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Fatinho da Semana: Visitando o Santíssimo

Um sacerdote, que estava rezando o ofício divino num canto da igreja, sem que o pudessem ver, foi testemunha de uma graciosa visita ao Santíssimo.

Aproximaram-se da grade do altar dois meninos: Lino, de seis anos, e seu irmãozinho, de três. O maiorzinho tomou pela cintura o pequeno, ergueu-o e conservou -o de pé sobre a grade. Com a mão livre, tomou a mãozinha de seu irmão para persigná-lo e, em seguida, rezou com ele esta breve e bela oração:

– “Meu Jesus, eu te amo de todo o meu coração” .

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Em um grande silêncio, no Sábado Santo, um Coração palpita de amor

Sagrado Coração de Jesus

No Sábado Santo, um grande silêncio – na expressão de uma antiga Homilia – reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo. ¹ Mas, Quem é este Rei que adormeceu? Ou por outra, Quem é este cujo Coração fisicamente deixou de pulsar? Fisicamente sim, seu Coração deixou de pulsar, porém, na realidade, para além de nossa compreensão e conforme a fé nos ensina, nunca deixou de palpitar de amor. É Aquele Sagrado Coração que tanto amou os homens e que, no entanto, por eles não foi amado.

Porém este Sagrado Coração de Deus, feito Homem, também palpitou de amor por meio de outro Coração. Enquanto Ele estava no sepulcro, o Coração Imaculado de Maria, imerso na dor, palpitava de adoração ao Seu divino Filho, de fé na sua Ressurreição e de amor misericordioso para cada um de nós, a fim de nos salvar.

Com efeito, conforme diz Mons. João Clá Dias, a grandeza do Imaculado Coração de Maria, e de sua bondade, é um mistério que nossa inteligência não alcança: “Sem dúvida, Ela rezou no Calvário por todos. E hoje, Ela acompanha do Céu as dificuldade e alegrias de cada um dos seus filhos, disposta a nos atender com indizível afeto, ternura e carinho”. ²

Imaculado Coração de Maria

De onde vem tanto amor e tanta bondade deste Imaculado Coração? Justamente de Sacratíssimo Coração de Jesus. No dizer de São João Eudes, o Imaculado Coração de Maria “é tão unido ao do seu divino Filho a ponto de ambos formarem um só: o Sagrado Coração de Jesus e Maria”.³

É por isto que o referido Presbítero francês, grande orador e missionário, num arroubo de amor, assim se exprimiu:

“Não sabeis que Maria nada é, nada tem e nada pode sem Jesus, por Jesus e em Jesus, e que Jesus é tudo, pode tudo e faz tudo n’Ela? Não sabeis que é Jesus que fez o Coração de Maria tal qual ele é, e quis fazê-lo uma fonte de luz, de consolação e de toda sorte de graças para aqueles que recorrem a Ela em suas necessidades? Não sabeis que Jesus não apenas reside e assiste continuamente no Coração de Maria, mas é Ele mesmo o Coração de Maria, o Coração de seu Coração e alma de sua alma, e que, portanto, vir ao Coração de Maria é vir a Jesus, honrar o Coração de Maria e honrar Jesus, invocar o Coração de Maria é invocar Jesus”.4

Que Neste Sábado Santo, o Sagrado Coração de Jesus e Maria nos conceda a graça de sermos inteiramente agradecidos, retribuindo amor com amor, nesta terra e por toda a eternidade. Assim seja!

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¹ De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo. Sábado Santo. In Liturgia das Horas. 2000: Editora Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave Maria, v. II, p. 439.

² Mons. João Clá Dias. O Coração que nos amou até o fim. In Revista dos Arautos do Evangelho, junho/2012, n. 126, p. 17.

³ Idem, p. 17.

4 Padre Jean-Michel Amouriaux, Pe. Paul Milcent. Saint Jean Eudes para ses écrits, Médiaspaul, Paris, 2001, p. 140.

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Como alcançar a perfeição do Pai Celeste?

A vida comporta, para ser vivida, muitas metas. Quem não tem sonhos, anseios, quer na vida familiar, social ou profissional? Quem não objetiva alcançar algo, para assim realizar-se?

Sim, uma vez que aqui estamos, sempre teremos em vista realizar algo. Claro que entre os tantos objetivos, a dificuldade aparece especialmente nos mais ousados.

Caro leitor, você já pensou qual entre as metas da vida, é a mais difícil para qualquer homem realizar?

Pois bem, vou lhe dizer qual é. Esta foi explicitada pelo Divino Salvador, assim como o caminho para alcançá-la, na leitura que Dele fazemos no VII Domingo do Tempo Comum, narrada por São Mateus (Mt 5, 38-48).

Jesus nos diz: “Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito” (Mt. 5, 48).

Ora, sabemos que Deus Pai é a própria perfeição, a própria Santidade.  Como poderemos chegar a esta meta de nossa vida, a santidade?

Sagrado Coração de Jesus – Catedral de León – Espanha

A esta questão, Mons. João Clá Dias, EP, faz a seguinte abordagem: “Jesus formula a meta de nossa vida: imitar o Pai celeste, modelo absoluto de santidade, adequando a Ele nossa mentalidade, inclinações e desejos. Mas como seremos perfeitos como Deus é perfeito? Por que meio chegaremos até essa suprema perfeição, impossível para nossa débil natureza?”¹

E continua: “Por que reportar a tão elevado modelo? Ocorre que o Filho, a Segunda Pessoa da Trindade, o Verbo incriado, igual ao Pai, assumiu nossa natureza, e, sendo Homem, como Arquétipo da humanidade, reproduziu em Si a perfeição do Pai, instando-nos a fazer o mesmo”. ²

Sim, Jesus Cristo é o nosso arquétipo. Ou seja, Ele é nosso Mestre e nossa Luz, nosso modelo e Senhor.

Por isto, “devemos querer assemelhar-nos a Nosso Senhor, procurando ser perfeitos como Ele, para atender ao altíssimo convite feito no Sermão da Montanha. Este é o sentido da jaculatória que encontramos na Ladainha do Sagrado Coração: “Jesus, manso e humilde de Coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso!” ³

Esta busca da semelhança com o Salvador deve transformar-nos realmente, santificando nossos pensamentos, anseios, atos e vida interior. Somos cristãos, mas não devemos ter esta dignidade somente como um título, mas nos tornarmos autenticamente outros cristos, fazendo valer a máxima: “Christianus alter Christus” (o cristão é um outro Cristo).

Do contrário, poderíamos receber do Redentor a admoestação presente nos dizeres expressos em um vitral da Catedral da histórica cidade de Lübeck, localizada na Alemanha:

Tu me chamas Mestre e não obedeces, Luz e não Me vês, Caminho e não Me segues, Vida e não Me desejas, Sábio e não Me escutas, Amável e não Me amas, Rico e não Me invocas, Eterno e não Me buscas, Justo e em Mim não confias, Nobre e não Me serves, Senhor e não Me adoras, Se Eu te condenar, não Me culpes!”

Imaculado Coração de Maria de Nossa Senhora de Fátima – Arautos do Evangelho

Diante desta suave censura, o leitor poderia sentir-se perplexo, numa espécie de encruzilhada, pois se de um lado Deus nos chama à perfeição, sabemos que faltam-nos as forças necessárias. Poderia inclusive questionar-se: qual o caminho verdadeiro e seguro para atingirmos tal perfeição, chegando assim ao que Nosso Senhor deseja de nós?

Conhecendo nossa fraqueza, o próprio Deus nos deixou um auxílio e uma escada para elevar-nos até Ele.

São Luis Maria G. de Montfort afirma de forma categórica que a devoção a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, é o caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegarmos à união com Nosso Senhor, e nisto consiste a perfeição do cristão 4.

Roguemos, pois, ao Sagrado Coração de Jesus, pela intercessão de Maria Santíssima, as graças por meio das quais atingiremos a perfeição, a meta que o Divino Mestre espera de nós.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 95.

² idem, p. 95.

³ idem, p. 95-96.

4 São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 42ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 147.

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O fiat de Maria e a prece de seu Filho Jesus

Quando tomamos nossas primeiras lições de Catecismo e adentramos no conhecimento de Jesus Cristo, deparamo-nos com uma questão muito bonita: Jesus Cristo sofreu e morreu enquanto Deus ou enquanto homem?

Sg. Coração de Jesus
Igreja de São Basílio – Toronto, Canadá

Não sem certa estranheza – sobretudo na idade infanto-juvenil, em que se dá a iniciação cristã – causa-nos certa curiosidade a pergunta. E a resposta, objetiva e cristalina, preceituada pelo Catecismo desabrocha, fazendo luz e aumentando nossa Fé: Jesus Cristo sofreu e morreu enquanto homem, porque não poderia sofrer nem morrer enquanto Deus. (1)

Esta consideração nos vem a propósito do Evangelho de São Lucas, do XVII Domingo do Tempo Comum, quando contemplamos Jesus “a fazer oração em certo lugar” e ensinando os discípulos a rezar o Pai Nosso (Lc 1, 1-13).

Consideremos bem: Quem está a fazer oração? Sim, Jesus. Mas quem é Jesus? Jesus é o Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade feito Homem. Ora, aqui também poderíamos indagar: Jesus rezou enquanto Deus ou enquanto homem? (2)

Com base no Santo Patriarca Hesíquio de Jerusalém, Mons. João Clá nos traz uma bela explicação à questão levantada: “Era de dentro de sua natureza humana que Jesus elevava sua mente a Deus e exprimia os desejos de seu Sagrado Coração, rogando fossem eles concretizados. Ou seja, nunca Jesus rezou enquanto Deus – e nem teria sentido, aliás, Ele assim proceder – mas sempre o fez como homem, pois sabia que certas graças não seriam jamais obtidas senão por meio de seus pedidos, por isso ‘Ele andava retirado pelas solidões e a orar’ (Lc 5, 16)”. (3)

No entanto, o esplendoroso momento de Jesus orando ao Pai, somente foi possível pelo fiat de Maria Santíssima. Graças ao sim em resposta ao Arcanjo São Gabriel, o Verbo se fez carne, e em tudo igual aos homens, exceto no pecado (Hb 4, 15). Eis aí duas maravilhas: o fiat de Maria e a prece de seu Filho Jesus.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã. 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

(2) Para saber mais acesse o vídeo: http://www.arautos.org/tv/interna.html?id=2839&title=Jesus+morreu+como+Deus+ou+como+homem%3F

(3) Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana e São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 240-241.

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