II Domingo da Páscoa, Ano B – Mons. João Clá Dias
A fé cresce pela prática do amor.
A fé, virtude passível de aumento e de diminuição, é a porta por onde entram as demais virtudes. Como se dá isto? O conhecer – embora na penumbra – aquilo que é de Deus desperta na alma o amor e a adesão ao magnífico panorama desvendado pela fé. Não obstante, é a caridade que nos faz amar a Deus com uma abertura de alma própria a elevação d’Ele. Assim, a caridade é, de si, superior a fé. Por que? Porque a caridade nos faz voar até Deus e dilata a nossa alma para poder amá-Lo como Ele Se ama, na proporção de criatura e Criador, enquanto a fé traz Deus até nós. Se nos limitarmos a entender, sem amor, a fé perde sua seiva e sua vitalidade, e morre. Então é preciso compreender e, já no mesmo ato, amar.
Ainda na segunda leitura – combatendo os erros gnósticos, que afirmavam ser absurdo o cumprimento dos preceitos da Lei –, São João nos dá outra importante lição: amar a Deus é “observar os seus Mandamentos. E os seus Mandamentos não são pesados, pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé”. Não nos esqueçamos de que, se guardar os Mandamentos da Lei de Deus por força de nossa natureza é impossível, desde que nos apoiemos na graça vencemos o mundo, o demônio e a carne! E para obter as graças necessárias, é-nos exigido ter uma vida interior intensa: muita oração e frequência aos Sacramentos, sobretudo à Eucaristia.
Deste modo, a Liturgia do 2º Domingo da Páscoa nos proporciona elementos excelentes para praticar as três principais virtudes, aquelas que nos relacionam diretamente com Deus: a fé, a esperança e a caridade. Agradeçamos a Cristo, Senhor nosso, a inestimável bem-aventurança de acreditar sem ver e peçamos a Ele o contínuo crescimento nesta fé.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!