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III Domingo da Páscoa

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

A profundidade e a multiplicidade de significado das ações de Nosso Senhor Jesus Cristo são tão substanciosas que se tornam totalmente impossíveis de um ser humano abarcar por completo. Eis o caso do Evangelho de hoje.

Jesus já estava em corpo glorioso. Os discípulos O veriam somente se Ele Se mostrasse, mas ainda não havia descido sobre eles o Espirito Santo, eles se reuniam para mutuamente se apoiarem. Saíram para pescar à noite e Pedro, sempre entusiasmado e impetuoso, se havia constituído um propulsor dos Apóstolos. Com o passar das horas a ineficácia de seus esforços ficou claro a dependência do auxílio divino. Jesus aparece sem ser reconhecido e, ao dirigir-lhes a palavra, não revela Sua identidade. Isso nos mostra o quanto Jesus pode estar presente junto de nós, em nosso cotidiano, sem nos darmos conta. Nosso Senhor, aproveitando do fracasso daquela noite de pesca para mais uma lição, aconselha os Apóstolos a lançar mais uma vez a rede ao mar.

Ao avistar o mestre, Pedro foi o único a lançar-se nas águas; a dor pela falta cometida, o entusiasmo por Jesus, a rede pesadíssima fizeram-no optar por vias mais rápidas e decididas. O “porque estava nu” significa que estava com o traje sumário de pescador, então viu-se Pedro na contingência de cingir-se com a túnica para nadar os cem metros que o separavam de Jesus.

Quando Jesus manda que tragam os peixes, Pedro, em seu ardoroso amor, termina ele mesmo de trazer o barco, a rede e os peixes, pois os demais Apóstolos estavam absortos na contemplação do Senhor. O número de 153 peixes, sem dúvida é simbólico, bem como o final do versículo, pois mesmo com o grande número e porte dos peixes, a rede não se rompeu. Santo Agostinho explica que a diferença entre as duas pescas é que na primeira a rede se rompeu, representando as heresias surgidas ao longo dos séculos e, na segunda, a rede não se rompe, sendo esta a pré-figura da Igreja após a ressurreição dos mortos no qual haverá o supremo império da paz dos justos.

A beira da praia Jesus com seu transbordante e insuperável afeto se compadece ao extremo pelo simples fato de nos encontrar com fome, símbolo de quanto nos assiste em nossas necessidades espirituais.

Os versículos finais nos mostram Pedro junto ao Salvador. Conforme o Concílio Vaticano I: “Só a Simão Pedro conferiu Jesus, depois da Ressureição, a jurisdição de Sumo Pastor e reitor de todo o seu rebanho, ao dizer: ‘Apascente minhas ovelhas’ (Jo 21,25ss)”.

Lições para os católicos de todos os tempos é que em todas as missões apostólicas, devemos estar convictos da presença de Cristo ao nosso lado. Nós O sentiremos se prestarmos atenção tal qual se deu com os Discípulos na pesca. Outra lição é que não é frutuosa a pesca de almas realizada à noite, ou seja, por mais cultura, inteligência, ou dons naturais que temos nada conseguiremos em nosso apostolado se contarmos exclusivamente com os meios humanos, devemos sempre pedir o auxílio Divino!

 “Chegada a manhã…”… É na luz da graça e, portanto, na intercessão de Maria Santíssima que Jesus se apresenta na praia. Ação missionária de maravilhosos efeitos sempre tem sido a realizada à luz da aurora da mediação d’Aquela que é invocada como Estrela da Manhã!

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