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Revista Arautos em Foco – Novembro 2013

Resenha Mensal

da Revista

Arautos do Evangelho

 N. 143

Novembro 2013

Capa: Arautos do setor feminino conduzem a imagem de Nossa Senhora Aparecida ao altar-mor do Santuário durante a V Peregrinação Nacional do Apostolado do Oratório.

Foto: Leandro Souza

“Num ambiente de muita piedade e alegria”, foi realizada, no dia 14 de Setembro a V Peregrinação Nacional a Aparecida, promovida pelo Apostolado do Oratório Maria Rainha dos Corações. Na ocasião, 11 mil participantes lotaram a Basílica Nacional de Aparecida, “onde puderam depositar seus pedidos aos pés da Virgem Mãe Aparecida e agradecer-Lhe os incontáveis favores recebidos”. Este é o destaque da capa da Revista Arautos do Evangelho n. 143, do mês de Novembro de 2013. A matéria completa sobre a V Peregrinação encontra-se a partir da página 26.

Por sua vez, o Editorial aborda a consonância que deve haver entre o “zelo operativo…sem deixar de ter as vistas e o coração postos no sobrenatural”, o que justamente caracteriza toda a atuação dos Arautos do Evangelho, no Brasil e no mundo.

A Voz do Papa deste mês traz excertos do Discurso, proferido pelo Papa em 27/09/2013 aos catequistas vindos a Roma em peregrinação, por ocasião do Ano da Fé e do Congresso Internacional de Catequese. Nesse discurso, Francisco lembra que o “catequista tem a maravilhosa missão de educar na Fé, e deve exercê-la recomeçando de Cristo”. O Pontífice manifesta o seu contentamento de que “haja, no Ano da Fé, este encontro para vós: a catequese constitui uma coluna para a educação da Fé, e são precisos bons catequistas!”.

No Comentário ao Evangelho de Mateus 5, 1-12ª, que a Liturgia apresenta para a Solenidade de Todos os Santos, o Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho, lembra que nesta Solenidade, a “Igreja nos convida a ver com esperança nossos irmãos celestes, como estímulo para percorrermos por inteiro o caminho iniciado com o Batismo e atingirmos a plena felicidade na glória da visão beatífica”. Muito oportunamente, lembra ainda Monsenhor que “Santos são todos os que fazem parte do Corpo Místico de Cristo, não só os que conquistaram a glória celeste”. Em seu artigo, o Monsenhor João Clá estimula todos a pedir a intercessão de todos os santos “a fim de um dia nos encontrarmos em sua companhia no Céu. Enquanto lá não chegarmos, podemos nos relacionar com essa enorme plêiade de irmãos celestes, membros do mesmo Corpo [Místico], por um canal direto muito mais eficiente do que qualquer meio de comunicação moderno: a oração, o amor a Deus e o amor a eles enquanto unidos a Deus. Tenhamos a certeza de que, do alto, eles nos olham com benevolência, rogam por nós e nos protegem”.

Continuando a abordagem de aspectos da vida de Dona Lucilia Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, o número de Novembro, traz artigo intitulado “O calor dessa bondade” em que destaca que a bondade de Dona Lucilia não se restringia a seu ambiente doméstico, mas se estendia a todos os que com ela tivessem contato. Sobre essa calorosa bondade, declarou um sobrinho: “Tia Lucilia ficou marcada para mim a vida inteira como uma santa… Porque uma tão grande bondade ficou como que impregnada em mim, e até hoje ainda sinto o calor dessa bondade”. Vale a pena conferir este belo artigo, a partir da página 18.

 O Diácono Flávio Roberto Lorenzato Fugyama, EP em seu artigo intitulado Jesus se oculta nos superiores, ao narrar um surpreendente fato havido com o Beato Stefano Bellesini no momento de seu sepultamento, trata da grandeza da virtude da obediência “em aras da qual as almas consagradas imolam aquilo que têm de mais precioso: a própria vontade”. Dessa magnífica “virtude da obediência deram-nos o mais sublime exemplo Jesus e Maria”, como descreve São Paulo: “Sendo Ele [Cristo] de condição divina, não Se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a Si mesmo, assumindo a condição de escravo … tornando-Se obediente até a morte, e morte de Cruz” (Cf. Fl 2, 6-8).

Arautos no Brasil traz notícias sobre atividades dos Arautos do Evangelho em todo o País, em Curitiba, Cuiabá e Nova Friburgo, com destaque para a visita realizada por participantes do Curso de Formação Teológica, ao Hospital Geriátrico Dom Pedro II, no Bairro do Jaçanã, na capital paulista.

A seção Arautos no Mundo  traz inúmeras atividades desenvolvidas pelos Arautos na Colômbia, Peru, Equador, além da peregrinação da imagem peregrina em Honduras.

A Irmã Maria Teresa Ribeiro Matos, EP apresenta a extraordinária vida de São Martinho de Porres. Nascido a 09 de dezembro de 1579, em Lima, no Peru, este grande santo, “misto de fidalgo e homem do povo, suas virtudes esplendecentes contribuíram para conferir à civilização peruana do seu tempo uma beleza e uma ordenação católicas até hoje insuperáveis”. Entrou para o Convento do Rosário, dos dominicanos, com apenas 14 anos, exercendo as mais simples funções, por exemplo, tarefas domésticas, como “varrer salões e claustros, a enfermaria, o coro e a igreja da grande propriedade, que abrigava por volta de 200 religiosos, entre noviços, irmãos leigos e doutos sacerdotes”. A visão sobrenatural de Frei Martinho “fazia-o compreender bem a glória que há em servir, à imitação do próprio Cristo Jesus, que Se encarnou para nos dar exemplo de completa submissão”. A humildade extraordinária e sua intensa espiritualidade fizeram com que a Providência permitisse ao santo realizar, ainda em vida, incontáveis milagres. Com “o exemplo de sua vida ele nos demonstra ser possível alcançar a santidade pelo caminho que Cristo nos ensina: amando a Deus, em primeiro lugar, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente; e, em segundo, ao próximo como a nós mesmos”.

A Palavra dos Pastores deste n. 143, traz artigo assinado por Dom Javier Echevarría Rodríguez, Prelado do Opus Dei, intitulado Batismo e Reconciliação, no qual comenta que o “Sacramento do Batismo nos introduz na grande família dos filhos de Deus. E quando dela nos excluímos, pelo pecado mortal, o da Reconciliação nos regenera, limpa e purifica”.

Em Histórias para crianças… ou adultos cheios de Fé? Maria Beatriz Ribeiro Matos narra as provações do jovem Gustavo que, órfão de pai e mãe, em seus momentos de maior provação espiritual, foi socorrido por Maria Santíssima. Nunca se ouviu dizer… uma bela história, a partir da página 46.

É certamente possível elevar nossa alma, buscando as coisas do alto, mesmo quando estamos realizando as tarefas mais simples do dia-a-dia. É o que demonstra Fahima Spielmann no artigo Pináculo de pedra, auge de amor. Exemplo extraordinário dessa disponibilidade para Deus é a vida de Santa Teresinha do Menino Jesus, a qual, mesmo sem sair do Convento, realizou obras grandiosas.

Com suas fotos e ilustrações de muito bom gosto e sua qualidade gráfica, o número 143, da Revista Arautos do Evangelho de Novembro de 2013 tem ainda muitas outras seções, por exemplo Aconteceu na Igreja e no mundo que traz as principais notícias do mundo católico. É a melhor companhia que a família católica pode desejar!

Por isso, querido leitor, queremos convidá-lo a maravilhar-se com a Revista Arautos do Evangelho em sua totalidade! Leia a Revista em família, em suas reuniões de Grupo e nas horas vagas do seu trabalho. A Revista Arautos é cultura católica de primeira qualidade.

Faça a sua assinatura, contatando a Sede Regional dos Arautos, em Maringá, através do telefone (44) 3028-6596, ou através deste BLOG e daremos as informações detalhadas

Salve Maria! Até o próximo mês.

Por João Celso

A Revista Arautos do Evangelho nasceu em 2002, um ano após os Arautos receberem do Papa a aprovação Pontifícia.

Com o intuito de levar aos lares do mundo inteiro a Palavra de Deus, as principais notícias da Igreja e um conteúdo completo baseado nos ensinamentos da Santa   Sé, a Revista Arautos traz em suas páginas artigos para todas as idades e visa, sobretudo, a formação católica da família.

A Revista Arautos é instrumento de evangelização e expressa o carisma dos Arautos do Evangelho”.

(www.revistacatolica.com.br)

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Livros Imperdíveis: História de uma alma – manuscritos autobiográficos

História de uma alma – manuscritos autobiográficos

por Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face

Título:     História de uma alma: Manuscritos autobiográficos

Autora:   Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face

[Tradução das Religiosas do Carmelo do Imaculado Coração de Maria e de santa Teresinha]

Editora: Paulus, São Paulo, 1986 (1ª. edição, 1979) 30ª reimpressão, 2013. Série Espiritualidade.

Sob o ponto de vista meramente humano, o que poderia haver de interessante, “imperdível” na narração da vida de uma jovem carmelita, falecida aos 24 anos, no final do século XVIII, tomada pela tuberculose, em um convento carmelita no interior da França?

Santa Teresinha do Menino Jesus

De fato, alguém que desconhecesse a importância de Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face para a Igreja de Cristo, não encontraria motivos para essa leitura. Não é, absolutamente, o que acontece com as pessoas que buscam aprofundamento espiritual: Esta jovem santa, que, durante sua curta vida no Carmelo desejou ardentemente ser esposa de Jesus, sentiu, ao mesmo tempo, outros chamados, outras vocações, como  “a de Guerreiro, a de Sacerdote, a de Apóstolo, a de Doutor e a de Mártir, enfim, (…) a necessidade, o desejo de realizar para Ti, Jesus, todas as obras mais heroicas (…) Sinto na minha alma a coragem de um cruzado, de um zuavo [soldado] pontifício. Queria morrer num campo de batalha pela defesa da Igreja.” (1) Proclamada Doutora da Igreja, a maior Santa dos tempos modernos, pode isto tudo realizar.

Na breve – porém intensa – vida de Santa Teresa, podemos contemplar vários aspectos da Caridade Cristã, exemplos a serem imitados: a exímia vida de família, na qual seus pais, os Beatos Luís Martin e Zélia Guérin (esta falecida quando a santa contava com apenas 6 anos de idade), esforçaram-se para conduzir a educação de suas filhas ao encontro de “uma fé sólida, que vê Deus em todos os acontecimentos, e que lhe rende culto incessante: oração em família, missas matinais, comunhão frequente (…), vésperas dominicais, retiros espirituais. Toda a vida segue o ritmo do ciclo litúrgico, das peregrinações, do escrupuloso acatamento aos jejuns e abstinências”. (2)

“Neste ambiente de sublime candura, a pequena Teresa foi sendo preparada para a elevada missão para a qual havia sido escolhida pela Providência. Ela e suas quatro irmãs, todas consagradas a Deus, foram pedras preciosas cuidadosamente buriladas no atelier familiar dos Martin (…).  Bem sabia o Sr. Martin que o exemplo vivo dos pais é insubstituível na educação dos filhos nas vias da santificação. Estimular o amor a Deus, a frequência aos Sacramentos, a proximidade espiritual com a Igreja, é um meio pelo qual os progenitores exercem sobre a prole seu sacerdócio real, recebido no Batismo. Desta sorte, deitam fundo no coração dos filhos a vivência da espiritualidade cristã, gravando em suas almas uma marca que nem o tempo nem as circunstâncias da vida poderão apagar”. (3)

A leitura da vida de Santa Teresa, por ela narrada, também nos leva ao conhecimento de suas grandes virtudes espirituais.

A Santa da “Pequena Via”

Na Revista Arautos do Evangelho, encontramos a explicação para o que vem a ser, exatamente, a Pequena Via, proposta por Santa Teresinha: o caminho da santidade acessível a todos. Explica-nos o Arauto Juan Carlos Casté:

A própria Santa Teresinha explica, nos Manuscritos Autobiográficos, em que consiste a sua “pequena via” de santificação.

“Sempre desejei ser santa, mas – pobre de mim! – sempre constatei, ao me comparar com os santos, que entre eles e eu existe a mesma diferença que há entre uma montanha cujo cume se perde nos céus e o grão de areia obscuro pisado pelos transeuntes. Longe de desanimar, disse a mim mesma: ‘O bom Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis. Logo, apesar de minha pequenez, posso aspirar à santidade. Tornar-me grande, é impossível; devo, pois, me suportar tal como sou, com todas as minhas imperfeições, mas quero procurar um meio de ir ao Céu por uma pequena via bem direita, bem curta, uma pequena via inteiramente nova’.”

*    *    *

Nessa época, fazia enorme sucesso o elevador, recém-inventado, que poupava às pessoas o esforço de subir escadas. Sor Teresinha sentiu um grande desejo de “encontrar um ascensor para me elevar até Jesus, porque sou pequena demais para galgar a rude escada da perfeição“. Pôs-se então a procurar nos Livros Sagrados e encontrou este pensamento: “Se alguém é pequenino, que venha a Mim” (Pr 9, 4). Continuando sua pesquisa, encontrou esta afirmação: “Como uma mãe acaricia seu filho, assim Eu vos consolarei, vos carregarei ao peito” (Is 66, 12-13). E concluiu cheia de júbilo: “Ah! O elevador que deve me erguer até o Céu são vossos braços, ó Jesus!”

A leitura atenta e amorosa dos Santos Evangelhos lançou-lhe mais luz: “Se não vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18, 3). “Deixai vir a Mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham” (Mc 10, 14).

Estava explicitado em que consiste a “pequena via”, o caminho da infância espiritual. Nela, o importante, não é fazer grandes mortificações corporais, mas aceitar com humildade a própria pequenez, as próprias limitações, até mesmo as próprias imperfeições, e ter um amor e uma confiança sem limites na bondade de Deus; e, como fruto desse amor, ter imensos desejos de fazer com perfeição os atos da vida diária. (4)

Os Manuscritos Autobiográficos

Santa Teresinha, como é mais familiarmente conhecida, reuniu em três cadernos – intitulados “Manuscritos Autobiográficos” –, escritos durante três anos, as principais lembranças de sua vida, as quais servem de reflexão e crescimento espiritual a todos os que querem imitá-la, em sua “pequena via”.

A História de uma alma, consiste basicamente em:

Manuscrito A, redigido por Teresa entre o começo de janeiro de 1895 e 20 de janeiro de 1896, a pedido de sua irmã Paulina, então Priora do Carmelo de Lisieux. Trata-se de reminiscências de infância, com o título: História Primaveril de uma Florinha Branca, escrita por ela mesma, e dedicada à Reverenda Madre Inês de Jesus.

Manuscrito B, composto de duas partes: uma “elevação” de alma a Jesus, escrita a 08 de setembro de 1896, e uma carta à Irmã Maria do Sagrado Coração (sua irmã Maria), à guisa de prólogo do presente escrito, e redigida entre 13 e 16 de setembro de 1896.

Manuscrito C, caderno dedicado à Madre Maria de Gonzaga, feita de novo priora em 1896 – redigido em junho de 1897. É um complemento das reminiscências de Teresa a respeito da vida religiosa, evocada muito de relance no Manuscrito A, e alonga-se sobre as exigências da caridade fraterna, que a Santa nesse mesmo ano redescobrira em profundidade. (5)

Por que este livro é Imperdível?

Santa Teresinha do Menino Jesus

A importância e oportunidade da leitura – por que não dizer – da meditação deste livro por todas as pessoas que desejam sinceramente buscar o caminho da santidade de vida, nos são apresentadas pela própria Autora: Com efeito, “dois meses antes de morrer, Teresa relia, a pedido da Madre Inês de Jesus, algumas páginas de suas reminiscências de infância. Com lágrimas nos olhos, faz uma pausa de repente: ‘O que releio neste caderno mostra tão bem o que é a minha alma!… Minha Madre, estas páginas farão grande bem. Depois, ficará melhor conhecida a doçura do Bom Deus’”. (6)

É este justamente o intuito da seção Livros Imperdíveis do Blog dos Arautos do Evangelho de Maringá: que todos os seus leitores tenham contato com esta obra extraordinária, inspirada por Deus, cuja leitura deixa nas almas um encantamento, uma alegria, um perfume de rosas, que levam ao conhecimento de que a santidade, através da “pequena via” está ao alcance de todos os que assim o desejarem. Nossos votos de uma boa leitura!

Salve Maria!

Por João Celso


(1) Arautos do Evangelho Maringá. Frase da Semana. Disponível em:

(2) Op. cit. p. 17

(3) Carlos Werner Benjumea. Santa Teresinha e a alegria de viver em família. Revista Arautos do Evangelho, Agosto/2006, n. 56, p. 36 à 38. Disponível em: http://www.arautos.org/artigo/6410/Santa-Teresinha-e-a-alegria-de-viver-em-familia

(4) Juan Carlos Casté. Santa Teresinha: “Minha via é segura”. Revista Arautos do Evangelho, Out/2005, n. 46, p. 22-25. Disponível em: http://www.arautos.org/artigo/8259/Santa-Teresinha—ldquo-Minha-via-e-segura-rdquo–

(5) Op. cit. p. 6

(6) Op. cit. p. 11

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Santa Laura Montoya: Na vanguarda missionária da Igreja

As páginas da Revista Arautos do Evangelho do mês de outubro de 2013 estampam artigo do Arauto Gustavo Ponce Montesinos intitulado Na vanguarda missionária da Igreja. Apresenta a bela história de Santa Laura Montoya, que nasceu e viveu na Colômbia entre o final do século XVIIII e a primeira metade do século XX. Faleceu em 21 de Outubro de 1949, aos 75 anos; é uma das primeiras santas canonizadas pelo Papa Francisco, em 12/05/2013.

De família muito católica e fervorosa, Santa Laura de Montoya está na “vanguarda missionária da Igreja” justamente porque sua vida – inicialmente como professora, formadora e fundadora de uma Ordem Religiosa é repleta de exemplos que podem e devem ser imitados em nossos dias, por todos os jovens que queiram servir a Deus de forma mais perfeita, seguindo o conselho evangélico: “Sede perfeitos como vosso Pai celestial é Perfeito” (Cf. Mt 5,48).

Desde muito cedo foi a pequena Laurita formada por sua piedosa mãe no amor ao próximo, perdoando e ajudando mesmo aqueles que lhe houvessem causado qualquer mal. Perdeu o pai, vítima da guerra civil ainda muito cedo, quando tinha apenas dois anos de idade. Permitiu a Providência Divina que, em toda a sua formação, o seu coração ficasse “vazio de qualquer afeto terreno, para poder, a seu tempo, tomar posse absoluta dele”. (1) Ainda em sua infância, aos 10 anos, teve a graça de conhecer “duas jovens que marcaram profundamente sua vida: ‘Úrsula, a virgem contemplativa, e Dolores, a virgem apóstolo, foram, sem saber, minhas mestras, meus espelhos, os pedagogos de minha vocação” (2).

Professora sedenta de almas

De fato, iniciou sua missão aos 19 anos, quando obteve, em 1893, o diploma de professora de primeiro e segundo grau, ocasião em que pode dar os primeiros lances do que seria o seu fecundo apostolado: “Empenhei-me em fazer de minhas alunas umas amantes loucas de Deus” (3).

Santa Laura Montoya

“Em pouco tempo, suas palavras e exemplos começaram a produzir frutos de conversão e de afervoramento” entre as jovens da sociedade local, que “passaram a comungar com frequência e a defender sua fé com denodo perante parentes ímpios”. (4) Contrariado pelo êxito que a jovem professora obteve, não tardou o demônio em procurar vingar-se. De fato, uma das alunas de Laura, Eva Castro, desistiu do casamento, manifestando aos pais o desejo de seguir a vocação religiosa. Insuflados pelo espírito maligno, os pais da jovem culparam a pobre professora por essa mudança, desencadeando sobre ela uma brutal perseguição, através de calúnias e difamações. Laura foi abandonada por todos, até pelo seu confessor. Finalmente a Providência interveio e a situação pode ser esclarecida. Não foi esta a única perseguição que sofreu, mas, ela sempre conservou inabalável a sua Fé.

O segundo Colégio que abriu obteve um bom sucesso inicial, mas foi também fechado precocemente (decorridos apenas dois anos de funcionamento); desta vez, não pela ação de inimigos da Igreja, mas por um Bispo mal informado. Através dessas cruzes, a Providência ia preparando a alma de Laura para “uma grande vocação: a de ser missionária entre os índios, e mãe de numerosas missionárias”. (5)

Trezentos ou quatrocentos mil filhos perdidos

O zelo apostólico da jovem professora experimentava enorme dor ao “considerar que milhares de indígenas colombianos não tinham contato algum com a Igreja” (6), como se tivesse centenas de milhares de filhos perdidos. O desejo de catequizá-los, mostrar-lhes a Verdadeira Fé e torná-los Filhos de Deus a inflamava constantemente, porém, teve que enfrentar inúmeros obstáculos antes de realizar seu projeto missionário. Afinal, depois de muitas lutas, conseguiu lançar-se à obra, graças a ajuda de Dom Maximiliano Crespo, Bispo de Santa Fé de Antioquia, o qual a apoiou, concedendo-lhe os recursos necessários para que partisse em missão.

Assim, “na formosa manhã de 5 de maio de 1914, partiram as cinco missionárias, entre as quais a mãe de Laura, Dolores Upegui, já com 72 anos, mas não menos entusiasmada nem com menor decisão do que as jovens”. (7)Em seus nobres intentos, enfrentou inúmeras dificuldades, mas, buscou estabelecer uma regra que levasse todas à perfeição. A Providência favoreceu sua serva fiel e assim a atuação de Madre Laura foi marcada, inclusive, por inúmeras curas prodigiosas, as quais fizeram com que os habitantes – a princípio hostis, fossem, aos poucos, deixando-se influenciar pela bondade da Santa. A confiante devoção a Nossa Senhora foi fator decisivo para que Laura obtivesse sucesso, como ela mesma explica: “Minha devoção à Santíssima Virgem era como o remo que movia minha barquinha. […] Maria é o sorriso de minha vida”.

“Os últimos nove anos de sua existência Santa Laura passou-os numa cadeira de rodas, no meio de duras provações. Enquanto isso, a Providência abençoava a expansão de sua obra”. (8) As Missionárias de Maria Imaculada e Santa Catarina de Sena estão hoje presentes em 19 países.

Peçamos a Santa Laura Montoya que nos obtenha o mesmo ardor missionário que ela tanto teve, para buscarmos, não apenas a nossa própria conversão, mas também de nossos irmãos, mesmo batizados, mas que se afastam deliberadamente, cada dia mais, da Igreja de Cristo.

Por João Celso


(1) Gustavo Ponce Montesinos. Na vanguarda missionária da Igreja. Revista Arautos do Evangelho. n. 142, p. 34, Outubro de 2013.
(2) Idem, ibidem.
(3) Idem, p. 35
(4) Idem, p. 35
(5) Idem, p. 35
(6) Idem, ibidem
(7) Idem, p. 36
(8) Idem, p. 37

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Revista Arautos em Foco – Outubro 2013

Resenha Mensal

da Revista

Arautos do Evangelho

 N. 142

Outubro 2013

Capa:

Entrega de brinquedos

na casa Monte Carmelo

(Caieiras-SP)

Na edição de n. 142, mês de Outubro de 2013, a capa da Revista Arautos do Evangelho destaca a distribuição de 2.100 brinquedos a dezenas de crianças residentes na região da Serra da Cantareira. Na ocasião, as “Irmãs da Sociedade de Vida Apostólica Regina Virginum puderam comprovar que  ‘há mais alegria em dar do que em receber’ ” (At 20,35). As fotos, nas páginas 26 e 27 da Revista revelam o verdadeiro encanto manifestado durante o Evento, na Casa Mãe da Sociedade, em Caieiras – SP. Essa mesma “alegria de dar” é abordada com maior profundidade no Editorial.

A Voz do Papa deste mês traz excertos de três pronunciamentos proferidos pelo Papa Francisco: a Homilia do dia 15 de Agosto de 2013, e trechos de dois Ângelus, em 11 e 25/08. Durante a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, o Papa lembra que “na luta que todos nós devemos enfrentar, Maria não nos deixa sozinhos. Ela está sempre conosco, nos acompanha e nos sustenta no combate contra as forças do mal”. E, ainda, que a “oração com Maria, especialmente o Terço, nos dá apoio na luta contra o maligno e seus aliados”.

No Comentário ao Evangelho de Lucas 17,11-19 que a Liturgia propõe para o XXVIII Domingo do Tempo Comum, Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho, adverte que dos dez leprosos milagrosamente curados por Nosso Senhor Jesus Cristo, apenas um voltou para agradecer: “Dir-se-ia que todos manifestariam sua gratidão, embora cada um com suas características próprias. Entretanto, só um deles – um samaritano – obteve o milagre da cura da alma. E os outros novo judeus? Não agradeceram”. Aplicando esta passagem do Evangelho de Lucas à nossa vida cotidiana, Monsenhor João Clá lembra que “é preciso pois, não agir como os nove ingratos, mas imitar o exemplo do samaritano: voltar para agradecer a Nosso Senhor Jesus Cristo por nos ter curado tantas vezes da lepra interior”.

Qual é a nossa compenetração e qual a importância que damos à ação de graças após a Comunhão? Artigo muito bem fundamentado do Diác. Michel Six, a partir da página 18 nos recorda que esse ato é, “segundo São Pedro Julião Eymard, o momento mais solene da nossa vida, durante o qual temos à nossa disposição o Rei do Céu e da Terra, pronto a satisfazer todo e qualquer pedido”. Acrescenta ainda o autor um excerto sobre como podemos fazer a ação de graças, de forma mais perfeita e mais eficaz por intermédio de Nossa Senhora, conforme ensina São Luís Maria Grignion de Montfort.

Abordando, para alegria dos leitores da Revista Arautos do Evangelho, aspectos da vida de Dona Lucilia Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, artigo intitulado “Os lustres de cristal e bronze”, ao narrar um simples episódio da vida de D. Lucilia, faz ver a maneira como esta amável senhora “estimulava as almas, tão só com sua doce e elevada ação de presença, a praticar a virtude”. Uma leitura encantadora, nas páginas 24 e 25.

Arautos no Brasil mostra exemplos das várias atividades dos membros da Associação por todo o país: Em Maringá, a Consagração Solene a Nossa Senhora, ocorrida no dia 18 de Agosto. Em Brasília (DF) a inauguração de uma nova casa dos Arautos, ocasião em que presidiu a Eucaristia o Cardeal José Freire Falcão, Arcebispo-Emérito da Capital Federal. A inauguração foi ainda prestigiada por inúmeras autoridades religiosas e civis; dentre as últimas, o Vice-Governador do Distrito Federal, Dr. Tadeu Filippelli. Em São Paulo, destaque para o encontro de formação para os Cooperadores dos Arautos, realizado nos dias 24 e 25 de Agosto.

A seção Arautos no Mundo  traz inúmeras atividades desenvolvidas pelos Arautos em vários países como, Itália, Colômbia, México, Honduras e Guatemala.

O Arauto Gustavo Ponce Montesinos apresenta a bela história de Santa Laura Montoya, nascida na Colômbia, de família muito católica e fervorosa. A vida extraordinária desta santa fundadora das Missionárias de Maria Imaculada e Santa Catarina de Sena (hoje presente em 19 países), cujo ardor missionário nos encanta e que constitui, a seu modo, uma “vanguarda missionária da Igreja” é muito bem retratada nesse artigo, tornando quase impossível o trabalho de resumo. Assim, apresentaremos em breve esse resumo – um pouco mais extenso – num Post à parte, no Blog dos Arautos do Evangelho de Maringá.

A Palavra dos Pastores deste mês de Outubro de 2013 traz um artigo assinado por Dom Orani João Tempesta, OCist, Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro. Com o título O Papel fundamental da família, o texto lembra que o “principal apostolado missionário dos pais deve realizar-se em sua própria família, E é com o testemunho de sua vida cristã e com sua palavra que eles transmitem a fé aos seus filhos”.

Aconteceu na Igreja e no mundo traz várias notícias de atualidade do mundo católico, com destaque para a nomeação do novo Secretário de Estado da Santa Sé. A partir do dia 15 de outubro, Dom Pietro Parolin assumirá o cargo ocupado desde setembro de 2006 pelo Cardeal Tarcísio Bertone.

Em Histórias para crianças… ou adultos cheios de Fé? a Irmã Mary Teresa MacIssac, EP narra de forma singela como Nossa Senhora sempre nos socorre nos momentos de maior angústia e necessidade. E nessa Mãe Caridosa devemos sempre depositar toda nossa confiança. Confiram, a partir da página 46: Iguarias dignas de um rei.

“Pobreza para os homens, riqueza para Deus”, artigo da Ir. Juliane Vasconcelos Almeida Campos, EP mostra, como a imponente Basílica que em Assis abriga a sepultura de São Francisco, reflete a alma deste grande Santo: “Tal como sua alma, o prédio é austero em sua exterioridade, mas esplendoroso por dentro. Em meio à euforia das cores e das luzes que entram tamisadas por magníficos vitrais, seus arcos góticos e sua majestade apontam para o alto, levando o visitante que ali tem a graça de estar a uma atitude de enlevo e adoração. As paredes do templo, repletas de encantadores afrescos, registram inúmeros fatos da vida daquele que, apesar de não se haver considerado merecedor da dignidade sacerdotal, exortava ao amor e à veneração ao Sacramento do Altar. Pregando a pobreza para os homens, São Francisco desejava para o culto toda a riqueza e grandiosidade. Tem-se a impressão de que o esplendor do templo atende aos rogos do Santo Fundador a seus filhos espirituais: ‘supliqueis aos clérigos que sobre todas as coisas honrem o Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo […] Os cálices, os corporais, os ornamentos do altar, tudo quanto pertence ao Sacrifício tenham como coisas preciosas. E se, nalguma parte, o Santíssimo Corpo do Senhor estiver com muita pobreza abandonado, que eles, como manda a Igreja O coloquem em lugar precioso e bem guardado’ ”.

Em sua sempre muito bela apresentação gráfica, que se revela desde a qualidade do papel utilizado até as fotos e ilustrações, o número 142, da Revista Arautos do Evangelho de Outubro de 2013 tem ainda muitas outras seções.

Por isso, querido leitor, queremos convidá-lo a maravilhar-se com a Revista Arautos do Evangelho em sua totalidade! Leia a Revista em família, em suas reuniões de Grupo e nas horas vagas do seu trabalho. A Revista Arautos é cultura católica de primeira qualidade.

 Faça a sua assinatura, contatando a Sede Regional dos Arautos, em Maringá, através do telefone (44) 3028-6596, ou através deste BLOG e daremos as informações detalhadas

Salve Maria! Até o próximo mês.

Por João Celso

A Revista Arautos do Evangelho nasceu em 2002, um ano após os Arautos receberem do Papa a aprovação Pontifícia.

Com o intuito de levar aos lares do mundo inteiro a Palavra de Deus, as principais notícias da Igreja e um conteúdo completo baseado nos ensinamentos da Santa Sé, a Revista Arautos traz em suas páginas artigos para todas as idades e visa, sobretudo, a formação católica da família.

A Revista Arautos é instrumento de evangelização e expressa o carisma dos Arautos do Evangelho”.

 (www.revistacatolica.com.br)

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Um tablet pode substituir o Missal Romano?

Especialista aborda esta questão na Revista Arautos do Evangelho

Os diversos dispositivos eletrônicos existem, em princípio, para facilitar a nossa comunicação: celulares, tablets, smartphones, notebooks, etc. Asseguram uma portabilidade que nos ajuda nas tarefas do dia-a-dia. Com eles podemos nos comunicar instantaneamente com o mundo, buscar formas de entretenimento e, ainda, “carregar” uma quantidade enorme de arquivos, sejam eles de texto, de fotos, de documentos e muito mais. Imagine a quantidade de livros que podem ser armazenadas num pequeno dispositivo – e a quantidade de peso que teríamos que mover – de um lado para outro – se não tivéssemos essa tecnologia.

De fato, são aparelhos facilitadores. Com maior ou menor complexidade, o seu uso é difundido e disseminado em todas as classes sociais e em todos os segmentos econômicos. Dizem os especialistas em relações humanas que os celulares e outros dispositivos aproximam os que estão longe, mas, contraditoriamente, podem afastar os que estão perto. De fato, muitas vezes é possível visualizar, em restaurantes, em escolas e outros ambientes sociais, as pessoas deixarem de conversar com quem está bem próximo, para buscar o convívio com quem está longe.

Com toda esta facilidade, muitos poderiam pensar que esses dispositivos eletrônicos – num futuro próximo, substituirão todos os livros, todos os materiais impressos.

Poderia, por exemplo, numa celebração litúrgica, um tablet substituir o Missal? Quem pensasse exclusivamente no lado prático, ou da mobilidade, poderia prontamente responder que “sim”. Mas, vejam o que noticia a Revista Arautos do Evangelho do mês de Outubro de 2012:

O Pe. Antonio Spadaro, SJ. Consultor dos Pontifícios Conselhos da Cultura e das Comunicações Sociais, explicou em artigo postado no dia 02 de Agosto (2012) em seu blog Cyber Teologia os motivos pelos quais smartphones, leitores de livros digitais, iPads e outros tablets não devem ser usados durante as Celebrações Eucarísticas e outros atos litúrgicos, em substituição do Missal Romano.

O tema foi trazido à tona por uma circular enviada no mês de abril último pela Conferência Episcopal da Nova Zelândia, na qual os Bispos proíbem aos sacerdotes de suas dioceses o uso desses aparelhos durante a Missa. “O Missal – explicam eles – tem uma função exclusivamente litúrgica, enquanto os iPads e outros dispositivos eletrônicos podem ser usados para rodar jogos, navegar pela internet, assistir filmes ou receber e-mails. Apenas isto já torna inconveniente sua utilização na Liturgia”.

Nesses aparelhos, explica o Pe. Spadaro no mencionado artigo, o texto rompe definitivamente seu sólido vínculo com a realidade material da página para se tornar “um objeto ‘fluido’: exatamente o oposto das Tábuas da Lei, ou do dito scripta manent. E não só isso. Ele pode facilmente desaparecer na tela, abrindo passo para um vídeo, um correio eletrônico, ou uma página web”. Por isso, acrescenta o teólogo jesuíta, “resulta inimaginável levar em procissão um iPad ou um laptop, ou incensar solenemente e oscular um monitor durante um ato litúrgico”.

 Por João Celso

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1Revista Arautos do Evangelho. Missal Romano não pode ser substituído por iPads. Outubro 2012, p. 45
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