sofrimentos (Is 53, 3).

Nosso Senhor Jesus Cristo, flagelado. Homem das dores porque sofreu em seu Corpo adorável açoites crudelíssimos, bofetadas e cusparadas, a coroação de espinhos, os pregos na Cruz. Seria possível sofrer mais no corpo do que Jesus sofreu?

Experimentado nos sofrimentos. E quantos! Sua Alma adorável, no Horto das Oliveiras, contemplou com pavor a sua Paixão e Morte na Cruz, bem como os pecados e ingratidões da humanidade ao longo dos séculos. Poderia alguém ter suportado maior sofrimento moral do que Jesus?

Com poesia e dramaticidade, canta o Salmista: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? […] Eu, porém, sou um verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe […] Não fiqueis longe de mim, pois estou atribulado […] Minha garganta está seca qual barro cozido, pega-se no paladar a minha língua, vós me reduzistes ao pó da morte. […] Sim, rodeia-me uma malta de cães, cerca-me um bando de malfeitores. Traspassaram minhas mãos e meus pés: poderia contar todos os meus ossos.” (Sl 21, versículos 2, 7, 12, 16, 17).

Eis esta Imagem a nos falar. Certamente, muito nos encantamos com a divina figura, esplendorosa, do Salvador quando se transfigurou no Monte Tabor, ou na sua gloriosa Ressurreição. Mas, como estará nosso entusiasmo frente esta imagem dolorosa do Divino Redentor?

Assim comenta Mons. João Clá Dias, Fundador dos Arautos: “Nessa divina tragédia verei estampada a feiura e a maldade de meus pecados. A enorme quantidade de minhas faltas me confundirá de começo ao fim. Vós Vos tornastes um verme, foi possível contar Vossos ossos, morrestes por causa de meus pecados. ´Ó vós todos, que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta` (Lm 1, 12)”. ¹

Peçamos a Mãe Dolorosa que tenhamos o entusiasmo para todos os aspectos do Seu Divino Filho e, portanto, não sejamos indiferentes às suas dores e sofrimentos morais, que Ele os teve, por causa de nossos pecados. Que não fujamos da Cruz, mas a abraçemos com o mesmo amor que Nosso Senhor tomou em Seus ombros. Sejamos cheios de gratidão por tanto amor com que o Varão das dores nos dedicou.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Via Sacra composta por Mons. João Clá Dias. Disponível em: http://viasacrajoaocladias.blogspot.com.br/ – Acesso em 15 out 2014.

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