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Lembra-te de que és pó e ao pó hás de voltar.

Liturgia da Quarta Feira de Cinzas

Nada pode ser mais insignificante do que o pó. De fato, a Liturgia da Quarta Feira de Cinzas, que abre as portas da Quaresma, vem recordar ao homem a sua inexorável condição. Mesmo em um tempo, como o nosso, repleto de avanços da Ciência e da Tecnologia, não se pode escapar do traçado pelo pecado de Adão e Eva.

Na cerimônia da Quarta Feira de Cinzas, fica a fronte dos fiéis marcada “por um traço escuro cujo aspecto trágico e carente de beleza parece proclamar: ‘De uma hora para outra, podemos ser levados pela morte, retornando ao pó!” (1).

“A consideração da árdua passagem desta vida para a eternidade muitas vezes nos inquieta. Entretanto, tal pensamento é altamente benfazejo para compenetrar-nos da necessidade de evitar o pecado que, sem o arrependimento e o imerecido perdão, poderá fechar-nos, para sempre, as portas do Céu: ‘Lembra-te de teu fim, e jamais pecarás’ (Eclo 7, 40)”.(2)

No momento em que penetramos – através da Quaresma – num dos principais mistérios de nossa Redenção, a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Frase da Semana traz a seus leitores esta reflexão sobre a finalidade do homem.

Que esta Quaresma seja realmente propícia à Conversão. É que o desejamos, implorando para isto a maternal assistência da Mãe de Deus, a Mãe Dolorosa que ardentemente deseja a salvação de seus filhos.

Salve Maria!

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(1) Monsenhor João Clá Dias. O centro deve estar sempre ocupado por Deus. Comentário ao Evangelho da Quarta Feira de Cinzas. Disponível em: http://www.arautos.org/view/show/13373-o-centro-deve-estar-sempre-ocupado-por-deus
(2) Idem.

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Um tablet pode substituir o Missal Romano?

Especialista aborda esta questão na Revista Arautos do Evangelho

Os diversos dispositivos eletrônicos existem, em princípio, para facilitar a nossa comunicação: celulares, tablets, smartphones, notebooks, etc. Asseguram uma portabilidade que nos ajuda nas tarefas do dia-a-dia. Com eles podemos nos comunicar instantaneamente com o mundo, buscar formas de entretenimento e, ainda, “carregar” uma quantidade enorme de arquivos, sejam eles de texto, de fotos, de documentos e muito mais. Imagine a quantidade de livros que podem ser armazenadas num pequeno dispositivo – e a quantidade de peso que teríamos que mover – de um lado para outro – se não tivéssemos essa tecnologia.

De fato, são aparelhos facilitadores. Com maior ou menor complexidade, o seu uso é difundido e disseminado em todas as classes sociais e em todos os segmentos econômicos. Dizem os especialistas em relações humanas que os celulares e outros dispositivos aproximam os que estão longe, mas, contraditoriamente, podem afastar os que estão perto. De fato, muitas vezes é possível visualizar, em restaurantes, em escolas e outros ambientes sociais, as pessoas deixarem de conversar com quem está bem próximo, para buscar o convívio com quem está longe.

Com toda esta facilidade, muitos poderiam pensar que esses dispositivos eletrônicos – num futuro próximo, substituirão todos os livros, todos os materiais impressos.

Poderia, por exemplo, numa celebração litúrgica, um tablet substituir o Missal? Quem pensasse exclusivamente no lado prático, ou da mobilidade, poderia prontamente responder que “sim”. Mas, vejam o que noticia a Revista Arautos do Evangelho do mês de Outubro de 2012:

O Pe. Antonio Spadaro, SJ. Consultor dos Pontifícios Conselhos da Cultura e das Comunicações Sociais, explicou em artigo postado no dia 02 de Agosto (2012) em seu blog Cyber Teologia os motivos pelos quais smartphones, leitores de livros digitais, iPads e outros tablets não devem ser usados durante as Celebrações Eucarísticas e outros atos litúrgicos, em substituição do Missal Romano.

O tema foi trazido à tona por uma circular enviada no mês de abril último pela Conferência Episcopal da Nova Zelândia, na qual os Bispos proíbem aos sacerdotes de suas dioceses o uso desses aparelhos durante a Missa. “O Missal – explicam eles – tem uma função exclusivamente litúrgica, enquanto os iPads e outros dispositivos eletrônicos podem ser usados para rodar jogos, navegar pela internet, assistir filmes ou receber e-mails. Apenas isto já torna inconveniente sua utilização na Liturgia”.

Nesses aparelhos, explica o Pe. Spadaro no mencionado artigo, o texto rompe definitivamente seu sólido vínculo com a realidade material da página para se tornar “um objeto ‘fluido’: exatamente o oposto das Tábuas da Lei, ou do dito scripta manent. E não só isso. Ele pode facilmente desaparecer na tela, abrindo passo para um vídeo, um correio eletrônico, ou uma página web”. Por isso, acrescenta o teólogo jesuíta, “resulta inimaginável levar em procissão um iPad ou um laptop, ou incensar solenemente e oscular um monitor durante um ato litúrgico”.

 Por João Celso

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1Revista Arautos do Evangelho. Missal Romano não pode ser substituído por iPads. Outubro 2012, p. 45
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