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V Simpósio Arautos do Evangelho 2013

CONVITE

 V SIMPÓSIO ARAUTOS DO EVANGELHO 2013

Le Beau Dieu – Catedral de Notre Dame d’Amiens – França

No próximo Domingo, 07 de Julho, os Arautos do Evangelho de Maringá irão promover o V Simpósio 2013.

Uma das características mais marcantes desses simpósios tem sido a variedade de temas, os quais trazem sempre assuntos de muita qualidade e que tem agradado a um público bastante seleto. Este V Simpósio não poderia ser diferente.

O tema a ser abordado neste próximo Domingo será: Uma visão teológica da história do Cristianismo. Conforme men- cionou o Papa Francisco em recente discurso para os membros da Pontifícia Comissão Bíblica, recebidos em audiência no dia 12 de Abril próximo passado, A nossa fé não tem no centro só um livro, mas uma história de salvação e, sobretudo, uma Pessoa, Jesus Cristo, Palavra de Deus feita carne”. (1) Nesse sentido, a Teologia nos ajuda a compreender o momento histórico em que vivemos, nos auxilia a traçar uma ligação consistente entre o passado, o presente e o futuro. Um tema realmente imperdível.

Confira a programação do V Simpósio:

V Simpósio Arautos do Evangelho  Maringá 2013

Tema: Uma visão teológica da história do Cristianismo.

Data: Domingo, 07 de Julho de 2013.

Local: Comunidade dos Arautos do Evangelho – Rua Jair do Couto Costa, 15

Horários:

– Período da manhã: Das 09h às 11h30 (com intervalo de 20 minutos para café).

– Período da tarde: Das 14h30h às 16h30.

Inscrições gratuitas!

As vagas para o Simpósio são limitadas. É necessário confirmar a sua presença, através do e-mail: arautosmga@gmail.com


(1) http://www.news.va/pt/news/uma-historia-de-salvacao

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Frase da Semana – Santa Maria Goretti

“Sim, por amor a Jesus, perdoo-lhe. E também quero que esteja comigo no Paraíso!… Lá do Céu, rogarei pelo seu arrependimento!”

Santa Maria Goretti (1)

 A Frase da Semana faz referência não somente a Santa Maria Goretti, cuja festa a Igreja celebra no dia 06 de Julho. Homenageia, sobretudo, as virtudes que ela praticou: o amor a Deus, a Inocência e a Pureza. Estas virtudes acompanharam esta jovem Santa a todo o momento, mesmo que tenha tido uma curta vida.

Como a sociedade atual se ressente da falta dessas virtudes! No momento em que milhões de jovens preparam-se para participar da Jornada Mundial da Juventude, vale a pena meditar sobre os ensinamentos que a vida e morte desta grande Santa nos trazem.

Em 06 de Julho de 2003 (há exatamente 10 anos!), ao concluir as festividades do centenário da morte de Santa Maria Goretti, o Beato João Paulo II perguntava-se sobre a contribuição desta Virgem para a juventude de nossos dias:

“Marietta, assim era chamada familiarmente, recorda à juventude do terceiro milênio que a verdadeira felicidade exige coragem e espírito de sacrifício, rejeição de todo compromisso com o mal e disposição para pagar com a própria vida, mesmo com a morte, a fidelidade a Deus e aos seus Mandamentos. “Como é atual esta mensagem! Hoje exaltam-se, muitas vezes, o prazer, o egoísmo ou até a imoralidade, em nome de falsos ideais de liberdade e de felicidade. É preciso reafirmar com clareza que a pureza do coração e do corpo deve ser defendida, porque a castidade ‘guarda’ o amor autêntico.

“Santa Maria Goretti ajude todos os jovens a experimentar a beleza e a alegria da bem-aventurança evangélica: ‘Felizes os puros de coração, porque verão a Deus’ (Mt 5, 8). A pureza de coração, como qualquer virtude, exige um treino cotidiano da vontade e uma constante disciplina interior. Pede, acima de tudo, o recurso assíduo a Deus, na oração” (2)

Santa Maria Goretti, rogai por nós e por nossa Juventude!


(1) Santa Maria Goretti, no hospital, quando recebia a Santa Comunhão, algumas horas antes de seu falecimento, perdoando seu assassino. Revista Arautos do Evangelho, Julho/2011, n. 115, p. 30 à 33).

Disponível em: http://www.arautos.org/especial/27695/Santa-Maria-Goretti–Felizes-os-puros-de-coracao

(2) Idem.

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Tu és Pedro! A fidelidade dos católicos de hoje à Igreja

“Um simples pescador da Betsaida proclama que o filho de um carpinteiro é realmente o Filho de Deus, por natureza. Ali é plantado o grão de mostarda, do qual nasceria a Santa Igreja Católica Apostólica e Romana” (1)

    O Divino Mestre, em sua Pedagogia insuperável, escolhia sempre os locais mais adequados para suas pregações ao povo, ou para suas conversas mais íntimas com os seus Discípulos. Buscava Ele tornar mais acessível, mais clara, plausível a Mensagem que tinha em mente transmitir. Por exemplo, ao convocar os dois irmãos, Simão Pedro e André para serem “pescadores de homens” (Mt 4, 19), tinha diante de Si o panorama das águas do mar da Galileia. O mesmo aconteceu quando se serviu da violência do vento, da tempestade, do terror da noite, para aumentar a Fé de seus Discípulos, caminhando sobre as águas no mar de Tiberíades (Mt 14,33).

Assim também acontece quando Nosso Senhor Jesus Cristo chega com seus discípulos à região de Cesaréia de Filipe, lugar rochoso, acidentado e solitário. Observa Monsenhor João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho, que esta era uma região pertencente à gentilidade. O Mestre aproveita este fato “para manifestar-Se como Filho de Deus e fundar o primado de sua Igreja” (2). Ao pisar aquelas rochas o Filho de Deus estendeu a Salvação aos gentios, pois, enfim, a “terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galileia dos gentios, este povo que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte.” (Is 9,1).

         Era natural que até aquele momento houvesse certa confusão, certo desconhecimento a respeito da pessoa de Jesus: a sua figura incomparável já se impunha através de muitos milagres, mas, afinal, quem era Ele? Um profeta, um João Batista ressuscitado…? Dando-lhes a oportunidade de se manifestar sobre o que os outros pensavam a respeito do Filho do Homem, Nosso Senhor aproveita para confirmar neles a Fé e esclarecer seus Apóstolos sobre sua Divindade, retirando deles todo mal entendimento que pudesse haver e levando-os a proclamá-Lo “o Cristo, Filho do Deus vivo! (Mt 16, 16) Apesar dos estupendos milagres que Nosso Senhor realizara, o povo, em geral, não tinha a respeito dEle uma ideia clara; seus olhos estavam fechados; eles estavam cegos. Jesus Cristo, a Sabedoria Eterna e Encarnada poderia ser, nessa estreita visão, qualquer um dos antigos profetas. Ainda hoje, infelizmente constatamos que Jesus ainda não é suficientemente conhecido, apesar do milagre da continuidade de Sua grande Obra. Para muitos, a Mensagem do Evangelho ainda não é clara. Há também uma cegueira contemporânea.

Manifesta-se o Primado de Pedro e Jesus edifica a Sua Igreja

         Nosso Senhor Jesus Cristo convida os Apóstolos a exprimirem a sua própria opinião, e não, simplesmente, a opinião do povo. É exatamente neste momento que fica inequívoco o Primado de Pedro. Comenta Monsenhor João Clá:

    “Sola fides! Aqui não há elemento algum emocional ou sensível, como em circunstâncias anteriores. Em meio às rochas frias de um ambiente ecológico, longe de acontecimentos arrebatadores e da agitação das turbas ou das ondas, só a voz da Fé se faz ouvir.” (3)

São Pedro reconhece a filiação divina de Jesus:

   “As palavras de Pedro não são fruto de um raciocínio com base num simples conhecimento experimental. Não haviam sido poucas as curas logo após as quais os beneficiados conferiam com exclamações ao Salvador o título de ‘Filho de Davi’ (cf. Mt 15, 22; Mc 10, 47, etc.), conhecido como um dos indicativos do Messias. Os próprios demônios, ao se encontrarem com Ele, proclamavam-No ‘o Santo de Deus’ (Lc 4, 34), ‘o Filho de Deus’ (Lc 4, 41), ‘Filho do Altíssimo’ (Lc 8, 28; Mc 5, 7). Ele mesmo declarara ser ‘dono do sábado’ (Mt 12, 8), e após a multiplicação dos pães a multidão queria aclamá-Lo ‘Rei’ (Jo 6, 15).

     Assim como estas, muitas outras passagens poderiam facilmente nos indicar as profundas impressões produzidas por Jesus sobre seus discípulos. Porém, em nenhuma ocasião anterior Pedro recebeu tal elogio saído dos lábios do Salvador. Nesta passagem, ele ‘é feliz porque teve o mérito de elevar seu olhar além do que é humano e, sem deter-se no que provinha da carne e do sangue, contemplou o Filho de Deus por um efeito da revelação divina e foi julgado digno de ser o primeiro a reconhecer a Divindade de Cristo’”. (4)

          Pedro confessa a Divindade de Jesus a partir da revelação do próprio Deus. A ciência humana é incapaz de alcançar esta Verdade. É preciso a Fé. Como recompensa, portanto, desse ato de Fé, Nosso Senhor Jesus Cristo edifica a Sua Igreja sobre esta Pedra.

            “O plano de Jesus é proclamado sobre as rochas de Cesareia, pelo próprio Filho de Deus, que Se apresenta como um divino arquiteto a erigir esse edifício indestrutível, grandioso e santíssimo, a sociedade espiritual, constituída por homens: militante na Terra, padecente no Purgatório, triunfante no Céu. O conjunto de todos aqueles que se unem debaixo da mesma Fé, nesta Terra, chama-se Igreja. Desta, o fundamento é Pedro e todos os seus sucessores, os romanos pontífices, pois, caso contrário, não perduraria a existência do edifício”. (5)

       A partir daí, nasce uma Obra indestrutível: a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. As Luzes do Evangelho de São Mateus (16, 13-19), através do qual a Liturgia celebra a Festa de São Pedro e São Paulo nos convidam a uma união crescente com a Igreja.

        Em seus pronunciamentos, o Papa Francisco tem insistido em relembrar este aspecto: A Igreja é o Corpo Místico de Cristo. Não se pode abraçar a Fé em Cristo e renunciar à Sua Igreja. Nos dias de hoje, muitos se dizem seguidores de Jesus Cristo, mas, não seguem a Sua Igreja, não a amam, não permitem que esta Instituição Sagrada faça parte das suas vidas, instruindo-os e guiando-os em suas necessidades. Em suas belíssimas palavras, na Audiência Geral do dia 19 de Junho de 2013, nos ensina o Papa Francisco:

       “A Igreja não é uma associação assistencial, cultural ou política, mas sim um corpo vivo, que caminha e age na história. E este corpo tem uma cabeça que o guia, alimenta e sustém. Este é um ponto que eu gostaria de frisar: se separarmos a cabeça do resto do corpo, a pessoa inteira não consegue sobreviver. Assim é na Igreja: devemos permanecer ligados de modo cada vez mais intenso a Jesus. Mas não só: como num corpo é importante que passe a linfa vital porque está viva, assim também devemos permitir que Jesus aja em nós, que a sua Palavra nos oriente, que a sua presença eucarística nos alimente e nos anime, que o seu amor infunda força no nosso amor ao próximo. E isto sempre! Sempre, sempre! Estimados irmãos e irmãs, permaneçamos unidos a Jesus, confiemos nele, orientemos a nossa vida segundo o seu Evangelho, alimentemo-nos com a oração quotidiana, com a escuta da Palavra de Deus e com a participação nos Sacramentos”. (6)

         É este o convite permanente, para os católicos de hoje. Peçamos a Nossa Senhora, Mãe da Igreja que nos guie por esse caminho de fidelidade e que Ela nos ajude sempre, a exemplo de São Pedro, confessar através de nossas vidas, a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Salve Maria!

João Celso


(1) Monsenhor João Clá Dias. A Pedra Inabalável. Revista Arautos do Evangelho, n. 78, p. 12-19, jun. 2008. Disponível em:<http://www.arautos.org/artigo/344/A-Pedra-inabalavel.html>.
(2) Idem
(3) Idem
(4) Idem
(5) Idem
(6) Papa Francisco. Audiência Geral de 19/06/2013. Disponível em:<http://www.vatican.va/holy_father/francesco/audiences/2013/documents/papa-francesco_20130619_udienza-generale_po.html>.

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Consagração a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria

Nova Turma – Paróquia São Miguel Arcanjo – Maringá

Início: Domingo, 30/06, a partir das 15h

No luminoso Tratado da Verdadeira Devoção, ao qual tivemos oportunidade de nos referir em inúmeras ocasiões, o grande São Luís Maria Grignion de Montfort, comenta:

“A Santíssima Virgem é o meio de que Nosso Senhor se serviu para vir até nós; e é o meio de que nos devemos servir para ir até Ele” (1). Ou seja, Maria é o caminho seguro e suave que nos leva verdadeiramente até Cristo e este caminho, só o podemos trilhar por um verdadeiro dom da Graça de Deus.

Buscando tornar esse caminho ainda mais conhecido e amado, a Paróquia São Miguel Arcanjo, de Maringá, promoverá as reuniões de formação para os seus paroquianos e também para outras pessoas interessadas em fazer a Consagração a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria, segundo o método de S. Luís Maria Grignion de Montfort. Essa formação será ministrada pelos Arautos do Evangelho de Maringá.

Veja os detalhes abaixo. Faça a sua inscrição.

CURSO PREPARATÓRIO À CONSAGRAÇÃO:

Início: Domingo, 30/06/2013 – Término: Domingo, 11/08/2013

Horário: Das 15h às 16h30.

Consagração: Dia 18/08/2013

(As reuniões serão 7 domingos consecutivos).

Local: Centro Catequético Paroquial

Endereço: Praça das Américas, s/n – Bairro Aeroporto

Inscrições Gratuitas através deste Blog, ou do e-mail: arautosmaringá@uol.com.br


(1) Tratado da Verdadeira Devoção, Capítulo II, n. 75.

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O Terço nas palavras dos Papas e dos Santos – Parte II – Origem do Rosário

Origem do Rosário

Nesta série de artigos, estamos nos propondo a fazer uma leitura, nas palavras dos Papas e dos Santos, sobre a importância do Rosário e a sua atualidade para a vida espiritual dos católicos de hoje. Tendo em vista que muitos ainda desconhecem aspectos históricos desta Devoção, dedicaremos esta segunda parte para tratar, resumidamente, da sua origem. Como o assunto é extenso e nosso espaço é limitado, convidamos aos leitores que desejarem informações mais completas, a estudarem com mais vagar as fontes citadas nas referências, ao final deste artigo.

A devoção ao Rosário, na forma e no método como conhecemos hoje (recitação dos mistérios, através da oração vocal e mental) teve seu início no século XIII, mais precisamente no ano de 1214, segundo narra São Luís Maria Grignion de Montfort em seu livro intitulado O Segredo do Rosário.(1) Aqueles eram tempos difíceis para a Igreja de Cristo, que estava, principalmente na França, sendo assolada por uma terrível heresia, a dos albigenses, cujos erros ameaçavam tomar toda a Europa, pois traziam consigo uma profunda corrupção moral. Os esforços para debelar essa heresia mostravam-se inúteis. São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Frades Predicadores, ou Dominicanos, estava também envolvido nessa luta.

Narra o Monsenhor João Clá Dias:

“Dias de aflição terrível foram aqueles! Havia horas em que tudo parecia perdido, e a heresia triunfante tudo destruía, manchava e conspurcava.

“Nesse estado de tribulação extrema da Cristandade, São Domingos, movido por uma inspiração divina, entrou numa grande e profunda floresta próxima de Toulouse (capital do Languedoque), e ali passou três dias e três noites em contínua oração e penitência. Não cessou de gemer, chorar e se flagelar, implorando a Deus que tivesse pena de Sua própria glória calcada aos pés pela heresia albigense.

“Em consequência de tamanho ardor e esforço, acabou por cair semimorto. E eis que então, Maria Santíssima, resplandecente de glória, apareceu-lhe”(2)

Essa sublime manifestação de Nossa Senhora a São Domingos, foi descrita pelo frade dominicano Beato Alano de La Roche (1428-1475), em seu livro Da Dignidade do Saltério (Rosário), o qual é citado por S. Luís Grignion de Montfort:

S. Domingos recebe o Rosário da Santíssima Virgem

Querido Domingos, disse-lhe Nossa Senhora, sabeis de que arma a Santíssima Trindade quer usar para mudar o Mundo? São Domingos respondeu: Oh minha Senhora, vós sabeis bem melhor do que eu, pois depois de vosso Filho Jesus Cristo, vós tendes sido sempre o principal instrumento de nossa salvação.

Nossa Senhora respondeu-lhe: Quero que saibas que a principal peça de combate tem sido sempre o Saltério Angélico que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério.

Então, levantou-se [São Domingos] muito consolado, e inflamado de zelo pela conversão dos homens dirigiu-se diretamente á Catedral. Imediatamente, os Anjos invisíveis tocaram os sinos a fim de ajuntar as pessoas e São Domingos começou a pregar.

Assim que iniciou seu sermão, desencadeou-se uma tempestade terrível, a terra tremeu, o sol se escureceu, houve tantos trovões e raios que todos ficaram muito temerosos. Ainda maior foi o seu medo quando olharam a imagem de Nossa Senhora, exibida em local privilegiado, e a viram levantar os braços em direção aos Céus, três vezes, para chamar a vingança de Deus sobre eles, caso falhassem em se converter, arrumar suas vidas e procurar a proteção da Santa Mãe de Deus.

Deus quis, por meio destes fenômenos sobrenaturais, espalhar a nova devoção do Santo Rosário e fazer com que este fosse mais vastamente divulgado”.(3)

Este foi apenas o primeiro de inúmeros prodígios realizados por São Domingos, graças à sua filial devoção e fidelidade a Nossa Senhora.

A Devoção a Maria e ao Rosário produz maravilhas na Igreja

Faz parte, portanto, de uma sólida tradição, narrada por São Luis Grignion de Montfort, citando o Beato Alano de la Roche, que São Domingos foi instado a pregar o Rosário, diretamente pela Mãe de Deus. Durante toda a sua vida, São Domingos foi um incansável propagador dessa Devoção e, como consequência, teve o seu trabalho coroado de êxitos e prodígios, como atesta a fundação e o extraordinário desenvolvimento de sua Ordem Religiosa. Em apenas cinco anos, São Domingos que, no início contava com apenas 16 colaboradores, fundou 60 conventos em toda a Europa, todos eles habitados por jovens entusiasmados e cheios de Fé. De fato, a Ordem dos Dominicanos tem honrado a Igreja com uma quantidade enorme de Santos e Doutores, os quais a serviram na Teologia, na Evangelização, nas Artes e no Governo. Entre esse exército de grandes santos, um Santo Tomás de Aquino, o doutor mais célebre da Igreja Católica; um apostólico e incansável São Vicente Ferrer, o grande Papa São Pio V, o Beato Fra Angelico, cujas obras parecem pintadas por anjos e ainda muitos outros. São tantos os santos dominicanos canonizados que a Ordem tem uma data especial para celebrá-los: dia 07 de Novembro, dia de todos os santos dominicanos. Uma glória para a Igreja! Tudo isso obtido, sem dúvida, pelas graças da fidelidade na pregação e na oração contínua e perseverante do Rosário!

Narra ainda Monsenhor João Clá:

“Desde o tempo em que foi estabelecido até ao ano de 1460, quando o Bem-Aventurado Alano de La Roche renovou esta devoção por ordem do Céu, o Rosário foi chamado de Saltério de Jesus e da Santíssima Virgem, por analogia com o Saltério de David, que contém 150 salmos – o mesmo número de saudações angélicas que compõem o Rosário (atualmente este número subiu para 200, com a introdução dos mistérios luminosos – ver post anterior(4)).

“Apesar de, modernamente, a autenticidade desses fatos ter sido posta em dúvida por vários especialistas, que alegam a ausência de documentos contemporâneos que os atestem, a crítica histórica vem demonstrando o acerto em se considerar São Domingos – fundador dos Dominicanos – como o instituidor do Rosário, e a voz de numerosos Pontífices Romanos o confirmam”(5)

Deus sempre faz a sua parte, derramando Suas graças em profusão, mas, as coisas que dependem da correspondência humana, principalmente, as de natureza espiritual, muitas vezes sofrem com a falta de fidelidade. Assim, após o incentivo inicial de São Domingos, durante mais de um século houve fervor pelo Santo Rosário, mas, aos poucos, esta devoção foi esfriando.

O Beato Alano de La Roche era um frade dominicano do Mosteiro de Dinán, na Bretanha. Foi ele o instrumento do qual Nossa se serviu para trazer de volta, no século XV, o entusiasmo pela devoção ao Rosário.

São Luis Grignion de Montfort, narra que o religioso “iniciou seu nobre trabalho em 1460 após ter recebido os conselhos especiais de Nossa Senhora. Depois ele recebeu a urgente mensagem de Nosso Senhor, tal qual ele mesmo nos conta. Um dia quando estava celebrando a Missa, Nosso Senhor, que queria motivá-lo a pregar o Santo Rosário, lhe disse na Sagrada Hóstia: Como podes Me crucificar novamente tão depressa?

“Como assim, Senhor? – perguntou o Bem aventurado Alano, horrorizado.

“Respondeu Jesus: Tu já me crucificaste uma vez por teus pecados, e Eu de boa vontade seria crucificado novamente ao invés de ver Meu Pai ofendido pelos pecados que tu cometeste. Tu estás a me crucificar de novo agora porque tens todo o conhecimento e compreensão de que precisas para pregar o Rosário de minha Mãe, mas não estás a fazê-lo. Se tu o tivesses feito, terias ensinado a muitas almas o caminho certo e os teria tirado do pecado, mas não estás a fazê-lo e tu mesmo és culpado dos pecados que eles cometem”.(6)

Após essa repreenda, tendo ainda recebido outros avisos, por aparições, de São Domingos e da própria Maria Santíssima, o Beato Alano de La Roche se tornou, a exemplo de seu Fundador, um entusiasmado propagador do Rosário.

São muitos os exemplos de conversão que a Santíssima Virgem concedeu para deixar claro a necessidade e a utilidade da oração do Rosário, desde sua origem até os nossos dias. Também nós somos convidados a renovar a cada dia o nosso amor para com esta devoção, tornando-a, depois da Eucaristia, parte central de nossa vida espiritual. Uma devoção sumamente incentivada pelos Santos e pelos Pontífices.

Na próxima parte: Leão XIII, o Papa do Rosário.

Salve Maria!

Prof. João Celso

Beato João Paulo II rezando o Rosário


1) São Luis Maria Grignion de Montfort. O Segredo do Rosário. Edição. Trad. Geraldo Pinto Faria Jr Belo Horizonte: Ed. Divina Misericórdia, 1997.
2) Mons. João S. Clá Dias. Fátima, O Meu Imaculado Coração Triunfará. 2ª. ed..São Paulo: ACNSF, 2007, p. 93.

3) São Luís Maria G. de Montfort. Op.cit., pág. 13

4) O Terço nas palavras dos Papas e dos Santos. I Parte. Disponível em: http://maringa.blog.arautos.org/2013/06/o-terco-na-palavra-dos-papas-e-dos-santos/
5) Monsenhor João S. Clá Dias, Op. cit. p. 95
6) São Luis Maria G. de Monfort, Op. cit. p. 20
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