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Frase da Semana – Tome a sua cruz e Me siga

“Se alguém Me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e Me siga”

Marcos 8,34

Via Dolorosa. Jesus carregando a Cruz. Igreja Cristo dos Milagres de Lima, Perú

Via Dolorosa. Jesus carregando a Cruz. Igreja Cristo dos Milagres de Lima, Perú

Estas sublimes e categóricas palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo no Evangelho de São Marcos e que a Liturgia nos propõe à reflexão no XXIII Domingo do Tempo Comum, constituem, propriamente, as práticas da perfeição cristã, ou, as condições para ser autêntico discípulo de Jesus. Principalmente nos dias de hoje, muitos se auto-intitulam “cristãos”, mas, infelizmente, a sua prática de vida nada tem a ver com os Mandamentos, ou mesmo, conselhos dados pelo Divino Mestre.

“Se alguém Me quiser seguir”: O grande Doutor Mariano, São Luís Maria Grignion de Montfort, assegura que é muito pequeno o número dos que querem realmente seguir a Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, Ele emprega a palavra no singular: alguém e não alguns, “para marcar o pequeno número dos eleitos que se querem tornar conformes a Jesus Cristo crucificado, carregando sua cruz. É tão pequeno, que se o soubéssemos, diz o santo, ficaríamos pasmados de dor”.[1] Portanto, teremos a determinação necessária para seguir a Nosso Senhor?

“Renuncie a si mesmo”: Comenta Monsenhor João Clá Dias: “A origem de todos os pecados encontra-se no amor desordenado de nós mesmos, em detrimento da verdadeira caridade”[2] Para seguir a Nosso Senhor, devemos renunciar a toda forma de apego aos pecados e, principalmente, renunciar ao amor próprio que tanto nos afasta de Deus, quando procuramos fazer a nossa vontade e não a Vontade Divina.

“Tome a sua cruz”: É inevitável que ao longo de nossas vidas tenhamos que enfrentar muitas cruzes; a maioria delas nos vem sem que as procuremos: doenças, problemas familiares, perdas financeiras, etc. Outras, ainda, nos vem como consequência de decisões que tomamos ao longo da vida. Ânimo! Procuremos carregar nossas cruzes com disposição e confiança, imitando nosso Divino Salvador.

“E Me siga”: Finalmente, a prática de perfeição cristã mais importante, recomendada por Nosso Senhor: abraçar a nossa cruz por amor a Deus e seguí-Lo. Com paciência e resolução.

Que Nossa Mãe Santíssima, Rainha e mãe de todos os sofredores nos ajude a tomar com seriedade este programa de vida. Que Ela nos ajude a nos tornarmos verdadeiramente santos!

Salve Maria!


[1] São Luís Maria G. de Monfort. Carta Circular aos amigos da Cruz. Rio de Janeiro: Santa Maria, 1954. Pág. 24.

[2]Monsenhor João Clá Dias. O inédito sobre os Evangelhos. Vol. IV,p. 368

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Frase da Semana – Santo Antonio Maria Claret

De que vale o homem ganhar o mundo, se vem a perder a alma? Esta sentença me causou uma profunda impressão… foi para mim uma flecha que me feriu o coração… (1)

Em 24 de outubro a Liturgia comemora a festa de Santo Antônio Maria Claret (1807-1870), Bispo e Confessor.

Santo Antonio Maria Claret

A Frase da Semana traz à reflexão de seus leitores um pensamento deste grande Santo, baseado no Evangelho de São Mateus (16,26) que se tornou um dos pilares de sua vida espiritual. De fato, após uma infância muito piedosa, aos poucos, durante sua adolescência e juventude, Antonio – ignorando o chamado divino – entregou-se de corpo e alma ao trabalho, envolvendo-se nos negócios da família.

Comenta Monsenhor João Clá, Fundador dos Arautos (2):

Ainda jovem, morando em Barcelona, sentiu apelos divinos para algo de mais elevado, embora indefinido, pois não pensava na vocação sacerdotal. Mas, naquela cidade, envolveu-se com questões de tecelagem e se enfronhou nos assuntos práticos desse negócio, começando a esquecer o fervor da sua piedade dos tempos de menino. Passou alguns anos absorto no cuidado de máquinas, teares e coisas semelhantes.

Praticava ainda a religião, mas, nesse período de sua vida, pode-se dizer que Santo Antônio Maria Claret tendia a tibieza. Continuava a frequentar a igreja, assistia à Missa aos domingos, comungava algumas vezes por ano e também recitava o Rosário. Mas, fora do cumprimento estrito dessas práticas de piedade, só tinha pensamentos para o seu trabalho na indústria têxtil.

Foi a partir de um susto – que tomou no mar em companhia de alguns amigos, que Antonio Maria Claret abandonou radicalmente a vida de tibieza que levava. Numa palavra: conversão! Mudou de rumo; tornou-se modelo de santo, digno de ser imitado por todos os católicos, em todos os tempos. Foi um grande pregador, Bispo, Arcebispo de Cuba, confessor da Rainha de Espanha, Fundador de Ordem Religiosa. A fidelidade à conversão foi sua companhia por toda a vida.

O mesmo ocorre conosco, neste tumultuado e materialista século XXI! Muitas vezes, deixamos de lado o sopro da Graça de Deus em nossas almas – o contínuo convite à conversão que Deus nos faz – e vamos tocando a vida, dedicando-nos exclusivamente às coisas materiais e postergando, adiando a mudança de vida que nossa consciência nos acusa ser necessária.

Santo Antonio Maria Claret foi um grande devoto de Nossa Senhora e do Santo Rosário! Peçamos a ele que interceda por nós junto à Mãe de Deus e nos obtenha a verdadeira conversão – hoje!

Salve Maria!


(1) Portal Claretiano do Brasil. Frases de [Santo Antonio Maria] Claret. Disponível em: http://www.claretianos.com.br/claret/frases/

(2) Monsenhor João Clá Dias, EP. Os santos comentados. Seção Especial. Portal Arautos do Evangelho. http://www.arautos.org/especial/41510/Santo-Antonio-Maria-Claret

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A oração para pedir os bens temporais

Santo Afonso Maria de Ligório

Quais são as condições para que Deus atenda às nossas orações, quando pedimos coisas materiais, ou temporais, por exemplo: saúde, boa situação financeira, um emprego melhor, uma nova casa, recursos para o estudo dos filhos, etc.?

Estas são todas coisas legítimas, que devemos pedir. Pode acontecer, porém, de pedirmos a Deus coisas materiais e não sermos atendidos.

Por que acontece isso? Estaria Ele “quebrando” a solene promessa: “Pedi e recebereis”? (Mt 7,7). Muitas pessoas quando não obtêm as graças materiais de que necessitam, desanimam e deixam de rezar.

Em seu magnífico tratado sobre a oração (1), Santo Afonso de Ligório esclarece este mistério, ao explicar que nossas orações, para serem atendidas, devem seguir certas condições, colocadas pelo próprio Deus. Uma dessas condições, explica o santo, é a de que peçamos os bens materiais “com resignação” (2) e sob a condição de que esses bens também sirvam para nosso progresso na vida espiritual – e não o contrário. Não pode a abundância de bens se tornar um impedimento à nossa salvação. Diz o santo:

“Quantos, se fossem pobres ou doentes, não cometeriam os pecados que cometem sendo ricos e sadios! Por isso o Senhor nega a alguns, que lhe pedem a saúde do corpo ou os bens da fortuna, porque os ama, vendo que isso lhes seria ocasião de perderem a sua graça, ou ao menos de se entibiarem [esfriarem] na vida espiritual”. (3)

Este ensinamento segue com exatidão o Evangelho: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida” (Mc 8,36).

Alguém poderá objetar: “Ora, eu não quero ganhar o mundo inteiro! Mas, precisamos dos bens materiais, sem eles não há como se viver; afinal, estamos no mundo e temos as nossas necessidades!”. Com certeza é este um pensamento legítimo e verdadeiro.

Então, resta a pergunta: como conciliar a busca e necessidade dos bens materiais – que devemos procurar e que nos são necessários – sem, no entanto, apegarmo-nos demasiadamente a eles, comprometendo a salvação de nossa alma?

Nossa Senhora de Fátima – Arautos do Evangelho

A Igreja, como Mãe e Mestra, sempre nos conduz ao equilíbrio. A Liturgia da 25ª Semana Comum ao nos propor, na primeira leitura da quarta feira, a meditação do livro dos Provérbios (Pr 30,8-9), nos dá uma sábia resposta:

“(…) não me dês pobreza nem riqueza, mas concede-me o pão que me é necessário. Não aconteça que, saciado, eu te renegue e diga: ‘quem é o Senhor?’ Ou que, empobrecido, eu me ponha a roubar e profane o nome de meu Deus”.

A oração por excelência para pedirmos os bens materiais é, seguramente, a oração do Pai-Nosso, ensinada pelo próprio Nosso Senhor. Mas, os versículos acima, de Provérbios, podem corretamente ser adotados como uma oração diária por todos os que querem buscar esse sapiencial equilíbrio.

O Deus que provê de alimento as aves do céu e veste magnificamente os lírios do campo jamais deixará de atender nossas necessidades, desde que a Ele recorramos com confiança. Sobretudo com o auxílio de Maria Santíssima, Mãe de Misericórdia.

Por João Celso


(1) Santo Afonso de Ligório. A Oração.  4. ed. Santuário: Aparecida, 1992,  p.61-62

(2) Idem, ibidem.

(3) Idem, ibidem.

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A serva do Senhor

“Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”

(Lucas 1,38)

A seção Frase da Semana, do Blog dos Arautos do Evangelho de Maringá, tem trazido aos leitores inúmeras frases e pensamentos, extraídos de obras de Santos e Doutores da Igreja, coletados da Liturgia e de outras obras piedosas; enfim, tem buscado, semanalmente, um tema apropriado para ajudar a todos em suas reflexões e crescimento espiritual.

Excetuadas as sublimes palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo nos Evangelhos, nenhuma frase poderia ser mais importante, mas profunda e plena de significado do que esta, pronunciada por Maria, quando aceitou o convite que lhe fizera o anjo Gabriel: ser a Mãe do Messias! Uma frase, atestando um consentimento, que mudou a História da Humanidade. Banidos do Paraíso pelo pecado de nossos primeiros pais, a vinda do Salvador iria nos redimir e abrir as portas do céu para todos os homens e mulheres de boa vontade.

Num momento histórico em que todas as jovens de Israel desejavam casar-se logo, para, quem sabe, ter a imensa honra de ser a mãe do Messias, Maria, ao contrário, para servir a Deus de um modo mais perfeito, havia feito o voto de virgindade perpétua. Exatamente por isso, diante da proposta do Anjo, Ela, num primeiro momento, hesitou. Convencida, porém, de que essa era a expressa vontade de Deus, imediatamente, concedeu o seu fiat. Nesse instante, por obra do Espírito Santo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade encarnou-se no seio puríssimo de Maria. Por seu pleno consentimento, fez-se em Maria as palavras do anjo São Gabriel.

Que o “Sim” de Maria nos ajude, para sempre procurarmos discernir a vontade de Deus em nossas vidas e – principalmente – colocá-la em prática, com todas as suas consequências, como assim o fez a Santíssima Virgem.

 Salve Maria!

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Os “milagres” dos apóstolos de nossos dias!

As diversas reflexões da Liturgia no Tempo Comum nos remetem aos grandes milagres operados por Nosso Senhor Jesus Cristo durante a Sua existência terrena: curando doentes, expulsando demônios, ressuscitando mortos, enfim, realizando uma quantidade enorme de feitos extraordinários, buscava o Divino Mestre provar os propósitos de Sua vinda e confirmar na Fé os seus débeis seguidores.

Jesus [também] conferiu aos Apóstolos o poder de expulsar os espíritos imundos e o dom de curar os enfermos, para que os homens daquela época dessem crédito à mensagem do Evangelho.

E em nossos dias, qual é a prova da autenticidade da Boa Nova que os evangelizadores devem apresentar ao mundo moderno?

O “milagre” que os autênticos evangelizadores devem fazer é o de anunciar a Jesus Cristo mediante o testemunho de uma vida santa: praticando a virtude, aspirando à santidade e desprezando as solicitações e os ilusórios encantos do mundo. Este, sim, é o milagre capaz de transformar as famílias e a sociedade. (1)

Tendo em vista, principalmente, os feriados de Carnaval, durante os quais o paganismo de nossos dias é exposto com uma rudeza que chega a chocar, eis aí uma boa reflexão que a Frase da Semana propõe a seus leitores. Vamos pedir a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil que interceda para que tenhamos muitos “milagres” de autêntica fidelidade a Jesus Cristo.

Salve Maria!

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(1) Arautos do Evangelho. Boletim Informativo Maria Rainha dos Corações. Julho/Agosto de 2010, n. 48 (Editorial).

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