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As alegrias de Maria

1° Sábado na Paróquia N. Sra. da Liberdade – 01/06/2013

            Maria Santíssima é a Senhora das Dores. Com efeito, que outra senhora, ao longo de mais de dois mil anos da História da Igreja experimentou as dores de Maria? O profeta Simeão havia-lhe dito: “uma espada transpassará a tua alma” (Cf. Lc 2, 35). Tal é a enormidade dos sofrimentos por que passou que, com toda a justiça, Ela é chamada Co-Redentora da Humanidade. Diante da cruz, estava de pé! (Cf. Jo 19,25)

            Contudo, mesmo venerando com amor indizível a coragem e a correspondência à Graça por parte de Nossa Mãe Santíssima, que enfrentou as suas dores com serenidade e confiança inabaláveis, também faz bem à nossa Devoção imaginar os momentos de alegria que Maria viveu nesta terra: desde que o Verbo Se encarnou em seu seio puríssimo, até o momento do início da vida pública de Jesus, certamente Ela experimentou, muitas vezes, uma alegria angelical, quase divina, ao contemplar o crescimento de Seu Divino Filho, o qual “crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52).

            Discorrendo sobre os mistérios da Encarnação e da vida oculta de Jesus, São Luís G. de Montfort, no Tratado da Verdadeira Devoção, menciona que “Deus Filho desceu ao seu seio virginal qual novo Adão no paraíso terrestre, para aí ter as suas complacências e operar em segredo maravilhas de graça. Deus, feito homem, encontrou sua liberdade em se ver aprisionado no seio da Virgem Mãe; patenteou a sua força em se deixar levar por esta Virgem santa; achou sua glória e a de seu Pai, escondendo seus esplendores a todas as criaturas deste mundo, para revelá-las somente a Maria; glorificou sua independência e majestade, dependendo desta Virgem amável, em sua conceição, em seu nascimento, em sua apresentação no templo, em seus trinta anos de vida oculta(…) (1)

       Quantas alegrias. Podemos imaginar, mas somente no Céu compreenderemos totalmente esse Mistério.

            Também nós, católicos de hoje, podemos proporcionar algum consolo, alguma alegria à nossa Mãe Querida, desagravando o Seu Imaculado Coração, como Ela pediu na Mensagem de Fátima. Num mundo que se afasta de Deus, vemos que muitas pessoas se dedicam a fazer esse desagravo, através da Comunhão Reparadora dos 5 Primeiros Sábados. Em especial, muitos paroquianos da Paróquia Nossa Senhora da Liberdade têm tido a boa vontade de fazê-lo. Esta abençoada Paróquia irá realizar amanhã, 06 de Julho, o 5º. Primeiro Sábado Consecutivo. A devoção foi iniciada nesta Paróquia no mês de Março próximo passado, por iniciativa dos Arautos do Evangelho e com o apoio imprescindível do Revmo. Pe. Dirceu A. Nascimento. Desde aquela data até aqui, muitas pessoas têm feito esta devoção, tão querida da Mãe de Deus.

Portanto, fica aqui o convite:

1° Sábado na Paróquia N. Sra. da Liberdade – 01/06/2013

Devoção dos 5 Primeiros Sábados – 5º. Sábado

Local: Paróquia N.Senhora de Liberdade – Jd. Liberdade – Maringá

Horários:

Confissões, a partir das 17h

Terço e Meditação: às 18h30

Santa Missa: às 19h30

Todos estão convidados.

Estenda este convite também a seus familiares e amigos!


(1) São Luís Maria G. de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção. 38ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2009. n. 18, p. 27

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Livros…Imperdíveis! A Oração, Santo Afonso de Ligório

 

 Título:         A Oração: o grande meio par alcançarmos de Deus a salvação e todas as graças que desejamos.

Autor:         Santo Afonso Maria de Ligório

                    Traduzido do original pelo Pe. Henrique Barros, C.Ss.R.

Editora:      Santuário, Aparecida, SP. 4ª ed., 1992.

             Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787) é um dos grandes Doutores da Igreja. Sua incansável dedicação manifesta-se em uma centena de obras, de cunho teológico e espiritual, escritas ao longo de sua longa vida. Foi Bispo e Fundador de uma grande Congregação Religiosa, os Redentoristas. (1)

Santo Afonso Maria de Ligório – Paróquia São Pedro Apóstolo – Montreal, Canadá

           Mas, além de ser um homem de estudos e de ação, destacou-se também pela oração, atividade a qual dedicava várias horas de seu dia. Por causa disso, a sua grande obra, segundo as palavras do próprio Santo é este tratado sobre a Oração: “Publiquei várias obras espirituais. Penso, entretanto, não ter escrito obra mais útil do que esta, na qual trato da oração, porque a oração é o meio necessário e certo de alcançarmos todas as graças necessárias para a salvação. Se me fosse possível, faria imprimir tantos exemplares deste livro quantos são os fiéis de todo o mundo. Daria um exemplar a cada um, a fim de que todos pudessem compreender a necessidade que temos de orar”. (2)

Por que este livro é Imperdível?

         O mais importante e urgente negócio que devemos buscar na vida é a salvação da nossa alma! Nos Evangelhos, em várias ocasiões, Nosso Senhor Jesus Cristo insiste nessa Verdade, quando nos ensina: “Buscai primeiro o Reino dos Céus e a sua Justiça” (Mt 6,33); “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mc 8,36). Mas, muitos poderiam se perguntar: qual é o caminho que devemos seguir para alcançar a Vida Eterna? Nosso Senhor, novamente, dá uma resposta inequívoca: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). Para trilhar esse caminho, a oração nos é necessária. Ela é tão necessária que Santo Afonso ousadamente afirma: “Quem reza se salva. Quem não reza certamente se condena”. (3) Só mesmo um santo, inflamado de zelo pela nossa salvação poderia formular esta frase com afirmação tão conclusiva e contundente.

      Com muita tristeza vemos hoje – mesmo entre os católicos – que muitas pessoas, envoltas em ocupações do dia-a-dia simplesmente não rezam; ou, rezam muito pouco, muitas vezes cuidando de inúmeras coisas, mas negligenciando o seu principal “negócio”: a santificação.

        Portanto, neste livro, Santo Afonso vem ensinar sobre a importância de nos apegarmos com todas as nossas forças a esta ferramenta indispensável, principalmente nas horas de dificuldade, de sofrimentos, de provação: a oração. É urgente que as pessoas que ainda não conhecem, procurem inteirar-se deste livro e dos remédios nele apontados pelo santo, cujo zelo pela nossa salvação já fica demonstrado logo nas primeiras páginas. Sendo o grande Doutor que é, no entanto, o santo se dirige a nós mais como um diretor espiritual, empenhado em nos convencer do valor da oração.

         Santo Afonso divide este tratado sobre a Oração em três partes principais:

       Necessidade da Oração, O valor da Oração e As condições da oração. Em uma inflamada Conclusão, o autor reforça os propósitos da obra, para que todos possam utilizar desse meio infalível de obter de Deus a salvação, insistindo na necessidade absoluta da oração para se obter a salvação eterna.

1) Necessidade da Oração

             Comenta Santo Afonso:

           “Nas Sagradas Escrituras são muito claros os textos que nos mostram a necessidade de rezar, se quisermos alcançar a salvação. ‘É preciso rezar sempre e nunca descuidar’ (Lc 18,1). ‘Vigiai e orai para não cairdes em tentação’ (Mt 25,41). ‘Pedi e dar-se-vos-á’ (Mt 7,7). Segundo a doutrina comum dos teólogos, as referidas palavras: ‘É preciso rezar, orar, pedir’, significam e impõem um preceito e uma obrigação, um mandamento formal. (…) sem pecar contra a fé, não se pode negar a necessidade da oração aos adultos, mormente quando se trata de conseguir a salvação. Pois, como consta nos Livros santos, a oração é o único meio para conseguirmos os auxílios necessários à salvação”. (4)

             Em seguida, explica o santo a razão dessa necessidade:

Santo Agostinho – Catedral de Notre Dame de Victoires – Paris, Francia

          “Sem o socorro da graça, nada de bom podemos fazer: ‘Sem Mim nada podeis fazer’ (Jo 15,5). Nota Santo Agostinho sobre essas palavras que Jesus Cristo não disse: ‘nada podeis cumprir’, mas ‘nada podeis fazer’. Com isso, quis Nosso Senhor dar-nos a entender que sem a graça nem mesmo podemos começar a fazer o bem: ‘Não somos capazes de por nós mesmos ter algum pensamento, mas toda a nossa força vem de Deus’ (2 Cor 3,5). (5)

            E conclui:

           “Se é certo que, sem o socorro da graça, nada podemos, e se esse socorro é concedido por Deus unicamente aos que rezam, segue-se que a oração nos é absolutamente necessária para a salvação”. (6)

          Em toda esta primeira parte, Santo Afonso discorre sobre a necessidade da oração, abordando também a oração através da intercessão dos santos e de Nossa Senhora, aproveitando para expor com clareza a bela doutrina sobre as almas do purgatório.

 2) O valor da oração

Paróquia de S. Sulpice – Fougeres, França

            Nesta segunda parte, Santo Afonso explica sobre o valor das nossas orações diante de Deus. Muitas vezes, somos tentados a pensar que elas não valem muita coisa… mas, é exatamente o contrário, como explica o santo. Para deixar muito claro esse valor, Santo Afonso cita inúmeros textos do Antigo e do Novo Testamento, principalmente as palavras de Nosso Senhor atestando o valor de nossas orações: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á(Mt 7,7). “Vosso Pai que está nos céus dará bens aos que lhe pedirem” (Mt 7,11). “Todo aquele que pede, recebe; todo o que busca, acha” (Lc 11,10). “Qualquer coisa que pedirem ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos céus” (Mt 18,19). “Tudo o que pedirdes orando, crede que haveis de receber e que assim vos sucederá” (Mc 11,24).  “Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu vos farei” (Jo, 14,14). “Pedi tudo o que quiserdes e vos será concedido” (Jo 15,7). “Em verdade eu vos digo: se pedirdes ao meu Pai alguma coisa em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 16,23). O Divino Mestre manifesta o Seu desejo de receber e atender às nossas súplicas.

              Devemos, portanto, rezar com confiança e certos de sermos atendidos!

 3) As condições da oração

        Citando o Apóstolo São Tiago, a partir da página 57, Santo Afonso comenta que “muitos pedem e não recebem, por que pedem mal” (7). Passa, então, a explicar, a partir de Santo Tomás de Aquino e outros santos e doutores, quais são as 4 condições para que a nossa oração seja atendida:

            1) Rezar por nós mesmos e pelo nosso próximo.

            2) Pedir coisas necessárias à salvação;

            3) Pedir com devoção;

            4) Pedir com perseverança.

          Em nossas orações, deve haver precedência aos pedidos relacionados à nossa vida espiritual e à salvação, pois isto é o mais importante. Por que, às vezes, os nossos pedidos relacionados às coisas materiais não são atendidos? Explica Santo Afonso:

           “Às vezes, pedimos algumas graças temporais e Deus não nos atende; mas não nos atende porque nos ama, diz o mesmo Doutor, e quer usar de misericórdia para conosco: ‘Quem pede a Deus humilde e confiadamente coisas necessárias para esta vida, ora é ouvido por misericórdia e ora não é atendido por misericórdia; pois, do que o doente tem necessidade, melhor sabe o médico do que o doente’. O médico que se interessa pelo doente nunca permitirá coisas que lhe possam fazer mal Quantos, se fossem pobres ou doentes, não cometeriam os pecados que cometem sendo ricos e sadios! Por isso o Senhor nega a alguns, que lhe pedem a saúde do corpo ou os bens da fortuna, porque os ama, vendo que isso lhes seria ocasião de perderem a sua graça, ou ao menos de se entibiarem na vida espiritual.” (8)

         Finalmente, as duas outras condições da oração, sobre as quais o santo discorre longamente: devoção e perseverança. Rezar com devoção quer dizer, com humildade e confiança; com perseverança, quer dizer, sem deixar de rezar até a morte”. (9)

            Ao final do livro, Santo Afonso apresenta ainda um Programa de Vida, ou Regras de Vida Cristã, cujo conteúdo é muito útil à nossa vida espiritual.

           Não é o intuito deste texto apresentar um resumo completo do livro de Santo Afonso, nosso Livro Imperdível deste mês. Isto exigiria um espaço do qual não dispomos. O objetivo principal é fazer com que nosso leitor tenha um primeiro contato com esta obra magnífica e que desperte o desejo de conhecê-la mais a fundo, saboreando-a por inteiro. O livro da Oração nos apresenta um convite, um chamado para que sejamos cristãos mais orantes, mais confiantes em Deus, o qual quer a nossa Salvação Eterna.

         Em recente homilia na Capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco ressaltou que devemos rezar com coragem e insistência diante de Deus: “Quem quer uma graça do Senhor, deve pedir com coragem e fazer o que fez Abraão.

Nossa Senhora de Paris

O próprio Jesus nos ensina isso, quando elogia a mulher sírio-fenícia que, insistentemente, pede a cura para sua filha. Pedir com insistência, mesmo que seja cansativo, é a atitude da oração.” (10)

        Peçamos, portanto, a Maria Santíssima, que sempre inspirou Santo Afonso em seus escritos e por quem ele sempre teve uma Verdadeira Devoção, que sejamos católicos de oração, em todos os momentos de nossa vida, nas grandes e nas pequenas batalhas que tenhamos que enfrentar.

Salve Maria!

João Celso


(1) Conheça a biografia completa de Santo Afonso de Ligório lendo o excelente artigo da Irmã Juliane Vasconcelos Almeida Campos, EP., na Revista Arautos do Evangelho. n. 128, p. 32-35,  Agosto/2012.Disponível em: http://www.arautos.org/artigo/39899/Santo-Afonso-Maria-de-Ligorio–Seguindo-os-passos-do-Santissimo-Redentor

(2)Santo Afonso Maria de Ligório. A Oração: o grande meio par alcançarmos de Deus a salvação e todas as graças que desejamos. 4ª ed. Trad. Pe. Henrique Barros, C.Ss.R., Aparecida, SP: Santuário, 1992, p. 11.

(3) Idem, p. 42

(4) Idem, p. 17

(5) Idem, p. 18

(6)Idem, p. 19

(7)Idem, p. 57

(8) Idem, p. 61

(9) Idem, p. 63

(10) A oração deve ser corajosa, recomenda o Papa Francisco. Agência de Notícias Gaudium Press. Disponível em: http://www.gaudiumpress.org/content/48186
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