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A pedra no caminho

O caro leitor já pensou alguma vez no benefício que nos trazem, muitas vezes, as dificuldades da vida? Como aproveitar-se dos obstáculos que tão frequentemente qualquer ser mortal encontra nesta existência? Pois bem, meu amigo, deite a atenção nesta rápida história e certamente encontrará uma bela lição para sua vida:

História para crianças… ou adultos cheios de Fé?

Logo que amanheceu, as instruções do rei começaram a ser postas em prática: os soldados cercaram a estrada enquanto vários operários executavam um misterioso serviço.

Desde que o rei ascendera ao trono, tudo corria bem naquele reino distante, outrora assolado por contínuas guerras.

O soberano era ao mesmo tempo forte e bondoso. Dominava como ninguém a arte militar e possuía tropas bem treinadas, mas preferia alcançar a paz através de amistosos tratados. Por isso, visando a glória de Deus e o bem do seu povo, já havia assinado acordos de cooperação com a maior parte dos estados limítrofes.

As aldeias do reino estavam em pleno desenvolvimento e os negócios com os estados vizinhos eram bastante prósperos. O clima ameno favorecia o plantio dos mais diversos vegetais, e até a natureza parecia estar ajudando a tornar aquela região semelhante a um paraíso.

Os habitantes eram laboriosos, solidários e piedosos. As igrejas estavam sempre cheias e os Sacramentos eram muito frequentados. Reinava entre todos um espírito de fraternidade cristã que fazia lembrar o mandamento novo de Jesus: “Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34).

Porém, o tempo passou e o temperamento dos habitantes do reino foi mudando… Acostumando-se a viver na prosperidade, perderam o espírito de sacrifício e de luta. Já não queriam saber de vencer quaisquer dificuldades, por pequenas que fossem, e o menor problema despertava entre eles muitas queixas.

O rei ficou preocupado. A paz e a tranquilidade, que tanto esforço tinha custado, deram ocasião à mediocridade de espírito da população. Ao mesmo tempo, as rixas entre os seus súditos aumentavam. O espírito comodista tornara-os irritadiços e egoístas.

O rei decidiu expor ao Bispo suas inquietações e ambos conversaram longamente

Decidiu expor ao Bispo suas inquietações e ambos conversaram longamente. O prelado também sofria com a decadência moral do povo, sobretudo vendo os Sacramentos serem cada vez menos frequentados.

Ora, o que fazer? Como ajudar o povo a perceber a decadência em que estava caindo? Como afastá-lo do egoísmo e compenetrá-lo da necessidade do sacrifício e da luta nesta vida? Depois de muito pensar e trocar ideias, prelado e soberano arquitetaram um projeto…

Naquela mesma noite, o monarca chamou à sua presença um pelotão escolhido de soldados e um grupo de servidores da maior confiança para lhes expor o plano, exigindo deles o mais rigoroso segredo.

Logo que amanheceu, as instruções do rei começaram a ser executadas. Os soldados dirigiram-se à principal via de acesso ao reino e a cercaram. Ninguém podia se aproximar do lugar onde alguns operários executavam um misterioso serviço. Os habitantes da região, curiosos, tratavam de adivinhar ao longe em que consistia, contudo nada alcançavam ver.

Por fim, o caminho ficou liberado… Bem, não exatamente: no meio dele havia agora uma enorme pedra!

Passaram por ali mercadores e homens ricos do reino. Ainda que com certa dificuldade, contornavam a rocha, aparentando indiferença. Alguns, mais exaltados, esbravejavam contra o rei, queixando-se pelo estado em que era mantida a estrada, mas também nada faziam para remover o empecilho.

Em pouco tempo a notícia correu por todo o reino. Não havia quem não reclamasse contra aquela volumosa rocha que tanto atrapalhava o passo das carruagens em uma das vias mais importantes do país; entretanto, ninguém tomava a menor iniciativa para resolver o problema.

Um belo dia, chegou junto à pedra o senhor Fabiano. Era um pequeno agricultor, de olhos vivos e corpo esguio, que todas a semanas utilizava a mesma estrada para levar ao mercado as frutas e verduras da sua horta.

Ao ver tal obstáculo no meio do caminho, desceu de sua carroça e, junto com seus filhos, dispôs-se a retirá-lo. Empurraram a pedra com força, mas ela nem se mexia… Procuraram madeiras para usá-las como alavanca, e foi em vão. Cansados pelo esforço, porém sem desanimar, pararam um pouco para tomar alento.

Senhor Fabiano estava indignado. Como era possível uma simples rocha resistir-lhes desse modo? Não haviam eles retirado milhares de pedras em sua horta, e até maiores, para torná-la mais fértil? Não construíram uma barragem desde o rio vizinho, para melhor regar os legumes? E, depois, o obstáculo não só atrapalhava a eles, senão a todos os que por ali passavam…

Um tanto recuperados, senhor Fabiano e seus filhos voltaram à tarefa. Juntos rezaram uma “Ave Maria”, como sempre faziam antes de iniciar o trabalho no campo, e unidos em um só esforço conseguiram afinal remover a grande rocha.

Depois de rezarem uma “Ave Maria”, senhor Fabiano e seus filhos, unidos em um só esforço conseguiram afinal remover a grande rocha.

Alegres e satisfeitos, já se dispunham a subir de novo na carroça, quando entreviram, em meio à poeira levantada, algo singular. Era uma bolsa de fino couro repleta de moedas de ouro, com um pergaminho, onde estava escrito: “Este é o prêmio para os valorosos que removerem da estrada a incômoda pedra. A vida está cheia de obstáculos e precisamos estar sempre em luta para vencê-los”. Estava assinado pelo próprio rei!

O fato rapidamente se tornou conhecido e o povo aprendeu a lição: tornaram-se moles e acomodados. O menor esforço lhes causava aflição. Diante de qualquer dificuldade preferiam reclamar em lugar de tentar resolvê-la.

No domingo seguinte, as filas dos confessionários se encheram e as Missas em todas as igrejas estiveram repletas. E o senhor Bispo, na principal Celebração da Catedral, aproveitou a ocasião para dizer no sermão:

— Os obstáculos em nossa vida são excelentes ocasiões para compreendermos ser a existência do homem nesta Terra uma luta. Sejamos solidários uns com os outros e ajudemo-nos nas dificuldades. Mas, sobretudo, lembremos sempre de pedir o auxílio de Maria Santíssima antes de enfrentar qualquer problema, por pequeno que ele seja.

Com a ajuda da graça divina, o plano do rei e do Bispo chegara a bom termo: aquela pedra havia sido instrumento para que o povo caísse em si e voltasse a ser valente, disposto a fazer qualquer esforço para o bem do reino e maior glória de Deus.

Fonte: Revista Arautos do Evangelho, n° 112, Abril de 2011. Págs. 46 e 47

Por Irmã Michelle Viccola, EP

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Revista Arautos em foco…

A Revista Arautos do Evangelho nasceu em 2002, um ano após os Arautos receberem do Papa a aprovação Pontifícia.

Com o intuito de levar aos lares do mundo inteiro a Palavra de Deus, as principais notícias da Igreja e um conteúdo completo baseado nos ensinamentos da Santa Sé, a Revista Arautos traz em suas páginas artigos para todas as idades e visa, sobretudo, a formação católica da família.

“A Revista Arautos é instrumento de evangelização e expressa o carisma dos Arautos do Evangelho”.

(www.revistacatolica.com.br)

1 MILHÃO DE LEITORES EM TODO O MUNDO!

Resenha Mensal

da Revista

Arautos do Evangelho

 N. 139

Julho 2013

Capa: Entrega de agasalhos e cobertores na Casa Generalícia da Sociedade de Vida Apostólica Regina Virginum.

A foto de capa (1) da Revista Arautos do Evangelho de Julho de 2013 faz referência ao trabalho realizado pela Sociedade de Vida Apostólica Regina Virginum (nascida do ramo feminino dos Arautos do Evangelho) na região da Serra da Cantareira, nas áreas circunvizinhas à sua Casa Generalícia. Essa região é habitada por numerosas famílias, as quais se sentem necessitadas de assistência material e espiritual.

Atendendo ao apelo do Concílio Vaticano II que, em um de seus principais documentos, convida os “filhos da Igreja a serem solícitos às necessidades de nossa sociedade”, as irmãs de Regina Virginum “procuram proporcionar aos carentes uma educação de base e favorecer a inserção social de crianças e jovens, com vistas a promover a formação integradora”. Particularmente, no dia 09 de junho p.p., as irmãs realizaram uma tarde de acolhida aos moradores, ato ao qual compareceram mais de 600 pessoas, provenientes das mais diversas comunidades. “Nessa ocasião foram distribuídas mais de 3 mil peças, entre agasalhos e cobertores, de acordo com a necessidade de cada família”. Não faltou também o tão necessário apoio espiritual e o ato “foi marcado pela solene cerimônia de coroação da imagem Peregrina de Nossa Senhora. Após consagrarem-se ao Imaculado Coração de Maria, os participantes foram apresentar-Lhe seus pedidos e intenções, saindo comovidos pelas bênçãos que, em muitos casos, era a ajuda de que mais precisavam”.

Referindo-se, ainda, à matéria de capa, o Editorial destaca o papel da Caridade Cristã na vida da ce da Sociedade contemporânea. Esta virtude brota, sobretudo, do Amor de Deus e constitui “Regra perfeita de uma sociedade verdadeiramente conforme ao Evangelho, na qual os ricos, sem terem de renunciar à sua riqueza, são irmanados em Cristo com os pobres; e estes, mesmo não se enriquecendo, veem naqueles a mão dadivosa de Deus”.

A Voz do Papa traz excertos da homilia pronunciada pelo Papa Francisco na Solenidade de Pentecostes e também do discurso na Audiência Geral do dia 22 de Maio. Na homilia de Pentecostes, à luz do texto de Atos (2,1-11), o Papa reflete sobre a necessidade de nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo, destacando Sua ação em três palavras: novidade, harmonia e missão. Destaca o Santo Padre que devemos estar sempre abertos às novidades e “surpresas de Deus” em nossas vidas. Em seu discurso na Audiência Geral do dia 22 de Maio, o Papa Francisco lembra que “uma Igreja que evangeliza, deve começar sempre a partir da oração, do pedir, como os Apóstolos no Cenáculo, o fogo do Espírito Santo”. Destaca ainda que “evangelizar, anunciar Jesus, nos dá alegria; ao contrário, o egoísmo dá-nos amargura, tristeza, desânimo; evangelizar anima-nos”.

O Comentário ao Evangelho deste mês traz as profundas considerações de Monsenhor João Clá Dias, Fundador dos Arautos, sobre o Evangelho de Lucas, Capítulo 10, versículos 1 a 12 e 17 a 20, que a Liturgia apresenta para meditação no XIV Domingo do Tempo Comum e que aborda o envio dos discípulos para a Missão. “Válidas para todas as épocas históricas, as normas dadas pelo Divino Mestre aos setenta e dois discípulos delineiam o perfil de um autêntico evangelizador e constituem precioso guia para conduzir os homens à verdadeira felicidade. Estando no meio do mundo, em Missão, o evangelizador deve cercar-se de cuidados, pois, lembra Mons. João Clá que “a falta de vigilância no convívio com pessoas cuja vida não está pautada pela boa doutrina pode levar ao esmorecimento das convicções religiosas” do evangelizador. Todos devemos estar empenhados na Missão e “hoje o Salvador nos convoca a transmitir a todos os homens a alegria de glorificar a Deus, trabalhando para que a vontade d’Ele seja efetiva na Terra assim como o é no Céu”, conclui Mons. João Clá.

O Arauto César Manuel Escobar Castro teve a feliz iniciativa de entrevistar, para este número 139 da Revista, o Frei Efrém Jindrácek, dominicano nascido em Praga, na República Tcheca em 1975 e que esteve recentemente ministrando no Seminário dos Arautos do Evangelho curso de uma semana, abordando o tratado De ente et essentia, de Santo Tomás de Aquino. Frei Efrém é Doutor em Teologia pela Angelicum de Roma e tem uma história de vida muito interessante, pois nasceu “no seio de uma família não católica, recebeu o Batismo aos 14 anos. Surgiram quase ao mesmo tempo em sua alma a decisão de ser batizado e a ideia de consagrar a vida a Deus”. Os frutos da visita de Frei Efrém foram muito salutares!

A seção Arautos no Mundo  aborda diversas atividades de apostolado desenvolvidas pelos Arautos em países,de vários continentes: Moçambique (África), Itália e Espanha (Europa), Paraguai e Peru (América Latina). Recebem destaque também as diversas comemorações havidas pela passagem do 96º ano das aparições de Nossa Senhora em Fátima, Portugal e que se realizaram no México, Costa Rica, Colômbia, Peru, El Salvador, Argentina, Moçambique, Itália, Estados Unidos, República Dominicana, Nicarágua, Uruguai, Chile e Guatemala. No Brasil também, em inúmeras cidades, celebrou-se o aniversário das aparições de Nossa Senhora em Fátima. Puderam os Arautos constatar nessas celebrações, em união com as igrejas locais, a imensidade de graças que são derramadas por Maria Santíssima quando realizadas festividades em Sua honra.

A história de São Boaventura de Bagnoregio,“um dos mais eminentes membros da Ordem dos Frades Menores” (franciscanos), ilustra esta edição da Revista Arautos: “De rara inteligência e sabedoria, na fidelidade ao carisma de São Francisco, contribuiu para a expansão de sua Ordem, foi conselheiro de Papa e luminar da Santa Igreja”. São Boaventura soube admirar e seguir o seu Fundador e “o amou com aquela ‘forma de enlevo pela qual a pessoa quer dar-se inteiramente e não conservar nada para si’”. Grande e admirado Doutor, Superior da Ordem dos Frades Menores, soube conservar, ao mesmo tempo, a simplicidade da vida monacal: “São Boaventura nunca tirou os olhos do seu pai espiritual: São Francisco de Assis. Pelo contrário, seu zelo em seguir as pegadas do Poverello e a fidelidade a seu carisma fizeram com que a Ordem dos Frades Menores se mantivesse íntegra e unida. E, assim, ele passou para a História como seu segundo Fundador”.

Em artigo intitulado Pobreza e elevação de espírito, a Irmã Angela Maria Tomé, EP descreve a correspondência de Santa Clara de Assis à sua discípula Santa Inês. Esta, “uma jovem de sangue real, filha do Rei da Boêmia, havia decidido abandonar as riquezas e comodidades próprias de sua categoria e tomar o hábito entre as filhas de Santa Clara”. Nessa correspondência, fica evidenciado o quanto pode ser sublime e elevado o relacionamento humano: “A leitura dessas cartas enche-nos de consolação e leva-nos a desejar uma convivência semelhante entre todos os nossos irmãos na Fé”.

História para crianças… ou adultos cheios de Fé? do mês de Julho narra a história de um filho que se rebela com os próprios pais, renegando os seus ensinamentos. Esta narrativa acontece no Japão, mas, poderia ocorrer em qualquer lar, em qualquer país do mundo. Somente a misericórdia da mãe poderá salvar o rebelde Fumiko… e uma luta entre o bem o mal se trava em sua alma.

Artigo encantador, ricamente ilustrado, intitulado  Até o deserto floresce, aborda a confiança que devemos ter no Criador: “Se a alma confiar em Deus” – principalmente nos momentos de dificuldade espiritual – “as areias se transformarão em formosas flores. E quanto mais longa tiver sido a aridez, tanto maior será a fecundidade”.

Ainda muitas outras seções, notícias e matérias na Revista Arautos do Evangelho n. 139, de Julho: notícias da Igreja no mundo, os santos de cada dia; a narração das festividades de Corpus Christi em Roma, no mundo e no Brasil, as quais, por brevidade, não é possível resumir. Por isso você é convidado a ler, saborear a Revista Arautos do Evangelho em sua totalidade!

Faça sua assinatura, contatando a Sede Regional dos Arautos em Maringá, através do telefone (44) 3028-6596, ou através deste BLOG e daremos as informações detalhadas. Leia a Revista em seus momentos de descanso, reflexão e estudo. Esta é uma excelente maneira de falar de Deus em família!

Salve Maria! Até o próximo mês.

 João Celso


(1) Matéria completa, a partir da página 22 do referido número da Revista.

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O Terço na Palavra dos Papas e dos Santos

I – Uma Devoção a ser continuamente redescoberta.

             Uma das mais bonitas características da Língua Portuguesa (e de praticamente todas as línguas contemporâneas) é a sua vivacidade, a sua vitalidade. Com efeito, na medida em que o tempo passa e a História vai seguindo seu caminho, surgem novas demandas de comunicação e, para atendê-las, surgem palavras novas. Ao mesmo tempo, palavras já existentes vão se adaptando aos novos tempos e ganhando novos significados. Essa dinâmica é interessante e constitui-se em riqueza da Língua, pois uma de suas funções é propiciar uma comunicação eficiente.

            Um exemplo muito interessante é o que ocorreu com a palavra Terço. Se olharmos o dicionário, vemos que é definida como “que ou o que corresponde a cada uma das três partes iguais em que pode ser dividido um todo”. (1) A palavra terço pode ser um numeral: a terça parte de algo. Alguns dicionários também definem terço como a terça parte do Rosário. Neste caso, a palavra é um substantivo. Ainda, segundo o dicionário, Um Terço é “a terça parte do rosário, composta de cinco dezenas de contas, para a reza da ave-maria, intercaladas por cinco contas, correspondentes à oração do padre-nosso”. (2) Como muitos fiéis não tinham a possibilidade de rezar o Rosário Completo (os três conjuntos de Mistérios), rezavam o Terço, ou seja, a terça parte do Rosário.

            Mas… se a Língua é dinâmica, o Amor a Deus o é ainda mais: Por inspiração da Graça e movido por um imenso amor filial a Maria Santíssima, o Beato Papa João Paulo II acrescentou mais 5 mistérios ao Rosário, os Mistérios Luminosos. E agora, como fica? O Rosário passa a ser composto de 4 partes (4 mistérios). Cada parte do Rosário… continua a ser chamado de: Terço! Assim, quatro Terços e não mais “três terços” passam a formar o todo, que é o Rosário. Obviamente, quando se fala em Terço faz-se menção ao substantivo e não a um numeral. Para os fiéis que encontram na oração do Santo Terço uma devoção sólida, esse jogo de palavras pouco importa. O que importa é utilizarem-se dele para meditarem nos principais Mistérios de sua Fé!

            Portanto, quando nos referimos ao Rosário ou ao Terço, estamos falando da mesma Devoção. Rezar o Rosário significa rezar e meditar o conjunto dos quatro mistérios: Mistérios da Alegria (Gozosos), Mistérios Luminosos, Mistérios Dolorosos e Mistérios Gloriosos. Ao meditá-los, damos a volta em todo o Evangelho e, portanto, na História da nossa Redenção. E no que consiste a Devoção do Rosário? Qual é o seu histórico?

             Partindo do pressuposto de que, infelizmente, muitos católicos ainda não entendem plenamente o sentido dessa Devoção, a sua profundidade, a sua importância para nos ajudar a percorrer o caminho de Cristo, em companhia de Maria, iremos escrever esta série de artigos para tratar das maravilhas do Santo Rosário. Nas palavras do Beato João Paulo II: “Uma oração tão fácil e ao mesmo tempo tão rica merece verdadeiramente ser descoberta de novo pela comunidade cristã”. (3)

            Esta série de artigos pretende ser um pequeno passeio dentro do universo das palavras dos últimos Papas e de alguns santos sobre a sublimidade desta devoção. Muitos papas atribuíram uma grande importância ao Rosário: “Merecimento particular teve, a propósito, Leão XIII que, no dia 1º. de setembro de 1883, promulgava a Encíclica “Supremi apostolatus officio” alto pronunciamento com o qual inaugurava numerosas outras declarações sobre esta oração, indicando-a como instrumento espiritual eficaz contra os males da sociedade”. (4)

           Portanto, desde São Pio V, que no século XVI estabeleceu a invocação a Nossa Senhora do Rosário, como agradecimento à Virgem pela vitória da Cristandade na batalha de Lepanto, passando por Leão XIII (1878 a 1903) no século IX e até Bento XVI, há uma série de documentos muito interessantes nos quais os Sumos Pontífices apontam a eficácia do Rosário e sua utilidade no universo da piedade católica. Evidentemente, merece destaque o Beato João Paulo II que, como já comentamos, inaugurou uma fase luminosa na devoção ao Rosário, ao instituir, em sua magnífica Encíclica “Rosarium Virginis Mariae”, os Mistérios da Luz.

            Além dos inúmeros Papas, também vários santos se destacaram pelo amor ao Rosário. Alguns mais conhecidos, como São Luís Maria Grignion de Montfort, Santo Afonso de Ligório, São Pio de Pietrelcina e outros. Há outros santos, não tão conhecidos, como o Beato Bártolo Longo, o Beato Alano de La Roche, mas igualmente empenhados em sua difusão pelo mundo católico.

            No alto da Cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo, num Solene ato de Amor, nos deu Maria como Mãe (Cf. Jo 19,26). Mais especialmente, coube ao Apóstolo Virgem, São João Evangelista, tomar a si o cuidado da Santíssima Virgem nos anos em que Ela ainda teria que permanecer nesta Terra, para uma missão complementar: Ajudar no florescimento da Igreja. Que graça imensa para este Apóstolo poder conviver com a Mãe de Deus, indagar-lhe sobre os principais Mistérios da vida do Salvador. Como teria se dado a Anunciação? Qual foi a reação de Maria quando o Anjo lhe anunciou que seria a Mãe de Deus? E como teria Ela passado, em companhia de São José, os três angustiantes dias antes reencontrar o Menino Jesus no Templo? E assim por diante. Como teriam sido essas conversas? Com que amor a Mãe instruía São João sobre estas e outras verdades? Quem de nós não gostaria de presenciar essas conversas, esse convívio entre Mãe e filho?

             Pois bem: a devoção ao Rosário é exatamente isso: Imaginemo-nos na casa de Éfeso, aos pés da Virgem Maria, meditando com Ela nos mistérios da vida de Jesus. A Mãe nos instrui e nos anima no Caminho de Cristo, compartilhando conosco todas aquelas coisas que Ela guardava no seu coração (Cf. Lc 2,52).

            Com efeito, o Rosário é uma oração eminentemente contemplativa: “Sem contemplação, o Rosário é um corpo sem alma e sua recitação corre o perigo de tornar-se uma repetição mecânica de fórmulas (…)”. (5) Assim, todas as vezes que rezamos o Rosário, estamos fazendo, em companhia de Maria, este exercício de contemplação.

            E, para que a nossa contemplação se torne mais santa, mais luminosa, mais de acordo com aquilo que a Igreja espera de nós, nada melhor do que buscarmos esse conhecimento, através das palavras dos Papas e dos Santos.

           Caro leitor: Contamos com a sua companhia durante este estudo! Ou melhor, durante esta Meditação! Rogamos à Santa Mãe de Deus que nos acompanhe, com Sua intercessão, para que, conhecendo melhor este grande instrumento de Salvação – que é o Rosário! – possamos crescer sempre mais no Amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, à Sabedoria Eterna e Encarnada.

Salve Maria!

João Celso


(1) Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Disponível em: http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=ter%25C3%25A7o
(2) Idem

(3) Papa João Paulo II. Carta Apostólica RosariumVirginisMariae. 9ª ed. São Paulo: Paulinas, 2005, p.58

(4) Idem, p. 6

(5) Papa Paulo VI. Exortação Apostólica Marialiscultus. n. 47.02 fev. 1974. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/documents/hf_p-vi_exh_19740202_marialis-cultus_po.html

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Revista Arautos em foco…

“A Revista Arautos do Evangelho nasceu em 2002, um ano após os Arautos receberem do Papa a aprovação Pontifícia.

Com o intuito de levar aos lares do mundo inteiro a Palavra de Deus, as principais notícias da Igreja e um conteúdo completo baseado nos ensinamentos da Igreja Católica, a Revista Arautos traz em suas páginas artigos para todas as idades e visa, sobretudo, a formação católica da família.

A Revista Arautos é instrumento de evangelização e expressa o carisma dos Arautos do Evangelho.”

 (www.revistacatolica.com.br)

                           

                            Resenha Mensal da

                    Revista Arautos do Evangelho

                             N. 137  – Maio 2013

 

Afresco de Nossa Senhora do Bom Conselho, que se venera em Genazzano (Itália)

Apresentação da Revista

            Para atender aos seus objetivos editoriais (expostos acima) e tornar a sua leitura mais prazerosa e eficaz, a Revista Arautos do Evangelho é dividida em diferentes seções. As fixas são muito apreciadas pelos leitores e muitos as leem logo ao receber a Revista. São elas: Editorial, A Voz do Papa, os Comentários ao Evangelho, artigo mensal de Mons. João Clá Dias, Fundador dos Arautos; Arautos no Mundo e Arautos no Brasil¸ que trazem um resumo ilustrado das principais atividades dos Arautos em todo o mundo e no Brasil; também é fixa a seção Aconteceu na Igreja e no Mundo¸ com fatos de atualidade católica; uma parte da Revista que é muito apreciada é História para Crianças…ou adultos cheios de Fé?, que conta belas histórias, capazes de nos encher de entusiasmo; muito apreciada é também a parte dedicada aos Santos de Cada Dia, que traz um pequeno resumo da vida dos santos.

            As seções variáveis abordam, de maneira elegante e atrativa a História da Igreja, vários aspectos da Doutrina Católica, a devoção a Nossa Senhora, vidas de santos, Liturgia, além de inúmeros artigos sobre assuntos diversos, escritos com competência e zelo pelos inúmeros acadêmicos de Filosofia e Teologia e mestres e doutores (sacerdotes e leigos) que fazem parte das fileiras dos Arautos do Evangelho.

            Em uma elegante apresentação gráfica e rico conteúdo doutrinário, suas edições em quatro línguas atingem a tiragem mensal de 1 milhão de exemplares, circulando em dezenas de países, como demonstram as cartas recebidas na seção Escrevem os Leitores. Realmente, ela transmite o carisma dos Arautos!

            Para proveito de nossos leitores, apresentaremos a partir deste mês uma Resenha da Revista,  objetivando dar uma rápida pincelada nos assuntos que são ali tratados, e sobretudo incentivando a todos que procurem ler a revista inteira, pois é uma oportunidade única de conhecer, com qualidade os assuntos da nossa Religião. Revista Arautos: leitura agradável, formativa e com qualidade! Uma companhia indispensável para as famílias!

            A foto de capa da Revista do mês de maio é dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho, cujo afresco é venerado na pequena cidade de Genazzano, na Itália. Este número da revista aborda o insuperável amor maternal de Nossa Senhora por nós. O Editorial mostra como a lei da misericórdia é inaugurada pelo Divino Redentor, o qual “mostra-Se Deus não só amigo, mas Irmão dos homens, que Se encarna e morre na Cruz para nossa salvação”, o que seria impensável na Antiguidade. O “requinte” desse plano de amor, porém, é o fato de Nosso Senhor ter Se encarnado no seio puríssimo de Maria, tendo “assim a humanidade o conhecimento não apenas do Deus que é amor, mas também da Mãe d’Ele e nossa, a personificação da bondade, da doçura e do perdão”.

            A Voz do Papa deste mês traz, entre outros, excerto da homília proferida pelo Papa Francisco na Missa Crismal, de 28/03/2013. Dirigindo-se aos Sacerdotes, o Papa ensina que eles são “mediadores entre Deus e os homens; que a unção sacerdotal é para benefício do povo” e, a partir dessa verdade, o sacerdote deve “intuir e sentir as necessidades dos fiéis”; finalmente, que o sacerdote não deve se tornar apenas um “intermediário, um gestor”, mas deve ser “pastor no meio do seu rebanho e pescadores de homens”.

            O Comentário do Evangelho deste mês trata da magnífica Sequência de Pentecostes: “Na variedade dos povos, a unidade da Igreja, que ao longo dos séculos inspira o heroísmo da virtude, surpreende o cético espectador… Ignora ele qual o fator determinante desta maravilhosa coesão”. E esse fator de coesão é o Divino Espírito Santo: “Se o Espírito Santo se retirasse da Igreja, ela ficaria inerte como um cadáver”

            A Revista deste mês de Maio apresenta ainda vários outros interessantes artigos: O Diác. Dartagnan Alves de Oliveira Souza, EP, escreve sobre Os mártires do Império Romano: Testemunho selado pelo sangueO artigo mostra como “aqueles mártires tinham no fundo de suas almas a certeza de que Cristo, de alguma forma, triunfaria sobre os seus perseguidores. Machados, navalhas, fogo, torturas e feras revelaram-se insuficientes para vencer a resistência dos seguidores de Cristo”. Com o seu testemunho, os mártires construíram “pedra por pedra, o edifício admirável da Igreja”.

            Em outro artigo vemos que“quanto mais observamos a natureza, mais se fortalece nossa convicção de nos encontrarmos diante de uma obra divina (…) Exemplo revelador da insondável ordem posta por Deus no universo é o mundo das abelhas”. Em A perfeição da obra divina, o Arauto Jonas Venero explica como as estruturas usadas pelas abelhas em seus favos, bem como a exatidão dos seus alvéolos serve de inspiração para grandes avanços científicos, desde a maneira como a NASA constrói naves espaciais até à linguagem usada na Informática. A “chamada ‘teoria das abelhas’ continua inspirando artigos científicos em temas tão complexos como a distribuição de tarefas em entornos de computação em nuvem”. Realmente, artigo muito interessante e atual.

            Quem conhece a história de São Pascoal Bailão? Pois bem: a Irmã Clara Morazzani Arráiz, EP conta a bela história desse humilde pastor, modelo de mansidão, que teve a graça de entrar para a Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), num convite feito diretamente a ele, numa aparição, por S. Francisco de Assis e Santa Clara. “Sua vida transcorreu na paz do claustro e na mendicância, de maneira apagada, humilde, mas valente, na busca contínua e exclusiva da glória de Deus; e lhe estava reservada grande glória e renome pelo mundo inteiro”. Um grande Santo, exemplo para nossos dias!

            A Irmã Carmela Werner Ferreira, EP, em seu artigo Exímio modelo de bondade, apresenta o lançamento do mais recente livro de Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias: Dona Lucilia, cujo exemplo de vida costuma ser de grande proveito para as almas. Com a finalidade de divulgar a sua vida, acaba de ser publicada a biografia de Dona Lucilia, profusamente ilustrada por fotografias que falam por si, tal a expressividade de sua fisionomia transbordante de doçura e de benquerença incondicional. Como exemplo de mãe católica, nunca tendo atuado fora do lar, poderá servir de inspiração a incontáveis pessoas em nossos dias, cujas vidas também se desenrolam no seio da família. Os inúmeros fatos narrados revelam como é possível executar as tarefas cotidianas com muita elevação de alma, reportando tudo ao sobrenatural e a Deus Nosso Senhor. O livro de Monsenhor João é editado pela Libreria Editrice Vaticana.

            Há, ainda, notícias variadas, artigos sobre a devoção a Nossa Senhora, assuntos que enriquecem sobremaneira este número da Revista do mês de Maio de 2013. Porém, por brevidade, não será possível abordar a todos. Portanto, novamente, convidamos nosso caro leitor para saborear a Revista Arautos do Evangelho. Se desejar fazer a sua assinatura, pode contatar a Sede Regional dos Arautos, em Maringá, através do telefone (44) 3028-6596, ou através do BLOG e daremos as informações detalhadas. Numa época em que, infelizmente, muitas famílias têm muitos problemas e dificuldades para enfrentar em seu dia a dia, entre elas o diálogo, a Revista Arautos do Evangelho quer contribuir para essa evangelização dentro da família: Que tal ler a Revista numa reunião de família, entre amigos, em seu grupo, em sua Comunidade? Todos, certamente, sairão enriquecidos!

Até o próximo mês.

João Celso

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