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Cristo Senhor nosso, infinitamente rico, nasceu pobre. Por quê?

Eis que se aproxima o Santo Natal, a nos convidar para contemplar este Menino, envolto em panos, tendo como casa e berço para nascer um estábulo e uma manjedoura; sendo aquecido pelo calor de um burro e de um boi. O que dizer de tamanha pobreza?

Adoração ao Menino Jesus – Museu do Prado, Espanha

No entanto, ali está o Homem-Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade que se encarna no seio virginal e maternal de Maria Santíssima, por obra do Espírito Santo. Ó grandeza infinita, “revestida” da mais radical pobreza!

Por que terá Deus, infinitamente rico, querido nascer na pobre gruta de Belém?

Ele que é o Criador do Céu e da terra, de todas as criaturas, portanto, Senhor e dono de tudo! O que é qualquer riqueza terrena de algum magnata ou de qualquer pessoa mais abastada em toda a história da humanidade, comparada com a riqueza da própria Criação, daquele que é o Autor de todas as coisas visíveis e invisíveis?

Sim, o Menino Deus, o pobre Menino Jesus quis nos dar uma grande lição: diante da perspectiva da eternidade, do sobrenatural, do Céu, esta nossa existência terrena e passageira, para os homens de fé, de nada valem as riquezas e o dinheiro. Ou por outra, somente terão valor se utilizados de acordo com os Mandamentos da Lei de Deus e com vistas à salvação eterna e à glória de Deus. Por exemplo: uma bela e ornada igreja glorifica a presença de Deus e eleva os humildes, como um verdadeiro Palácio dos Pobres.

Eis a grande lição da pobreza do Presépio de Belém. É legítimo buscar os bens terrenos e o dinheiro não como um fim, mas como um meio para algo mais elevado. E qual é este fim supremo? É a santidade!

Com os olhos postos no Menino Deus, pelos rogos da Virgem Mãe e de São José, procuremos colocar o sentido de nossa existência em Cristo, Redentor e Senhor nosso. E o restante nos será dado em acréscimo.

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O fiat de Maria e a prece de seu Filho Jesus

Quando tomamos nossas primeiras lições de Catecismo e adentramos no conhecimento de Jesus Cristo, deparamo-nos com uma questão muito bonita: Jesus Cristo sofreu e morreu enquanto Deus ou enquanto homem?

Sg. Coração de Jesus
Igreja de São Basílio – Toronto, Canadá

Não sem certa estranheza – sobretudo na idade infanto-juvenil, em que se dá a iniciação cristã – causa-nos certa curiosidade a pergunta. E a resposta, objetiva e cristalina, preceituada pelo Catecismo desabrocha, fazendo luz e aumentando nossa Fé: Jesus Cristo sofreu e morreu enquanto homem, porque não poderia sofrer nem morrer enquanto Deus. (1)

Esta consideração nos vem a propósito do Evangelho de São Lucas, do XVII Domingo do Tempo Comum, quando contemplamos Jesus “a fazer oração em certo lugar” e ensinando os discípulos a rezar o Pai Nosso (Lc 1, 1-13).

Consideremos bem: Quem está a fazer oração? Sim, Jesus. Mas quem é Jesus? Jesus é o Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade feito Homem. Ora, aqui também poderíamos indagar: Jesus rezou enquanto Deus ou enquanto homem? (2)

Com base no Santo Patriarca Hesíquio de Jerusalém, Mons. João Clá nos traz uma bela explicação à questão levantada: “Era de dentro de sua natureza humana que Jesus elevava sua mente a Deus e exprimia os desejos de seu Sagrado Coração, rogando fossem eles concretizados. Ou seja, nunca Jesus rezou enquanto Deus – e nem teria sentido, aliás, Ele assim proceder – mas sempre o fez como homem, pois sabia que certas graças não seriam jamais obtidas senão por meio de seus pedidos, por isso ‘Ele andava retirado pelas solidões e a orar’ (Lc 5, 16)”. (3)

No entanto, o esplendoroso momento de Jesus orando ao Pai, somente foi possível pelo fiat de Maria Santíssima. Graças ao sim em resposta ao Arcanjo São Gabriel, o Verbo se fez carne, e em tudo igual aos homens, exceto no pecado (Hb 4, 15). Eis aí duas maravilhas: o fiat de Maria e a prece de seu Filho Jesus.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Segundo Catecismo da Doutrina Cristã. 117ª ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

(2) Para saber mais acesse o vídeo: http://www.arautos.org/tv/interna.html?id=2839&title=Jesus+morreu+como+Deus+ou+como+homem%3F

(3) Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana e São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 240-241.

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