Por que a Cruz atrai tanto?

Vemos em nossos dias as multidões, especialmente jovens e adolescentes, acorrerem em torno dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude: a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora. Estes principais símbolos da JMJ têm peregrinado por inúmeras dioceses, recentemente a Arquidiocese de Maringá e a Diocese de Campo Mourão. Especialmente nesta última, estiveram os jovens Arautos da Cidade Canção, com sua banda, participando da carreata acolhedora, desde a Paróquia Nossa Senhora do Caravágio até a Catedral de São José.

Quanto entusiasmo, devoção e fé! Ao vermos as pessoas assim atraídas pela Cruz de Nosso Senhor e pelo ícone de Sua Mãe Santíssima, talvez pudéssemos nos perguntar: por que a Cruz atraí tanto?

Com efeito, ao passarmos pelas páginas da História, contemplamos Alguém, pregado no instrumento de suplício daquele que era o símbolo da abjeção: a cruz. Sim, a cruz, destinada como pena capital aos criminosos e aplicada como castigo por atos violentos e até sanguinários. E, a partir do momento em que o Inocente por excelência, nela preso dolorosamente por três cravos, derramou seu sangue infinitamente precioso, para nos remir de nossos pecados, esta cruz se transformou no mais magnífico símbolo da salvação e da glória. “[…] pela cruz, chegar à luz que não conhece ocaso”. (1)

A Cruz de Nosso Senhor realmente atrai… Atraiu os primeiros cristãos e mártires. Atraiu Santa Helena, mãe do imperador Constantino Magno, que por amor a Cristo, dirigiu-se em peregrinação à Terra Santa. Ordenando a santa imperatriz que se fizessem pesquisas e investigações para encontrar a Verdadeira Cruz de Nosso Senhor, determinando escavações no local do Santo Sepulcro e milagrosamente identificando, no ano de 326, qual das três cruzes ali encontradas era a do Deus Encarnado (a Igreja celebra a festa da Invenção da Santa Cruz no dia 3 de maio). (2)

Hoje a Cruz atrai as multidões de jovens e fiéis que se preparam para o encontro, na capital fluminense, da JMJ. (3) E atrairá, pelos séculos dos séculos, as pessoas que reconhecem e adoram a Jesus Cristo, Aquele que disse de si: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6)

Tomar a sua cruz

Mas afinal, qual o sentido desta atração da Cruz? O próprio Homem-Deus nos ensina: […] “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mt 16, 24). É a cruz o símbolo para nós da renúncia a si mesmo e a entrega incondicional a Jesus Cristo. É a cruz a via pela qual, pela graça de Deus e mediante o nosso “sim”, cumprimos os Mandamentos e temos, com isto, como prêmio já nesta terra, a felicidade da paz de consciência pelo amor manifestado e o dever cumprido para com Deus e o próximo. Para isto é preciso muita graça, torrentes mesmo de graças. Portanto, rezemos Àquela que estava aos pés da Cruz, inseparável de Seu Divino Filho, e digamos: Senhora, “não permitais que de Vós e de Vosso Filho nos separemos”. Não permitais que nos separemos da Cruz de Jesus Cristo. Rogai por nós!

(1) Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja – Disponível em: http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html – Acesso em 12/02/2013.
(2) KASUO, Roberto. Relíquias da Paixão. In Arautos do Evangelho, São Paulo, n. 27, p. 34-37, mar. 2004.
(3) Gaudium Press. Disponível em: http://www.gaudiumpress.org/content/29050-Rio-de-Janeiro-sera-a-sede-da-JMJ-2013. Acesso em: 12/02/2013.