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A escada de prata e a escada de ouro

Uma graciosa lenda, tirada dos Fioretti de S. Francisco de Assis, justifica as esperanças dos servos de Maria no Dia do Juízo. A Rainha do céu fez esta promessa: “Estarei diante dos meus devotos servos na hora da morte, para que saiam deste mundo sem ser feridos pelos inimigos que os rodeiam”. São Bernardo chama Maria a “Escada dos Pecadores”.

A lenda seguinte concorda com a doutrina:

Frei Leão, um dos companheiros de S. Francisco de Assis, viu em sonho a cena do Juízo Final.

Num vasto campo, os Anjos reuniam, ao som das trombetas, uma imensa multidão. A uma das extremidades do campo, uma escada de ouro se elevava da terra até o Céu. Na outra extremidade, outra escada, mas de prata, descia do Céu e chegava até a terra.

No tope da escada de ouro, frei Leão via Jesus Cristo, sob as aparências de um Juiz severo; embaixo, estava São Francisco, que Jesus abraçou logo. Disse então o Santo: “Vinde, meus irmãos, vende sem temer”.

Os religiosos avançaram e subiram com segurança os degraus da escada de ouro. Mas quando todos tinham começado a subir, um caiu do terceiro degrau, outro do quarto, do quinto, do sexto ou do décimo. Enfim, nem um só ficou sobre a escada. São Francisco, olhando para Nosso Senhor, lhe pediu que não os repelisse, mas Jesus Cristo, mostrando a seu servo suas chagas sangrentas, disse: “Vê o que me têm feito teus irmãos”.

Então, o santo desceu alguns degraus e dirigindo-se de novo a seus irmãos, disse ele: “Coragem, tende confiança, meus irmãos. Vede a escada de prata; é nela que subireis ao Céu”.

Apareceu logo, no tope da escada de prata, a gloriosa Virgem, clemente e misericordiosa. E os filhos de S. Francisco, graças à Virgem Imaculada, chegaram até o Paraíso.

(Do livro: MARIA ENSINADA À MOCIDADE)

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