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São Roberto Belarmino: Como aproveitar o tempo?

Não raras vezes, passam por nossas vidas pessoas que, nos fazendo determinado bem, marcam de alguma forma a nossa existência. E delas não nos esquecemos. Assim é que, lembro-me de um Professor muito católico que, numa palestra, a propósito da vida dos Santos, levantou a seguinte questão: como administrar bem o tempo? Sem saber, este mestre deu-me uma grande ajuda para a vida, em relação à qual lhe sou imensamente grato. Espero que também seja útil ao caro leitor.

Essa questão sem dúvida é pertinente, pois quem de nós, com tantos anseios bons, projetos almejados e objetivos que temos desejo de alcançar, precisamos indagar inevitavelmente: terei eu tempo para tal?

Muitos são os que buscam a solução para administrar bem o tempo através de cursos. Sem dúvida, é uma estratégia boa. Mas talvez não seja suficiente. Terá então outra medida a tomar?

Sim! E este professor, com maestria e descortino, senso da realidade e espírito de fé, abordou a temática de forma inédita, como talvez ninguém o tenha feito. Como explicitou o problema e apresentou a resposta?

Mencionou ele São Roberto Belarmino (+1621), de quem o leitor possivelmente já tenha ouvido falar, e cuja festa se celebra no mês de setembro (dia 17). Este varão de Deus entrou na Companhia de Jesus, foi ordenado sacerdote e tornou-se professor de Teologia no Colégio Romano. Eleito Cardeal e nomeado bispo de Cápua (Itália), exerceu todo o seu ministério com zelo extraordinário e dedicação heroica. O leitor pode imaginar tudo quanto isto significa de responsabilidades, ocupações e atividades?

Assim – continua nosso estimado e sábio palestrante – este Santo, mesmo em meio às mais diversas e importantes obrigações, ainda sabia encontrar espaço para meditação, orações e muitos escritos célebres por sua sabedoria. Resultado: foi proclamado Doutor da Igreja!

A esta altura, o leitor certamente já percebe por onde vai a resposta da questão colocada: como aproveitar bem o tempo? E esta nos salta aos olhos, a partir da consideração acima: sermos Santos!

Quanto mais nos unirmos a Deus e seguirmos as vias da santidade, a exemplo de São Roberto Belarmino e de outros tantos santos – mais teremos sabedoria para administrar nosso tempo, realizando assim nossos melhores projetos.

Por Adilson Costa da Costa

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Para conhecer mais sobre a história deste Santo acesse:

http://www.arautos.org/especial/19686/Sao-Roberto-Belarmino–Um-jesuita-vestido-de-purpura.html

Veja também:

Como um astro luminoso – São Gregório Magno

Peregrinando pela casa de um Santo – São Pio X

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O Samaritano por excelência: Jesus Cristo

Quando consideramos o próximo vem-nos a mente, já de início – e não sem razão, sobremaneira, por efeito do Batismo que recebemos – aquele que é carente de algum auxílio e em relação ao qual temos alguma proximidade, seja de ordem familiar ou física. E incluímos, nesta “categoria”, o pobre e o doente sem recursos financeiros. Estendendo nossa consideração, será também nosso próximo o necessitado para além do aspecto material, aquele que leva consigo algum sofrimento moral, muitas vezes mais doloroso do que o próprio sofrimento corporal.

E qual deve ser nossa atitude para aqueles que, precisando de auxílio material ou espiritual, passam por nossas vidas? A prática da caridade: “Pois toda a Lei encontra a sua plenitude num só mandamento: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’” (Gl 5, 14). Em outros termos, devemos fazer ao próximo tudo aquilo que esteja ao nosso alcance, da mesma forma que gostaríamos que fizessem conosco, postos nós em tal contingência.

Esta caridade manifesta-se na prática das obras de misericórdia, “ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais”, conforme nos ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC 2447). E continua o Catecismo: “Instruir, aconselhar, consolar são obras de misericórdia espiritual, como também perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporal consistem sobretudo em dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, dar moradia aos desabrigados, vestir os maltrapilhos, visitar os doentes e prisioneiros, sepultar os mortos”. (1)

Sagrado Coração de Jesus – St Mary’s Church – Kitchener, Canadá

Neste sentido, contemplemos o Evangelho do XV Domingo do Tempo Comum, no qual Jesus ensina, através de parábola ao doutor da Lei, no que consiste o amor ao próximo e, portanto, o verdadeiro sentido da Lei.  Conforme comenta Mons. João Clá Dias, EP, “Quantas escolas e cursos de didática se multiplicam por todo o orbe! Entretanto, é impossível superar aquela empregada pelo Divino Mestre em sua vida pública. A criação da figura do Bom Samaritano é simplesmente genial”. (2)

Sim, bem ao contrário do sacerdote e do levita da parábola, face ao pobre homem assaltado por um grupo de bandidos que o maltratam, deixando-o quase morto e o despojam de seus bens. Tanto o sacerdote quanto o levita, passam pelo desventurado agredido e, sem compaixão, não o socorrem ou tomam qualquer providência com vistas a fazer algum bem aquele sofredor.

No entanto, qual a atitude do samaritano? Assim observa Mons. João Clá Dias: “Bem diferente foi a reação do samaritano. Sem levar em conta o ódio racial que violentamente os separava, apesar de se tratar de um inimigo seu, sua religiosa incompatibilidade se transformou, no mesmo instante, em comiseração. O Evangelho recolhe os maravilhosos detalhes da divina parábola elaborada por Jesus para o doutor da Lei: “o samaritano se manifesta um herói da caridade desde o descer de sua montaria, aplicando in loco  todos os cuidados cabíveis naqueles tempos, conduzindo a vítima a uma pousada, até o contraiu uma dívida com o estalajadeiro, a fim de que este dispensasse todos os cuidados ao pobre judeu”. (3)

Eis a caridade, a misericórdia e a bondade belamente retratada por Jesus em relação ao próximo.

Aqui temos a manifestação do amor ao próximo. Para o Samaritano, o próximo foi aquele homem agredido, abandonado e estirado no chão, quase a morrer. Mas, poderíamos perguntar: existirá somente o próximo necessitado? Existirá, por ventura, algum outro próximo? Um próximo esquecido? Para o Samaritano, claro está que o próximo foi o homem de quem ele teve compaixão. Mas, qual será o próximo, na parábola, do homem socorrido? A resposta não poderá ser outra, senão esta: o próximo do homem socorrido foi seu benfeitor, o Samaritano.

Aí esta, em contrapartida e harmonicamente entrelaçado, o sentido do próximo genuinamente manifesto. Se há um próximo necessitado, há também um próximo benfeitor. Para o próximo necessitado devemos ter compaixão, eis como a caridade se manifesta. E para o próximo benfeitor, como deve se manifestar a caridade?

Poderemos responder, imaginando, na parábola, qual a caridade que o homem socorrido deveria ter para com o Samaritano. A resposta salta aos olhos, numa palavra: gratidão! Não poderá ser outra a não ser esta a atitude de amor ao meu próximo benfeitor: gratidão, reconhecimento e admiração para aquele que faz o bem, que me faz o bem.

Mãe do Bom Conselho – Genazzano, Itália

Peçamos a Nossa Senhora da Gratidão não nos esquecermos daqueles nossos próximos que nos fazem o bem: o pai, a mãe, um professor, um amigo, um superior, quiçá um que, embora não o conheçamos particularmente, está perto de nós e que somos objeto de sua caridade… Que sejamos agradecidos, reconhecidos, por todo o bem que deles recebemos, sejam os benefícios materiais, é claro, mas, sobretudo, os espirituais como o bom exemplo, o bom conselho, o ânimo para vencermos nossas dificuldades e adversidades…

Sobretudo, nos lembremos daquele que é o nosso maior e incomparável próximo e benfeitor, o Samaritano por excelência: Jesus Cristo. E qual será nossa gratidão para com Ele: a prática heroica do Mandamento do Amor.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Catecismo da Igreja Católica: n. 2447. 11ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001, p. 632.

(2) Mons. João S, Clá Dias, EP. Quem é o meu próximo? In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 219.

(3) Idem, p. 222-223.

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