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Quarto Domingo da Quaresma

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

O Filho Pródigo

As reações do pai, quando seu filho decide voltar para casa, não poderiam ser mais comovedoras. Avistou o filho de longe e “correu”, mesmo em idade avançada. Quem vinha? Aquele pobre miserável, vinha dos chiqueiros, estava imundo e mesmo assim o pai o abraçou e o beijou. O filho começa a confessar seus pecados e o pai o interrompe e manda aos servos que tragam as melhores vestimentas, sandálias e anel. Read More

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“Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos” (Sl 132, 1)

São João Bosco com os adolescentes

Esta frase do Salmista bem expressa a imagem aqui reproduzida.

Sim, contemplai as fisionomias destes jovens que estão apinhados em torno de São João Bosco. Vede o júbilo, o afeto, o respeito mútuo existente entre o Santo da alegria – outro não era senão seu ensinamento: “santidade é alegria” – e estes jovens. Realmente, como é bom e alegre que os irmãos unidos vivam juntos!

Mas esta realidade – poderia indagar o leitor – somente é possível entre os que moram juntos, numa congregação religiosa?

Para compreendermos bem o quanto isto é possível e realizável na sociedade, seja no relacionamento familiar, social e até profissional, bastará lançar os olhos naquele que é a fonte do verdadeiro amor, da benquerença e do bom trato: Nosso Senhor Jesus Cristo.

É pela presença do Divino Salvador entre os homens que se estabelece a verdadeira amizade. Quando esta presença divina não se faz, entra o orgulho, o desprezo, a inveja, em uma palavra, o egoísmo.

Conta-nos o historiador que os pagãos, nos primórdios do Cristianismo, comentavam admirados a propósito dos primeiros cristãos: “Como eles se amam!”. Sim, estes “imitadores da verdadeira caridade” – na expressão de São Policarpo ¹ – fundavam seu amor ao próximo no amor a Cristo Jesus.

Que os nossos contemporâneos também possam dizer o mesmo de nós, católicos. E dia chegará que a vida, tão marcada de egoísmos e tristezas, será substituída pelas alegrias da verdadeira união fraterna que pressagiam as do Céu, conforme a própria Mãe dos homens assim profetizou em Fátima.

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¹ São Policarpo. In Daniel Rops. A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires. Tradução de Emérico da Gama. São Paulo: Quadrante, 1988, p. 190.

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Como superar os vícios da inveja e ambição?

Em nosso quotidiano tomamos conhecimento de atos calamitosos que as pessoas cometem contra seus próximos, crimes atrozes, calúnias e difamações perpassam o convívio social neste vale de lágrimas. São práticas motivadas, em grande medida, por dois vícios nefastos: inveja e ambição.

Mons. João S. Clá Dias,
Fundador dos Arautos do Evangelho

Na obra “O Inédito sobre os Evangelhos”* Mons. João Clá Dias, EP, escreve que “a ambição é uma paixão tão universal quanto é a vida humana. Quase se poderia dizer que ela se instala na alma antes mesmo do uso da razão, sendo discernível com facilidade no modo de a criança agarrar seu brinquedo ou na ânsia de ser protegida […]. Quantos de nós não nos lançamos nos abismos da ambição, da inveja e da cobiça já nos primeiros anos de nosso infância? Essas provavelmente foram as raízes dos ressentimentos que tenhamos tido a propósito da glória dos outros. Sim, pelo fato de desejarmos a estima de todos, por nos crermos no direito à glória e ao louvor dos nosso circunstantes, constitui para nós uma ofensa o sucesso dos outros […]. Há paixões que se mantém letárgicas até a adolescência, e assim não o é a inveja; ela se manifesta já na infância e acompanha o homem até a hora da morte”.

Nesse ponto da leitura poderíamos indagar: qual o castigo de Deus para os vícios da ambição e da inveja?

O castigo de Deus à ambição e à inveja, leciona Mons. João Clá Dias, “se faz presente não só na eternidade, como também nesta vida. Quem se deixa arrastar por esses vícios perde a noção do verdadeiro repouso e passa a viver todo o tempo na preocupação, na inquietude e na ansiedade. Sempre estará atormentado pelo pavor de ficar à margem de ser esquecido, igualado ou superado. Sua existência será um inferno antecipado e essas paixões se constituirão em seus próprios carrascos”.

Imagem de Nossa Senhora de Fátima – Arautos do Evangelho

Na infinita misericórdia, amor e bondade de Deus para conosco foi-nos concedido um modelo pleno de humildade: Maria Santíssima. Em seu cântico de ação de graças pronuncia: “A minha alma glorifica Senhor; e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador porque olhou para a humildade de sua serva” (Lc 1, 46-48). Aqui, caro leitor, está o caminho para superação dos vícios da inveja e ambição: humildade, amor e temor a Deus.

Entremos na escola de Maria e “d’Ela aprendamos a restituir a Deus nosso ser, nossa família e todos os nossos haveres. Ela nos ensinará a glorificar ao Senhor por ter comtemplado o nosso nada e, como resultado, nosso espírito exultará de alegria (cf. Lc 1,47). Apresenta-se aqui o remédio para curar os vícios da ambição e da inveja e trilharmos o caminho para salvação nossa e de nosso próximo; peçamos com confiança aos Sagrados Corações a graça de alcançarmos um coração humilde e manso de espírito, admirativo  e generoso.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Mons. João S. Clá Dias, EP. O Precursor e a restituição. In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. II, Ano A, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2013, p. 12-23.

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