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Inauguração do Presépio de Som, Luz e Movimento

Som, luzes e movimento dão vida aos presépios dos Arautos do Evangelho, ajudando adultos e crianças a meditarem sobre o verdadeiro sentido do Natal, que é o nascimento do Menino Jesus.

Você e sua família estão convidados a visitar o Presépio montado na Casa dos Arautos de Maringá. A inauguração será no dia 5 de Outubro, após a Missa das 17h. Contamos com a sua presença!

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As lições do Divino Mestre: humildade e mansidão

Neste vale de lágrimas há pobrezas e pobrezas, incontáveis vezes nos deparamos com a mendicância, estado doloroso pelo qual falta ao ser humano tudo que há de mais elementar para sua existência: alimentação, vestimentas e habitação.

Quando por exemplo, devido a alguma doença, inexistem possibilidades legítimas de se alçar uma condição de vida digna, de trabalhar e sair da situação de indigência, o único caminho para tal pessoa é mendigar.

Dir-se-á: situação pior não há! No entanto, generaliza-se uma forma de “mendicância”, não propriamente material, e sobretudo não ornada pela dor resignada.

Trata-se de uma precariedade nem sempre aparente: a miséria da alma! Estado que, infelizmente, se faz recorrente naqueles que, perdendo a visão religiosa da vida – a partir da qual o homem encontra sua finalidade no conhecer, amar e servir a Deus –, colocam-se no centro de sua própria existência, numa espécie de egolatria.

Perdendo esse prumo inicial e essencial para a vida, a alma inicia uma busca constante e sem limites pela satisfação pessoal, mas que parece escapar-lhe por entre os dedos cada vez que pensa tê-la encontrado; não em Deus mas em si ou nas ilusões terrenas  com as quais procura preencher-se.

O coração humano só encontra o verdadeiro repouso em Deus!

Há pessoas, sejam ricas ou pobres materialmente, que guardam entre si uma nota caracterísitca: são miseráveis de alma! Vivem para mendigar a atenção, o aplauso, a fama, o reconhecimento e a boa opinião dos outros. Tentam, no fundo, encontrar nestes o apoio para persistirem numa posição contrária à ordem estabelecida por Deus para reger a existência e o convívio humanos: a humildade, em que cada um é aquilo que é; nem mais, nem menos.

Por outro lado, existem pessoas também ricas ou pobres de bens materiais, mas que trazem em seus corações o tesouro da generosidade e da admiração em relação ao próximo, almas que têm Deus no seu prumo e em sua meta primeira. São os humildes, que nas palavras de Nosso Senhor, tornaram-se tal qual crianças para adquirirem o Reino dos Céus.

Em sua existência terrena, Nosso Senhor conviveu com pessoas de variadas mentalidades; entre elas, infelizmente, algumas que careciam miseravelmente de humildade. Um exemplo que vem muito a calhar é o apresentado no Evangelho de São Lucas do 22º Domingo do Tempo Comum, em que Ele visita a casa de um chefe dos fariseus, em um jantar seleto, mas em que a miséria de alma apareceu com cores fortes…

“Jesus e os fariseus” – Museu de Artes – Montreal (Canadá)

Reparando que os convidados procuravam os primeiros lugares à mesa, Nosso Senhor os censura com uma pequena parábola, em que um convidado sentou-se em local de destaque num casamento, mas é convidado a cedê-lo para um personagem mais ilustre, numa situação constrangedora. Com sua divina mansidão, censura delicadamente a atitude dos convivas pretenciosos, aconselhando-os a não agirem deste modo, mas a procurarem os últimos lugares, para que, se for o caso, sejam convidados a subir e não a descer, o que é honroso. É de uma sabedoria incontestável!

Além disso aconselha também ao anfitrião, que convidara, muito provavelmente, aqueles dos quais poderia barganhar prestígio, interesses pessoais, trocas de favores e outras misérias do gênero. Era ele um esmoler de mesquinharias, incapaz de reconhecer o tesouro infinito que teve a honra de receber em sua casa: o próprio Homem-Deus. Este exorta-o a convidar para suas festas os pobres e aleijados, aqueles que não lhe poderiam retribuir com nenhuma vantagem. Esta ação generosa seria então recompensada eternamente por Deus na ressurreição dos justos. Destes conselhos depreende a belíssima conclusão:

 “Porque quem se eleva será humilhado e quem se humilha, será elevado.”(Lc 14, 11)

Sigamos o Divino Mestre e Pedagogo que afirma, conforme narrado no Evangelho de São Mateus, que devemos imitá-Lo: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração” (Mt. 11, 29).

Comentando este mesmo Evangelho, Mons. João Clá Dias, Fundador dos Arautos do Evangelho, escreve:

“Na verdade, Ele é muito mais do que isso, pois essas virtudes, que o homem luta por praticar, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade as possui em essência: Jesus é a humildade e a mansidão.

Quem é verdadeiramente humilde, é também manso, tem flexibilidade de espírito, está disposto a servir ou a obedecer a seu irmão, preocupa-se mais com os outros do que consigo mesmo, aceita qualquer humilhação ou ofensa com alegria, e quando nota um defeito na atitude de outro, reza por ele e procura não deixar transparecer o que percebeu. Pratica, assim, uma elevada e nobre forma de caridade para com o próximo.” (1)

Vale ressaltar que se Nosso Senhor usou de sinceridade para com os fariseus denunciando seu erro, foi porque discerniu neste modo de agir, aquele que mais faria bem àqueles pobres homens, naquela situação; agindo com fortaleza, mas prudentemente.

Nossa Senhora, exemplo de humildade e mansidão

Imaculado Coração de Maria – Arautos do Evangelho

Eis o grandioso ensinamento deixado por Nosso Senhor a todos nós: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mc. 10, 45).

Sigamos o exemplo de Maria Santíssima, que em sua vida terrena praticou maximamente as virtudes da humildade e mansidão; procurando em pensamentos, atos e palavras servir aos desígnios da Providência para que o Sol da Justiça brilhe majestade e plenitude sobre todos os corações.

Peçamos pela intercessão de Nossa Senhora das Graças, que busquemos não as ilusões passageiras dos ególatras, mas as graças de Nosso Senhor Jesus Cristo para tornar-nos humildes e mansos de coração, para assim obtermos os dons da fortaleza e sabedoria.

 Por Marcelo Veloso Souza Mendes

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(1) Mons. João S. Clá Dias, EP. Humildade e mansidão. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 314-315.

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A limitação da inteligência humana e a fé diante da Santíssima Trindade

            A humanidade ao longo dos anos e séculos, através de estudos e pesquisas, vem desenvolvendo inventos que inequivocamente trouxeram benefícios de toda ordem. Bastará citar no campo da saúde a descoberta da penicilina no ano de 1928, pelo médico inglês Alexander Fleming, devemos mencionar os avanços tecnológicos como o elevador, a luz elétrica, o telefone, ou então, na área dos transportes o avião a jato que permitiu viagens intercontinentais em questão de horas, ao passo que os navios no início do século XX demoravam semanas.

No âmbito da comunicação, as propagandeadas tecnologias de informação e comunicação (TICs) dinamizam os processos de troca de informações entre as pessoas; dentre as quais podemos citar os telefones celulares (agora em suas novas gerações de smartphones), a internet, tablets e muitos outros recursos tecnológicos que surgem a cada dia e que integram o quotidiano dos indivíduos; tanto que no final do ano de 2012 o Brasil contava com 261,8 milhões de aparelhos celulares ativos para uma população de, aproximadamente, 197 milhões de habitantes (1) .

No entanto, se de um lado o conhecimento humano – que é a base do referido progresso e das novas tecnologias – vem trazendo-nos tantas vantagens, por outro, ainda que seja amplo e aprofundado, depara-se com obstáculos e incógnitas que não sabe resolver, nem apresentar construções benéficas que atendam todas as nossas necessidades. Percebe-se, desta forma, quanto a capacidade humana e a inteligência são limitadas e inoperantes frente ao que poderíamos chamar de “mistérios da natureza”. Sim, quantos são estes mistérios que o homem não consegue penetrar!

Essa incapacidade da inteligência humana para explicar todos os fenômenos da natureza tem levado cientistas, dos mais renomados, a reconhecer a contingência do ser humano. Sim, somos limitados e não conseguimos compreender sequer aquilo que está no domínio de nossos sentidos. Esta afirmação pode ser comprovada através de pesquisa publicada por uma equipe da Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde se assevera, a partir de mapeamento realizado em centenas de pessoas, uma tese recorrente na neurociência: nossa inteligência chegou a seu limite (2).

Esta incapacidade em entender pela razão os fenômenos naturais cresce e atinge sua maior realidade quando o homem busca a compreensão e o verdadeiro conhecimento de Deus.

Bem disse a esse propósito São Belarmino: “Se tantos objetos neste mundo são inexplicáveis para o homem, quanto maior é o perigo de errar quando ele procura perscrutar o que está acima dos céus” (3).

Estas considerações vêm à nossa mente a propósito daquele que é, no sentido pleno do termo, um mistério, ou melhor, o maior Mistério diante do qual o homem fica menor do que um “átomo”, um nada, e que a Igreja celebra, a partir do período do pontificado de João XXII (1316-1334), com as grandezas de uma Solenidade: o Mistério da Santíssima Trindade.

Com efeito, nos ensina o Magistério infalível da Igreja que o Mistério da Santíssima Trindade é “o mistério de um só Deus em três pessoas iguais e realmente distintas que são o Pai, o Filho e o Espírito Santo” (4). E continua a nos explicar o Catecismo: “As três pessoas da Santíssima Trindade são um só Deus, porque que todas têm uma só e a mesma natureza divina” e “são todas iguais, porque todas têm a mesma natureza divina, o mesmo poder e a mesma sabedoria” (5).

Diante deste ensinamento, poderíamos nos perguntar: conseguimos nós, por mais inteligentes que uns e outros sejamos, penetrar e ter uma compreensão plena deste mistério? E, sem dúvida, todos serão unânimes em responder: simplesmente falando não compreendemos em toda a sua dimensão o Mistério da Santíssima Trindade! E por qual razão? Pelo simples fato de que não somos deuses, conforme pontua Santo Antônio Maria Claret:

Incompreensível vos parecerá isto, sem dúvida. E se pudéssemos compreendê-lo, ou seríamos Deus, ou Aquele cuja natureza declarássemos como é em si, não o seria. O que teria de precioso a Divindade incompreensível – pergunta Eusébio Emiseno – se a sabedoria humana pudesse compreender aquele Senhor que habita nas alturas, ao qual as nuvens servem de abajur e que é infinitamente superior a toda a ciência dos homens? (6)

 Nesta perspectiva, com base em São Tomás de Aquino, nos responde Mons. João Clá Dias, EP:

Esse insondável mistério de vida ad intra de Deus, baseada no amor, tornou-se cognoscível apenas pela Revelação. Para a inteligência humana resulta impossível entendê-lo, pois nada há na ordem da criação que possa dar ideia explícita dele. “É impossível chegar ao conhecimento da Trindade das Pessoas divinas pela razão natural”, afirma São Tomás. Logo a seguir, esclarece ser-nos possível conhecer a Deus, por mero raciocínio, “o que pertence à unidade da essência, não à distinção das Pessoas”. (7)

 Em outros termos, a razão humana foi capaz de chegar a conhecer a Deus, mas não a sua Trindade.

Porém, uma vez que a ciência dos homens não alcança esta verdade, qual deve ser a postura nossa em relação ao Mistério da Santíssima Trindade?

Santo Agostinho

Um dos maiores doutores da História da Igreja, Santo Agostinho, nos indica a via: “Se almejamos compreender tanto quanto nos é possível a eternidade, a igualdade e unidade de um Deus trino, precisamos crer antes que entender (8) [grifo nosso]. Ou seja, a partir da humildade e da fé poderemos – tanto quanto permita a nossa natureza e ainda auxiliados pela graça de Deus – ter um certo conhecimento da Trindade de Deus.

Sim, humildade! Virtude que nos coloca em relação a Deus no nosso devido lugar, reconhecendo nossa limitação, contingência e dependência para com nosso Criador. É a partir daí, praticando aquela que é a “virtude que Deus ama acima de todas as outras” (9)– conforme leciona São Luis Maria G. de Montfort – e não nos elevando a nós mesmos com soberba, que Deus nos dará, tanto quanto comporte a natureza humana, a graça de Seu conhecimento, que deve ser a razão de nossa plena alegria.

Unida à humildade encontra-se a fé, “virtude sobrenatural infusa, pela qual cremos firmemente todas as verdades reveladas por Deus e propostas pela Igreja” (10). Encontramos nas Sagradas Escrituras um ilustrativo e maravilhoso exemplo de humildade e fé diante dos mistérios de Deus: os pastores de Belém.

Embora despojados de maiores conhecimentos ou de uma inteligência especialmente cultivada (nos dias atuais poderiam ser definidos como ignorantes e analfabetos), creram e discerniram, pelo senso da fé, a presença do sobrenatural. Quando o Anjo anunciou, foram ao encontro do Deus Menino e, prostrando-se no Presépio, O adoraram. Podemos mencionar, ainda, a inocência das crianças que, sendo batizadas, creem sem colocarem a menor dúvida e sem buscar explicações no âmbito da razão.

Assim, com este espírito humilde, cheio de fé, flexibilidade e com a submissão de todo o entendimento e vontade ao sobrenatural, rezemos nesta Solenidade da Trindade, a Oração do Dia que nos propõe a Liturgia da Igreja:

 Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso inefável mistério. Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a Unidade onipotente. Por nosso Senhor Jesus Cristo (11).

Adilson Costa da Costa

(1) Agência Nacional de Telecomunicações. Relatório 2012. Disponível em <http://www.anatel.gov.br/Portal/verificaDocumentos/documento.asp?numeroPublicacao=297390&pub=original&filtro=1&documentoPath=297390.pdf>. Acesso em 24 de maio de 2013.
(2) Ed Bullmore. Nosso cérebro chegou ao limite, diz neurocientista. Revista Galileu. Disponível em <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,DML14634-17580,00-NEUROCIENCIA.html>. Acesso em 24 de maio 2013.
(3) São Bellarmino. In: Catecismo Popular. Primeira Parte: a Fé. Francisco Spirago. 2ª ed. Tipografia da Empresa Veritas, p. 30, s/d.
(4) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã. 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 15.
(5) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã, 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 16.
(6) Santo Antônio Maria Claret. Colección de Práticas Dominicales. v. II, Barcelona: L. Religiosa, 1886, p. 256.
(7) Mons. João S, Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. V, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana e São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 398.
(8) Santo Agostinho. De Trinitate. L. VIII, c.5, n.8. In: Obras. v. V, Madrid: BAC, 1956, p.514.
(9) São Luís Maria G. de Montfort. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. 42ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012, p. 140.
(10) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã, 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 96.
(11) Liturgia Diária. Ano XXII: n. 257: Maio de 2013. São Paulo: Paulus, 2013, p. 90.
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