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Frase da Semana – Bem-aventuranças em Maria

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor à justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

(Mt 5,10)

A perseguição não deve surpreender a nenhum católico que realmente queira praticar a sua Fé; a começar de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Sua Mãe Santíssima, todos os santos sempre foram perseguidos.

Entre as inúmeras obras que escreveu por amor à Igreja (1), Monsenhor João Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho, dedicou especialmente um magnífico livro à explicação do Pequeno Ofício da Imaculada Conceição (2). No capítulo 12 (n.IV) desse livro, Monsenhor João Clá trata do tema Maria e as bem-aventuranças evangélicas. (3)

Como as bem-aventuranças se refletem na vida da Santíssima Mãe de Jesus? Este é um tema, infelizmente, pouco conhecido e pouco meditado entre os devotos de Maria. No livro ele é abordado com propriedade e firmeza teológica.

Neste espaço da Frase da Semana, queremos enfocar, uma beatitude em especial: a perseguição por amor à Justiça. Para isso citamos Monsenhor João Clá:

“A última bem-aventurança diz assim: ‘Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor à justiça, porque deles é o Reino dos Céus’.

“A justiça ou santidade tem suscitado e seguirá suscitando sempre o ódio e a perseguição por parte dos injustos ou ímpios.

“O Evangelho não nos proporciona dados concretos sobre se a Virgem Maria padeceu diretamente perseguição neste mundo por parte dos ímpios ou malvados. É indiscutível, porém, que a padeceu ao menos indiretamente, por parte dos que perseguiram a seu Divino Filho até o extremo de crucificá-Lo. A Virgem Maria não padeceu o martírio no corpo, mas o padeceu na alma como ninguém jamais o sofreu.

“E como na oitava bem-aventurança se promete o Reino dos Céus aos que padecem perseguição por sua justiça ou santidade, não se há de estranhar que o título de Rainha dos mártires, conquistado com tanta dor na Terra, se tenha convertido para Ela no de Rainha e Soberana dos Céus e da Terra por toda a eternidade”. (4)

Nossa Senhora de Fátima

Você é católico praticante e se sente perseguido por causa de sua Fé? Perseguido no trabalho, na escola, na faculdade, ou mesmo em outros ambientes (onde essa perseguição seria menos provável) por causa de suas convicções de católico? Mesmo que não seja a perseguição cruenta, como sofrem, hoje em dia, muitos de nossos irmãos em várias partes do mundo, mas, também e sobretudo, há a martirizadora perseguição moral, sempre implacável com os que defendem a Verdade, o Belo e o Bem.

Se você se sente assim, seja bem-vindo a este seleto grupo, ocupado, em primeiro lugar por  Nosso Senhor Jesus Cristo, por Sua Mãe Santíssima e Senhora nossa e por todos os santos que existiram e hão de existir até o final do mundo!

Maria Santíssima, Rainha dos Mártires e dos “perseguidos por amor à justiça”, rogai por nós!

Salve Maria!


(1) Conheça mais sobre a biografia do Fundador dos Arautos, visitando: http://www.joaocladias.org.br/

(2) Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado. São Paulo: ACSNF/Instituto Lumen Sapientiae, 2011.

(4) Idem, ibidem. Pág. 247

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Um conselho de Santo Afonso para suportar os sofrimentos

Santo Afonso Maria de Ligório

Quantos são os homens e mulheres que se sentem angustiados pelos sofrimentos, sejam físicos ou morais, que qualquer homem neste “vale de lágrimas” encontra ao longo de sua existência.

Destes sofrimentos não está livre nem mesmo um Santo. E assim se deu com Santo Afonso Maria de Ligório, cuja festa é celebrada neste mês de agosto (dia 1°).  Vejamos um conselho deste Bispo e Doutor da Igreja, que ao longo da vida se destacou pela devoção a Nossa Senhora, em louvor da qual escreveu uma de suas mais belas obras: “Glórias de Maria”¹.

O que faz a diferença entre os sofrimentos de um Santo e um pecador?

O exemplo de Santo Afonso ilustra e nos indica como suportarmos bem os sofrimentos. Conta-nos o Padre Francisco Alves, CJJR que Santo Afonso dizia:

“Quando se tem nas mãos o Crucifixo, já não se quer descer da cruz. Quem contempla as chagas de Jesus esquece as próprias feridas”2.

Crucifixo da Casa dos Arautos do Evangelho de Maringá

Sim, aqui está a melhor forma ou, podemos afirmar, a única maneira de suportarmos nossos sofrimentos com paz de alma. Sigamos o exemplo de Santo Afonso, que tanto aprendeu da Mãe Dolorosa.

Ela sofreu a incomparável dor de ver seu Divino Filho crucificado, fixou nEle seu olhar e esqueceu-se de si mesma na contemplação e no supremo enlevo por Cristo Jesus Crucificado.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ João Clá Dias, EP. Santo Afonso Maria de Ligório: um modelo de perseverança.

 http://santossegundojoaocladias.blogspot.com.br/2011/06/santo-afonso-maria-de-ligorio-um-modelo.html – Acesso em 1° ago 2014.

² Pe. Francisco Alves, C.SS.R, Tesouro de Exemplos. v. II, 2. Ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1960, p. 136.

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Quem sois, Senhora?

“Ó Senhora, quereis ter a bondade de me dizer quem sois?”(1)

Santa Bernadette, a quem Nossa Senhora apareceu, em Lourdes.

Era o dia 25 de Março do ano de 1858. Nos arredores de uma pequena cidade francesa, incrustada nos Pirineus, na gruta de Massabielle, uma jovem pastora, com 14 anos de idade, está aflita. Afinal, já pela décima sexta vez, aquela Senhora lhe aparece, mas ela ainda desconhece quem Ela é, ou, qual o seu nome. A aflição da jovem pastora se dá pelo fato que os padres a quem ela revelara o conteúdo das aparições, haviam lhe ordenado que obtivesse o nome da Senhora, do contrário, não edificariam ali a capela, pedida pela misteriosa Senhora, nem viriam até ali processionalmente.

Conhecer o nome da Senhora, portanto, era uma necessidade urgente. Assim, resoluta, pergunta a pequena pastora:

“ – Senhora, quereis ter a bondade de me dizer quem sois?”. A Senhora apenas sorri.

Insiste Bernadette: “Ó Senhora, quereis ter a bondade de me dizer quem sois?”. Novamente, obtém apenas um aceno com a cabeça e um sorriso. Criando coragem, além de suas pequeninas forças, suplicou à Senhora a graça de lhe dizer o nome.

A este terceiro pedido, não resistiu a Senhora àquele inocente e confiante pedido. Revelou-lhe, então, o Seu Nome:

“Eu sou a Imaculada Conceição”.

Obviamente, aquela pequena pastora, ainda não alfabetizada, não teria a capacidade de entender o que estas palavras significavam. Mas, obediente, foi e revelou a quem lhe perguntara o Nome da Senhora. Ora, apenas 4 anos antes, em 1854, havia o Papa Pio IX proclamado o Dogma da Imaculada Conceição, privilégio singular de Nossa Senhora, cuja Festa celebramos neste 08 de Dezembro. Ficou, portanto, provada a autenticidade das Aparições de Lourdes e confirmado, diretamente pela Mãe de Deus, o Dogma de Fé definido pelo Vigário de Cristo na Terra. Uma verdadeira interação entre o Céu e a Terra, lembrando as solenes palavras de Nosso Senhor: “Tu és Pedro…tudo o que ligares na terra será ligado nos céus” (Cf Mt 16,18 a 19).

A exemplo de Santa Bernadette, peçamos a Nossa Senhora a Graça de conhecê-La e de crescer cada vez mais na devoção a Ela!

Salve Maria!

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(1) Monsenhor João Clá Dias. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado. 2ª. ed., São Paulo: ACNSF, 2011. Página 25.

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Um convite e uma advertência

Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.

Mt 24,42

Estamos a menos de um mês da grande Festa do Natal. Antes, porém, de comemorarmos as alegrias do nascimento do Menino Jesus, a Igreja deseja que façamos uma preparação adequada, através do Tempo do Advento.

Como refere Monsenhor João Clá Dias, fundador dos Arautos do Evangelho, o Tempo do Advento compõe-se de quatro semanas, representando os séculos e milênios que esperou a humanidade pela vinda do Redentor. Nesse período, tudo na Liturgia se reveste de austeridade – omite-se o glória, os paramentos são roxos e as flores não enfeitam mais o interior dos templos – para lembrar ‘nossa condição de peregrinos, ancorados ainda na esperança’”. (1)

A Frase da Semana, do Blog dos Arautos do Evangelho de Maringá sempre tem proposto a seus leitores um pensamento, uma reflexão a respeito de um tema importante, cuja meditação venha a enriquecer a semana de todos. Pois bem: nada pode ser mais relevante para o católico do que tornar presente em sua vida cotidiana esta preparação para o Natal. Por isso, a frase, tirada do Evangelho do Primeiro Domingo do Advento.

Esta frase deve também nos levar a refletir sobre a vinda de Cristo – tema do 1º Domingo do Advento. Pela Revelação, esperamos a segunda vinda de Cristo, que se revestirá da Glória do Rei do Universo. Mas, também, devemos estar atentos à particular vinda de Cristo para nós, no momento de nossa passagem para a vida eterna, quando seremos julgados em relação à nossa correspondência ao Seu chamado.

Que Maria Santíssima – que esteve sempre atenta ao chamado de Deus, nos guie neste Tempo do Advento e nos obtenha de Seu Divino Filho a imensa Graça de estarmos sempre bem preparados.

Salve Maria!

Saiba mais sobre o Tempo do Advento, visitando o site dos Arautos do Evangelho.


(1) Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. V, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p.  24

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O reinado de Cristo Rei, na Terra e no Céu

 

Diante do Bem, quantas são as reações dos homens, ao longo da história! Ali está, diante dos príncipes, dos sacerdotes e do povo Aquele que é o Salvador e Redentor do gênero humano, pregado numa cruz. Tem ao seu lado à direita o bom ladrão e à esquerda o mau ladrão. E todos, diante Dele, tomam atitudes e reações diversas, as mais contrárias que se possa imaginar. Confirmam-se também ali, no Calvário, aquelas proféticas palavras do velho Simeão, quando tomou o Menino Jesus nos braços, apresentado por sua Mãe, no templo de Jerusalém: “Ele será um sinal de contradição”. (Lc 2, 34b)

No entanto, este Homem-Deus é verdadeiro Rei. E justamente sua realeza é celebrada solenemente pela Igreja na festa de Cristo Rei, encerrando o Tempo Comum e abrindo as portas para o Advento.

Alguém, na contemplação desta cena da Paixão, descrita por São Lucas (Lc 23, 35-43) na Solenidade de Cristo Rei, poderia questionar: “Mas como será rei quem está exposto a tal humilhação e sofrimento; como conciliar a grandeza da realeza com a loucura da Cruz?”

Entre tantos aspectos a considerar, que nos mostram o quanto Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei, consideremos a reação de São Dimas, comentada por Mons. João Clá Dias:

 “Quem discerniu em sua substância a Realeza de Cristo foi o bom ladrão, por se ter deixado penetrar pela graça. Arrependido em extremo, aceitou compungido as penas que lhe eram infligidas, e reconhecendo a Inocência de Jesus no mais fundo do seu coração, proclamou os segredos de sua consciência para defendê-la das blasfêmias de todos: ‘Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal’. Eis a verdadeira retidão. Primeiro, humildemente ter dor dos pecados cometidos; em seguida, com resignação abraçar o castigo respectivo; por fim, vencendo o respeito humano, ostentar bem alto a bandeira de Cristo Rei e aí suplicar-lhe: ‘Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!’” [grifo nosso] (1).

Mas, poderíamos nos perguntar: Qual seria essa substância da Realeza de Cristo?

E eis que nos vem a resposta dada pelo próprio Fundador dos Arautos: “[…] o principal de seu governo neste mundo: o Reinado sobrenatural que é realizado, na sua essência, através da graça e da santidade. Nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto a  ‘videira verdadeira’, é a causa da vitalidade dos ramos. A seiva que por eles circula, alimentando flores e frutos, tem sua origem n’Aquele Unigênito do Pai (cf. Jo 15, 1-8). Ele é a Luz do Mundo (cf. Jo 1, 9; 3, 19; 8, 12; 9, 5) para auxiliar e dar vida aos que dela quiserem se servir para evitar as trevas eternas” (2).

Em outros termos, quando abrimos nossos corações para graça de Nosso Senhor, pelos rogos de Nossa Senhora, se dá o Reino em nosso interior, alcançamos assim a autêntica felicidade.

Eis aqui o Reinado de Cristo nesta Terra, diferentemente do que Ele exerce junto ao Céu, na eternidade. No entanto, em ambos, Ele é verdadeiramente Cristo Rei: “Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra” (Mt 28, 18).

Peçamos a Nossa Senhora, Rainha dos Corações, que interceda por nós junto a Ele, de maneira que ambos exerçam efetivamente o reinado em nossos corações, aqui e agora, nesta terra, e por toda a eternidade. Assim seja.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p.  495
(2) idem, p. 490

 

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