By

O pedregulho, o colibri e o filho de Deus

Um dos atrativos ao realizarmos uma viagem às alterosas de Minas Gerais é visitar as cidades históricas e podermos desfrutar – ainda que talvez não compremos – as lindas pedras preciosas e semipreciosas expostas em inúmeras lojas. Muitas delas, naturalmente belas, tomam ainda mais esplendor quando o engenho humano as transforma em magníficas joias. Entre estas, podemos contemplar lindos pássaros, águias, papagaios, beija-flores.

Imagine-se o leitor, num desses passeios, entrando em uma loja de pedras e contemplando um lindo colibri. De repente, alguém transforma esta joia em um colibri vivo. Pergunto: ficaria ou não impressionado, talvez sem saber o que dizer? Não é por menos, pois seria tal o prodígio!

Mas aonde se quer  chegar com esta imaginação tão curiosa?

Este fato imaginário veio a propósito de uma linda e quão útil abordagem apresentada por Mons. João Clá Dias, EP ao comentar a Festa do Batismo do Senhor que celebramos no término Tempo do Natal. Vejamos as luzes que cintilam desta celebração.

Com efeito, em nossas primeiras lições de Catecismo aprendemos que o verdadeiro cristão é aquele que é batizado, crê e professa a doutrina e a lei de Jesus Cristo. Este conceito é tão simples e ao mesmo tempo de uma grandeza extraordinária. Por quê?

Consideremos o significado do batismo: ele nos torna autênticos filhos de Deus. A tal ponto que o Catecismo da Igreja Católica assim o definiu: “O Sacramento do Batismo é o fundamento de toda a vida cristã […]. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão” 1.

E o que é ser filho de Deus?

É “simplesmente” termos uma “filiação real, porque por meio deste Sacramento Deus enxerta em nós sua própria vida […] é infundida uma qualidade sobrenatural que a torna deiforme, ou seja, semelhante a Deus em sua própria divindade”. E qual a consequência? “E com a graça santificante a alma recebe, por ação divina, as virtudes […] e os dons, pelos quais passa a agir como Deus” 2.

Retomando nossa introdução, entendemos a afirmação do Fundador dos Arautos: “Toda a pregação de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja tem como núcleo o convite para sermos filhos de Deus pelo Batismo. Este é um dos maiores milagres que é possível fazer. Se alguém transformasse um pedregulho em colibri, faria um milagre muito menor do que o operado no Batismo. Entre a pedra e o colibri há certa proporção, pois ambos pertencem à natureza material. Mas, tornar uma criatura humana partícipe da natureza divina é um salto infinito, que Nosso Senhor nos concede com o Batismo” 3 [grifo nosso].

Assim, caro leitor, seja esta Festa do Batismo do Senhor uma ocasião muitíssimo especial para nos compenetrarmos deste milagre que Ele realizou em nós quando fomos batizados: o de sermos filhos de Deus.

Não há, na face da terra, título maior do que este: filho de Deus. E peçamos assim a graça, por meio de Nossa Senhora, de correspondermos à filiação divina, não a renegando por nada, renunciando às “glórias” do mundo desvinculadas ou contrárias a esta filiação.

Por Adilson Costa da Costa

_________________________

1 Catecismo da Igreja Católica. Tópico n. 1213: o Sacramento do Batismo. 11. ed. São Paulo: Loyola, 2001, p. 340
2 Mons. João S. Clá Dias, EP. A alma divinizada. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. I, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 169.
3 Mons. João S. Clá Dias, EP. Somos verdadeiros filhos de Deus! In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. I, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 167.

 

By

Revista Arautos em Foco – Setembro 2013

 1 MILHÃO DE LEITORES EM TODO O MUNDO!

Resenha Mensal

da Revista

Arautos do Evangelho

N. 141

Setembro 2013

Capa:

“O filho pródigo”, vitral da Catedral de São João Batista, Charleston (Estados Unidos)

Neste mês de Setembro de 2013, em sua edição n. 141, a capa da Revista Arautos do Evangelho ilustra, através da foto de um belo vitral da Catedral de Charleston, nos Estados Unidos – e com a inscrição O Pai perfeito – a extrema bondade manifestada pelo pai que acolhe com misericórdia o filho pródigo.

Fazendo referência a este mesmo assunto, o Editorial deste número 141, cujo título é O Grande Retorno da “Humanidade Pródiga”, demonstra que a liberdade e a razão são dons preciosos concedidos por Deus à humanidade. No entanto, o homem, ao longo dos últimos séculos utilizou esses dons para seu próprio bem-estar; desenvolveu a humanidade um suposto progresso em todas as áreas (ciências, artes, leis, comunicações, tecnologias, etc.), mas, um progresso que não coloca Deus em seu centro, fazendo referência ao filho pródigo narrado nos Evangelhos, que abandona a casa paterna para usufruir de prazeres mundanos: “O filho pródigo do Evangelho perdeu sua herança porque desejou gastá-la longe da casa do pai, e a humanidade parece ter perdido a luz da razão porque julgou-se capaz de usá-la sem Deus”. Tendo desperdiçado a sua “fortuna da inteligência e da liberdade”, restou à humanidade contemporânea apenas as “bolotas dos porcos”. É hora, portanto de, com o auxílio da Mãe das Misericórdias – Maria Santíssima – voltar a humanidade à casa paterna, pois exatamente isso foi previsto por Ela em Fátima, quando prometeu “Por fim o meu imaculado coração triunfará”.

Voz do Papa traz excertos da Homilia proferida pelo Santo Padre Francisco na Santa Missa para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro em 28 de Julho. Em suas palavras, o Papa convida os jovens a serem discípulos de Jesus Cristo, através da missão: “Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir”. Na homilia na Santa Missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, o Santo Padre lembra o papel de Maria na busca por Cristo, pois é dela que se aprende o verdadeiro sentido do discipulado; “Eu venho bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós (…) a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um país e de um mundo mais justo”.

No Comentário ao Evangelho de Lucas 15,1-32 que a Liturgia propõe para o XXIV Domingo do Tempo Comum, Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho, nos recorda que “face às objeções farisaicas, Nosso Senhor traduz em parábolas seu encanto em perdoar os homens, cumulando-os de misericórdia. E, ao mesmo tempo, mostra como nem todos aceitam o convite para se beneficiar das riquezas desse perdão redentor”. Em suma, o Comentário ao Evangelho deste mês é um belo Tratado, no qual Mons. João Clá expõe com clareza as sutilezas do Amor de Deus para conosco, Amor que se traduz na maneira misericordiosa como Ele nos perdoa. A Justiça de Deus não é feita de acordo com os “limitados critérios humanos”. Após estudar este Comentário, o leitor da Revista Arautos do Evangelho terá uma visão completa da forma como Deus age em nossas vidas: “no ‘fiat’ de Maria Santíssima, o perdão de Deus se fez carne e habitou entre nós (Cf. Jo 1,14)”.

Interessantíssimo e muito bem referenciado artigo do Pe. Arnóbio José Glavam, EP intitulado Como surgiu a Bíblia traz uma profunda formação, em linguagem clara e acessível sobre “como surgiram os livros sagrados, qual o critério de seleção utilizado e com que autoridade foram eles adotados ou rejeitados”. Escritos por mãos humanas, mas sob total inspiração do Divino Espírito Santo, são autenticamente a Palavra de Deus. “O eixo divino em torno do qual giram ambos os Testamentos é a pessoa de Jesus Cristo: no Antigo, Ele é o anunciado; e o Novo é a realização desse anúncio”. Este é um artigo que deve ser estudado com afinco por todos aqueles que se interessam pelas sagradas escrituras.

A seção Arautos no Mundo descreve as inúmeras atividades desenvolvidas pelos Arautos em vários países como, Costa Rica, República Dominicana, Itália, Equador, Espanha, destacando as inúmeras peregrinações, nos mais diversos ambientes da Imagem Peregrina do Imaculado Coração de Maria. Visitando paróquias, hospitais, locais públicos e inúmeras residências, os Arautos levam aos irmãos mais necessitados de apoio espiritual e material, as bênçãos de nossa Mãe Celestial.

Arautos no Brasil destaca apostolado realizado em diversos Estados brasileiros: Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Paraná. Neste último houve, em Ponta Grossa, um Encontro Regional dos Cooperadores (“Terciários”) no qual foi abordado como tema o valor do oração. A revista deste mês de setembro destaca a visita do Emmo. Cardeal Antonio María Rouco Varela, Arcebispo de Madri (Espanha) que, aproveitando sua viagem ao Brasil para participar da JMJ, quis visitar o Seminário dos Arautos do Evangelho em Caieiras (Serra da Cantareira, SP), onde celebrou Missa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário.

“Boca de Ouro”. Este é o cognome de São João Crisóstomo, cuja vida é narrada pela Irmã Angela Maria Tomé, EP. A partir da página 32 da revista deste mês de Setembro/13, em artigo denominado A força da palavra, demonstra a autora o quanto soube este grande Santo usar do poder da palavra: “Ele não visava obter aplausos: servia-se do púlpito para levar as almas a Deus e Deus às almas”. Este Santo soube demonstrar na prática, nas palavras de Monsenhor João Clá, que “a Palavra de Deus tem uma força irresistível. Ela é a mais poderosa arma que existe; arma de conquista, arma de transformação muito mais poderosa do que a bomba atômica! Um orador sacro bem preparado, que transmita a palavra revelada, tem nas mãos um verdadeiro tesouro de influência e de possibilidades para fazer o bem”. Com toda justiça, São Pio X proclamou São João Crisóstomo, o “Boca de Ouro”, como patrono dos oradores sacros.

Quem poderia imaginar a existência de um mosteiro cisterciense em pleno coração do Brasil? Na pequena cidade de Claraval, no Estado de Minas Gerais, divisa com o Estado de São Paulo, existe esta joia. E alguns arautos foram visitá-lo, como narra Jorge Martínez, a partir da página 36. Vale a pena conferir as fotos e a descrição deste ambiente que transmite com muita propriedade o carisma da Ordem de Cister.

A doçura de uma mãe é revelada no desvelo que ela tem por seus filhos, principalmente quando os pequenos mais necessitam de seus cuidados maternos. Assim é narrado um episódio da vida de Dona Lucilia Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, extraído da obra Dona Lucilia, publicada recentemente Monsenhor João Clá Dias. Confira esta singela narrativa, a partir da página 38.

Em sua belíssima apresentação gráfica, que se revela desde a qualidade do papel utilizado até as fotos e ilustrações, o número 141, da Revista Arautos do Evangelho de Setembro de 2013 tem ainda muitas outras seções: notícias da Igreja no mundo, os resumos das vidas dos santos de cada dia; a seção História para crianças… ou adultos cheios de Fé? este mês com a história As duas moedas perdidas.

“Eis que estou à porta e bato”…, artigo da Ir. Juliane Vasconcelos Almeida Campos, EP nos chama a abrir a porta de nossa alma para a Graça de Deus: “Nossa morada interior é guardada pela mais robusta e impenetrável das portas. Esta, porém, tem a peculiaridade de não possuir fechadura pelo lado de fora”.

Por isso, querido leitor, queremos convidá-lo a ler – por que não – “meditar” a Revista Arautos do Evangelho em sua totalidade! Uma excelente companhia para toda a família!

Faça a sua assinatura, contatando a Sede Regional dos Arautos, em Maringá, através do telefone (44) 3028-6596, ou através deste BLOG e daremos as informações detalhadas

Salve Maria! Até o próximo mês.

Por João Celso

A Revista Arautos do Evangelho nasceu em 2002, um ano após os Arautos receberem do Papa a aprovação Pontifícia.

Com o intuito de levar aos lares do mundo inteiro a Palavra de Deus, as principais notícias da Igreja e um conteúdo completo baseado nos ensinamentos da Santa Sé, a Revista Arautos traz em suas páginas artigos para todas as idades e visa, sobretudo, a formação católica da família.

A Revista Arautos é instrumento de evangelização e expressa o carisma dos Arautos do Evangelho”.

(www.revistacatolica.com.br) 

%d blogueiros gostam disto: