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Família: célula-mãe da Sociedade

Entre as várias atividades desenvolvidas pelos Arautos do Evangelho, destaca-se o atendimento às famílias. Com efeito, em paralelo ao trabalho de evangelização realizado com os jovens, procuram os Arautos, por orientação do seu Fundador, Monsenhor João Clá Dias, incluir as famílias no seu campo de ação. Nesta época em que a família é quase que massacrada pelas influências anticristãs que nelas se procura infiltrar, esse apostolado é essencial e indispensável.

Nossa Senhora da Sabedoria – Arautos do Evangelho

Neste sentido, no próximo Domingo, dia 08 de Setembro, em sua sétima edição, o Simpósio Arautos do Evangelho Maringá 2013, será dedicado ao estudo do tema família.

Teremos, especialmente para esta ocasião, a ilustre presença do Revmo. Pe. Arnóbio José Glavam, EP, Mestre em Filosofia Sistemática (Universidade Gregoriana – Roma) e Professor de Teologia na Escola de Teologia para leigos Santo Afonso de Ligório (Diocese de São Miguel Paulista), tendo exercido seu ministério sacerdotal como Pároco na Itália, na Diocese de Avezzano e na Diocese de La Spezia. O Sacerdote brindará os participantes do VII Simpósio com uma formação extremamente competente a respeito da família, numa dinâmica exposição, na qual irá responder às dúvidas dos presentes, abordando vários aspectos interessantes sobre o Sacramento do matrimônio.

De fato, um tema muito atual e adequado, para todos os que têm a sua família, ou mesmo, para os querem constituí-la e bem cuidá-la à luz da Doutrina Católica.

Vejam abaixo os detalhes de horários. As vagas são limitadas, portanto,solicitamos confirmá-la através do telefone n. 3028-6596, ou do e-mail arautosmga@gmail.com.br ou mesmo através deste Blog.

VII Simpósio Arautos do Evangelho 2013-09-03

Tema:               I. Graça e Sacramentos

    II. Sacramento da Confissão

    III.  Sacramento do Matrimônio.

Local:            Comunidade dos Arautos do Evangelho – Maringá

     Rua Jair do Couto Costa, n. 15 – Fone: (44) 3028-6596

Horários:     – Período da manhã: Das 09h às 11h30 (com intervalo de 20 minutos)

  – Período da tarde: Das 14h30 às 16h30

Ministrante: Pe. Arnóbio José Glavam, EP

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Revista Arautos em Foco – Setembro 2013

 1 MILHÃO DE LEITORES EM TODO O MUNDO!

Resenha Mensal

da Revista

Arautos do Evangelho

N. 141

Setembro 2013

Capa:

“O filho pródigo”, vitral da Catedral de São João Batista, Charleston (Estados Unidos)

Neste mês de Setembro de 2013, em sua edição n. 141, a capa da Revista Arautos do Evangelho ilustra, através da foto de um belo vitral da Catedral de Charleston, nos Estados Unidos – e com a inscrição O Pai perfeito – a extrema bondade manifestada pelo pai que acolhe com misericórdia o filho pródigo.

Fazendo referência a este mesmo assunto, o Editorial deste número 141, cujo título é O Grande Retorno da “Humanidade Pródiga”, demonstra que a liberdade e a razão são dons preciosos concedidos por Deus à humanidade. No entanto, o homem, ao longo dos últimos séculos utilizou esses dons para seu próprio bem-estar; desenvolveu a humanidade um suposto progresso em todas as áreas (ciências, artes, leis, comunicações, tecnologias, etc.), mas, um progresso que não coloca Deus em seu centro, fazendo referência ao filho pródigo narrado nos Evangelhos, que abandona a casa paterna para usufruir de prazeres mundanos: “O filho pródigo do Evangelho perdeu sua herança porque desejou gastá-la longe da casa do pai, e a humanidade parece ter perdido a luz da razão porque julgou-se capaz de usá-la sem Deus”. Tendo desperdiçado a sua “fortuna da inteligência e da liberdade”, restou à humanidade contemporânea apenas as “bolotas dos porcos”. É hora, portanto de, com o auxílio da Mãe das Misericórdias – Maria Santíssima – voltar a humanidade à casa paterna, pois exatamente isso foi previsto por Ela em Fátima, quando prometeu “Por fim o meu imaculado coração triunfará”.

Voz do Papa traz excertos da Homilia proferida pelo Santo Padre Francisco na Santa Missa para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro em 28 de Julho. Em suas palavras, o Papa convida os jovens a serem discípulos de Jesus Cristo, através da missão: “Hoje, à luz da Palavra de Deus que acabamos de ouvir, o que nos diz o Senhor? Três palavras: Ide, sem medo, para servir”. Na homilia na Santa Missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, o Santo Padre lembra o papel de Maria na busca por Cristo, pois é dela que se aprende o verdadeiro sentido do discipulado; “Eu venho bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós (…) a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um país e de um mundo mais justo”.

No Comentário ao Evangelho de Lucas 15,1-32 que a Liturgia propõe para o XXIV Domingo do Tempo Comum, Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho, nos recorda que “face às objeções farisaicas, Nosso Senhor traduz em parábolas seu encanto em perdoar os homens, cumulando-os de misericórdia. E, ao mesmo tempo, mostra como nem todos aceitam o convite para se beneficiar das riquezas desse perdão redentor”. Em suma, o Comentário ao Evangelho deste mês é um belo Tratado, no qual Mons. João Clá expõe com clareza as sutilezas do Amor de Deus para conosco, Amor que se traduz na maneira misericordiosa como Ele nos perdoa. A Justiça de Deus não é feita de acordo com os “limitados critérios humanos”. Após estudar este Comentário, o leitor da Revista Arautos do Evangelho terá uma visão completa da forma como Deus age em nossas vidas: “no ‘fiat’ de Maria Santíssima, o perdão de Deus se fez carne e habitou entre nós (Cf. Jo 1,14)”.

Interessantíssimo e muito bem referenciado artigo do Pe. Arnóbio José Glavam, EP intitulado Como surgiu a Bíblia traz uma profunda formação, em linguagem clara e acessível sobre “como surgiram os livros sagrados, qual o critério de seleção utilizado e com que autoridade foram eles adotados ou rejeitados”. Escritos por mãos humanas, mas sob total inspiração do Divino Espírito Santo, são autenticamente a Palavra de Deus. “O eixo divino em torno do qual giram ambos os Testamentos é a pessoa de Jesus Cristo: no Antigo, Ele é o anunciado; e o Novo é a realização desse anúncio”. Este é um artigo que deve ser estudado com afinco por todos aqueles que se interessam pelas sagradas escrituras.

A seção Arautos no Mundo descreve as inúmeras atividades desenvolvidas pelos Arautos em vários países como, Costa Rica, República Dominicana, Itália, Equador, Espanha, destacando as inúmeras peregrinações, nos mais diversos ambientes da Imagem Peregrina do Imaculado Coração de Maria. Visitando paróquias, hospitais, locais públicos e inúmeras residências, os Arautos levam aos irmãos mais necessitados de apoio espiritual e material, as bênçãos de nossa Mãe Celestial.

Arautos no Brasil destaca apostolado realizado em diversos Estados brasileiros: Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e Paraná. Neste último houve, em Ponta Grossa, um Encontro Regional dos Cooperadores (“Terciários”) no qual foi abordado como tema o valor do oração. A revista deste mês de setembro destaca a visita do Emmo. Cardeal Antonio María Rouco Varela, Arcebispo de Madri (Espanha) que, aproveitando sua viagem ao Brasil para participar da JMJ, quis visitar o Seminário dos Arautos do Evangelho em Caieiras (Serra da Cantareira, SP), onde celebrou Missa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário.

“Boca de Ouro”. Este é o cognome de São João Crisóstomo, cuja vida é narrada pela Irmã Angela Maria Tomé, EP. A partir da página 32 da revista deste mês de Setembro/13, em artigo denominado A força da palavra, demonstra a autora o quanto soube este grande Santo usar do poder da palavra: “Ele não visava obter aplausos: servia-se do púlpito para levar as almas a Deus e Deus às almas”. Este Santo soube demonstrar na prática, nas palavras de Monsenhor João Clá, que “a Palavra de Deus tem uma força irresistível. Ela é a mais poderosa arma que existe; arma de conquista, arma de transformação muito mais poderosa do que a bomba atômica! Um orador sacro bem preparado, que transmita a palavra revelada, tem nas mãos um verdadeiro tesouro de influência e de possibilidades para fazer o bem”. Com toda justiça, São Pio X proclamou São João Crisóstomo, o “Boca de Ouro”, como patrono dos oradores sacros.

Quem poderia imaginar a existência de um mosteiro cisterciense em pleno coração do Brasil? Na pequena cidade de Claraval, no Estado de Minas Gerais, divisa com o Estado de São Paulo, existe esta joia. E alguns arautos foram visitá-lo, como narra Jorge Martínez, a partir da página 36. Vale a pena conferir as fotos e a descrição deste ambiente que transmite com muita propriedade o carisma da Ordem de Cister.

A doçura de uma mãe é revelada no desvelo que ela tem por seus filhos, principalmente quando os pequenos mais necessitam de seus cuidados maternos. Assim é narrado um episódio da vida de Dona Lucilia Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, extraído da obra Dona Lucilia, publicada recentemente Monsenhor João Clá Dias. Confira esta singela narrativa, a partir da página 38.

Em sua belíssima apresentação gráfica, que se revela desde a qualidade do papel utilizado até as fotos e ilustrações, o número 141, da Revista Arautos do Evangelho de Setembro de 2013 tem ainda muitas outras seções: notícias da Igreja no mundo, os resumos das vidas dos santos de cada dia; a seção História para crianças… ou adultos cheios de Fé? este mês com a história As duas moedas perdidas.

“Eis que estou à porta e bato”…, artigo da Ir. Juliane Vasconcelos Almeida Campos, EP nos chama a abrir a porta de nossa alma para a Graça de Deus: “Nossa morada interior é guardada pela mais robusta e impenetrável das portas. Esta, porém, tem a peculiaridade de não possuir fechadura pelo lado de fora”.

Por isso, querido leitor, queremos convidá-lo a ler – por que não – “meditar” a Revista Arautos do Evangelho em sua totalidade! Uma excelente companhia para toda a família!

Faça a sua assinatura, contatando a Sede Regional dos Arautos, em Maringá, através do telefone (44) 3028-6596, ou através deste BLOG e daremos as informações detalhadas

Salve Maria! Até o próximo mês.

Por João Celso

A Revista Arautos do Evangelho nasceu em 2002, um ano após os Arautos receberem do Papa a aprovação Pontifícia.

Com o intuito de levar aos lares do mundo inteiro a Palavra de Deus, as principais notícias da Igreja e um conteúdo completo baseado nos ensinamentos da Santa Sé, a Revista Arautos traz em suas páginas artigos para todas as idades e visa, sobretudo, a formação católica da família.

A Revista Arautos é instrumento de evangelização e expressa o carisma dos Arautos do Evangelho”.

(www.revistacatolica.com.br) 

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Cegueira?

Em uma cidade cujo nome não convém aqui relatar, havia uma triste senhora pervadida de terríveis preocupações. Qual não foi sua preciptada resolução senão uma irracional decisão: “Já basta, vou me matar”!

E assim, para cumprir seu propósito, julgou ser de maior conveniência atirar-se de uma alta ponte que ficava não tão próxima de sua casa, convicta de ser isso a solução para todos os seus problemas.

Ora qual não foi sua surpresa quando, ao encontrar-se ao lado do corrimão da ponte, despedindo-se de tudo o que presenciara nesta vida, sente em uma de suas pernas um curioso golpe: tratava-se da “varinha” de um cego que, ao atravessar aquela ponte, obviamente não imaginara que alguém ali parado estivesse.

Pediu ele, então, desculpas, justificando-se por ainda não estar tão destro para andar sozinho, e que dependia, inclusive, da ajuda de uma pessoa caridosa, capaz de conduzi-lo até sua casa que ficava ali perto.

De relance, a senhora viu tudo girar a sua volta, pois a poucos instantes, certamente não mais estaria neste mundo. Teria sido a intervenção do cego uma simples coincidência? Entretanto, como bem nos ensina o salmista, “Senhor Vós me sondais e conheceis, sabeis quando me assento ou me levanto” (1); ou ainda, “até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados”. (2).

Como que renovada pelo episódio, a fortuita personagem resolveu ajudar o cego, conduzindo-o pelo braço ao seu mencionado destino. Não sabia ele que cega de alma estava ela, uma vez que não sabia valorizar, ademais, a visão que possuía.

Chegando em casa, o cego agradeceu comprazido à senhora, dizendo:

– Com mil perdões, peço-lhe mais uma vez desculpas pelo incômodo que causei. Além disso, saiba que são poucas as pessoas nesta cidade que possuem uma alma tão caridosa e bem empostada como a da senhora. Creio, certamente, que sois alguém muito feliz, pois está disposta a não pensar só em si, em suas aflições, mas encontra tempo para fazer o bem aos outros, inclusive a mim…

Nossa Senhora da Salvação – Lisboa

Que extraordinário exemplo nos dá esse fato, uma vez que para tirar-nos do mal caminho, Deus pode utilizar até dos mais inusitados meios. A senhora voltou para casa, e no percurso refletia quem de fato se encontrava cega. Quase se matara, atirando-se pela ponte, não fosse a intervenção divina por meio de um triste cego. Triste? Percebia também o quanto aquele homem encontrara sua felicidade na resignação! Sofria ele, certamente. Mas estava disposto a enfrentar seu imfortúnio, buscando outras vias para continuar a viver.

Saibamos, pois, também nós, não sermos cegos às inúmeras dádivas e dons que Deus nos dá. E reconheçamos em nossos problemas os obstáculos a serem transpostos, com o auxílio da graça, rumo à nossa santificação. Afinal, de que adiantaria vercermos se não tivéssemos de combater? Nas belas palavras de Corneille, “Quem vence sem esforço, triunfa sem glória” (3). De que serviria nossa perseverança na prática das virtudes, se em meio às tentações, não proclamássemos nosso amor a Deus?

É pois a mensagem contida neste pequeno artigo, convidando à confiança em meio a quaisquer dificuldades. Deus nos criou por obra de sua infinita benevolência, e ainda por insondável misericórdia, nos confiou ao pé da cruz, sua Mãe Santíssima, Consoladora dos Aflitos, e socorro certíssimo de todos os que a invocam.

Por Douglas Wenner

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(1) Salmo 138,1.

(2) Matheus 10, 30.

(3) Pierre Corneille, escritor francês do século XVII

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Frase da Semana – Nossa Senhora da Consolação

“Ó Maria, quem, depois de vosso Divino Filho, se interessa por nossa felicidade mais do que Vós? Quem nos consola em nossas aflições como Vós?”

São Germano (1)

Neste próximo dia 04 de Setembro, a Liturgia comemora a festa de Nossa Senhora da Consolação. A Igreja incentiva os fiéis a buscarem nesta Mãe a consolação para suas angústias, necessidades e aflições, já que Ela nos foi dada como Consoladora dos aflitos.

Nossa Senhora da Consolação – Palma de Mallorca, Espanha

Toda a vida terrena de Nossa Mãe Santíssima foi dedicada à Consolação: na visita à sua prima Santa Isabel, “em relação a Jesus, sobretudo no Calvário; em relação aos Apóstolos, depois da Ascensão, em meio às imensas dificuldades que eles encontraram para a conversão do mundo pagão, Ela lhes obteve de Deus, o espírito de força e uma santa alegria no sofrimento. Durante a lapidação de Santo Estevão, primeiro mártir, Ela o deve ter assistido espiritualmente, com suas orações”. (2)

Podemos imaginar também, como esta Mãe de Misericórdia deve ter consolado o Apóstolo Pedro, quando este se deu conta de que, a despeito das advertências do Mestre, havia negado o Senhor por três vezes.

Nossa Senhora tem, portanto, um tesouro inesgotável de consolações.

Como, então, deixará Ela de nos consolar em nossas necessidades? Diz São Bernardo que “nunca se ouviu dizer”. (3)

Como uma criança que encontra consolo em sua mãe quando sente bater à sua porta as dificuldades, assim também nós devemos recorrer constantemente a esta Boa Mãe, obtendo o Consolo de que necessitamos.

Nossa Senhora Consoladora dos aflitos, rogai por nós!

Conheça em detalhes a história desta bela invocação no site dos Arautos do Evangelho Leia mais sobre a vida de Santo Agostinho no site dos Arautos do Evangelho. (4)


(1) Mons. João Clá Dias. Pequeno Ofício Comentado. São Paulo: Artpress,  1997, p. 167.

(2) Idem, p. 166-167

(3) São Bernardo. Oração Lembrai-Vos. Disponível em: http://www.arautos.org/artigo/118/Lembrai-Vos.html

(4) Arautos do Evangelho. Seção Especial. Nossa Senhora da Consolação. Disponível em: http://www.arautos.org/especial/29525/Nossa-Senhora-da-Consolacao.

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As lições do Divino Mestre: humildade e mansidão

Neste vale de lágrimas há pobrezas e pobrezas, incontáveis vezes nos deparamos com a mendicância, estado doloroso pelo qual falta ao ser humano tudo que há de mais elementar para sua existência: alimentação, vestimentas e habitação.

Quando por exemplo, devido a alguma doença, inexistem possibilidades legítimas de se alçar uma condição de vida digna, de trabalhar e sair da situação de indigência, o único caminho para tal pessoa é mendigar.

Dir-se-á: situação pior não há! No entanto, generaliza-se uma forma de “mendicância”, não propriamente material, e sobretudo não ornada pela dor resignada.

Trata-se de uma precariedade nem sempre aparente: a miséria da alma! Estado que, infelizmente, se faz recorrente naqueles que, perdendo a visão religiosa da vida – a partir da qual o homem encontra sua finalidade no conhecer, amar e servir a Deus –, colocam-se no centro de sua própria existência, numa espécie de egolatria.

Perdendo esse prumo inicial e essencial para a vida, a alma inicia uma busca constante e sem limites pela satisfação pessoal, mas que parece escapar-lhe por entre os dedos cada vez que pensa tê-la encontrado; não em Deus mas em si ou nas ilusões terrenas  com as quais procura preencher-se.

O coração humano só encontra o verdadeiro repouso em Deus!

Há pessoas, sejam ricas ou pobres materialmente, que guardam entre si uma nota caracterísitca: são miseráveis de alma! Vivem para mendigar a atenção, o aplauso, a fama, o reconhecimento e a boa opinião dos outros. Tentam, no fundo, encontrar nestes o apoio para persistirem numa posição contrária à ordem estabelecida por Deus para reger a existência e o convívio humanos: a humildade, em que cada um é aquilo que é; nem mais, nem menos.

Por outro lado, existem pessoas também ricas ou pobres de bens materiais, mas que trazem em seus corações o tesouro da generosidade e da admiração em relação ao próximo, almas que têm Deus no seu prumo e em sua meta primeira. São os humildes, que nas palavras de Nosso Senhor, tornaram-se tal qual crianças para adquirirem o Reino dos Céus.

Em sua existência terrena, Nosso Senhor conviveu com pessoas de variadas mentalidades; entre elas, infelizmente, algumas que careciam miseravelmente de humildade. Um exemplo que vem muito a calhar é o apresentado no Evangelho de São Lucas do 22º Domingo do Tempo Comum, em que Ele visita a casa de um chefe dos fariseus, em um jantar seleto, mas em que a miséria de alma apareceu com cores fortes…

“Jesus e os fariseus” – Museu de Artes – Montreal (Canadá)

Reparando que os convidados procuravam os primeiros lugares à mesa, Nosso Senhor os censura com uma pequena parábola, em que um convidado sentou-se em local de destaque num casamento, mas é convidado a cedê-lo para um personagem mais ilustre, numa situação constrangedora. Com sua divina mansidão, censura delicadamente a atitude dos convivas pretenciosos, aconselhando-os a não agirem deste modo, mas a procurarem os últimos lugares, para que, se for o caso, sejam convidados a subir e não a descer, o que é honroso. É de uma sabedoria incontestável!

Além disso aconselha também ao anfitrião, que convidara, muito provavelmente, aqueles dos quais poderia barganhar prestígio, interesses pessoais, trocas de favores e outras misérias do gênero. Era ele um esmoler de mesquinharias, incapaz de reconhecer o tesouro infinito que teve a honra de receber em sua casa: o próprio Homem-Deus. Este exorta-o a convidar para suas festas os pobres e aleijados, aqueles que não lhe poderiam retribuir com nenhuma vantagem. Esta ação generosa seria então recompensada eternamente por Deus na ressurreição dos justos. Destes conselhos depreende a belíssima conclusão:

 “Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha, será elevado.”(Lc 14, 11)

Sigamos o Divino Mestre e Pedagogo que afirma, conforme narrado no Evangelho de São Mateus, que devemos imitá-Lo: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração” (Mt. 11, 29).

Comentando este mesmo Evangelho, Mons. João Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho, escreve:

“Na verdade, Ele é muito mais do que isso, pois essas virtudes, que o homem luta por praticar, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade as possui em essência: Jesus é a humildade e a mansidão.

Quem é verdadeiramente humilde, é também manso, tem flexibilidade de espírito, está disposto a servir ou a obedecer a seu irmão, preocupa-se mais com os outros do que consigo mesmo, aceita qualquer humilhação ou ofensa com alegria, e quando nota um defeito na atitude de outro, reza por ele e procura não deixar transparecer o que percebeu. Pratica, assim, uma elevada e nobre forma de caridade para com o próximo.” (1)

Vale ressaltar que se Nosso Senhor usou de sinceridade para com os fariseus denunciando seu erro, foi porque discerniu neste modo de agir, aquele que mais faria bem àqueles pobres homens, naquela situação; agindo com fortaleza, mas prudentemente.

Nossa Senhora, exemplo de humildade e mansidão

Imaculado Coração de Maria – Arautos do Evangelho

Eis o grandioso ensinamento deixado por Nosso Senhor a todos nós: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mc. 10, 45).

Sigamos o exemplo de Maria Santíssima, que em sua vida terrena praticou maximamente as virtudes da humildade e mansidão; procurando em pensamentos, atos e palavras servir aos desígnios da Providência para que o Sol da Justiça brilhe majestade e plenitude sobre todos os corações.

Peçamos pela intercessão de Nossa Senhora das Graças, que busquemos não as ilusões passageiras dos ególatras, mas as graças de Nosso Senhor Jesus Cristo para tornar-nos humildes e mansos de coração, para assim obtermos os dons da fortaleza e sabedoria.

 Por Marcelo Veloso Souza Mendes

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(1) Mons. João S. Clá Dias, EP. Humildade e mansidão. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 314-315.

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