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A devoção a Nossa Senhora atrapalha a devoção a Jesus Cristo?

Uma das questões levantadas ao longo da História sobre a devoção a Maria Santíssima, formula a seguinte pergunta: a devoção a Nossa Senhora atrapalha, desvia a devoção a Jesus Cristo?

Um belo artigo estampado no Boletim Informativo “Salvai-me, Rainha de Fátima, pela graça de Cristo, Nosso Redentor” nos traz a resposta de forma sucinta, interessante e irrefutável. Vejamos os dois argumentos expostos, muito úteis, aliás, para esclarecermos aqueles e aquelas que, embora piedosos, tem por vezes certa dificuldade em compreender o papel imprescindível da devoção à Mãe de Deus.

Nossa Senhora de Paris – Arautos do Evangelho

Dois pontos são apresentados. O primeiro, por meio da Constituição Dogmática Lumen gentium: “Todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece” (Lumen gentium, n. 60). [grifos nossos]

Outro argumento no sentido de demonstrar o quanto a devoção a Nossa Senhora é o melhor caminho para se chegar a Jesus Cristo, é explicitado séculos antes por São Luis Maria Grignion de Montfort.

Diz o Santo missionário mariano: “Seria possível que Aquela que achou graça diante de Deus para o mundo inteiro em geral, e para cada um em particular, impedisse uma alma de encontrar a grande graça da união com Ele? Seria possível que Aquela que foi cheia de graça e superabundante de graças, e tão unida e transformada em Deus que este n’Ela Se encarnou, impedisse uma alma de ficar perfeitamente unida a Deus?” (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, n. 164).

E conclui São Luis: “Vós, Senhor, estais sempre com Maria, e Maria sempre convosco; nem pode Ela estar sem Vós, pois senão deixaria de ser o que é; de tal modo está Ela transformada em Vós, pela graça, que já não vive, já não existe: sois Vós que viveis e reinais n’Ela, de maneira mais perfeita que em todos os Anjos e Bem-aventurados. […] Maria está tão intimamente unida a Vós que mais fácil seria separar do sol a luz, e do fogo o calor” (idem, n. 63).

Apresentados estes argumentos, mais fácil fica compreendermos o “indispensável papel de Maria na nossa salvação” – conforme salienta Mons. João Clá Dias: “Pois assim como Jesus veio a nós por Maria, é também  por meio d’Ela que obteremos as graças necessárias para sermos outros Cristos e alcançarmos a vida eterna”. ²  [grifos nosos]

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¹ Pe. Juan Carlos Casté, EP. Jesus e Maria, unidos como o fogo e o calor In Boletim Informativo Salvai-me, Rainha de Fátima, pela graça de Cristo, Nosso Redentor, Ano XI, n° 58.

² Mons. João S. Clá Dias, EP. Amanhã, tudo saberemos! In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 172.

 

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Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria

O grande Santo mariano, São Luis Maria Grignion de Montfort, comenta na obra “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, que Deus reuniu todas as águas e chamou-as mar, reuniu todas as graças e chamou-as Maria.

Esta verdade é própria a nos extasiar. Mencionemos apenas algumas das inúmeras graças com as quais a Providência ornou Aquela que é a Obra prima saída de suas mãos: Cheia de graça, Imaculada Conceição, Virgindade perpétua, Mãe de Deus, Rainha dos Anjos e dos homens, Consoladora dos aflitos, Saúde dos enfermos, Medianeira universal de todas as graças, Mãe do Bom Conselho… Oh! Quanta maravilha!

Caro leitor, reflita por alguns instantes e procure apontar qual o principal privilégio que Maria Santíssima recebeu de Deus. Qual lhe parece?

Santa Maria, Mãe de Deus

Para auxiliar iniciemos nossa meditação a partir da Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, celebrada no dia 1° de janeiro. Escreve Mons. João Clá Dias, EP: “A grandeza de Maria aparece com maior evidência no trecho da Carta aos Gálatas escolhido para a segunda leitura (cf. Gal 4, 4-7), no qual  São Paulo sublinha que Nosso Senhor Jesus Cristo nasceu de uma mulher: ‘Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva` (Gal 4, 4-5). Se humanizarmos um pouco a figura de Deus, como tantas vezes o faz a Escritura, podemos imaginá-Lo esperando ‘o tempo previsto’ para o nascimento  da Mãe do Redentor. Mas na realidade, Ele – para quem tudo é presente – concebeu eternamente a obra da criação e, no centro desta, num só ato de sua vontade divina e num mesmo e idêntico decreto, predestinou a Jesus e Maria. Portanto, no plano da Encarnação do Verbo, estava também contido o dom singularíssimo da maternidade divina de Nossa Senhora”².

E assim conclui o Fundador dos Arautos: “Isto nos faz compreender porque, dentre os incontáveis privilégios de Maria – dos quais a abundante coletânea de títulos acumulados pela piedade católica para louvá-la nos dá uma pálida ideia –, o principal é o de ser Mãe de Deus. Comparados com este, todos os demais são ínfimos!”.

Aprofundando ainda mais a afirmativa, argumenta: “Deus poderia ter escolhido um meio distinto para assumir nossa natureza e estar entre nós, mas Ele quis tomar Nossa Senhora como Mãe. Para uma pessoa humana é impossível uma prerrogativa superior a esta e por isso, como ensina São Tomás, Ela Se encontra na categoria das criaturas perfeitas, à qual pertencem apenas duas mais: a humanidade santíssima de Jesus e a visão beatífica”³. A respeito desta temática podemos abordar em outra ocasião.

Eis aqui a luz da grandeza da Mãe de Deus emanada a partir das leituras do Evangelho e da Carta de São Paulo aos Gálatas, para esta Solenidade que abre o Ano Bom: Nossa Senhora é Mãe de Deus. Tal verdade, caro leitor, deve nos consolar, animar, alegrar! Sim, ao entrarmos no Ano Novo, em meio a tantas incógnitas, voltemo-nos para esta Mãe, Mãe poderosa que, sendo Mãe de Deus é também Mãe nossa. Ela é para nós a certeza da vitória, em qualquer circunstância da vida. Que Ela te cubra com seu manto materno por todos os dias de tua vida. Assim seja.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 43ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 2013, p. 32.

² Mons. João S. Clá Dias, EP. Um altíssimo privilégio, concebido por Deus desde toda a eternidade. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. VII. Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 15-16.

³ Idem, p. 16.

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Para aprofundar sobre “Santa Maria, Mãe de Deus”, ler o magnífico artigo de Mons. João Clá Dias:

http://www.arautos.org/especial/22223/Santa-Maria–Mae-de-Deus.html

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A parábola do banquete de casamento

Foi a Igreja ao longo dos séculos convidando sucessivamente todos os povos
para o divino banquete.
“Pregação de São Pedro”
Catedral de Manresa – Espanha

Com a vinda de Jesus Cristo à terra, abriram-se as portas do Céu, eis que todos os homens são convidados a gozarem da eterna felicidade. Para que este convite se efetive por todo o mundo, o divino Salvador deu ordem aos Apóstolos: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi” (Mt 28, 1-14). Este convite para Paraíso Celeste feito por Nosso Senhor é expresso, de modo especial, na parábola do banquete de casamento.

No entanto, para participarmos deste banquete, se faz necessário um traje de festa. Qual é este traje de festa?

Com efeito, segundo São Mateus (Mt 22, 1-14),  Jesus contou a parábola do banquete de casamento do filho do rei, imagem do Reino dos Céus, símbolo da salvação. Para este banquete régio, o rei mandou seus empregados chamar os convidados. Estes recusaram, reagindo uns com indiferença, outros com ódio, a ponto de baterem e matarem os enviados.

Segundo São Gregório Magno, o rei é o próprio “Deus Pai, [que] realizou as núpcias de seu Filho quando O uniu à natureza humana no seio da Virgem, quando quis que Aquele, que era Deus antes do tempo, Se fizesse Homem no tempo” ¹.

Os emissários do rei que foram mortos
representavam os mártires de todos os tempos
“Martírio de Santo Estêvão”
Catedral de Dijon (França)

Já os empregados do rei, segundo a tradição, eram os Profetas e São João Batista, o Precursor. Junto a estes, ao longo da história, outros empregados foram os enviados para chamar os convidados, como Santo Estevão e os mártires. A recusa foi tal, que Jesus, ao contar a parábola, bem sabia que Ele próprio, o Filho do Rei, seria morto e crucificado.

Em face de indigna atitude dos convidados, o que fez o rei da parábola? Mandou chamar todos os que encontrassem pelo caminho, maus e bons. E eis que a festa ficou cheia de convidados.

Todos, enfim, participaram da festa do rei e alegraram-se com o banquete preparado? Entre os convidados, um não pode gozar da esplêndida festa. O que aconteceu?

Narra São Mateus (Mt, 22, 11-12a): “Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí um homem que não estava usando traje de festa e perguntou-lhe: ´Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?`. Diante do silêncio do comensal sem o traje apropriado, à pergunta do rei, este mandou o convidado para as “trevas exteriores”.

Qual era este traje de festa, condição para que o convidado permanecesse e gozasse do banquete régio?

Assim nos traz a explicação, o Fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá Dias: Ora, o que significa este ‘traje de festa’? A interpretação dos exegetas e teólogos coincide em identificá-lo com o estado de graça, no qual deve estar a alma para entrar no Reino dos Céus” ². [grifos nossos]

E continua: “Segundo Santo Hilário, ele representa ´a graça do Espírito Santo e o candor do hábito celestial que, uma vez recebido pela confissão da Fé, deve ser conservado limpo e íntegro até a entrada no Reino dos Céus`”.

Finalizando com São Jerônimo, escreve Mons. João Clá: “E para São Jerônimo simboliza ´os preceitos do Senhor e as obras praticadas conforme a Lei do Evangelho, que confeccionam a vestimenta do homem novo. Se alguém, no dia do Juízo, ali se encontrar com o nome de cristão, mas não tem a vestimenta das bodas, isto é, o traje do homem celestial, e sim aquele manchado, quer dizer, os farrapos do homem velho, no mesmo instante será agarrado e se lhe dirá: ‘Amigo, como entraste aqui`”³.

Em síntese, o traje da festa representa o estado de graça. Se quisermos participar do banquete que o Rei e Senhor tem para nós no Céu, tenhamos esta vestimenta, que é a amizade com Deus, traduzida nesta vida na prática dos ensinamentos de Jesus e de seus Mandamentos. Eis o tesouro por excelência de nossa existência.

Para isto, rezemos com Santo Agostinho: “Ajuda-nos, Senhor, a deixar-nos de desculpas más e vãs e a comparecer a esse banquete… Que a soberba não seja impedimento para irmos ao festim, que não nos emproemos em jactância, nem uma má curiosidade nos apegue à terra, distanciando-nos de Deus, nem a sensualidade estorve as delícias do coração” 4.

Em outras palavras, que nem o orgulho, nem a sensualidade, nem o pecado nos afaste de Jesus, Senhor Nosso, mas antes, a Ele estejamos unidos radicalmente, na graça de Deus, agora e por toda a eternidade.

Que a Virgem fiel, Mãe da Divina Graça, assim nos ajude.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ São Gregório Magno. Homiliae in Evangelia. L. II, hom. 18, n.3. In: ____.  Obras. Madrid: BAC, 1958, p. 749-750.

² Mons. João S. Clá Dias, EP. Um convite feito para todos. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 393.

³ Idem, p. 393.

4 Santo Agostinho, Sermão 112.

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De qual remédio precisamos?

Muitos são os remédios que precisamos. Remédios que curam nossas necessidades, desde as mais altas, como as espirituais, e também aquelas que por vezes nos angustiam: as materiais. Sejam quais forem, há para estas o auxílio daquela que é Mãe de Deus e Mãe nossa. Daí lhe vem, entre os maravilhosos e numerosos títulos, o de Nossa Senhora do Bom Remédio.

De onde vem tal invocação, em função da qual podemos confiantemente nos acercar desta Mãe incomparável?

Corria o ano de 1198, quando São João da Mata e São Felix de Valois fundaram a Ordem Hospitalar da Santíssima Trindade. Sua missão era libertar os cristãos que na África e no Oriente Médio eram escravizados, inclusive obtendo esmolas para o pagamento de resgate. Como não poderia deixar de ser, para esta missão tão importante, movida pela compaixão de nossos irmãos sofredores de tantos e cruéis tormentos, recorreram à Mãe de Misericórdia, de maneira a obter os recursos necessários. E foram sobremaneira atendidos. Milhares de irmãos na Fé foram libertados. ¹

Nossa Senhora do Bom Remédio – Basílica Nossa Senhora do Rosário, localizada no Seminário dos Arautos do Evangelho

Eis que a intercessão desta bondosa e protetora Mãe levou-os a chamá-la de Nossa Senhora do Bom Remédio. Sua festa celebra-se neste mês de outubro (Dia 8).

Aqui está caro leitor, uma invocação atualíssima para todos aqueles que passam por necessidades financeiras, cujo número cresce a cada dia. Estas necessidades têm sua origem em fatores diversos, entre os quais, a crise econômica mundial, que em larga medida deriva da crise moral que assola nossos dias. Sim, crise moral, onde a desonestidade e deslealdade campeiam desavergonhadamente nas diferentes classes sociais, das mais humildes até as mais altas.

Disse Nosso Senhor: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6, 33). Como pretender que uma civilização alcance o desenvolvimento pleno de seus potenciais intelectual, econômico e cultural, apenas através das leis e do governo dos homens, quando estes se afastam da base de toda a ordem e de todo o direito que são os Mandamentos da Lei de Deus? E desgovernam-se por caminhos os quais o Supremo Governante não aconselha nem ordena?

 Que Nossa Senhora do Bom Remédio socorra com o bom remédio, todas as nossas necessidades, não somente as particulares e financeiras, como também, venha em socorro da agonizante sociedade hodierna, para curá-la da grande chaga moral, fruto do ateísmo professo ou prático, que conduz ao abandono da verdadeira Religião de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Nossa Senhora do Bom Remédio, rogai por nós!

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¹ O Tesouro da Oração: Novena a Nossa Senhora do Bom Remédio. Revista Arautos do Evangelho. n. 34, p. 2, out./2014. Disponível em: http://www.revistacatolica.com.br/revista-do-mes/.

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Os Exercícios Espirituais necessários à Consagração a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria

Pela intercessão sempre amorosa de Nossa Mãe Santíssima, estamos na reta final da preparação do segundo grupo que neste ano de 2014 realizará a sua Consagração a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, cuja solenidade se dará no Domingo, dia 08 de Junho de 2014.

Felizmente, além dos que fazem a sua Consagração, temos numerosas pessoas que expressaram o desejo de fazer a sua renovação anual da Consagração e, para isso, aproveitarão a mesma data.

Nesta semana, a partir da próxima terça feira, dia 06 de Maio, os consagrandos e também os que desejarem fazer a renovação, devem começar os 33 dias de exercícios espirituais preparatórios, conforme recomenda São Luís Maria no Tratado da Verdadeira Devoção. Esses dias de orações e meditações apenas se encerrarão no dia 07 de Junho (sábado), véspera da Consagração.

As orações propostas por S. Luís, bem como as datas respectivas serão listadas logo abaixo. Antes disso, gostaríamos de refletir um pouco a respeito dessa preparação. Façamos isto na agradável companhia do Tratado da Verdadeira Devoção, do qual pode-se dizer que se trata de um dos principais livros de Mariologia já escritos, vivamente aprovado e recomendando pelos Papas e por nossos Pastores.

No capítulo VIII do Tratado, a partir do n. 226 (a página pode variar conforme a edição), São Luís trata da importância de algumas práticas exteriores:

226. Se bem que o essencial desta devoção consista no interior, ela conta também práticas exteriores que é preciso não negligenciar; tanto porque as práticas exteriores bem feitas ajudam as interiores, como porque relembram ao homem, que se conduz sempre pelos sentidos, o que fez ou deve fazer; também porque são próprias para edificar o próximo que as vê, o que já não acontece com as práticas puramente interiores. 

Nenhum mundano, portanto, critique, nem meta aqui o nariz, dizendo que a verdadeira devoção está no coração, que é preciso evitar exterioridades, que nisto pode haver vaidade, que é preferível ocultar cada um sua devoção, etc. Responde-lhes com meu Mestre: ‘Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus’ (Mt 5,16). Não quer isso dizer, como observa S. Gregório, que devamos fazer nossas ações e devoções exteriores para agradar aos homens e daí tirar louvores, o que seria vaidade; mas fazê-las às vezes diante dos homens, com o fito de agradar a Deus e glorificá-lo, sem preocupar-nos com o desprezo ou os louvores dos homens”. (1)

A partir do n. 227 São Luís explica longamente e com muita propriedade quais os propósitos dessas práticas exteriores: São 33 dias de preparação, consistindo em 12 dias preliminares, seguidos por três semanas. Nas reuniões preparatórias, temos procurado detalhar esses exercícios espirituais, fornecendo, inclusive, material próprio às meditações.

No sentido de que os consagrandos tenham um resumo à disposição um resumo dos exercícios, através da rápida consulta ao Blog dos Arautos de Maringá, gostaríamos de confirmar, abaixo, o resumo das datas e das orações. Em caso de dúvida, sempre podem nos contatar ou buscar esclarecimentos nas reuniões. O mais importante é começar a preparação a partir deste dia 06 de Maio de 2014, terça feira.

Doze Dias preliminares:

Tema da meditação: empregados em “desapegar-se do espírito do mundo, contrário ao de Jesus Cristo”. (2)

Orações: “Vem, ó Criador Espírito” e “Ave do Mar Estrela”.

Período:  06 a 17 de Maio de 2014.

Primeira Semana:

Tema da meditação: “Durante a primeira semana aplicarão todas as suas orações e atos de piedade para pedir o conhecimento de si mesmo e a contrição por seus pecados”. (3)

Orações: Ladainha do Espírito Santo e Ladainha de Nossa Senhora.

Período: 18 a 24 de Maio de 2014.

Segunda Semana:

Tema da meditação: “Durante a segunda semana, aplicar-se-ão em todas as suas orações e obras cotidianas, em conhecer a Santíssima Virgem”. (4)

Orações: Ladainha do Espírito Santo; Ave, do Mar Estrela e um rosário ou ao menos um terço.

Período: 25 a 31 de Maio de 2014.

Terceira Semana:

Tema da meditação: “A terceira semana será empregada em conhecer Jesus Cristo”. (5)

Orações: Ladainha do Espírito Santo; Ave, do Mar Estrela; Oração de Santo Agostinho; Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus; Ladainha do Sagrado Coração de Jesus.

Período: 01 a 07 de Junho de 2014.

Para fazermos bem este ato solene de entrega, temos também que fazer a preparação espiritual. Assim, S. Luís vai nos introduzindo no gosto da oração; como o curso de um rio, que depois percorrer muitos caminhos deságua finalmente no mar, assim também, nós, após no nosso “curso”, imploramos a graça de Deus para, finalmente, desaguar nas águas ternas e abundantes da verdadeira devoção à Nossa Senhora. “Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria”. (6)

Salve Maria!


(1) São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 38ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 2009. P. 217.

(2) Ibidem, p. 219

(3) Idem.

(4) Ibidem, p. 220

(5) Ibidem, p. 221

(6) Ibidem, p. 30

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