Do Natal ao Tempo Comum

“E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).
Após o Tempo de Natal, no qual os fiéis puderam abundantemente celebrar a chegada do Deus Menino, a Santa Igreja, através da Liturgia, sabiamente nos propõe o Tempo Comum.

Como a natureza, que faz a suave transição entre o dia e a noite, num crepúsculo cheio de matizes, assim também a vida das pessoas vai, aos poucos, retornando à normalidade; a cidade, que ficou praticamente vazia recebe de volta os seus habitantes: as férias acabaram! Como os Santos Magos, as pessoas que vieram em férias para visitar os seus parentes começam a empreender o caminho de volta, viajando muitas vezes centenas de quilômetros até seus lares, em distantes e diferentes Estados, neste Brasil-Continente. Os trabalhos, os estudos, os compromissos do dia-a-dia, as contas a pagar estão ansiosamente esperando por todos e não há meio de se fugir deles. As inúmeras preocupações cotidianas, enfim, podem, aos poucos, substituir na mente e no coração das pessoas a sublimidade e a alegria próprias da época natalina. É o “tempo comum” que chegou. “A vida do homem sobre a terra é uma luta” (Jó 7,1). Não há escapatória.
Mas, ao mesmo tempo em que esse retorno à rotina é inevitável, é também perfeitamente possível, a exemplo de Maria, “conservar no coração” as inúmeras graças recebidas no Natal. De Sua parte, é claro, o Menino Deus quer morar em nosso coração durante todos os dias do ano: seja nos períodos mais festivos, seja nos períodos comuns, de calmaria ou de agitação, quando o peso do dia-a-dia parece querer nos sufocar. Certamente uma máquina digital registrou com seu flash os momentos de festa – esse mesmo flash deve iluminar o nosso coração e deixar ali registradas as graças recebidas por ocasião do Santo Natal. Vamos olhar e compartilhar as nossas fotos, relembrar as alegrias; porém, principalmente, vamos olhar para dentro de nossas almas e relembrar todas essas Graças!
Durante o período natalino, milhares de pessoas, nas igrejas, nos shoppings, nas ruas puderam contemplar e acompanhar (até literalmente, caminhando às vezes por quadras inteiras!) com verdadeiro entusiasmo às centenas de apresentações musicais conduzidas com contagiante alegria pelos jovens Arautos do Evangelho. Para registrar em detalhes essas dezenas e dezenas de horas de apresentação, para descrever as reações de contentamento e adesão às graças natalinas suscitadas nessas ocasiões, seriam necessárias muitas páginas de texto.

Assim devem ser – conforme sempre nos orienta nosso Fundador, Monsenhor João Clá, as apresentações e manifestações dos Arautos: Devem gerar, além de harmonia e paz, um enorme desejo de santidade. Devem, como consequência, gerar almas desejosas de servir cada vez mais a Deus e amar ao próximo, com verdadeira sinceridade e afeto. Enfim, um encantamento pelo Deus Menino que se fez homem e habitou entre nós. Um verdadeiro apostolado da Paz e da Harmonia – que deve perdurar por todo o ano no coração de todos.
De nossa parte, devemos elevar a Deus preces de agradecimento, pois pela intercessão de Nossa Senhora, nos foi possível viver esses momentos inesquecíveis de Santa alegria e capacitar as nossas almas para enfrentar as agruras e lutas de um tempo comum.
FELIZ ANO NOVO A TODOS!