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“Senhor, salva-me!”

No convívio com os nossos conhecidos e amigos somos, frente a algumas situações, tomados de certa compaixão: um que é “assaltado” por uma doença grave, a princípio, incurável, outro angustiado por um drama familiar ou pela dor da irremediável morte que se acomete.

Esse compartilhar o sofrimento do próximo – ou de você mesmo caro leitor, que vivendo uma situação difícil –, nos leva a procurar remediar em algo tal drama, problema ou dificuldade.

Nesse momento poderíamos questionar: O que fazer diante das tempestades da vida que nos assaltam?

Jesus tira São Pedro da água – Catedral de Salamanca – Espanha

Uma luz do Evangelho narrado por São Mateus (Mt 14, 22-23), apresentado no XIX Domingo do Tempo Comum, irradia um conselho para além daquilo que naturalmente somos incapazes de fazer.

Com efeito, após a multiplicação dos pães, Jesus ficou com as multidões para despedi-las e mandou aos Apóstolos irem de barca para o outro lado do mar. Acontece que em plena madrugada, após esforços inúteis no sentido de avançar com ligeireza naquela navegação, devido ao agitado do mar e vento contrário, em meio à violenta tempestade, Jesus aparece caminhando sobre as águas; então Pedro Lhe disse: “Senhor, se és Tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água” (Mt 14, 28). Diante do “vem” de Jesus, ele começou a andar, porém, assustado com o vento, ficou com medo e começou a afundar.

O que fez Pedro ao afundar nas águas? Gritou: “Senhor, salva-me!”

Caro leitor, quantas vezes presenciamos ou vivenciamos situações tempestuosas na nossa existência! Momentos em que parecemos afundar irremediavelmente. Sentimo-nos como uma barca a naufragar e tendemos a perder a esperança.

Como comenta Mons. João Clá Dias, a propósito deste Evangelho: “Essa é a nossa história: ao longo de nossa caminhada rumo ao Reino Eterno, sempre acontece, mais cedo ou mais tarde, diminuir-nos o fervor ou, às vezes, até sua sensibilidade chegar à estaca zero. E, assim, somos provados em nossa fé. Ai de nós se, nessas circunstâncias, nos esquecermos de que tudo quanto temos de bom vem de Deus! Se à primeira tentação perdermos o entusiasmo e a confiança, acabaremos por sentir a lei da gravidade cobrando o peso de nossa própria miséria: infalivelmente pereceremos”¹.

Nossa Senhora de Fátima – Arautos do Evangelho

E qual é a solução para não perecermos ante os problemas e tentações contra a fé?

O Fundador dos Arautos conclui: “A única solução para nós, nessa hora, será imitarmos São Pedro, gritando: ‘Senhor, salva-me!’”².

Em outros termos. Coloquemos nosso olhar no Divino Salvador, roguemos com confiança e Ele nos salvará das dificuldades – sejam quais forem –, ou então nos dará forças e animo para bem suportá-las. Sobretudo se soubermos invocar Aquela que é a intercessora junto ao Seu Divino Filho, a Estrela do Mar, Consoladora dos aflitos, pois conforme nos aconselha São Bernardo:

“Ó tu, quem quer que sejas, que te sentes longe da terra firme, arrastado pelas ondas deste mundo, no meio das borrascas e tempestades, se não queres soçobrar, não tires os olhos da luz desta estrela” ³.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Mons. João S. Clá Dias, EP. Até onde deve chegar nossa fé. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Ano A, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 269-270.

² Mons. João S. Clá Dias, EP, op. cit, p. 270.

³ São Bernardo de Claraval. Olha a Estrela, Invoca Maria! In: http://africa.blog.arautos.org/2014/05/olha-a-estrela-invoca-maria/. Acesso em 07 ago 2014.

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Você já provou o pão mais delicioso que existe na Terra?

A par das questões nutricionais que se levantam em torno deste ou daquele alimento, inegável é que, ao longo da história, os pães foram e são até os dias atuais, muito apreciados pelas civilizações. De variados tipos, eles são verdadeiras delícias para quem os saboreia.

Tomemos os famosos pães alemães, italianos ou franceses. Até mesmo o mais simples pão, recém-saído do forno, quando saboreamos num frugal lanche da tarde, tem seu papel.

Pois bem, procure-se indagar qual deles terá sido o melhor tipo de pão, chegaremos à seguinte conclusão: o pão mais delicioso que se conheceu foi aquele que, pelo milagre operado por Nosso Senhor Jesus Cristo, foi multiplicado.

Com efeito, narra-nos a leitura de São Mateus (14, 13-41), neste XVIII Domingo do Tempo Comum: Pregava Jesus num lugar deserto e afastado, às multidões que o seguiram. Ao entardecer, pretendiam os discípulos que o divino Mestre despedisse aqueles mais de cinco mil homens (sem contar as mulheres e as crianças). Mas Nosso Senhor, ao contrário, em sua divina bondade, mandou trazer os alimentos que tinham (cinco pães e dois peixes), os multiplicou a tal ponto, que não somente saciou a fome da multidão, como fez ainda sobrar doze cestos de pães.

Multiplicação dos pães

Eis um dos mais belos prodígios feitos pelo Divino Mestre, narrado pelos quatro evangelistas.

Sendo Ele a Perfeição e a Bondade, visto possuir em Si a essência de todas as virtudes, os pães que saiam de suas adoráveis mãos para que os discípulos¹ distribuíssem às multidões eram incomparáveis. Todas aquelas pessoas foram alimentadas, assim, com “o pão mais delicioso que se conheceu”. (2)

Deixemos de lado, por ora, a resposta proposta no início desse curto artigo e consideremos o seguinte: Nosso Senhor teve em vista somente saciar a fome daqueles mais de 5 mil homens (sem contar as mulheres e crianças)?

O Divino Salvador de fato, compadecido deles, além de curar os que estavam doentes, e encher-lhes a alma de seus maravilhosos ensinamentos, saciou com o milagre a fome de todos e os satisfez, conforme o evangelista nos narra (Mt 14, 13-21).

No entanto, para além desta intenção imediata, dando de comer a quem tem fome, Ele quis algo incomparavelmente superior.

Qual era então a intenção de Nosso Senhor, na multiplicação dos pães?

A esta pergunta curiosa, o Fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá Dias nos dá uma explicação lindíssima e fundamentada: “Ao realizá-lo [milagre da multiplicação dos pães], Jesus tinha em vista não só alimentar os corpos, mas, sobretudo, preparar as almas para aceitarem a Eucaristia. Multiplicando pães e peixes, manifestou seu poder sobre a matéria. Caminhando sobre as águas, poucas horas depois, tornou patente o domínio sobre seu próprio Corpo (cf. Mt 14, 22-27). Desta maneira, ia o Divino Mestre predispondo os Apóstolos a crerem, mais tarde, na Eucaristia, pois quem é capaz de operar tais prodígios, pode perfeitamente instituir um Sacramento no qual a substância do pão cede lugar à do seu sagrado Corpo”.

E continua: “Este milagre é, pois, uma esplêndida pré-figura da Eucaristia. Temos hoje o Santíssimo Sacramento à nossa disposição nas Missas diariamente celebradas pelo mundo inteiro: é a multiplicação dos Pães Consagrados, o Pão da Vida, até o fim dos séculos” (3).

A estas alturas, poderemos responder à pergunta que encabeçou este artigo: você já comeu o pão mais delicioso?

E a resposta será: não e sim. Não, porque não estávamos por ocasião da multiplicação dos pães feita por Jesus, e assim, não comemos daquele incomparável pão. No entanto, se você já fez a Primeira Comunhão pode responder: “Sim, comunguei o Pão da Vida, o ‘Santíssimo Sacramento [que] é um alimento tão infinita e substancialmente superior a toda ordem da criação’”. 4

Em seus desígnios divinos, Jesus queria dar o Sacramento da Eucaristia

Um ponto, ao seu modo, inédito e muito belo para se contemplar: “Deus podia criar o homem com uma natureza diferente, apta para sustentar-se, por exemplo, só com ar ou com água. Mas preferiu criá-lo com a necessidade da nutrição, porque estava em seus divinos desígnios dar-lhe, a seu tempo, o supremo alimento espiritual: o Sacramento da Eucaristia. Por conseguinte, é cabível dizer que Ele, ao idealizar o trigo e a uva como duas criaturas vegetais possíveis, desde todo o sempre, não teve em vista apenas proporcionar um magnífico ao homem um bom champanhe ou um magnífico pão. Na mente do Criador, estava em primeiro lugar a Eucaristia, o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Filho d´Ele, sob as espécies do pão e do vinho que, num extremos de bondade inimaginável, oferecia aos homens em alimento”.  (4)

Peçamos à Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento que nos obtenha de Jesus a graça de comungarmos com frequência e, porque não pedi-lo, para comungarmos todos os dias de nossas vidas. Pois se é verdade que nos alimentamos do pão físico para sustento do corpo, o que dizer da adequação de comungarmos do Pão Eucarístico, que nos assume quando o recebemos e santifica nossas almas.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ São João Crisóstomo, Homilia XLIX, n. 1. In Obras, Homilías sobre El Evagelho de San Mateo (46-90). 2.ed. Madrid: BAC, 2007, v.II, p.53.

² Mons. João S. Clá Dias, EP. Cinco pães, dois peixes, mais Jesus. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Ano A, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 256.

³ idem, p. 254

4 idem, p. 254-255.

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Comprar ou vender? Qual o melhor negócio?

Esta pergunta, um tanto intrigante para um artigo de cunho religioso, pode nos causar estranheza. No entanto, me acompanhe o paciente leitor nesta consideração, e verá o quanto ela é pertinente.

Quando contemplamos os milagres operados por Nosso Senhor nos evangelhos, ficamos impressionados e encantados. As curas físicas e espirituais, no entanto, além de trazer o benefício aos miraculados e restituir-lhes a saúde e a paz, especialmente concorriam para que todos cressem no Filho de Deus.

Em outros termos, Jesus “confirmava a verdade de sua doutrina com milagres […]” ¹. O Divino Salvador não somente operava os milagres, mas dava algo ainda mais valioso: seus ensinamentos, que nos colocam na perspectiva do Céu, através de uma existência terrena penetrada pela graça e pela prática dos Mandamentos.

Aqui estão as grandes riquezas que Nosso Senhor nos apresenta e nos convida a ajuntar: “as riquezas no Céu”, para que nelas coloquemos a razão de nossas vidas. Riquezas que os ladrões não assaltam nem roubam, a traça e a ferrugem não corroem (Mt 6, 19-21).

Muito ilustrativa desta verdade é a parábola sobre o Reino messiânico, que encontramos no XVII Domingo do Tempo Comum. De acordo com São Mateus, Nosso Senhor disse a seus discípulos: “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” (Mt 13, 44).

O que é este tesouro escondido?

Esse tesouro escondido é o tesouro da Salvação, que nos vem pela Doutrina de Nosso Senhor, a Fé Católica, pelas graças e Sacramentos da Igreja.

E qual é a importância que a humanidade atual dá este tesouro da Salvação?

O Fundador dos Arautos do Evangelho, Mons. João Clá Dias, apresenta uma resposta a esta questão: “Muitos de nós, hoje em dia, caímos na insensatez de não mais nos importarmos com esse tesouro da nossa Fé, que tanto custou aos nossos antepassados, e pelo qual o Salvador derramou todo o seu preciosíssimo Sangue no Calvário”. E, estabelecendo a relação entre a atitude de Esaú, figura dos maus, que preferira um prato de lentilhas à benção reservada aos primogênitos, ensina: “Por quão miserável preço vendemos, alguns de nós, esse tão elevado tesouro, tal como fez Esaú com sua primogenitura, ao trocá-la por um mísero prato de lentilhas! Hoje mais do que nunca, multiplicam-se as ´lentilhas` da sensualidade, da corrupção, do prazer ilícito, da ambição, etc” ².

E como então ter a alegria do homem da parábola?

Imaculado Coração de Maria – Arautos do Evangelho

Continua Mons. João Clá: “É preciso ´vendermos` todas as nossas paixões, caprichos, manias, vícios, sentimentalismos, em síntese, toda a nossa maldade. É o melhor ´negócio` que se pode fazer nesta Terra” ³. E assim veremos em nós se realizar o que se deu com o homem da parábola: “essa plenitude de alegria […] deve nos acompanhar a vida inteira, sem interrupção, por ser um dos efeitos da verdadeira Fé”

Peçamos a Nossa Senhora que nos dê a graça de fazermos assim o “grande negócio” de nossas vidas.Vendamos todas essas mazelas e misérias que nos estorvam e angustiam, para que, ricos da liberdade dos filhos de Deus, possamos comprar logo aquele campo e,  de posse de seu tesouro, começarmos já a gozar da real e eterna felicidade.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Juan Leal, SJ; Severiano Del Páramo, SJ, José Alonso, SJ. La Sagrada Escritura: Evangelios. v. I. Madrid: BAC, 1961, p.54.

² Mons. João S. Clá Dias, EP. As parábolas sobre o Reino. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 237-238.

³ Mons. João S. Clá Dias, EP, op. cit, p.238.

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“Desatai-o e deixai-o caminhar”

“Desatai-o e deixai-o caminhar”.

(Jo 11, 44)

No exato momento em que Nosso Senhor Jesus Cristo faz o grande milagre da ressurreição Lázaro, à espantosa vista de todos os presentes à porta do túmulo, no qual o amigo do Mestre – morto há quatro dias – havia sido recentemente sepultado, Ele ordena aos circundantes que libertem Lázaro dos lençóis e panos que representam a morte.

De fato, estava Lázaro livre da morte física; e nós, pela graça de Deus, estamos livres da morte espiritual, pois assim o assegura nosso Redentor: Eu sou a Ressurreição e a Vida!

O que esta Frase da Semana deve representar para nossa vida espiritual?

Quantas vezes – e com maior frequência do que gostaríamos, estamos também nós amarrados, atados pelas mãos e pelos pés, apegados às coisas do mundo; apegados ao pecado. Todas as graças que recebemos de Deus nos elevam, nos conduzem, nos guiam para o alto, para atender ao desejo das coisas celestes que Deus, em sua misericórdia, gravou em nossas almas desde o momento em que fomos criados. Mas, assim como um navio firmemente preso pela âncora ao porto, também nós estamos presos ao mundo.

Portanto, que as orações desta semana nos conduzam a pedir a Nossa Senhora que interceda por nós junto a Seu Filho Misericordioso e que – pelos méritos dEla e não nossos – possamos obter esta graça insigne: assim como Lázaro, sejamos libertos de todas as amarras que nos impedem de ir até Deus! Que Nossa Senhora nos ajude, hoje e sempre!

Salve Maria!

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Como alcançar a perfeição do Pai Celeste?

A vida comporta, para ser vivida, muitas metas. Quem não tem sonhos, anseios, quer na vida familiar, social ou profissional? Quem não objetiva alcançar algo, para assim realizar-se?

Sim, uma vez que aqui estamos, sempre teremos em vista realizar algo. Claro que entre os tantos objetivos, a dificuldade aparece especialmente nos mais ousados.

Caro leitor, você já pensou qual entre as metas da vida, é a mais difícil para qualquer homem realizar?

Pois bem, vou lhe dizer qual é. Esta foi explicitada pelo Divino Salvador, assim como o caminho para alcançá-la, na leitura que Dele fazemos no VII Domingo do Tempo Comum, narrada por São Mateus (Mt 5, 38-48).

Jesus nos diz: “Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito” (Mt. 5, 48).

Ora, sabemos que Deus Pai é a própria perfeição, a própria Santidade.  Como poderemos chegar a esta meta de nossa vida, a santidade?

Sagrado Coração de Jesus – Catedral de León – Espanha

A esta questão, Mons. João Clá Dias, EP, faz a seguinte abordagem: “Jesus formula a meta de nossa vida: imitar o Pai celeste, modelo absoluto de santidade, adequando a Ele nossa mentalidade, inclinações e desejos. Mas como seremos perfeitos como Deus é perfeito? Por que meio chegaremos até essa suprema perfeição, impossível para nossa débil natureza?”¹

E continua: “Por que reportar a tão elevado modelo? Ocorre que o Filho, a Segunda Pessoa da Trindade, o Verbo incriado, igual ao Pai, assumiu nossa natureza, e, sendo Homem, como Arquétipo da humanidade, reproduziu em Si a perfeição do Pai, instando-nos a fazer o mesmo”. ²

Sim, Jesus Cristo é o nosso arquétipo. Ou seja, Ele é nosso Mestre e nossa Luz, nosso modelo e Senhor.

Por isto, “devemos querer assemelhar-nos a Nosso Senhor, procurando ser perfeitos como Ele, para atender ao altíssimo convite feito no Sermão da Montanha. Este é o sentido da jaculatória que encontramos na Ladainha do Sagrado Coração: “Jesus, manso e humilde de Coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso!” ³

Esta busca da semelhança com o Salvador deve transformar-nos realmente, santificando nossos pensamentos, anseios, atos e vida interior. Somos cristãos, mas não devemos ter esta dignidade somente como um título, mas nos tornarmos autenticamente outros cristos, fazendo valer a máxima: “Christianus alter Christus” (o cristão é um outro Cristo).

Do contrário, poderíamos receber do Redentor a admoestação presente nos dizeres expressos em um vitral da Catedral da histórica cidade de Lübeck, localizada na Alemanha:

Tu me chamas Mestre e não obedeces, Luz e não Me vês, Caminho e não Me segues, Vida e não Me desejas, Sábio e não Me escutas, Amável e não Me amas, Rico e não Me invocas, Eterno e não Me buscas, Justo e em Mim não confias, Nobre e não Me serves, Senhor e não Me adoras, Se Eu te condenar, não Me culpes!”

Imaculado Coração de Maria de Nossa Senhora de Fátima – Arautos do Evangelho

Diante desta suave censura, o leitor poderia sentir-se perplexo, numa espécie de encruzilhada, pois se de um lado Deus nos chama à perfeição, sabemos que faltam-nos as forças necessárias. Poderia inclusive questionar-se: qual o caminho verdadeiro e seguro para atingirmos tal perfeição, chegando assim ao que Nosso Senhor deseja de nós?

Conhecendo nossa fraqueza, o próprio Deus nos deixou um auxílio e uma escada para elevar-nos até Ele.

São Luis Maria G. de Montfort afirma de forma categórica que a devoção a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, é o caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegarmos à união com Nosso Senhor, e nisto consiste a perfeição do cristão 4.

Roguemos, pois, ao Sagrado Coração de Jesus, pela intercessão de Maria Santíssima, as graças por meio das quais atingiremos a perfeição, a meta que o Divino Mestre espera de nós.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 95.

² idem, p. 95.

³ idem, p. 95-96.

4 São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 42ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 147.

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