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Meninos Mártires

 

O acontecimento que vamos narrar passou-se na Rússia, nos piores tempos do comunismo, que vem varrendo do seu território todas as religiões, mormente a católica.

Numa vila, perto de Petrogrado, havia um asilo de órfãos, com uma capela católica.

Os vermelhos (os comunistas) fecharam a casa alegando que não havia recursos para sustentá-la e expulsaram o capelão.

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Santo André Kim e a certeza de vitória da Santa Igreja

“O sangue dos mártires é semente dos cristãos”, conforme afirmou Tertuliano, destacado polemista, no tempo das perseguições à Igreja nascente. Eis o grande fato, ao longo da história da Igreja e da humanidade, que se realiza de maneira surpreendente. Sim, tomemos a Era dos Mártires, na qual os primeiros cristãos, lançados no Coliseu de Roma, foram devorados pelas feras, ou outros cristãos sacrificados com instrumentos de suplício crudelíssimos:

A Santa Igreja não apenas perseverou, mas ergueu-se vitoriosamente, enquanto aquele império (o Império Romano) ruiu por terra. Lancemos o olhar, cheio de veneração, a outros tantos heróis da Fé, que confirmaram, com seu sangue, a fidelidade a Nosso Senhor. E hoje? Caem os impérios, ruem os poderes terrenos e as investidas mais cruéis contra a Igreja de sempre e ela resplandece vitoriosa, porque sobre ela paira a promessa do Divino Redentor: “e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16, 18b).

Como pedra preciosa do diadema da Igreja, na lista de seus Santos mártires, celebramos neste mês de setembro (dia 20), o martírio do Sacerdote Santo André Kim Taegón e o apóstolo leigo Paulo Chón Hasang, com seus companheiros coreanos.

Basílica de São Pedro – Roma

Corria o século XVII, quando a fé cristã foi introduzida na Coréia, graças ao ardor de leigos que, embora sem pastores, foram dóceis ao sopro do Espírito Santo. Este apostolado desenvolveu-se quando no século seguinte (mais precisamente em 1836) vieram missionários da França. Eis que perseguições não tardaram em se fazer: 153 mártires. Entre eles, “sobressaem o primeiro sacerdote e ardoroso pastor de almas André Kim Taegón e o insigne apóstolo leigo Paulo Choón Hasang […]. Todos eles consagraram com seu testemunho e sangue as primícias da Igreja coreana”. ¹

Vejamos algumas das palavras, cheias de ardor, que proferiu Santo André Kim Taegón, e apliquemos a nós que vivemos neste século, cujo ateísmo prático quando não professo em doutrinas errôneas, descarrega crescentemente um ódio à Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo:

“Meus caríssimos irmãos e amigos […] se, pois, nesta vida de perigos e miséria, não reconhecermos o Criador, de nada nos servirá termos nascido e continuar vivendo. Já neste mundo pela graça divina, pela mesma graça recebemos o batismo, entrando no seio da Igreja e tornando-nos discípulos do Senhor. Mas, trazendo assim o precioso nome de cristãos, de que nos servirá tão grande nome, se na realidade não o formos? Seria inútil termos nascido e ingressado na Igreja se traíssemos o Senhor e sua graça; melhor seria não termos nascido do que recebendo a sua graça, pecarmos contra Ele.”²

O Santo continua, nos apontando a via da Cruz e a vitória da Igreja e de seus filhos: “Irmãos caríssimos, lembrai-vos de que nosso Senhor Jesus, descendo a este mundo, sofreu inúmeras dores e tendo fundado a Igreja por sua paixão, Ele a faz crescer pelos sofrimentos dos fiéis. Apesar de todas as pressões e perseguições, os poderes terrenos não poderão prevalecer […]”.

E, num arrobo de entusiasmo, exclama: da Ascensão de Cristo e do tempo dos apóstolos até hoje, a santa Igreja continua crescendo no meio das tribulações ³ (grifos nossos)

Tenhamos pela a intercessão de Santo André Kim e de seus companheiros mártires, a certeza da vitória da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

Santo André Kim, rogai por nós!

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Memória – 20 de setembro In: Liturgia das Horas. v. IV. Editora Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave Maria, 1999, p. 1295.

² Da última Exortação de Santo André Kim Taegón. In: Liturgia das Horas. v. IV. Editora Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave Maria, 1999, p. 1295-1296.

³ idem, p. 1296.

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Buscar a salvação que vem de Deus

“A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.”
(Salmo 49)

Este belíssimo trecho do salmo (Sl 49,23) nos é apresentado pela Liturgia  no dia em que a Igreja comemora a Festa de São Sebastião, cuja devoção é  muitíssimo popular no Brasil.

Proceder “retamente” é buscar fazer a vontade de Deus em todos os  momentos da nossa vida. Os santos nos são dados para que, conhecendo a  sua vida, procuremos imitá-los. São Sebastião é um exemplo concreto desse  proceder reto, pois “ele próprio não deixou, no momento oportuno, de declarar- se cristão, dando o testemunho e servindo de exemplo a numerosos outros seguidores de Jesus que enfrentavam as perseguições da Era dos Mártires, como foi chamado o período de busca e morte aos fiéis conforme ordenado  pelo sanguinário imperador Deocleciano” (1).

Proceder retamente significa buscar a santidade de vida, agindo em nosso dia-
a-dia de acordo com aquilo que Deus quer de nós; sejamos pais ou mães de  família, filhos, irmãos, patrões, empregados… em todos os estados de vida,  somos convidados a cumprir esta grande Vocação: ser santos! Exatamente  na mesma linha do conselho evangélico dado por Nosso Senhor Jesus Cristo:  “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos  será dado em acréscimo” (Mt 6,33).

O martírio de São Sebastião

Peçamos, portanto, ao grande São Sebastião que nos ajude nesse propósito:  levarmos nossa vida reta – não tortuosa, bem focada em agir de acordo com  o que Deus espera de nós, para que, ao final, possamos alcançar a Salvação. Que Maria Santíssima nos ajude!

Salve Maria!

(1) Arautos do Evangelho. São Sebastião. Disponível em:
http://www.arautos.org/especial/33252/Sao-Sebastiao–Martir.html

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“Eu quero tudo!”

A propósito da comemoração da memória de uma das santas mais populares no Brasil, Santa Teresinha do Menino Jesus, comemorada no dia 1° deste mês de Outubro, os Arautos do Evangelho trazem para o leitor um belíssimo trecho de sua autobiografia, em que transparece sua singular e grandiosa vocação dentro da Igreja.

Santa Teresinha do Menino Jesus

Padroeira das Missões sem nunca ter saído de seu Mosteiro? Esse trecho mostra o modo pelo qual uma alma pode, por sua vocação, suas orações, trabalhos, intenções, mas sobretudo por seu amor a Deus e à Igreja, realizar uma grande obra espiritual dentro de uma vida material comum e simples. É o que propõe a chamada “Pequena Via” aberta por essa doutora da Igreja às almas que não se sentem capazes de grandes ações naturais, mas que desejam grandes vitórias para Nosso Senhor neste mundo.

Não tendo ainda sua vocação totalmente esclarecida, procurava a jovem Teresa consolo nas Sagradas Escrituras, mais especificamente nas cartas de São Paulo, qual seria sua função no Corpo Místico de Cristo, ou seja, a Igreja:

 “Ao considerar o Corpo místico da Igreja, não me encontrara em nenhum dos membros enumerados por São Paulo, mas, ao contrário, desejava ver-me em todos eles. A caridade deu-me o eixo de minha vocação. Compreendi que a Igreja tem um corpo formado de vários membros e neste corpo não pode faltar o membro necessário e o mais nobre: entendi que a Igreja tem um coração e este coração está inflamado de amor. Compreendi que os membros da Igreja são impelidos a agir por um único amor, de forma que, extinto este, os apóstolos não mais enunciariam o Evangelho, os mártires não mais derramariam o sangue. Percebi, reconheci que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno.

Então, delirante de alegria, exclamei: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação: minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na igreja, Tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará.”1

Sobre essa sua, ao mesmo tempo, especial e universal vocação, trazemos um pequeno “fioretti” em que esta já se entrevia… Sendo ainda bem pequena, foi-lhe apresentada, numa ocasião especial, uma bela bandeja cheia dos mais variados presentes, para que ela pudesse escolher aquele que fosse de seu maior agrado. Interrogada a este respeito, veio de súbito a resposta da pequena Teresa: “Quero tudo!”.

Peçamos a Santa Teresinha que inflame nossas pequenas almas com o grande amor que a levou a desejar e alcançar os maiores píncaros da Santidade.

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1Manuscrits autobiographiques, Lisieux 1957, 227-229

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Dar glória a Deus

O martírio de São Lourenço – Museo Unterlinden – Comar, Alsacia

As histórias dos santos e mártires nos trazem fatos ricos em ensinamentos, apontando a finalidade para a qual fomos criados: dar glória a Deus! E essa glória por eles santamente prestada, apoia-se em dois elementos fundamentais: o esquecimento de si mesmo e a pureza de intenção. Exemplo disso podemos contemplar na vida e martírio de São Lourenço (258 d.C), cuja festa celebramos no corrente mês.

Estabelecido pelo Papa Sixto II arquidiácono de Roma, ficando responsável pelos tesouros da Igreja, sofria a violenta perseguição do imperador Valeriano contra os cristãos. O Prefeito de Roma, seguindo as ordens desse tirano, quis obrigar ao Santo que entregasse “os tesouros escondidos”. O preclaro diácono os trouxe, reunindo-os na praça, dizendo: “Vinde ver os tesouros de nosso Deus: vereis um grande pátio cheio de vasos de ouro e talentos amontoados em galerias”. Quais eram tais tesouros? Inúmeros pobres, ricos do amor a Nosso Senhor.

Diante de tal quadro, indignado, o prefeito determinou que deitassem a São Lourenço sobre um leito de ferro, debaixo do qual havia incandescentes brasas.

Eis que se dá o inimaginável, porém não surpreendente para os homens de fé: depois de o mártir estar deitado na grelha, por muito tempo, disse ao carrasco: “Fazei-me virar, pois já estou bastante assado deste lado”. E o fizeram! Já num segundo momento, bradou o mártir: “Está assado, podeis comer”. Olhando, então, para o céu, rogou a Deus pela conversão de Roma e morreu. (1)

São Lourenço, mártir – Itália

Que esse exemplo de heroísmo, com esquecimento de si mesmo e amor ao Criador, nos estimule a sempre buscarmos dar glória a Deus, amando e servindo-O. E como nos ensina São Luís Maria Grignion de Montfort, no seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, confiemos este fundamental dever de dar glória a Deus Àquela que, por excelência, trilhou esta esplendorosa via, cheios de amor e admiração à

“… sublimidade de suas intenções, que foram tão puras, que Ela deu mais glória a Deus, pela menor de suas ações, por exemplo, fiando em sua roca, dando um ponto de agulha, do que um São Lourenço estendido na grelha, por seu cruel martírio…” (2)

Por Adilson Costa da Costa

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(1)   Padre Rohrbacher. Vida dos Santos. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Vol. 14, p. 302-307.

(2)   MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 39 ed. Petrópolis: Vozes, 2009. Pág. 215.

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