Arcebispo de Maringá: “Vivemos a transitoriedade de uma vida que se apaga ao sopro do inesperado”

Maringá – Paraná (Quinta-Feira, 02/01/2014, Gaudium Press) “Um horizonte de esperança” é o título do mais recente artigo de dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, no Estado do Paraná. No início de sua reflexão, o prelado cita uma frase do Papa Francisco, na abertura do Advento: “Na vida de cada um de nós há sempre uma necessidade de recomeçar, de levantar-se, de recuperar o sentido da meta de sua existência”. Para dom Anuar, na maioria das vezes somos tentados a buscar culpados pelos nossos erros e fracassos.

De acordo com o arcebispo, recuperar o sentido da vida e da conquista do pão com o suor do próprio rosto é a condição para viver com dignidade sem lamentos ou falsas expectativas. Ele ressalta que talvez o que mais pesa é querer concertar o passado, ou talvez criar sentimento de culpa, e até mesmo pensar que não valeu apena. “Tenho certeza que não temos outra saída a não ser recomeçar, apostando tudo no momento presente, cientes de que o futuro não nos pertence”, completa.

Para o prelado, o grande horizonte que jamais devemos perder de vista é a esperança: uma esperança que não decepciona, porque esta alicerçada na fé, construída na Palavra de Deus, alimentada pela capacidade de dobrar os joelhos e orar sempre sem se cansar. Segundo ele, temos como guia permanente a nos mostrar os caminhos seguros, verdes e abundantes pastagens, Jesus Cristo, o Bom e Amado Pastor.

Ainda conforme dom Anuar, a humanidade, há mais de dois mil anos, caminha na luz do Menino que naquela noite, sem encontrar lugar nas casas, encontra um estábulo para nascer e ouvir dos anjos: “Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens de boa vontade”!

“Esse é o tempo e o momento de reavivar a esperança que nos faz crer e fazer tudo como se tudo dependesse de nós, mas ao mesmo tempo como se tudo dependesse de Deus. Somos humanos, com todos os limites e possibilidades. Ninguém é todo poderoso e muito menos dono do próprio nariz. Vivemos a transitoriedade de uma vida que se apaga ao sopro do inesperado. Sem pretensões de super-homens e nem homens sem ideais, somos feitos para solenizar cada momento presente, como único e último”, destaca.

Outra questão abordada pelo arcebispo é que ao findar de um ano marcado por sucessos e fracassos, por alegrias e tristezas, resta-nos carregar os nossos sentimentos de uma profunda gratidão: em primeiro lugar ao Criador que nos amou e nos deu a capacidade de amar e ganhar o pão com o suor do próprio rosto; e em segundo lugar gratidão a todos que de uma maneira ou de outra cruzaram os nossos caminhos marcando êxitos ou dividindo as cruzes.

“Penso que esta é uma oportunidade para perdoar aqueles que de alguma forma foram obstáculos no caminho da vida. Não existe satisfação melhor do que ter um coração livre e vazio de rancores e ódios do passado.”

Por fim, dom Anuar agradece ao Senhor por mais um ano concluído e pede a Ele que nos abençoe para que o novo ano seja mais uma oportunidade para recomeçar com os pés no chão e os olhos no céu, animados por uma viva esperança de tempos melhores.

“Senhor, desejamos construir a nossa vida na dignidade de filhos e filhas criados a sua imagem e semelhança. Não queremos desfigurar ninguém com nossas atitudes e sim defender a vida, amando a todos, sem perder a esperança. Abençoado Ano Novo para você e sua família. Feliz 2014”, conclui. (FB)

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Fonte: www.gaudiumpress.org/content/54405