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À beira da morte… numa Noite de Natal…

Com seu estilo atraente e espirituoso, Lenôtre escreveu um de seus contos de Natal de maneira própria a desmitificar certas idéias sobre as causas mais profundas que determinaram a revolução de 1789 na França, bem como acerca do relacionamento entre as classes sociais naquela época.

Imaginem a Conciergerie1, prisão lúgubre onde eram detidos os condenados pelos revolucionários, muitos deles membros da aristocracia. É véspera de Natal de 1792, digamos, e ali se encontra um conde cujo “crime” maior era o de pertencer a uma classe que se destacava pela cultura, elegância e distinção.

Nessa época, a Conciergerie estava repleta de presos, e todas as manhãs uma carreta vinha apanhar dez ou doze condenados que seriam executados naquele dia. Um pretenso oficial de justiça lia a sentença com a pena de morte, e logo depois ordenava que os levassem para a praça onde se erguia a tristemente célebre guilhotina.

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A bala convertida em medalha

Nos primeiros tempos da conquista da velha África, um jovem capitão do 25º regimento de linha, ia, cheio de ardor, tomar parte no assalto de Constantina.

Antes de embarcar, foi abraçar sua mãe, senhora nobre e muito cristã:

– Meu filho – disse ela, entre lágrimas e carícias –, lembra-te, no meio dos combates, de tua Mãe do Céu. Desde a mais tenra infância, ensinei-te a honrá-la mais do que a tua mãe da terra, e me parece que não A invocas mais. Pendura ao pescoço esta medalha, que será tua proteção.

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Quem sois, Senhora? “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Lourdes – França, 1858.

Esse é o trecho final de um diálogo acontecido em 1858, quando Nossa Senhora apareceu 18 vezes a Bernardette Soubirous na Gruta  de Massabiele, situada às margens do rio Gave, nos arredores da vila francesa de Lourdes.

A 11 de fevereiro a Igreja comemora essa série de aparições da Virgem Imaculada. É a festa de Nossa Senhora de Lourdes.

Em 24 de fevereiro de 1858 aconteceu a oitava dessas aparições. Nesse dia, Nossa Senhora revelou a Bernardette sua primeira mensagem que, resumindo, seria: “Penitência,  penitência, penitência! Rogai a Deus pelos pecadores”.

Nossa Senhora ainda mostrou a Santa Bernardette (nona aparição, 25 de fevereiro) como praticar essa “penitência”: “vá e toma da água da fonte” e lave-se nela. Ela mandou também que Bernardette comesse de umas ervas que cresciam na gruta. Dois pedidos aparentemente absurdos, humilhantes.

Lourdes – Gruta das aparições

Comer aquele capim já seria ridículo, pior que isso era a questão da água para beber e lavar-se: Não existia nenhuma fonte no local! No entanto, cheia de Fé e humildade, Bernardette comeu a erva recomendada e, com as próprias mãos, escavou o chão da gruta. Da terra brotou água que ela bebeu e com a qual se lavou, tal como havia sido recomendado pela Senhora da Conceição Imaculada.

Os que assistiram ao fato ficaram atônitos e se perguntaram: Bernardette não teria ficado louca? Não! Ela apenas obedecia sem entender e sem pedir explicações. Ela julgava, com acerto, que de uma Senhora tão excelsa só poderiam vir coisas boas.

Ali, junto ao local onde a Imaculada Conceição colocou seus pés, brotou um manancial de águas prodigiosas. Ali nasceu a fonte de Lourdes: um jorro contínuo de graças e de milagres. Doentes com enfermidades físicas e espirituais de toda espécie alcançaram nela curas inexplicáveis,…milagrosas. (1)

Santa Bernadette Soubirous

Nossa Senhora premiou a confiança de Santa Bernardette revelando-Se a ela: Eu Sou a Imaculada Conceição! Esse impressionante Dogma havia sido definido há apenas 4 anos pelo Papa Pio IX e era agora confirmado pela Mãe da Igreja.

Santa Bernardette não hesitou em confiar em Maria Santíssima e recebeu, dela, como prêmio, uma grande revelação. Assim também sejamos nós, em todos os momentos de nossa vida.

Salve Maria!

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 (1) Extraído de: Arautos do Evangelho. Lourdes, Milagres, Perseguições, Vitória! Disponível em: http://www.arautos.org/especial/23737/Nossa-Senhora-de-Lourdes

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A humildade de São Cura d’Ars

São Cura d’Ars

Há quem diga que o reconhecimento das qualidades e virtudes de alguém nem sempre existe por parte daqueles que convivem com tal pessoa. E este fato não é tão difícil de constatar; eis aqui um exemplo muito expressivo, no relacionamento entre dois “colegas”, sendo um deles canonizado pela Santa Igreja e apresentado como Padroeiro dos Sacerdotes: São Cura d’Ars. Esta narração encontra-se no Tesouro de Exemplos, obra de autoria do Padre Francisco Alves (1).

Conta-nos a história que certa vez o Cura d´Ars, enquanto vigário, recebeu uma carta de outro Sacerdote, na qual lastimava que este santo, com tão poucos conhecimentos teológicos, atendesse confissões.

Tal observação, feita não sem brutalidade, talvez comportasse alguma veracidade, visto que nosso santo Sacerdote não era dos mais favorecidos no campo intelectual. Por isto mesmo é que fora indicado para tomar conta de uma Paróquia sem muito prestígio; na verdade, uma das mais modestas da França: Ars.

Ninguém questionará a adequação e utilidade, para a própria vida espiritual e o apostolado, de se ter conhecimentos teológicos amplos e aprofundados. Tanto assim, que a própria Santa Madre Igreja, além de ordenar que estudemos a Doutrina Cristã, celebra muitos Santos, não somente por sua santidade, como também por sua sabedoria teológica. Exemplo luminar da teologia católica celebrado pela Igreja: São Tomás de Aquino.

São Tomás de Aquino

No entanto, mais do que ter altos conhecimentos teológicos, deve-se ter virtude e humildade. E justamente isto, na história de nosso Santo Cura d’Ars, é o que se pode contemplar. Vejamos a resposta do Santo à carta insolente.

“Quanta razão tenho de amar-vos, meu caríssimo e reverendíssimo colega! Vós sois o único que me conhece. Já que sois tão bom e caridoso, interessando-vos pela minha pobre alma, ajudai-me a obter a graça, que peço sempre, de ser substituído no cargo, de que sou indigno pela minha ignorância, a fim de retirar-me a um canto e chorar a minha pobre vida”.

Virgem da Humildade – Por Lorenzo Monaco – Museu Louvre, Paris

Esta resposta, caro leitor, nos enche a alma: quanta humildade, quando desapego de si, quanta compreensão da grandeza da vocação sacerdotal e, ao mesmo tempo, noção de sua indignidade no exercício da missão!

Estimado leitor, rezemos para que Nossa Senhora da Humildade nos dê a graça de admirarmos e encantarmo-nos com exemplos como este, de humildade e virtude, que a história dos Santos nos dá; e de recusarmos categoricamente as manifestações de orgulho que pululam no mundo hodierno, nos instigando a imitá-las e tentando-nos para as vias do pecado.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Pe. Francisco Alves, C.SS.R, Tesouro de Exemplos. v. II, 2. Ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1960.
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