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A humildade de São Cura d’Ars

São Cura d’Ars

Há quem diga que o reconhecimento das qualidades e virtudes de alguém nem sempre existe por parte daqueles que convivem com tal pessoa. E este fato não é tão difícil de constatar; eis aqui um exemplo muito expressivo, no relacionamento entre dois “colegas”, sendo um deles canonizado pela Santa Igreja e apresentado como Padroeiro dos Sacerdotes: São Cura d’Ars. Esta narração encontra-se no Tesouro de Exemplos, obra de autoria do Padre Francisco Alves (1).

Conta-nos a história que certa vez o Cura d´Ars, enquanto vigário, recebeu uma carta de outro Sacerdote, na qual lastimava que este santo, com tão poucos conhecimentos teológicos, atendesse confissões.

Tal observação, feita não sem brutalidade, talvez comportasse alguma veracidade, visto que nosso santo Sacerdote não era dos mais favorecidos no campo intelectual. Por isto mesmo é que fora indicado para tomar conta de uma Paróquia sem muito prestígio; na verdade, uma das mais modestas da França: Ars.

Ninguém questionará a adequação e utilidade, para a própria vida espiritual e o apostolado, de se ter conhecimentos teológicos amplos e aprofundados. Tanto assim, que a própria Santa Madre Igreja, além de ordenar que estudemos a Doutrina Cristã, celebra muitos Santos, não somente por sua santidade, como também por sua sabedoria teológica. Exemplo luminar da teologia católica celebrado pela Igreja: São Tomás de Aquino.

São Tomás de Aquino

No entanto, mais do que ter altos conhecimentos teológicos, deve-se ter virtude e humildade. E justamente isto, na história de nosso Santo Cura d’Ars, é o que se pode contemplar. Vejamos a resposta do Santo à carta insolente.

“Quanta razão tenho de amar-vos, meu caríssimo e reverendíssimo colega! Vós sois o único que me conhece. Já que sois tão bom e caridoso, interessando-vos pela minha pobre alma, ajudai-me a obter a graça, que peço sempre, de ser substituído no cargo, de que sou indigno pela minha ignorância, a fim de retirar-me a um canto e chorar a minha pobre vida”.

Virgem da Humildade – Por Lorenzo Monaco – Museu Louvre, Paris

Esta resposta, caro leitor, nos enche a alma: quanta humildade, quando desapego de si, quanta compreensão da grandeza da vocação sacerdotal e, ao mesmo tempo, noção de sua indignidade no exercício da missão!

Estimado leitor, rezemos para que Nossa Senhora da Humildade nos dê a graça de admirarmos e encantarmo-nos com exemplos como este, de humildade e virtude, que a história dos Santos nos dá; e de recusarmos categoricamente as manifestações de orgulho que pululam no mundo hodierno, nos instigando a imitá-las e tentando-nos para as vias do pecado.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Pe. Francisco Alves, C.SS.R, Tesouro de Exemplos. v. II, 2. Ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1960.

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Livros Imperdíveis

Nova seção no blog dos Arautos do Evangelho de Maringá!

A partir deste próximo mês de Julho, o Blog dos Arautos de Maringá apresenta a seus leitores uma nova seção: Livros Imperdíveis.

Esta seção trará todo mês um livro em destaque: será uma obra de um Santo ou de algum outro escritor católico de destaque. Apresentaremos um resumo do livro, mostrando a sua importância para a vida espiritual, que objetivos teve o autor em escrevê-lo e, também um breve resumo da vida do autor.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “nos santos brilha a santidade da Igreja”(1). Com certeza, os santos têm muito a nos dizer, muito a nos ensinar. Suas palavras e – principalmente – sua história de vida são para nós exemplos que devem ser seguidos, imitados. Com muita frequência, esses conselhos – indispensáveis para nosso progresso espiritual – nos vêm através de seus escritos. Podem ser obras muito simples, sem grandes pretensões teológicas, como os conselhos da “pequena via” de Santa Terezinha do Menino Jesus; cartas edificantes, como as do Santo Padre Pio, ou, ainda, podem ser Obras de grande peso teológico que, embora escritas há muito tempo, ainda hoje são luminares e sustento para toda a Igreja. Do despretensioso ao complexo, obras indispensáveis para nossa vida espiritual. Enquanto estamos caminhando neste vale de lágrimas, essas obras podem – e devem ser – companhias constantes dos católicos.

Em suas vidas, os santos transbordam o Amor de Deus. E, exatamente, o que são os seus escritos, senão uma amostra desse amor, em cascatas de palavras, de orações, de puro entusiasmo pela santidade e pela salvação? O que leva um Santo Afonso de Ligório, Doutor da Igreja, a declarar: “Se me fosse possível, faria imprimir tantos exemplares deste livro quanto são os fiéis de todo o mundo. Daria um exemplar a cada um”, (2) etc. Um arroubo de desejo de que todos possam compartilhar do que lhe vai no coração. Como agiria um Santo Afonso hoje, se tivesse à sua disposição os meios atuais de comunicação, como a Internet, as redes sociais, a grande imprensa, a rede de contatos da Igreja, as Paróquias, os Movimentos Eclesiais? O seu entusiasmo e o seu empenho em divulgar a palavra de Deus, certamente não seriam menores do que o foram em sua época!

Dessa certa forma, podemos fazer também nós esse apostolado, divulgando os escritos dos santos. Numa época de superficialidade, os escritos dos santos podem nos guiar e nos orientar, podem nos ajudar a crescer espiritualmente e, sobretudo, fazer apostolado.

Imploramos à Virgem Santíssima que possamos lograr êxito neste propósito, contando também com a ajuda inestimável de nossos leitores!

Para inaugurar nossa Seção Livros Imperdíveis, no próximo mês de Julho, traremos um resumo, justamente, do livro de Santo Afonso sobre a Oração. Todos estão convidados!

Salve Maria!

João Celso


(1) Catecismo da Igreja Católica, n. 867.
(2) Santo Afonso de Ligório. A Oração, o grande meio para alcançarmos de Deus a salvação e todas as graças que desejamos. 4ª. ed. Aparecida: Santuário, 1992. Pág. 11.
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