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“Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 1,18)

Muito a propósito e de acordo com as meditações e celebrações do Tríduo Pascal, nos chega – enviada por um amigo, a Homilia do Padre Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, por ocasião da celebração da Paixão do Senhor em 6/4/2012[1]. As palavras são mais atuais do que nunca, uma vez que se trata dos ensinamentos do Magistério do Corpo Místico de Cristo, cuja Cabeça é Cristo, e nos ensina palavras de vida eterna.

 Contemplemos a Paixão de Cristo, nutrindo-nos das maravilhas que Nosso Senhor nos concede pelo seu Sangue infinitamente precioso derramado na Cruz e peçamos à Mãe Dolorosa que interceda sempre por nós, obtenha-nos um coração contrito e humilhado, já nesta terra um prenúncio do céu – que é a paz de consciência e, por fim, passados os dias neste vale de lágrimas, o Paraíso Celeste, a visão de Deus face à face.

Alguns Padres da Igreja colocaram numa imagem todo o mistério da redenção. Imagina, dizem, que aconteceu, no estádio, uma luta épica. Um herói enfrentou o cruel tirano que escravizava a cidade e, com enorme esforço e sofrimento, o venceu. Você estava na arquibancada, não lutou, não se esforçou e nem teve feridas. Mas, se você admira o herói, se se alegra com ele pela vitória, se tece-lhe uma coroa, se anima e exalta a platéia por ele, se se ajoelha com alegria diante do vencedor, beija a sua cabeça e aperta a sua mão direita; em suma, se tanto se exalta por ele, a tal ponto de considerar como sua a vitória dele, eu lhe digo que você terá com certeza parte no prêmio do vencedor.

E tem mais: suponha que o vencedor não tenha nenhuma necessidade do prêmio que conquistou para si, mas que deseje, mais do que qualquer outra coisa, ver o seu admirador honrado e considere que o prêmio da sua luta seja a coroação do seu amigo, em tal caso aquele homem não terá talvez a coroa, mesmo sem ter lutado e sem ter feridas? Claro que vai! (Nicola Cabasilas, Vita in Christo, I, 9 (PG 150, 517).

Dessa forma, dizem esses Padres, acontece com Cristo e conosco. Ele, na cruz, derrotou seu antigo adversário. “As nossas espadas – exclama São João Crisóstomo – não estão sujas de sangue, não estivemos na arena, não temos lesões, nem sequer vimos a batalha, e eis que temos a vitória. Sua foi a luta, nossa a coroa. E porque também nós vencemos, imitemos o que os soldados fazem nesse caso: com vozes de alegria exaltemos a vitória, entoemos hinos de louvor ao Senhor” (S. João Crisóstomo, De coemeterio et de cruce; PG, 49, 596). Não poderia ser explicado melhor o significado da liturgia que estamos celebrando.

***

Mas o que estamos fazendo é, em si, uma imagem, a representação de uma realidade passada, ou é a própria realidade? Ambas as coisas! “Nós – dizia Santo Agostinho ao povo – sabemos e acreditamos com fé certíssima que Cristo morreu só uma vez por nós […]. Sabeis perfeitamente bem que tudo isto foi feito apenas uma vez e ainda assim a solenidade periodicamente o renova […]. Verdade histórica e solenidade litúrgica não estão em contradição entre si, como se a segunda fosse falácia e somente a primeira correspondesse à verdade. Do que a história afirma ter acontecido uma só vez na realidade, a solenidade renova muitas vezes a celebração nos corações dos fiéis” (S. Agostinho, Sermone 220; PL 38, 1089).

A liturgia “renova” o evento: quantas discussões, durante cinco séculos até hoje, sobre o sentido desta palavra, especialmente quando é aplicada ao sacrifício da cruz e à Missa! Paulo VI usou um verbo que poderia pavimentar o caminho para uma compreensão ecumênica sobre tal argumento: o verbo “representar”, compreendido no sentido forte de reapresentar, ou seja tornar novamente presente e operante o acontecido”( Cf Paolo VI, Mysterium fidei (AAS 57, 1965, p. 753 ss).

Há uma diferença substancial entre a representação da morte de Cristo e aquela, por exemplo, da morte de Júlio César na tragédia homônima de Shakespeare. Ninguém assiste, estando vivo, o aniversário da própria morte; Cristo sim, porque ressuscitou. Somente Ele pode dizer, como faz no Apocalipse: “Estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1,18). Devemos ter cuidado neste dia, visitando os chamados “sepulcros” ou participando nas procissões do Cristo morto, de não merecermos a censura que o Ressuscitado dirigiu às piedosas mulheres na manhã de Páscoa: “Por que procurais Aquele que vive entre os mortos?” (Lc 24,5).

É uma afirmação ousada, mas verdadeira aquela de certos autores ortodoxos. “A anamnese, ou seja, o memorial litúrgico, faz o evento mais verdadeiro do que quando aconteceu historicamente pela primeira vez”. Em outras palavras, mais real e verdadeiro para nós que o revivemos “segundo o Espírito”, do que para aqueles que o viveram “segundo a carne”, antes que o Espírito Santo revelasse à Igreja o pleno significado.

Não estamos apenas comemorando um aniversário, mas um mistério. É ainda Santo Agostinho que explica a diferença entre as duas coisas. Na celebração “à maneira de aniversário”, não se pede outra coisa – diz – mais do que “indicar com uma solenidade religiosa o dia do ano no qual cai a lembrança do mesmo acontecimento”; na celebração a modo de mistério (“em sacramento”), “não somente se comemora um acontecimento, mas é feito também de tal forma que se entenda o seu significado e seja acolhido santamente” (Agostinho, Epistola 55, 1, 2; CSEL 34, 1, p. 170)

Isso muda tudo. Não se trata somente de assistir a uma representação, mas de “acolher” o significado, de passar de espectador à ator. Cabe a nós portanto escolher qual parte queremos representar no drama, quem queremos ser: se Pedro, se Judas, se Pilatos, se a multidão, se o Cireneu, se João, se Maria … Ninguém pode permanecer neutro; não tomar partido, é tomar um bem preciso: aquele de Pilatos que lava as mãos, ou da multidão que de longe “permanecia lá, a olhar ” (Lucas 23, 35).

Se voltando para casa, nesta tarde, alguém nos perguntar: “De onde vens? Onde estivestes?”, respondamos, portanto, pelo menos em nossos corações: “No Calvário!”

***

Mas nada disso acontece automaticamente, só porque participamos nesta liturgia. Trata-se, dizia Agostinho, de “acolher” o significado do mistério. Isto acontece com a fé. Não há música, onde não há um ouvido que a escute, por mais que a orquestra toque forte; não há graça, onde não há uma fé que a acolha.

Numa homilia de Páscoa do século IV, o bispo pronunciava estas palavras surpreendentemente modernas e, por assim dizer, existenciais: “Para cada homem, o princípio da vida é aquele, a partir do qual Cristo foi imolado por ele. Mas Cristo é imolado por ele quando ele reconhece a graça e se torna consciente da vida que lhe foi dada por aquela imolação”(Homilia pascal do ano 387; SCh 36, p. 59 s.)

Isso aconteceu sacramentalmente no Batismo, mas deve sempre acontecer conscientemente de novo na vida. Devemos, antes de morrer, ter a coragem de fazermos um golpe de audácia, quase como um golpe de mão: apropriar-nos da vitória de Cristo. A apropriação indevida! Uma coisa comum infelizmente na sociedade na qual vivemos, mas com Jesus essa não somente não está proibida, mas é sumamente recomendada. “Indevida” aqui significa que não nos é devido, que não nos é merecido, mas nos é dado gratuitamente, pela fé.

Mas andemos com passos firmes; escutemos um doutor da Igreja. “Eu – escreve São Bernardo – , o que não posso obter por mim mesmo, o aproprio (literalmente, o usurpo!) com confiança do lado aberto do Senhor, porque está cheio de misericórdia. Meu mérito, por isso, é a misericórdia de Deus. Não sou tão pobre de méritos, enquanto ele seja rico de misericórdia. Que se as misericórdias do Senhor são muitas (Sl 119, 156), eu porém terei muitos méritos. E o que acontece com a minha justiça? Ó Senhor, me lembrarei somente da tua justiça. De fato, ela é também a minha, porque tu es para mim justiça de Deus” (cf. 1 Cor 1, 30) (S. Bernardo de Claraval, Sermoni sul Cantico, 61, 4-5; PL 183, 1072).

Talvez esta forma de conceber a santidade tenha feito São Bernardo menos zeloso das boas obras, menos comprometido na aquisição das virtudes? Talvez negligenciasse mortificar o seu corpo e reduzí-lo a escravidão (cf. 1 Cor 9, 27), aquele que, antes de todos e mais do que todos, tinha feita desta apropriação da justiça de Cristo o objetivo da sua vida e da sua pregação (cf. Fl 3, 7-9)?

Em Roma, como infelizmente em todas as grandes cidades, há muitos moradores de rua. Existe um nome para eles em todas as línguas: homeless, clochards, sem-teto: seres humanos que não têm mais do que poucos trapos que carregam e algum objeto que trazem consigo em sacos plásticos. Imaginemos que um dia se espalha a notícia: Na rua Condotti (todos sabemos o que é a rua Condotti em Roma!) há uma boutique luxuosa que, por razões desconhecidas, de interesse ou de generosidade, convida todos os moradores de rua da Estação Termini a virem para o seu negócio; lhes convida a tirar os seus trapos imundos, a tomar um bom banho e depois a escolher o vestido que desejam entre aqueles exibidos e levá-los, assim, de graça.

Todos dizem entre si: “Isto é um conto de fadas, nunca acontece”. Verdadeiríssimo, mas o que nunca acontece entre os homens é o que pode acontecer a cada dia entre os homens e Deus, porque, diante Dele, aqueles moradores de rua somos nós! É o que acontece conosco depois de uma boa confissão: tire as suas roupas sujas, os pecados, receba o banho da misericórdia e levante-se que estás “revestido das vestes da salvação, coberto com um manto de justiça” (Isaías 61, 10).

O publicano da parábola subiu ao templo para orar; disse simplesmente, mas do fundo do coração: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”, e “voltou para casa justificado” (Lc 18, 14), reconciliado, feito novo, inocente. O mesmo, se temos a sua fé e o seu arrependimento, se poderá dizer de nós voltando à casa depois desta liturgia.

***

Entre os personagens da paixão que podemos nos identificar percebo que deixei de citar um, que mais do que ninguém, espera quem lhe siga o exemplo: o bom ladrão.

O bom ladrão faz uma confissão completa dos pecados; diz ao seu companheiro que insulta Jesus: “Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça; estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal” (Lc 23, 40 ss.). O bom ladrão se mostra aqui um excelente teólogo. Só Deus de fato, se sofre, sofre absolutamente como inocente; qualquer outro ser que sofre deve dizer: “Eu sofro com justiça,” porque, embora não seja responsável pela ação imputada, nunca está totalmente sem culpa. Só a dor das crianças inocentes é semelhante àquela de Deus e por isso é tão misteriosa e tão sagrada.

Quantos crimes atrozes que permanecem, nos últimos tempos, sem culpados, quantos casos não resolvidos! O bom ladrão faz um apelo aos responsáveis: façam como eu, venham à luz, confessem a vossa culpa; experimentareis também vós a alegria que eu senti quando ouvi a palavra de Jesus: “Hoje estarás comigo no paraíso!” (Lc 23, 43). Quantos réus confessos podem confirmar que foi assim também para eles: que passaram do inferno ao paraíso no dia que tiveram a coragem de arrepender-se e confessar a sua culpa. Eu também conheci alguns. O paraíso prometido é a paz da consciência, a possibilidade de olhar-se no espelho ou olhar para os próprios filhos sem ter que desprezar-se.

Não carreguem convosco até o túmulo o vosso segredo; encontraríeis uma condenação muito mais temível do que aquela humana. O nosso povo não é cruél com quem errou mas reconhece o mal feito, sinceramente, não somente por algum interesse. Pelo contrário! Está pronto para ter pena e acompanhar o arrependido no seu caminho de redenção (que de qualquer forma, torna-se mais curto). “Deus perdoa muitas coisas, por uma obra boa”, diz Lucia ao Inominável no “Os Noivos”. Ainda mais, devemos dizer, que ele perdoa muitas coisas por um ato de arrependimento. Ele prometeu solenemente: “Mesmo que os vossos pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão alvos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim tornar-se-ão como a lã” (Is 1, 18).

Continuemos a fazer o que, como escutamos no início, é a nossa tarefa neste dia: com vozes de alegria exaltemos a vitória da cruz, entoemos hinos de louvor ao Senhor. “O Redemptor, sume carmen temet concinentium”( Hino do Domingo de Ramos e da Missa crismal da Quinta-feira Santa): E vós, ó nosso Redentor, aceite o canto que elevamos para vós.

[Tradução Thácio Siqueira]

[1] Disponível em: http://www.cantalamessa.org/?p=1654&lang=pt.

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Duas Maternidades

Dentre as leis que regem a estética do universo, participa a dos “contrastes harmônicos”. Ao pintar um quadro, por exemplo, combinamos cores as quais, muitas vezes, são opostas a princípio, mas que se associam posteriormente a ponto de produzir verdadeiras obras de arte. Com relação à alma dos santos, analogamente, tal fenômeno também se realiza.

Como exemplo desta regra, posto em fatos na vida de Maria Santíssima, dois são os episódios que podemos destacar da presente semana que segue o seu curso.

Num deles, a alma d`Ela, a bem dizer, nunca esteve tão cheio de gáudio (ao menos nesta terra), vendo-se tomada de entusiasmo, no sentido literal da palavra, merecendo do próprio arcanjo São Gabriel uma inestimável saudação: “Ave Maria, gratia plena, Dominus Tecum”(Lc 1,28).

Trata-se da Anunciação, solenidade comemorada neste mês de março (dia 25), ocasião em que, por obra do Espírito Santo, as virtudes de Maria alcançaram-nos a vinda de Cristo para a nossa Salvação. Ela que queria ser a escrava da mãe do Messias, achou graças diante de Deus, quem a escolheu como Aquela que o geraria.

Neste sentido, ensina-nos São Bernadino de Sena, que “Toda graça que é comunicada a esta terra passa por três ordens sucessivas. De Deus é comunicada a Cristo, de Cristo à Virgem, e da Virgem a nós” (S. Bernardino de Sena, Sermo VI in Festis B. M. V., De Annunciatione, a. 1, c. 2). Completa ainda o Doutor Angélico, ao afirmar que “Por meio da Anunciação, aguardava-se o consentimento da Virgem, em nome e em representação de toda a natureza humana”(S. Tomás, 3, q. 30, a. 1).

 

Entretanto, após aproximadamente 33 anos, este gáudio extraordinário que teve por ápice, por certo, a noite de Natal, se alternaria a um paradoxo inimaginável: o Filho Bendito de suas Virginais Entranhas, que tantas vezes trouxera piedosamente em seus braços, se vê todo chagado e desfigurado na hora derradeira em que fora descido da Cruz!

Ó alegria da Anunciação… Oh! Tristeza e dor da Paixão! Que contraste harmônico magnífico marcou a alma d`Ela, o qual nos convida à presente reflexão: qual dos dois lances merece maior louvor?

No primeiro, “O Verbo se fez Carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Como pensar algo mais santo e sublime?

No entanto, ensina-nos a Doutrina Católica que após a crucifixão, a fé da Igreja foi sustentada exclusivamente por Nossa Senhora, dado que somente Ela cria piamente na Ressureição.

Apresenta-se, então, sua “segunda maternidade”, uma vez que além de ser Mãe de Cristo, cabeça da Igreja, é também Mãe dos homens, corpo místico da Igreja.

Leão XIII, em sua Carta Encíclica Octobri Mense, assegura-nos de tal modo o papel da Virgem enquanto Mãe, que de suas próprias palavras, destacamos:“Tal no-la deu o próprio Deus, que, havendo-a escolhido para Mãe de seu Unigênito, infundiu-lhe, por isso mesmo, sentimentos requintadamente maternos, capazes somente de bondade e de perdão. Tal no-la mostrou Jesus, quer quando consentiu em ser sujeito e obedecer a Maria, como um filho a sua mãe, quer quando, do alto da Cruz, confiou às suas amorosas solicitudes todo o gênero humano, na pessoa do discípulo João. Tal, enfim, se mostrou ela mesma quando, acolhendo generosamente a pesada herança que lhe deixava seu Filho moribundo, desde aquele momento começou a cumprir, para com todos, os seus deveres de Mãe.”

Enfim, eis aqui apenas uma visão deste maravilhoso e insondável caleidoscópio das virtudes de Maria, que a fazem, devotamente, Mãe de Deus e da Igreja, Rainha e medianeira de todos nós. Saibamos, pois, proclamar como em Éfeso, o título Theotokos de Maria bem como recorrer sempre a Ela, inspirados para isso na Sagrada Liturgia:“Mostra-te nossa Mãe, e por meio de ti acolha nossas preces Aquele que, nascido para nós, quis ser teu Filho”.

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Reflexão para a Semana Santa – São Dimas e sua conversão

Na história dos Santos existem exemplos de conversões impressionantes: muitas vezes, pecadores persistentes que num determinado momento de suas vidas, foram tocados e corresponderam a uma Graça eficaz que os fez mudar radicalmente, abraçando, a partir dali, uma vida inteiramente dedicada ao serviço de Deus. O exemplo mais pungente talvez seja a conversão de São Paulo, que, a caminho de Damasco, perseguindo os cristãos foi, literalmente, derrubado do cavalo, tornando-se o grande Apóstolo dos gentios. E assim, por diante. Outro exemplo não menos impressionante e milagroso é a conversão de São Dimas, cuja reflexão é para nós muito propícia durante esta Semana Santa, pois nos aponta a confiança que devemos ter na misericórdia de Deus até o nosso último momento de vida.

Esta história nos é apresentada abaixo, na redação de um Arauto adolescente.

São Dimas e sua conversão

Victor Nery Machado – 8º ano

Todos sabem como foi surpreendente a conversão, no alto da cruz, do bom ladrão. Há inclusive os que dizem que São Dimas “soube roubar” até mesmo o céu. Mas a verdade é que ele alcançou essa imensa graça, na hora da morte, pela misericórdia e orações de Nossa Senhora.

Sobre esse santo, há uma história muito bonita que, sendo verídica ou não, vale a pena aqui contar:

Partira a Sagrada Família para o Egito. São José, Nossa Senhora e o Mennino Jesus fugiam da perseguição do malvado Herodes.

Estando eles em viagem, foram cercados e aprisionados por uma quadrilha de ladrões. Foram então levados para a tenda do chefe do bando, na qual uma mulher trazia em seu colo um menino todo leproso. Nossa Senhora, tendo então uma grande piedade, perguntou-lhe:

– Mulher, que tem o teu filho?

E, com ar de tristeza, a esposa do bandido respondeu:

– Meu filho nasceu assim, com lepra; e está condenado à morte!

Ouvindo isso, Nossa Senhora lhe fez uma proposta:

– Traga-me uma bacia com água para que eu dê banho no Meu Filho. E quando terminar, lave o seu menino na mesma água em que o banhei.

Trouxeram a bacia. Nossa Senhora banhou o Menino Jesus naquela água e pediu que a mulher desse um banho em seu filho também ali, e foi o que ela fez. Após banhar seu menino, ele ficou curado, e por esse fato, os ladrões os soltaram e deixaram ir em paz.

***

Muito diferentes foram os caminhos seguidos por aqueles dois meninos: o Menino Jesus, anunciava o reino dos céus; e o outro, como já vinha fazendo em toda a sua vida, não parava de roubar.

Mas a Divina Providència havia preparado algo melhor para aquele ladrão: fez com que ele fosse condenado à morte de cruz, ao lado de Jesus. Ele não se lembrava de quando era leproso e, com um outro ladrão também crucificado, blasfemava contra o redentor.

Foi então aí que Nossa Senhora quis, por piedade, curar a pior doença: a lepra da alma. Rezou pelos dois ladrões, mas somente um se converteu.

Curado novamente, defendeu a Cristo e lhe pediu:

– Senhor, lembrai-vos de mim, quando entrardes em vosso reino.

Como resposta, ouviu do Divino Redentor:

– Ainda hoje, entrarás comigo no Paraíso!

E assim, foi ele canonizado pelo próprio Nosso Senhor.

A conversão de São Dimas nos prova que Nossa Senhora nos ajuda em qualquer condição, e até na última hora… Entretanto, é claro que não vamos deixar para nos converter somente no fim da vida, não é?

Comecemos então, a seguir o bom caminho desde já, confiantes no auxílio maternal de nossa Mãe Celeste, que intercede sempre por cada um de nós.

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PROGRAMAÇÃO DA SEMANA SANTA

 Cartaz da Semana Santa - Arquidiocese de São PauloA celebração do Domingo de Ramos nos coloca dentro da Semana Santa, oportunidade única para refletirmos sobre o principal Mistério de nossa Fé: A Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Somos todos convidados a participar das atividades desta Semana – com ênfase para o Tríduo Pascal – que se inicia na Quinta Feira Santa. Devemos, com amor, com devoção, deixar de lado todas as outras atividades menos importantes e darmos atenção especial a este convite de conversão que Deus faz a seus filhos muito amados!

 Dom Anuar Battisti, Arcebispo de Maringá comenta em seu artigo semanal:

Eu chamo esta semana de a “grande semana do perdão”. O perdão de todas as nossas falhas, a vida nova conquistada na Paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus.

 Estes fatos aconteceram porque temos um Deus que nos ama, que tomou por primeiro a iniciativa de nos resgatar da miséria humana e nos cobrir para sempre com a Sua infinita misericórdia. Por isso é uma semana especial, um tempo que revivemos a cada ano, não como fatos do passado e sim como atualização aqui e agora da presença de Deus que continua salvando a cada um de nós, criaturas feitas a Sua imagem e semelhança.

 Ao contemplar o Pai Deus que em seu Filho Jesus nos ama perdoando e nos perdoa amando, nos chama para realizar aqui e agora a mesma realidade do amor perdão entre nós humanos.(1)

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Temos, portanto, uma semana intensa, repleta de celebrações ricas de significado para a nossa vida espiritual, acompanhando a Nosso Senhor em seus sofrimentos indizíveis e culminando na Vitória completa, com a celebração máxima de nossa Fé: A Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O site da Arquidiocese de Maringá (www.arquimaringa.org) informa em detalhes a programação da Semana Santa na Catedral de Maringá. No site da Arquidiocese, você pode encontrar também o telefone (caso não tenha) de sua Paróquia.

 Participe, faça desta Semana a melhor semana do seu ano!

 

Informamos, também, a programação na Comunidade dos Arautos do Evangelho, em Maringá:

 Confissões:

 Na Comunidade dos Arautos: Rua Jair do Couto Costa, n. 15

 Terça-Feira (26/03), a partir das 19h30

 Quarta-Feira (27/03), a partir das 20h.

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Celebrações –  Capela S. Francisco de Assis

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Quinta-feira Santa – 28 de março

20h – Missa da Ceia do Senhor – Início do Tríduo Pascal – (Solene Eucaristia)

 

Sexta-feira Santa- 29 de março

17h – Celebração da Paixão do Senhor (Liturgia da Palavra, Oração Universal, Adoração da Santa Cruz e Comunhão)

 

 Sábado Santo – 30 de março

 19h – Vigília Pascal na Ressurreição do Senhor (Procissão da Luz e Proclamação da Páscoa do Senhor)

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Domingo da Páscoa – 31 de março

 Missa: 17h

 Maiores informações pelo telefone: 3028 – 6596

 1) Dom Anuar Battisti. Semana Santa: “Deus não se cansa de perdoar”. Disponível em: http://arquimaringa.org.br/2011/noticias/noticias/id/1712

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O que fazer com os Ramos, bentos no Domingo de Ramos?

A resposta nos vem de Dom Andrés Azacarte, OSB:

Cruz processional da Basílica de Nossa Senhora do
Rosário no último Domingo de Ramos (revista “Arautos do Evangelho”)

Os ramos bentos no domingo de Ramos devem ser guardados com respeito e colocados em algum lugar descente do lar. Servem para proteger os cristãos contra raios e incêndios e para afugentar o demônio.

E alguns países fazem-se com eles cruzes pequenas que se cravam nos vinhedos, olivais, hortas e sementeiras, para preservá-los das pestes e saraivadas miúdas.

Efetivamente, podem-se usar para todos estes fins, uma vez que são coisas bentas e, como tais, veículos de celestial proteção, bem como indica a liturgia no cerimonial da benção:(1)

 Deus eterno e todo-poderoso, abençoai estes ramos, para que, seguindo com alegria o Cristo, nosso Rei, cheguemos por ele à eterna Jerusalém. Por Cristo, nosso Senhor. Amém”(2)

 

1) AZACARTE, Dom Andrés. Missal Diário para América. Ed. Espanhol-latim. Buenos Aires: Xila, 1946.

2)Missal Romano. 14ª edição. São Paulo: Paulus, 2010.

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