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O que é a verdadeira gratidão?

Vivemos um momento no qual impera o individualismo, a busca incansável pela satisfação dos ímpetos, estando eles ou não em harmonia com o bem do próximo. A todo momento presenciamos relações que se estabelecem a partir de um juízo corrompido de valor: qual beneficio terei em fazer ou deixar de praticar tal ato?

Percebemos que o “eu” coloca-se no centro da vida e, em muitos casos, é cultuado enquanto única razão para a vida terrena. Neste sentido as virtudes, como por exemplo a gratidão, são meros conceitos abstratos em, quando muito, estão relegadas ao plano da conveniência social.

A partir desta realidade nos perguntamos: em que consiste a verdadeira gratidão?

De acordo com Mons. João Clá Dias, EP,  na obra “O inédito sobre os Evangelhos” (1), raras vezes interrompemos as ocupações cotidianas para considerar quantos bens nos são concedidos pela Divina Providência ao longo da nossa vida, ainda que não os tenhamos pedido ou sequer desejado.

Ao buscar a fonte de tais benefícios, devemos lembrar que não existiríamos sem um desígnio de Deus. A partir do nada, foi Ele constituindo a diversidade de seres, ao longo dos seis dias da criação, como está descrito no Gênesis, até modelar Adão do barro e Eva de sua costela, e neles infundir a vida. E cada nascimento, que ocorre a todo instante no mundo inteiro, é um fato extraordinário porque à lei física se acrescenta uma lei espiritual: Deus infunde uma alma inteligente, criada pelo simples desejo de sua vontade, num corpo concebido pelo concurso do pai e da mãe!

Imagem de Nossa Senhora de Fátima – Arautos do Evangelho

E tudo o mais – a saúde, o alimento, o repouso, o conforto – vem d’Ele, direta ou indiretamente. Além disso, o Criador nos promete para depois de transpor os umbrais da morte um grande milagre: tendo nossos corpos sofrido a decomposição, voltando ao barro do qual fomos feitos, retomaremos um corpo glorioso que se unirá de novo à nosso alma, já na visão beatífica, e gozaremos da felicidade de Deus por toda a eternidade.

Quanta bondade do Pai Eterno! Entretanto… como é a nossa resposta? Somos gratos por tudo quanto recebemos? Quão rara é a virtude da gratidão! Muitas vezes ela se pratica apenas por educação e meras palavras. Todavia, para ser autentica, é preciso que ela transborde do coração com sinceridade.

Mons. João Clá Dias, EP prossegue escrevendo que, além de dar-nos a vida humana, Deus nos concede o inestimável tesouro da participação na sua vida divina pelo Batismo e, mais ainda, nos dá constantemente a possibilidade de recuperar esse estado quando perdido pelo pecado, bastando para isso nosso arrependimento e a confissão sacramental.

Sobretudo, dá-Se a Si mesmo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade como alimento espiritual para nos transformarmos n’Ele, santificando-nos de maneira a nos garantir uma ressureição gloriosa e a eternidade feliz. Ele nos deixou sua Mãe como Medianeira, para cuidar do gênero humano com todo carinho e desvelo. Os benefícios que Deus nos outorga são, assim, incomensuráveis! Qual não deve ser, pois, nossa gratidão em relação a Nosso Senhor e sua Mãe Santíssima?

Abraçar com entusiasmo e abnegação a santidade e batalhar com sempre crescente dedicação pela expansão da glória de Deus e da Virgem Puríssima na Terra, eis o melhor meio de corresponder ao infinito amor do Sagrado Coração de Jesus, que se derrama sobre nós às torrentes, do nascer do sol até o seu ocaso.

Eis em que consiste a verdadeira gratidão: servir com dedicação, amor e abnegação a Jesus Cristo e Maria Santíssima!

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(1) Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 403-413.

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A misericórdia de Cristo Rei

Uma das formas muito elucidativas de compreendermos o Reinado de Cristo nesta Terra é expressa belamente pela imagem do Cristo Rei, que se encontra na Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Valladolid (Espanha).

Cristo Rei – Igreja do Sagrado Coração de Jesus – Valladolid, Espanha

Contemple por alguns instantes, caro leitor, a magnífica imagem. Nosso Senhor está sentado de maneira majestosa, dando uma bênção. Tem como esplendor de sua cabeça, uma grande cruz ornamental. Sua fisionomia, serena, régia e bondosa; quantos aspectos poderíamos comentar!

No entanto, um se sobressai, no sentido de evocar a maneira pela qual, tão frequentemente, ou melhor dizendo, sempre, Ele realiza o seu governo nas almas.

Qual é essa característica? A misericórdia. E esta é representada, na imagem, pelo seu Sagrado Coração.

Sim. Cristo Rei exerce o seu reinado sobre as almas com misericórdia infinita, no entanto nem sempre correspondida. “Eis o Coração que tanto amou o mundo e por ele não foi amado”.

Nosso Senhor Jesus Cristo, nesta imagem, nos mostra seu Sagrado Coração, símbolo de Seu amor infinito por cada um de nós. E seu reinado sobre nós se dará inteiramente, aqui na terra, se formos santos e abertos inteiramente ao convite de união com Ele.

Com efeito, conforme comenta Mons. João Clá Dias, o Sagrado Coração “é o símbolo por excelência do amor infinito de Deus pelos pecadores e a mais comovente manifestação de sua capacidade de perdoar, abrir-se à misericórdia que d’Ele dimana, constitui uma segura fonte de salvação […]” (1)

Que a Solenidade de Cristo Rei seja, para cada um de nós, ocasião de muitíssimas graças de amor e de confiança absoluta ao Seu Sagrado Coração, por meio do Imaculado Coração de Maria. Desta forma seremos inundados de um júbilo incomparável, a nos preparar para a felicidade plena no reinado de Cristo Rei na eternidade.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Mons. João Clá Dias. Artigos
Disponível em http://www.joaocladias.org.br/MostraArtigo.aspx?id=212
Acesso em 24 nov. 13

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O reinado de Cristo Rei, na Terra e no Céu

 

Diante do Bem, quantas são as reações dos homens, ao longo da história! Ali está, diante dos príncipes, dos sacerdotes e do povo Aquele que é o Salvador e Redentor do gênero humano, pregado numa cruz. Tem ao seu lado à direita o bom ladrão e à esquerda o mau ladrão. E todos, diante Dele, tomam atitudes e reações diversas, as mais contrárias que se possa imaginar. Confirmam-se também ali, no Calvário, aquelas proféticas palavras do velho Simeão, quando tomou o Menino Jesus nos braços, apresentado por sua Mãe, no templo de Jerusalém: “Ele será um sinal de contradição”. (Lc 2, 34b)

No entanto, este Homem-Deus é verdadeiro Rei. E justamente sua realeza é celebrada solenemente pela Igreja na festa de Cristo Rei, encerrando o Tempo Comum e abrindo as portas para o Advento.

Alguém, na contemplação desta cena da Paixão, descrita por São Lucas (Lc 23, 35-43) na Solenidade de Cristo Rei, poderia questionar: “Mas como será rei quem está exposto a tal humilhação e sofrimento; como conciliar a grandeza da realeza com a loucura da Cruz?”

Entre tantos aspectos a considerar, que nos mostram o quanto Nosso Senhor Jesus Cristo é Rei, consideremos a reação de São Dimas, comentada por Mons. João Clá Dias:

 “Quem discerniu em sua substância a Realeza de Cristo foi o bom ladrão, por se ter deixado penetrar pela graça. Arrependido em extremo, aceitou compungido as penas que lhe eram infligidas, e reconhecendo a Inocência de Jesus no mais fundo do seu coração, proclamou os segredos de sua consciência para defendê-la das blasfêmias de todos: ‘Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal’. Eis a verdadeira retidão. Primeiro, humildemente ter dor dos pecados cometidos; em seguida, com resignação abraçar o castigo respectivo; por fim, vencendo o respeito humano, ostentar bem alto a bandeira de Cristo Rei e aí suplicar-lhe: ‘Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!’” [grifo nosso] (1).

Mas, poderíamos nos perguntar: Qual seria essa substância da Realeza de Cristo?

E eis que nos vem a resposta dada pelo próprio Fundador dos Arautos: “[…] o principal de seu governo neste mundo: o Reinado sobrenatural que é realizado, na sua essência, através da graça e da santidade. Nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto a  ‘videira verdadeira’, é a causa da vitalidade dos ramos. A seiva que por eles circula, alimentando flores e frutos, tem sua origem n’Aquele Unigênito do Pai (cf. Jo 15, 1-8). Ele é a Luz do Mundo (cf. Jo 1, 9; 3, 19; 8, 12; 9, 5) para auxiliar e dar vida aos que dela quiserem se servir para evitar as trevas eternas” (2).

Em outros termos, quando abrimos nossos corações para graça de Nosso Senhor, pelos rogos de Nossa Senhora, se dá o Reino em nosso interior, alcançamos assim a autêntica felicidade.

Eis aqui o Reinado de Cristo nesta Terra, diferentemente do que Ele exerce junto ao Céu, na eternidade. No entanto, em ambos, Ele é verdadeiramente Cristo Rei: “Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra” (Mt 28, 18).

Peçamos a Nossa Senhora, Rainha dos Corações, que interceda por nós junto a Ele, de maneira que ambos exerçam efetivamente o reinado em nossos corações, aqui e agora, nesta terra, e por toda a eternidade. Assim seja.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p.  495
(2) idem, p. 490

 

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Tarde de Louvor com Maria em Astorga: explosão de fé, oração e entusiasmo junto à Mãe de Deus

Já imaginou, caro leitor, se você fosse convidado… talvez  por um anjo, para passar uma tarde com Jesus, José e Maria, na Casa de Nazaré? Com que transbordamentos de entusiasmo você iria correndo para lá, sem querer perder um só segundo do celestial convívio que ali se estabeleceria? Acredite, caro leitor, foi isso que se deu em Astorga na tarde do último Sábado de Outubro.

A Tarde com Maria começou às 14:30 com a gloriosa chegada da Sagrada Imagem no Trevo da Cidade, onde foi acolhida por uma multidão de fiéis com seus automóveis, prontos para iniciar a carreata que a conduziu calorosamente, em meio a cantos e fogos de artifício, até a Igreja de Nossa Senhora do Rocio.

Neste local iniciou-se uma interessante palestra do Arauto Cícero Sobreira de Souza, que já esteve em Missão em vários países, sobre “A Devoção a Nossa Senhora e o Apostolado do Oratório no contexto do Ano da Fé”, mostrando que neste período devemos especialmente cultivar esta virtude, que pode nos alcançar as maiores graças de Deus, desde que praticada com total confiança na bondade e misericórdia da Mãe de Deus.

Ao fim da palestra, a Banda e o Coro dos Arautos de Maringá, que contou com a colaboração  de membros  provenientes de São Paulo, entrou solenemente executando a primeira melodia da Apresentação Musical que se seguiu. Houve muita interação com o público, que foi convidado a participar de algumas músicas marcando o ritmo com palmas e, em uma peça de origem espanhola, a bradar os populares “olés”, típicos dessa nação.

Em meio ao clima de alegria, iniciou-se abençoada cerimônia em que duas novas Cooperadoras dos Arautos receberam a bela túnica que simboliza sua participação mais efetiva no movimento.

Passou-se à imposição dos escapulários de Nossa Senhora do Carmo para o público, que foi informado sobre as preciosas graças associadas a esta devoção. Após animado lanche, os participantes acompanharam a Imagem Peregrina até o imponente Santuário de Nossa Senhora Aparecida para uma Santa Missa, transmitida ao vivo pela TV Antares.

Seguiu-se então a Celebração Eucarística, presidida pelo Revmo. Pe. Antonio Carlos Colusso, EP, provindo de São Paulo, tendo a Liturgia contado com a participação dos membros do Setor Feminino dos Arautos de Maringá.

Após a bênção para os fiéis presentes e telespectadores da TV Antares, foi realizada a solene coroação da Imagem de Nossa Senhora de Fátima pelas duas neo-cooperadoras dos Arautos, em meio a efusivas manifestações e aplausos entusiasmados dos fiéis, que foram, neste momento, convidados a consagrar seus corações ao Imaculado Coração de Maria.

A imagem percorreu os corredores do recinto sagrado sendo especialmente aclamada por todos, partindo, em seguida, para a Procissão Luminosa, que percorreu as ruas da cidade recitando a oração do terço, entremeada por cânticos executados pelo Coro e Banda dos Arautos do Evangelho.

Terminada a Procissão, iniciou-se uma Vigília Noturna junto à Imagem Peregrina, numa manifestação de ardorosa Fé e devoção do povo de Astorga à Santa Mãe de Deus, que durou até a Missa das nove horas de Domingo.

Agradeçamos, Arautos e bom povo de Astorga, a oportunidade que tivemos de orarmos, louvarmos e glorificarmos à Virgem Santíssima na Terra, e pedimos, ó Mãe de Misericórdia, que nos ajude e ampare sempre, até o dia bendito em que também nós possamos participar, não apenas de uma tarde, mas de uma eternidade de louvores, associando-nos à sua glorificação pelos anjos, bem-aventurados e pela própria Santíssima Trindade, no Céu, e assim, estarmos mais juntos a Vós.

Salve Maria! E até a próxima Tarde de Louvor com Maria!

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Frase da Semana – Santo Agostinho

“Criaste-nos para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousar em Vós”

Santo Agostinho, Confissões (1)

Santo Agostinho – Igreja de Santa Maria – Kitchener, Canadá

Na grandiosa Obra composta pelo grande Santo Agostinho, esta frase ocupa lugar de destaque. Está ela estampada logo no início do livro, denominado – com muita propriedade, Confissões.

O desejo de repousar em Deus faz parte da essência da natureza humana. Em vão busca o homem a felicidade longe de seu Criador. Toda nossa existência está impregnada desta verdade maior: fomos criados por Deus, para amá-Lo e servi-Lo nesta terra e depois usufruir eternamente de Sua Bem-Aventurança no Céu. Quem insiste em trilhar caminho diverso não encontra a felicidade nesta vida, nem na vida futura.

Santo Agostinho, cuja festa litúrgica a Igreja celebra neste 28 de Agosto é filho de muitas lágrimas de sua mãe, Santa Mônica, que, durante mais de trinta anos, rezou incansavelmente pela conversão do filho. A festa de Santa Mônica, padroeira das mães cristãs é comemorada um dia antes da de Santo Agostinho, em 27 de Agosto.

Em sua própria vida, experimentou Santo Agostinho a inquietude de que trata a Frase da Semana, pois, a partir do momento de sua conversão, até o final da vida não deixou um dia sequer de buscar a Deus de coração contrito e humilde. Repousou em Deus aos 76 anos, depois de servir a Igreja de Deus por mais de quarenta anos, na condição de padre e bispo. Iluminou com sua inteligência, dedicação e santidade a História da Igreja.

Que a frase desta semana nos sirva de reflexão para que, reconhecendo a finalidade de nossa existência, busquemos a Deus em nossas vidas até que finalmente, a exemplo dos santos, possamos repousar nEle por toda a eternidade. Que Nossa Senhora nos ajude hoje e sempre.

Leia mais sobre a vida de Santo Agostinho no site dos Arautos do Evangelho. (2)


(1) Santo Agostinho. Confissões. 9ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1988. Pág. 23.

(2) Arautos do Evangelho. Vida de Santo Agostinho. Disponível em: http://www.arautos.org/especial/17917/Santo-Agostinho

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