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II Domingo do Tempo Comum, Ano B – Mons. João Clá Dias

“Encontramos o Messias”.

Pregação de São João Batista – Igreja de Saint-Malo, Dinan (França)

É impossível não constatar no Evangelho de hoje, a fundamental importância do apostolado pessoal, direto, e sob o poder de uma hierarquia. Vê-se, já nos primórdios da Igreja, o Divino Redentor, preocupado em estabelecer essa Pedra-Base de seu edifício. Por esta razão em todo e qualquer sucessor de Cefas, nós devemos honrar esta pedra, obedecendo com toda a submissão às determinações da Igreja.
Roguemos a Maria, Mãe da Igreja, que jamais nos separemos, nem um só milímetro da Cátedra infalível de Pedro, em nossa fé, espírito e disciplina. Que a Virgem Santíssima infunda em nossas almas a felicidade de crer no que a Hierarquia ensina, praticar o que ela ordena, amar o que ela ama, e percorrer as suas vias para chegar a glória eterna.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do 2º Domingo do Tempo Comum (18/01/2009)

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Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, Ano B – Mons. João Clá Dias

Em oposição a um mundo igualitário: o divino exemplo da obediência.

Sagrada Familia – Iglesia de San Lorenzo – Huesca – España

À luz da doutrina que o Evangelho da festa da Sagrada Família nos oferece, a primeira leitura adquire uma perspectiva altíssima: “Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados. […] Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. […] A caridade feita ao teu pai não será esquecida, mas servirá para tua edificação”.

Sobressai, neste trecho, uma regra de ordem, de disciplina e de respeito que apaixona e emociona: na família existe uma hierarquia perfeita criada por Deus; todavia, isto não se aplica apenas aos pais carnais, mas a toda autoridade, e sobretudo à religiosa. Assim, quem ama este princípio é perdoado de seus pecados, pois esta reverencia tributada aos superiores é, no fundo, é um ato de religião e de culto a Deus, que lhe alcança, em consequência, graças estupendas.

Quando cada um de nós, no seu estado, for chamado a obedecer, lembre-se do Menino Jesus: seu caminho aqui na Terra foi passar, no contexto familiar, trinta anos de vida oculta e submisso a São José e a Maria Santíssima. Ele, obviamente, não tinha culpas a serem reparadas, mas resgatava, isto sim, as transgressões da humanidade.

Ora, este “honra o seu pai”, do qual Jesus nos deu o exemplo, é um ditame que confunde a mentalidade liberal de nossos dias. A via revolucionária que o mundo contemporâneo prega é a da revolta contra toda autoridade, da sublevação ante qualquer mandato e a promoção do igualitarismo. Quem tem este estado de espírito não obtêm o “perdão dos pecados”, nem “ajunta tesouros”.

Sim, somos todos iguais, pois temos cabeça, tronco e membros, mas é uma insensatez defender a existência da igualdade absoluta. Deus não é tartamudo para criar dois seres repetidos! Pelo contrário, Deus é anti-igualitário; Ele ama a hierarquia e quer uma sociedade humana escalonada, de modo que uns dependam dos outros e considerem com alegria os aspectos por onde os demais são superiores a si. Portanto, se quisermos um dia viver na Sagrada Família da Santíssima Trindade no Céu, contemplando a Deus face a face, compreendamos que a trilha da obediência, da flexibilidade e da submissão vale mais do que todas as obras que possamos realizar.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do Domingo da Sagrada Família (28/12/2008)

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IV Domingo do Advento, Ano B – Mons. João Clá Dias

E o Templo Se fez carne.

A Anunciação

O momento da aceitação, quando Maria pronuncia o seu “Fiat!”, conclui-se de forma maravilhosa e superabundante, como não se podia imaginar, a promessa de Deus a Davi, baseada numa Aliança indissolúvel, e a realeza se torna eterna. O Pai concede à humanidade Templo por excelência! É assim que Deus trata aqueles que são seus verdadeiros amigos, filhos e servos; que premeia os que, tendo noção clara de sua dependência em relação a Ele, lhe entregam tudo o que é seu: sempre lhes outorga muito mais do que eles ofertaram!

O rei Davi julgava dar o máximo a Deus dedicando-lhe um templo; mas o Senhor queria que ele Lhe oferecesse sua linhagem, porque Ele mesmo, Deus, já lhe preparara uma posteridade especialíssima. E ao confia-la ao Senhor, Davi mereceu ser antepassado do Salvador, isto é, do próprio Deus.

Maria santíssima aspirava a ser escrava da Mãe do Messias; Deus porém mandou um anjo para convida-la a uma escravidão muito maior… a escravidão a Ele! Nossa Senhora compreendeu no primeiro instante, ao receber o anuncio do Anjo, que aquele Filho, embora fosse d’Ela, deveria ser totalmente restituído a Deus, porque Ele era o Filho de Deus e, sendo Ela também de Deus, o Filho muito mais pertencia a Ele do que a Ela… E, portanto, Ela tinha de conduzi-lo, em tudo, de pleno acordo com a vontade do Pai a respeito do destino deste Filho… Foi-Lhe revelado ainda, que Ele iria sofrer a terrível morte de Cruz. E Maria tudo consentiu por amor a Deus, sabendo que Ele queria, desta maneira, redimir o gênero humano!

Na Liturgia de Hoje Deus nos chama à santidade e quer de nós um fiat, como o de Nossa Senhora, uma entrega radical, cheia de fogo e entusiasmo: “Faça-se em Mim segundo a tua palavra!”. Só na correspondência à Graça e na fidelidade à fé, ou seja, sendo santos, obteremos a estabilidade e cada um de nós será “templo de Deus”, sempre belo e em ordem, como Nosso Senhor Jesus Cristo Homem é soberanamente o Templo de Deus.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do 4º Domingo do Advento (21/12/2008)

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III Domingo do Advento, Ano B – Mons. João Clá Dias

Não nos deixemos enganar pela aparente alegria do pecado.

De modo diferente à incondicional alegria que a vinda do Redentor deveria trazer, eis a correlação entre júbilo e tristeza, euforia e provação, evocada pelo Evangelho desse 3º Domingo do Advento. Enquanto os bons são assistidos pela alegria da esperança, como aconteceu a São João Batista e aos que se converteram ante a perspectiva do aparecimento do Messias, há na alma dos maus tristeza e insatisfação. Cabe ao bom saber interpretar a frustração de quem vive no pecado e não pensar que ele está sendo bem-sucedido. Quando, na segunda leitura, São Paulo exorta “Estai sempre alegres!”, deseja mostrar que quem se une a Deus, pratica a virtude e trilha o bom caminho, não pode de forma alguma deixar-se tomar pela má tristeza.

Domingo Gaudete – Basílica Nossa Senhora do Rosário, São Paulo (Brasil)

O Domingo da Alegria nos revela uma divisão claríssima que caracteriza a humanidade: os bons estão sempre alegres e os maus, por mais que procure aparentar alegria, vivem na tristeza. Aqueles que estão ligados a Deus têm o contentamento, a segurança e a felicidade de que carece quem se apega às coisas materiais e Lhe dá as costas. Ambos vivem juntos, mas no momento em que o homem que pôs sua esperança no mundo e no pecado vê a alegria verdadeira manifestada pelo bom, ou se converte ou quer matá-lo tal como fizeram com Nosso Senhor Jesus Cristo.

Peçamos, nesta Liturgia, a graça de viver na alegria da virtude, como sinal de nossa inteira adesão ao Salvador que em breve chegará!

Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do 3º Domingo do Advento (14/12/2008)

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II Domingo do Advento, Ano B – Mons. João Clá Dias

Solução ao alcance de todos nós.

La madone des ombres (recorte)

A Liturgia nos inspira hoje a nos depor aos pés da Virgem Mãe qualquer defeito capaz de nos impedir a receber com ardente devoção o Menino Deus. Não temos obrigação de, neste Advento, nos esforçarmos para acondicionar do melhor modo possível a “gruta” da nossa alma, a fim de Jesus não encontrar nela um ambiente mais frio e inóspito que o da Gruta de Belém? Examinemo-nos com cuidado para saber a quantas andam nesse sentido. Haverá sem dúvidas falhas a sanar em nosso procedimento. Quais? E desvios a retificar em nossa vida. Quais?

Se, feito esse balanço, o resultado nos for desfavorável e não sentirmos ânimo suficiente para corrigir esses defeitos, a solução está ao alcance de qualquer um de nós: recorrer com filial confiança a Nossa Senhora, refúgio dos pecadores. Ela nos obterá do seu Divino Filho graças para uma completa vitória sobre todas as nossas falhas e desvios. Pois Jesus Cristo – que quis permanecer cativo durante nove meses em seu seio puríssimo, dependendo d’Ela em todas as coisas e A coroou como Rainha do Céu e da Terra – não deixará de atender as súplicas por Ela feitas em favor de seus devotos.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do 2º Domingo do Advento (07/12/2007)
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