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Horários Semana Santa 2015

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A graça de Deus purifica e reveste de esplendores a alma humana

Detenhamo-nos a contemplar este palácio alemão construído na segunda metade do século XIX, localizado no sudoeste da Baviera: o Castelo de Neuschwanstein. Sem dúvida lindo em sua arquitetura, à maneira de um castelo de conto de fadas, ele se apresenta aqui, nos rigores do inverno europeu, revestido e esplendorificado pela alvura paradisíaca da neve. Há algo nele de “mítico”, que nos remete a uma realidade para além desta terra.

De forma análoga, podemos considerar a alma humana revestida pela graça. O homem é constituído de alma e corpo. Nele, a alma é a beleza mais importante criada por Deus. No entanto, quando nela se faz presente a graça, adquire um esplendor incomparavelmente superior ao que seria sem este dom de Deus. Olhemos os Santos, e veremos como eles, tão humanos, são tão espiritualizados e colocados numa atmosfera de sobrenatural que nos elevam para o Céu.

Assim como a neve “esplendorifica” o castelo, assim também, a graça sobrenaturaliza e santifica a alma, torna-a filha de Deus e herdeira do Céu. Tendo-a recebido no santo batismo, se porventura a alma se deixa manchar pelo pecado, precisa ser lavada pelo arrependimento e pela confissão. Ai poderá exclamar, com o salmista: “lavai-me e mais branco do que a neve ficarei” (Sl 50, 9). E qual o efeito? A graça recuperada, o gozo e a alegria da purificação! (Sl 50, 10)

E como no nosso castelo de Neuschwantein, em meio aos rigores do inverno, apresenta-se mais belo, cobrindo-se com a neve, assim também, nossa alma, nos embates desta vida, pela graça de Deus, é purificada e revestida de esplendores e de uma beleza especial. Com efeito, quantos são os percalços, dores físicas ou morais e provas, que se abatem com maior ou menor intensidade sobre nós ao longo desta vida. Maravilha, no entanto, quando nos deixamos “revestir” pela graça de Deus, pois nos tornamos a rogos da Mãe Dolorosa, semelhantes ao “Homem das dores”¹ que é “o mais belo dos filhos dos homens”²: o próprio Deus humanado.

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¹  Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos (Is 53, 3a)

² Sois o belo, o mais belo dos filhos dos homens (Sl 44, 3a)

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A glória que devemos buscar

Anunciação do Anjo a Nossa Senhora

Estudando o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, de São Luis Maria Grignion de Montfort, o leitor se divisará, entre muitas, uma grande verdade: a virtude que Deus mais ama é a humildade¹. Pois outro não é o desejo da Divina Majestade, que saibamos reconhecer o nosso próprio nada e o nada das coisas terrenas, e vivermos em conformidade com esta convicção², reconhecendo nossa dependência do Criador.

A tal ponto Deus ama a humildade que está escrito a respeito do Verbo Encarnado: “aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 1, 7-8).

Perscrutando por entre as maravilhas realizadas por Jesus na sua vida pública e registradas pelo Evangelho de São João, encontramos não somente milagres, mas também belíssimos ensinamentos, que são palavras de vida eterna.

 Entre estes, chama-nos especialmente a atenção um fato em que, numa análise desprovida de profundidade, a Divina Sabedoria pareceria contradizer a si mesma na questão da humildade e da humilhação:

Certa feita, alguns gregos pediram para ver a Jesus, por meio de Felipe e André. Eis que “Jesus respondeu-lhes: ‘Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado`” (Jo 12, 23).

Jesus quer nos ensinar a buscar a humildade ou a glória?

Ora, se de um lado, Jesus se humilhara e buscou sempre a humildade, chegando a afirmar: “não busco a minha glória. Há quem a busque e Ele fará justiça” (Jo 8, 50), como se explica que de seus lábios divinos seja dito que “o Filho do Homem vai ser glorificado”? Ele quer nos ensinar a buscar a humildade ou a glória?

Sobre esta aparente contradição, assim explica Mons. João Clá Dias:

“Na verdade, existe uma glória verdadeira ao lado da glória vã. Assim, Jesus não procura sua própria glória, mas não deixa de afirmar a máxima excelência de sua natureza divina e de manifestá-la aos outros, sempre que as circunstâncias o exijam. Há, então, uma exaltação e uma glória que são boas”³.

A verdadeira glória e a glória vã

A distinção entre a verdadeira glória e a vanglória, aquela que devemos buscar e esta que devemos rejeitar, encontra-se explicitada nas lições de São Tomás de Aquino. Nesse sentido o Fundador dos Arautos escreve que:

“O Doutor Angélico começa por se perguntar se o desejo de glória é pecado. Para responder, ele lembra que, segundo Santo Agostinho, ‘ser glorificado é receber um brilho`. E continua: ´O brilho tem uma certa beleza que se manifesta diante de todos. É a razão pela qual a palavra implica manifestação de alguma coisa que os homens acham bonita […]. Aquilo que é brilhante em si mesmo pode ser visto por muitos e de muito longe. Por isso mesmo se torna conhecido de muitos e recebe aprovação geral`.

“Tendo definido o sentido de glória, ele [São Tomás de Aquino] afirma: ‘Que alguém conheça e aprove seu próprio bem, não é pecado`. Igualmente ‘não é pecado desejar que suas boas obras sejam aprovadas pelos outros, porque se lê em São Mateus: Que vossa luz brilhe diante dos homens (5, 16). Por esta razão o desejo da glória, de si mesmo, não designa nada de vicioso`”.4

Assunção de Nossa Senhora aos Céus

E quando a glória será viciosa? A glória será viciosa, ou vanglória – ainda conforme São Tomás – quando, entre outras circunstâncias, o desejo de glória não está relacionado com a honra de Deus ou a salvação do próximo, ou seja, que se volta para o nada do egoísmo e das coisas terrenas. 5

Por fim, conclui Mons. João Clá Dias: “Temos, portanto, de um lado a vanglória e de outro a verdadeira glória, virtuosa desde que voltada para o louvor de Deus, para fazer bem aos outros e para a própria santificação”. 6

Aqui se encontra expressa a glória que devemos buscar com humildade: a verdadeira glória dos filhos de Deus. E também o que devemos rejeitar: a vanglória dos orgulhosos, que buscam sua própria satisfação com o esquecimento ou mesmo em detrimento da honra de Deus e do bem do próximo.

Quem, sendo meramente criatura humana, nos deu o mais belo exemplo de humildade, desprezo da vanglória e busca da verdadeira glória?

Para responder, bastará contemplar a Oração do Magnificat (Lc 14, 11) comparando-a com os conceitos de São Tomaz e as explicações de Mons. João Clá. Neste hino de vitória e agradecimento Nossa Senhora assim canta:

 “A minha alma engrandece o Senhor e exulta o meu espírito em Deus meu Salvador.” Percebemos em Maria Santíssima a alma que busca a honra, o engrandecimento do Senhor e encontra sua própria alegria e glória apenas nEle. Reconhece-o como Salvador e, desse modo, sua total dependência.

“Pois Ele viu a humildade de sua serva e desde agora todas as gerações me chamarão bem aventurada.” Ninguém se humilhou como a Santíssima Virgem, fazendo-se Serva e vivendo tanto em função de Deus. Ninguém, como Ela, foi tão exaltada pelo Pai, que lhe criou excelsa e lhe deu Seu Divino Filho; pelo Filho, que se fez seu filho e lhe coroou como Rainha do Céu e da Terra; e pelo Espírito Santo, que fez dEla sua esposa, gerou nEla o Homem-Deus e a santificou, tornando-a plena das inumeráveis e incomensuráveis graças.

As glórias de Maria, à semelhança das do Senhor, se estenderão de geração em geração até a eternidade. Tudo isso foi operado pela providência também em função do papel de intercessora especialíssima que Ela teria junto a todos nós.

Ela é, assim, a humilíssima Mãe, Filha e Esposa de Deus, Rainha do Universo, pronta a interceder por todos de modo a sermos, como Ela, humildes de coração e zelosos pela glória verdadeira, pela honra do Senhor e pela salvação das almas. A Ela recorramos sempre!

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¹ São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 43ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 2013, top. 143.

² Francisco Spirago. As 7 virtudes principais e os 7 vícios capitais. In Catecismo Católico Popular II. Versão feita sobre a tradução francesa do Padre N. Delsor pelo Dr. Artur Bivar. 3ª ed. Lisboa: União Gráfica, 1938, p. 414.

³ Mons. João S. Clá Dias, EP. Aproxima-se a hora da glorificação. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. III, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2014, p. 246.

4 Idem, p. 246-247.

5 São Tomás de Aquino. Suma Teológica. II-IIII, q.132.a.1.

6 Mons. João S. Clá Dias, EP, op. cit., 248.

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A maior das maravilhas

Na criação vemos uma variedade incontável de criaturas refletindo a beleza do Criador. Assim, bastará prestar atenção na ordem da criação visível, quer nos minerais, vegetais, animais ou no homem, que ficaremos encantados com tantas maravilhas. No entanto, posto que o homem é a obra prima da criação, caberia perguntar: no gênero humano,  qual a mais elevada beleza que podemos contemplar?

Esta interessante questão veremos respondida de forma sucinta, didática e elucidativa, no atraente artigo “Esplendores da criação”, do Prof. Paulo Martos, Arauto e colaborador da Revista Arautos do Evangelho, cujos excertos registramos abaixo. Se o leitor quer conhecer a resposta, ao ler tais palavras, terá a experiência de uma agradável meditação.

*          *           *

“Contemplando o céu numa noite estrelada, ficamos maravilhados. E as miríades de corpos celestes que vemos – mais numerosos que todos os grãos de areia existentes nas praias dos mares – são minerais, os quais pertencem à categoria mais baixa entre todos os seres criados por Deus. Pois em graus superiores estão os vegetais, os animais e os homens. Todos esses são seres visíveis; acima deles o Altíssimo criou seres invisíveis: os anjos.

“O universo foi criado por Deus a partir do nada; essa é uma verdade de Fé fundamentada na primeira frase da Sagrada Escritura: ‘No princípio, Deus criou o céu e a terra’ (Gn 1, 1). Criar significa ‘dar existência a um ser do qual todos os elementos constitutivos não existiam anteriormente. Um pintor não cria, pois não dá existência à tela, nem à tinta, nem aos outros elementos constitutivos de seu quadro. Sua ação se limita a confeccionar com meios preexistentes um ser novo, que é o quadro`.

“Deus fez o mundo para refletir suas perfeições, que são infinitas. Ele não poderia criar apenas um ser, por mais perfeito que fosse, pois toda criatura é limitada. Por isso, criou múltiplos seres. Não só múltiplos, mas também diferentes; porque se iguais somente poderiam representar uma qualidade de Deus. É o que ensina o São Tomás de Aquino.¹

E no gênero humano, qual é a beleza que mais reflete a grandeza do Criador?

“O santo possui beleza de alma”
Santa Teresinha do Menino Jesus

“No gênero humano, a pulcritude [beleza] mais importante é a da alma. O santo possui beleza de alma; em todos seus pensamentos, desejos e atos ele tem somente em vista a glória de Deus.

“Disse Nosso Senhor: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Trata-se de um preceito e não apenas de um conselho. Assim, todos devemos visar a suma beleza de nossas almas, ou seja, a santidade, e dessa forma glorificarmos a Deus. Isso somente o conseguiremos pela graça divina, que nos é concedida pelo Criador através da Virgem Maria”² [grifos nossos]

Caro leitor, esta consideração, tão clara e objetiva, a respeito da santidade que é a suma beleza da alma, é o convite, ou melhor, o dever para o qual nos chama o Redentor, o Mestre de toda a beleza, o Conselheiro, o Maravilhoso, o Príncipe da Paz (cf. Is 9,6). Isso nos enche de alegria e nos move agradecidos a conclamar, por meio da Rainha de todos os Santos: “Louvem ao Senhor pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens” (Salmos 107,8).

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¹ Paulo Francisco Martos. Esplendores da Criação.

http://www.arautos.org/artigo/60384/Esplendores-da-criacao.html

Acesso em 14 mar. 15

² Idem

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Santa Maria Eugênia de Jesus: um fruto da pregação

 “Ide, pois, e ensinai a todas as nações”. Com estas palavras, o Divino Salvador conferiu aos Apóstolos a missão de pregar o Evangelho a todos os homens, transformando-os em discípulos de Jesus e, portanto, cumpridores de sua vontade nas vias da santidade para as quais cada um é chamado. Poderíamos, caro leitor, nos perguntar: O quanto a pregação dos ensinamentos do Divino Mestre, feita pela Igreja por meio dos Sacerdotes, constituiu ao longo dos vinte séculos de sua existência um veículo de graças magníficas, suscitando grandes conversões e grandes dedicações?

A esta pergunta, cabalmente teremos uma resposta somente no Juízo Final. Antes, no entanto, podemos conhecer na vida dos Santos alguns exemplos emocionantes. Entre estes, o de Santa Maria Eugênia de Jesus, fundadora da obra da Assunção, destinada a educação de meninas.

Teve esta santa uma vida cheia de contrastes, entre alegrias e tragédias, até sua conversão.

Santa Maria Eugênia de Jesus

Era filha de um pai influenciado pelas idéias de Voltaire, deputado de Mossele, homem abastado, dono de três bancos e de uma esplêndida propriedade. Sua mãe, da nobreza da Bélgica, negligenciava a formação católica fervorosa para os filhos, limitando-se a estimular as virtudes naturais de honestidade e generosidade.

Neste ambiente familiar pouco afeito à religião, Ana Eugênia Milleret de Brou (seu nome de batismo) foi sendo criada em meio aos júbilos de uma vida agradável.

Embora assim vivesse, tendo recebido pela primeira vez a Eucaristia, relembrou mais tarde: “minha ignorância dos dogmas e ensinamentos da Igreja era inconcebível. No entanto, eu participara das aulas de catecismo com os outros meninos, fizera minha Primeira Comunhão com amor, e Deus mesmo me concedera graças que foram, […] o fundamento de minha salvação”.¹

Eis aqui se delineando o valor da pregação e do ensino religioso através das aulas de catecismo. “Ide, pois, e ensinai o Evangelho…” Sim, como é belo aprender aqueles ensinamentos “que estão acima de todos os conhecimentos terrenos, e tais conhecimentos vêm-nos do céu, isto é, são revelados por Deus […] uma luz para a nossa inteligência, porque nos revelam o fim da vida e o caminho que para lá nos conduz”. ²

As tempestades começam por abalar aquela vida despreocupada. Sua família perde a fortuna e os problemas se multiplicam. Fica órfã da mãe aos 15 anos.

Passados certos dramas, começa ela a voltar-se para os prazeres. Sente, entretanto, o vazio de sua existência, de tal forma que, aos 18 anos, assim se expressa: “Meus pensamentos são um mar agitado que me cansa, me pesa. Tanta instabilidade, nunca o repouso, um ardor que sempre ultrapassa os limites do possível. Às vezes, absorvida por questões bem acima do meu alcance e sobre as quais eu faria melhor em não pensar: as mais altas do mundo. Eu queria saber tudo, analisar tudo, e lançando-me em regiões amedrontadas, vou ousadamente interrogando todas as coisas, perseguida por não sei que necessidade inquieta de conhecimento e de verdade, que nada pode saciar”. 4

Eis que afinal chega o momento da graça de Deus tocar profunda e irresistivelmente sua alma. Começa ela a participar das missas dominicais, na Catedral de Notre Dame, conforme costume da sociedade parisiense. Pregava um famoso Sacerdote dominicano, Padre Henri Lacordaire. Juntamente com a graça que recebera na Primeira Comunhão, vieram a constituírem “as palavras [deste Sacerdote] o fundamento de sua salvação”.

Assim escreve ela para o Padre Lacordaire: “Vossa palavra respondia a todos os meus pensamentos, explicava o melhor de meus instintos, completava meu entendimento das coisas e reanimava em mim a idéia do dever, o desejo do bem, já prestes a definhar em minha alma; enfim dava-me uma generosidade nova, uma fé que nada mais devia fazer vacilar”. 5

Tal foi o efeito da graça, através das homilias proferidas por aquele bom sacerdote, que ela pôde assim afirmar: “Minha vocação nasceu em Notre Dame”. 6

Catedral de Notre Dame – Paris

Aqui está caro leitor, um exemplo do valor e benefício sobrenatural da pregação do  Evangelho e dos ensinamentos do Redentor, conforme o magistério infalível da Santa Igreja. É própria a produzir conversões, por obra do Espírito Santo.

Daí porque, no Evangelho de São Mateus, está dito que quem praticar e ensinar os mandamentos será considerado grande no reino dos céus (Mt 5, 19b).

Ana Eugênia procurou o Padre Lacordaire e narrou-lhe as graças eminentes que estava recebendo. Este lhe aconselhou a oração e que esperasse que Deus lhe manifestasse sua vontade a respeito de sua vocação. Mais adiante a jovem conhece o Padre Cambalot, outro pregador cujo zelo a impressiona. Ele ansiava por fundar uma congregação feminina para a educação de meninas e assim combater o laicismo da sociedade da época, problema que Ana também desejava enfrentar. Tocado pelo Espírito Santo, discerniu na jovem entusiasmada e bem pouco instruída em religião a futura fundadora de uma congregação religiosa!

Formada pela palavra e ensinamentos do Padre Cambalot e de outros sacerdotes, Ana Eugênia fez-se religiosa e fundou a Congregação da Assunção, que depois manteve de pé em meio a tremendas dificuldades, graças à grande fé que recebera de Deus por seus pastores e à grande valentia com que a soube defender. Hoje sua fundação, um século após sua morte, tem religiosas atuando na Europa, Ásia, África e nas três Américas, anunciando o Evangelho e educando meninas para viverem a santidade nas famílias e na sociedade, transformando-as rumo ao Reino de Cristo.

Ensinar e praticar. O quanto a graça por meio da pregação pode tocar as almas! No entanto, quanto maior será o fruto da pregação se vier acompanhada da prática daquilo que se ensina! Neste sentido, Mons. João Clá Dias assim explicita:

“Jesus, que dá aos seus ministros o poder de promover a transubstanciação, também lhes dá o de encontrar a palavra exata em benefício das almas. Com efeito, quantas angústias mitigadas, quantos furores apaziguados, quantas dúvidas de consciência resolvidas nos sigilos dos corações, quando Deus fala através de seus sacerdotes! Nisso temos um direito fundamental e sagrado do fiel: o acesso à palavra vivificante do sacerdote”. 7

Esta palavras que penetram fundo nas almas, comenta o Fundador dos Arautos, devem vir robustecidas pelo exemplo de vida do pregador e por sua convicção de que tudo depende da ação da graça divina. “Elas, assim, se tornarão fecundas. Pois a palavra vivificada pelo Espírito nunca é proferida sem produzir os seus efeitos”.

Santa Maria Eugênia de Jesus foi uma destas almas tocadas pela pregação, como ela própria escreveu – Minha vocação nasceu em Notre Dame (com a palavra do pregador) – e tornou-se ela também uma evangelizadora. Que esta santa obtenha de Nossa Senhora, Mãe da Igreja, a graça para todas as almas, até o fim dos tempos, se beneficiarem de pregadores que sempre mais preguem a santidade, pela palavra e pelo exemplo.

Santa Maria Eugênia de Jesus, rogai por nós!

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¹ Germain  Breton. Mère Marie-Eugénie de Jesus: première Supérieure Génerale dês Religieuses de l’Assomption. Saint-Étienne: J. Le lHénaff & Cie, 1922, p. 31.

² Francisco Spirago. Utilidade da Religião. In Catecismo Católico Popular I. Versão feita sobre a tradução francesa do Padre N. Delsor pelo Dr. Artur Bivar. 3ª ed. Lisboa: União Gráfica, 1938, p. 43.

³ Ler o artigo: Santa Maria Eugênia de Jesus – Uma mulher forte. Ir. Maria Teresa Ribeiro Matos, EP. Revista Arautos do Evangelho, número 159, de Março de 2015, p. 31 a 35.

4. Germain Breton, op. cit., p.36-37.

5. Germain Breton, op. cit., p. 38.

6. Idem, ibidem,

7. Mons. João S. Clá Dias. A palavra, seu poder.

http://comentariosdejoaocladias.blogspot.com.br/2014/07/a-palavra-seu-poder.html – Acesso em 11 mar 2015.

 

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