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Comentários à Salve Rainha – (Parte IX) – “Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria”

Salve, Rainha, Mãe de misericórdia,

vida, doçura e esperança nossa, salve!

A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva.

A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.

Eia, pois, advogada nossa,

esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei.

E depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre,

Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria.

 V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

         Os santos vivem imersos, mergulhados na Graça de Deus e justamente por isso, têm eles como que uma “segunda natureza”. São Paulo, na carta aos Gálatas manifesta essa realidade de forma inequívoca, quando afirma: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Cf. Gl 2, 20).

         Esses heróis da Fé corresponderam de tal maneira às graças que Deus lhes concedeu em vida, que essa correspondência lhes torna capazes de acrescentar algo de valioso onde, a princípio, poderíamos imaginar que não existe mais nada a adicionar, nenhum espaço a ser preenchido. Os santos podem sempre nos presentear com boas surpresas! O Amor de Deus é um tesouro inesgotável e, pela devoção a Nossa Senhora, eles podem tirar desse tesouro sempre algo mais.

         Este é precisamente o caso que se deu com o complemento acrescentado por São Bernardo de Claraval à oração da Salve, Rainha.

         Como temos visto nestes Comentários, é esta uma oração tão rica, tão cheia de significados arrebatadores que, à primeira vista, dir-se-ia que está completa, nada mais poderia ser acrescido a ela. Mas, de repente vem um grande Santo, inflamado de um sublime amor à Mãe de Deus e, ao que estava já completo, acrescenta ainda uma parte inédita e valiosa: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria!” De fato, este complemento que não havia na oração original foi acrescido por este grande santo, São Bernardo, chamado Doutor Melífluo. (1)

         Vejamos, portanto, como se deu esse fato, na bela narração de Monsenhor João Clá, no seu livro Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado:

          “Glorioso encomiasta da Santíssima Virgem, São Bernardo não podia pensar na clemência de Nossa Senhora sem experimentar um sentimento que, muitas vezes, chegava até o êxtase.

       Foi assim que, na noite do Natal de 1146, encontrando-se ele na Catedral de Speyer (Alemanha), onde pregaria durante a Missa do Galo, ouviu a multidão ali presente cantar, com profunda piedade, a Salve Regina. Ao fim das palavras: ‘et Jesus benedictum fructus ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende’ (e depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre), emudeceram-se todas as vozes, pois assim terminava então aquela incomparável prece.

       Emocionado, ajoelhou-se São Bernardo diante do altar-mor, recolhendo-se por alguns momentos antes do sermão que pronunciará. Nunca o havia tocado tanto a Salve Regina quanto naquela noite! ‘Eia ergo, advocata nostra’… Este brado de confiança era tão penetrante, íntimo e irresistível, que pedia uma resposta de clemência, suavidade e doçura.

       Ainda ressoam no sagrado recinto as últimas sílabas daquele clamor à Rainha do Céu. E Nossa Senhora põe a resposta nos lábios de seu discípulo predileto, Bernardo de Claraval.

       Voltado para os fiéis, de pé e com os braços abertos, São Bernardo eleva sua potente voz que domina toda a assistência. Num terno e inexcedível verso, anuncia ele ao povo de Deus ali presente seu louvor à Mãe Virginal: ‘O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria!’ (ó clemente, ó piedosa, ó dolce e sempre Virgem Maria).

          Tão profunda foi a impressão que este arroubo de piedade produziu, que a frase ecoou por toda a Cristandade. E a partir de então a Igreja adotou estas belas palavras que encerram, até hoje, a Salve Regina: ‘O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria’.

         Estava reservado a esse grande Santo, entusiasta da clemência de Maria, nos ensinar aquilo que ainda podemos dizer à Santíssima Virgem quando nada mais temos a Lhe suplicar”. (2)

        Incansável clemência e misericórdia de nossa Mãe Santíssima

          Ao enriquecer a já tão bela oração da Salve, Rainha com esse fabuloso complemento, quis São Bernardo, inspirado pela Graça, enaltecer a clemência de nossa Mãe, sobretudo para com os mais necessitados; especialmente para com os pecadores, carentes da misericórdia de Deus. Vejamos a interessante definição do dicionário Houaiss para a palavra “clemência”: “substantivo feminino. 2. sentimento ou disposição para perdoar as ofensas e/ou minorar os castigos; indulgência, bondade, benignidade” (3). Como temos visto, não é justamente este o papel que desempenha Nossa Senhora, ao buscar alívio para as nossas penas e nos ajudar a alcançar a Salvação?

         Com muita propriedade, Santo Afonso explica o novo proceder que Nosso Senhor Jesus Cristo veio trazer no Novo Testamento: ao invés do “olho por olho, dente por dente”, a clemência, a piedade, a misericórdia. Esse proceder clemente atinge seu auge pela intercessão de Nossa Senhora.

         Citando outros grandes santos e teólogos (como é bela esta comunhão entre os santos!), comenta Santo Afonso:

          ‘Consentis, Senhor, que façamos descer fogo do céu e os consuma?’ – assim perguntaram ao Mestre João e Tiago, quando os samaritanos se recusaram a receber Jesus Cristo e sua doutrina. Respondeu-lhes então o Salvador: Não sabeis de que espírito sois? (Lc 9,55). Queria dizer: Sou de um espírito todo de clemência e doçura; para salvar e não para castigar os pecadores, vim do céu e vós quereis vê-los perdidos? Falais em fogo e castigo? Calai-vos e nisso não me faleis mais, porque não é esse meu espírito! Ora, sendo o espírito de Maria completamente semelhante ao de seu Filho, não podemos pôr em dúvida seu natural compassivo. De fato, é chamada Mãe de Misericórdia e foi a própria misericórdia de Deus que tão compassiva e clemente a fez para todos. Assim o revelou a própria Virgem a S. Brígida. Por isso representa-a S. João revestida do sol: Apareceu um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol (Ap 12,1). Comentando o trecho, diz S. Bernardo à Virgem: Senhora, revestistes o Sol (Verbo Divino) da carne humana, mas ele vos revestiu também de seu poder e de sua misericórdia.

         Nossa Rainha – continua o Santo – é sumamente compassiva e benigna; quando algum pecador se encomenda à sua misericórdia, ela não se põe a examinar-lhe os méritos, para ver se é digno de ser ouvido ou não, mas a todos atende e socorre. Eis a razão, conforme observa Hildeberto, por que de Maria se diz que é bela como a lua (Ct 6,9). Assim como a lua ilumina e beneficia os objetos mais inferiores sobre a terra, também ilumina Maria e socorre os pecadores mais indignos. Embora a lua receba do sol toda a sua luz, leva menos tempo que ele para descrever seu curso (…). Isso motiva então as palavras de Eádmero ao afirmar que nossa salvação será mais rápida, se chamarmos por Maria, do que se chamarmos por Jesus. Pelo que Hugo de S. Vítor nos adverte que se os nossos pecados nos fazem ter medo de nos chegarmos para Deus, cuja Majestade infinita ultrajamos, não devemos recear de recorrer a Maria; pois nada nela existe que inspire terror. É verdade que é santa, imaculada, Rainha do mundo e Mãe de Deus. Mas é uma criatura e filha de Adão, como nós.

         Em suma, conclui S. Bernardo, tudo o que pertence a Maria é cheio de graça e de piedade, porque, como Mãe de misericórdia, se fez tudo para todos; por sua imensa caridade tornou-se devedora dos justos e dos pecadores; para todos está aberto seu coração, para que possam receber de sua misericórdia. Se por um lado está o demônio sempre procurando a quem dar a morte, como no-lo atesta S. Pedro (1Pd 5,8), de outro lado está buscando Maria almas a quem possa dar a vida e salvar, segundo afirma Bernardino de Busti.

 É doce o nome de Maria e invocá-lo com frequência atrai as Graças de Deus

          Finalmente, podemos concluir este capítulo comentando ainda um importante aspecto: ao usar de clemência para conosco, nossa Rainha o faz docemente. Não o faz de modo amarrado, forçado, contrariado, como se fosse a ele obrigado. Não! Ela o faz com doçura. Devemos ter total segurança ao invocar o nome de Maria, pois, segundo Santo Afonso, há uma “doçura de conforto, de amor, de alegria, de confiança e fortaleza, que este nome de Maria ordinariamente dá àqueles que o pronunciam com devoção”.(4) Ainda diz ele:

 “Sigamos sempre, por conseguinte, o belo conselho de São Bernardo: Nos perigos, nos apuros, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca a Maria; nunca se aparte seu nome de teus lábios, de teu coração. Em todos os perigos de perder a graça divina pensemos em Maria, invoquemos o seu nome e o de Jesus, para que andem sempre unidos esses dois nomes. Nunca se apartem nem do nosso coração, nem da nossa boca, esses dois dulcíssimos e poderosíssimos nomes. Pois eles nos darão forças para não cairmos e para vencermos sempre todas as tentações”. (5)

 “Graças inestimáveis prometeu Jesus Cristo aos devotos do nome de Maria, conforme assevera [em revelações a] Santa Brígida. Disse Ele a sua Mãe Santíssima: Quem invocar o teu nome com propósito de emenda e confiança, receberá três graças particulares: perfeita dor dos seus pecados e satisfação por eles, força para progredir na perfeição e finalmente a glória do paraíso. Ó minha Mãe, acrescentou o Senhor, nada vos posso negar de quanto me pedis, porque vossas palavras são tão doces e agradáveis a meu coração”. (6)

         Anime-nos, portanto, a confiança na intercessão da Sempre Virgem Maria e seja Ela a razão de toda a nossa esperança: Ó clemente, ó piedosa, ó doce Mãe!

      Na próxima parte, a Conclusão: Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo!

Prof. João Celso


(1) Conheça a biografia de S. Bernardo na Revista Arautos do Evangelho. Disponível em: http://www.arautos.org/especial/28855/Sao-Bernardo-de-Claraval

(2) Monsenhor João Clá Dias. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado. São Paulo: Artpress, 1997. p. 275

(3) Grande Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Disponível em: http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=clem%25C3%25AAncia

(4)  Santo Afonso Maria de Ligório. Glórias de Maria.  3ª. Ed. Aparecida: Editora Santuário, 1989, p. 214

(5)  Ibidem, p. 217

(6)  Ibidem, p. 217/218,

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Pica-Pau II: Resposta a um interessante questionamento

Após a publicação do artigo “Os mistérios de Deus revelados em uma pequena ave: o pica-pau”, o Blog Arautos de Maringá recebeu um interessante, conciso e profundo comentário. Nosso assinante expôs o seguinte: se a evolução tende para a preservação das espécies, por que o homem evoluiu para uma espécie autodestrutiva?

De fato, uma espécie em que seus indivíduos são capazes de fazer tanto mal a si próprios e aos seus semelhantes não existe na Terra. Além disso, infelizmente, nas últimas eras históricas nossa espécie não tem evoluído, mas “involuído” nesse aspecto.

Afinal de contas, alguém já viu um cão deitado passando mal por ter comido demais? Alguém já conheceu um gato que parou no hospital por passar noites em claro brincando com seu “game” preferido, o novelo de lã? Ou um lhama que é viciado em folhas de coca? Não é comum encontrarmos cenas dessas em nosso cotidiano. Porém, a espécie humana tem se especializado em criar armas para estilos de guerra injustos, desproprcionais e genocídicos, como as armas químicas, biológicas e nucleares, que todos nós esperamos nunca conhecer de perto, é claro!

Sabemos que o homem se destaca e domina entre os animais por sua inteligência. Mas esse caráter desordenado que assustaria as formigas, se elas pensassem, e essa tendência auto-destrutiva que causaria o mesmo susto em qualquer espécie, não foi eliminado pelo processo evolutivo, nem pela seleção natural.

Na verdade a resposta para esta questão não é a biológica, mas encontra-se na Teologia da Santa Igreja Católica. Esse defeito exclusivo do homem vem de algo que somente ele provou: o pecado original, que ofendeu ao Criador do universo:

Por seu pecado, Adão, na qualidade de primeiro homem, perdeu a santidade e a justiça originais que havia recebido de Deus não somente para si, mas para todos os seres humanos. À sua descendência, Adão e Eva transmitiram a natureza humana ferida por seu primeiro pecado, portanto privada da santidade e da justiça originais. Esta privação é denominada “pecado original”. Em consequência do pecado original, a natureza humana está enfraquecida em suas forças, submetida à ignorância, ao sofrimento e à dominação da morte, e inclinada ao pecado (1).

Por conseguinte, fez com que nossas almas ficassem desordenadas e tendentes ao mal: nossa sensibilidade não quer submeter-se a nossa vontade, que por sua vez, não deseja ser guiada pela razão. E a razão só é bem conduzida quando é seguida pela luz da Fé:

O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana (2).

E qual é a solução? Esta nos trouxe Nosso Senhor Jesus Cristo com a Redenção, através da Graça. Através dos sacramentos e da prática da virtude, podemos não ser autodestrutivos, mas chegar também à perfeição moral, exemplificada nos numorosíssimos santos da Santa Madre Igreja.

Esta é a verdadeira “evolução” que salvará a humanidade.

Agradecemos ao assinante que nos mandou esta pergunta. Obrigado por nos ter dado a ocasião de fazer uma meditação (e por que não uma oração?), elevando, assim, nossas almas, através das maravilhas da criação ao seu Criador.

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(1) Catecismo da Igreja Católica, n° 416 a 418, pág. 118.

(2) Idem, n° 1849, pág. 495.

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Atividades do final de Semana – 06 e 07 de maio de 2013 Arautos Maringá

Com a Graça de Deus e pelo favor de nossa Mãe Santíssima, no primeiro final de semana de Maio, dias 04 e 05, teremos intensas atividades, para as quais queremos convidar nossos queridos amigos. São elas:

  •  Comunhão Reparadora do Primeiro Sábado (Paróquia N.Sa. da Liberdade)
  • Consagração Solene (e Renovação) a Jesus Cristo, a Sabedoria Encarnada, pelas mãos de Maria.
  • IV Simpósio, na Comunidade dos Arautos em Maringá.

eguem abaixo os detalhes das atividades:

 1) COMUNHÃO REPARADORA DO PRIMEIRO SÁBADO e CONSAGRAÇÃO SOLENE.

Daremos continuidade, neste primeiro sábado do mês de Maio à Devoção da Comunhão Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados; pelo terceiro mês consecutivo será realizada na Paróquia N. Senhora da Liberdade, no Jardim América, em Maringá. (veja detalhes abaixo)

Vemos com alegria que muitas pessoas têm procurado atender a este pedido, feito por Nossa Senhora em Fátima, fazendo com fidelidade a Devoção dos Primeiros Sábados.

É muito importante lembrar que, neste próximo 13 de Maio, estaremos comemorando 96 anos da primeira aparição, que se deu no ano de 1917. A Mensagem de Fátima está mais atual do que nunca. Vejam dois exemplos dessa atualidade:

 1) Nos próximos dias 12 e 13 de Maio, em peregrinação a Fátima, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Pestana irá consagrar a Nossa Senhora de Fátima os trabalhos  da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada no próximo mês de Julho.

 2) O já tão querido Papa Francisco irá consagrar o seu Pontificado a Nossa Senhora de Fátima, informa a Gaudium Press (1).

Portanto, temos inúmeras razões para ficar atentos à atualidade da Mensagem de Fátima e procurar atender aos apelos dirigidos a seus filhos por sua Mãe Santíssima, procurando desagravar o Imaculado Coração de Maria, como faremos, todos juntos, neste Primeiro Sábado do mês de Maio. Maiores informações sobre esta devoção, você poderá encontrar em nossos posts anteriores (2) e também no site dos Arautos do Evangelho (www.arautos.org.br).

 Programação:

Data: 04 de Maio de 2013, 1º. sábado.
Local: Paróquia Nossa Senhora da Liberdade

Endereço: Rua Júlio Mesquita, s/n – Jardim América – Praça da Capela

                   Maringá – PR

Programa: 17h – Início do atendimento às confissões

                    18h30 – Recitação do terço e meditação de um mistério do                                                       Rosário.

                   19h30 – Santa Missa, Cerimônia de Solene Consagração e                                     coroação solene da Imagem Peregrina de N.Senhora de                                     Fátima.

Temos dois grupos que vem se preparando para fazerem sua Consagração Solene a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria, segundo o método de S. Luís Maria Grignion de Montfort.

Pois bem: chegou o momento tão esperado! Após terem feito 10 semanas consecutivas de preparação e terem realizado os Exercícios Espirituais durante 33 dias, neste primeiro sábado, dia 04 de Maio, durante a Santa Missa, será realizada a Cerimônia da Consagração Solene. Algumas pessoas irão também renovar a sua Consagração.

Será uma cerimônia lindíssima e imperdível!

2) IV SIMPÓSIO ARAUTOS DO EVANGELHO – MARINGÁ

05 de Maio, Domingo

 Para coroar o nosso rico final de semana, teremos no Domingo, dia 05 de Maio a realização do IV Simpósio dos Arautos Maringá.

Este novo Simpósio terá como tema um assunto riquíssimo e de grande atualidade: As descobertas mais recentes da Ciência comprovam a Fé.

Numa época em que o mundo se encontra em uma crise de Fé, levando, inclusive que o Papa Bento XVI dedicasse um ano inteiro à Fé, este Simpósio vem contribuir para a correta vivência da Fé, demonstrando que não existe incompatibilidade entre a Ciência e a Fé, ao contrário: as descobertas da primeira trazem luz e reafirmam a segunda. Realmente, um tema atual, necessário, de grande profundidade, ministrado com leveza, graça e competência por um experiente Professor, Mestre e doutorando em Educação. Uma oportunidade única!

Seguem abaixo os horários.

IV Simpósio Arautos do Evangelho –  Maringá 2013.

Tema: As descobertas mais recentes da Ciência comprovam a Fé.

Data: Domingo, 05 de Maio de 2013.

 Horários:

– Período da manhã: Das 09h às 11h30 (com intervalo de 20 minutos para café).

– Período da tarde: Das 15h às 16h30.

As vagas para o Simpósio são limitadas. É necessário confirmar a sua presença, através do e-mail: arautosmga@gmail.com, ou, através do telefone celular: Tim (44) 9972-4009.

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Devoção a Nossa Senhora Comentários à Salve Rainha – (Parte VIII)

Virgen de la pera - Museu do Prado, MadriSalve, Rainha, Mãe de misericórdia,

vida, doçura e esperança nossa, salve!

A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva.

A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.

Eia, pois, advogada nossa,

esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei.

 E depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre,

 ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria.

V. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

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E depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre”

Santo Afonso Maria de Ligório, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja nasceu em Nápoles (Itália) em 27 de setembro de 1696 e morreu em 01 de agosto de 1787. Fundou a Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas). Viveu 90 anos e teve uma vida de muitas batalhas e provações, entre as quais, por exemplo, ter sido expulso, por causa de intrigas, da Ordem religiosa que ele próprio fundara.

Santo Afonso Maria de LigórioÉ um dos escritores católicos mais fecundos, tendo publicado mais de 100 obras, abordando, principalmente a Teologia Moral. Escreveu um Tratado sobre a Oração que até hoje é uma das principais referências nessa matéria, no qual anima os católicos à confiança na oração incessante. Destaca-se também por sua entusiástica devoção a Nossa Senhora e, entre as suas principais obras está Glórias de Maria, que teve a sua primeira publicação em 1750. Um livro ao mesmo tempo simples, acessível e completo sobre Maria Santíssima, que já teve quase 1.000 edições no mundo todo.

Enfim, Santo Afonso é, como muitos outros Santos, um orgulho para os católicos. É verdade que, em geral, Deus não escolhe os mais capacitados; mas, com sua Graça, capacita os mais escolhidos. Mas, por outro lado é muito bom ver os mais capazes, em termos de dons naturais, servindo a Deus com afinco, dedicação e fidelidade. Santo Afonso é a prova de que é possível sim, ser brilhante, capaz e ao mesmo tempo, servir com entusiasmo a Igreja de Deus.

De inteligência rara, já aos 18 anos Afonso era um advogado reconhecido por sua capacidade, doutorado em direito civil e eclesiástico, com uma carreira de sucesso pela frente, podendo alcançar com facilidade tudo o que o mundo lhe proporcionasse. Porém, tudo abandona por amor a Deus, e abraça a vocação religiosa, dedicando-se ao sacerdócio. Sempre creditou a sua conversão à intercessão de Nossa Senhora. Com imensos talentos intelectuais, destacava-se, entretanto, por sua humildade, como atesta o fato a seguir, narrado na apresentação do livro Glórias de Maria:

Tendo junto a si um crucifixo e o quadro de Nossa
Senhora da Esperança que ele mesmo pintara,
Santo Afonso entregou serenamente
sua alma a Deus no dia 1º de
agosto de 1787

Era o dia 25 de outubro de 1784, numa pobre cela do convento redentorista de Pagani. O velho Padre Afonso de Ligório, todo recurvado pela artrose, ouvia atentamente o Irmão Romito que lia para ele um livro de piedade. O velhinho parecia cochilar. Mas, de repente, interrompeu a leitura: – “Irmão, quem é o autor desse livro tão belo sobre Maria?” O irmão enfermeiro arqueou as sombrancelhas, sorriu levemente e, com uma ponta de malícia, leu: – “‘As Glórias de Maria’ pelo ilustríssimo Dom Afonso de Ligório…”

Padre Afonso ficou um instante com os lábios entreabertos, ligeiramente desconcertado, e acabou dizendo: – “Meus Deus, eu vos agradeço o terdes me inspirado essa obra em honra de vossa Mãe Santíssima. Como é bom, às portas da eternidade, poder pensar que fiz alguma coisa para semear nos corações a devoção a Maria!”.(1)

E como é bom podermos ainda hoje apreciar esse tesouro!

Tendo feito este pequeno passeio e saboreado um trecho da biografia deste grande Santo, avancemos na meditação da Salve, Rainha.

Os novíssimos do homem

Como já referenciado em outra parte destes comentários(2), enquanto caminhamos para nossa Pátria celeste, nossa vida sobre a terra é um desterro, um exílio. Nesta invocação, pedimos a Nossa Senhora que, depois deste período transitório, Ela nos mostre Jesus, ou seja, que interceda por nós junto a Seu Divino Filho. Que seja nossa Auxiliadora durante este desterro e também depois deste desterro.

O Livro do Eclesiástico nos lembra: Em todas as tuas obras lembra-te dos teus Novíssimos, e jamais pecarás” (Cf. Eclo 7, 40). De fato, são as últimas coisas que nos acontecerão neste vale de lágrimas, ao encerrarmos nosso tempo de exílio. “O primeiro [novíssimo] é a morte, seguida do Juízo Particular, do qual resultará o prêmio ou o castigo eterno”(3)

Santo Afonso de Ligório nos convida a meditar sobre o papel que Maria Santíssima exercerá durante estes acontecimentos finais de nossa vida terrena, que culminarão no nosso destino eterno. Para o devoto de Nossa Senhora, a intercessão que Ela exerce será de grande valia nessa hora extrema: na hora de nossa morte, no nosso juízo particular e, ainda, caso a nossa alma não esteja completamente limpa e formos ao Purgatório, Ela intervirá para livrar dos sofrimentos e levar para o Céu o quanto antes os seus filhos queridos,

Comenta Santo Afonso que “é impossível que se perca um devoto de Maria, que fielmente a serve e a Ela se encomenda”.(4) Citando ainda vários santos, afirma: quem serve a Maria fiel e devotamente em sua vida, procurando honrá-la, não morrerá em pecado:

“[Maria] como Mãe deseja a nossa salvação mais do que nós a desejamos. Ora, assim sendo, como poderá perder-se um fiel devoto de Maria? E ainda que seja pecador, salvar-se-á, se com perseverança e propósito de emenda se encomendar a essa boa Mãe. Ela o levará ao conhecimento de seu miserável estado, ao arrependimento de seus pecados. Obter-lhe-á a perseverança no bem e finalmente uma boa morte”.(5)

É sobretudo no momento de nossa morte que Maria vem em nosso auxílio, porque Jesus, seu Filho, no-La deu por Mãe no momento de sua própria morte”.(6) Proporciona uma boa morte a seus fiéis devotos esta boa Mãe, e também roga por eles no momento de seu Juízo particular. Continuemos com Santo Afonso:

“Quem ousará dizer-me, escreve Ricardo de S. Vítor, que Deus não me será propício no dia do juízo, se estiverdes ao meu lado, ó Mãe de Misericórdia? – O Beato Henrique Suso protestava que às mãos de Maria havia confiado a sua alma. Se o juiz tivesse de condená-lo, queria que passasse a sentença pelas mãos misericordiosas da Virgem porque, como esperava, nesse caso ficaria suspensa a execução. O mesmo digo e espero para mim, ó minha Santíssima Rainha. Por isso quero repetir continuamente com S. Boaventura: Em vós, Senhora, pus toda a minha esperança, por isso seguramente espero não me ver perdido, mas salvo no céu para louvar-vos e amar-vos para sempre”.(7)

Maria socorre seus devotos no purgatório

As almas do purgatório são muito necessitadas de auxílio e de oração, pois já não podem ter nenhum tipo de merecimento, ou seja, não podem rezar por si mesmas. Por essas almas, empenha-se muito especialmente a Mãe de Misericórdia. “Revelou Nossa Senhora a S. Brígida: Eu sou a Mãe de todas as almas do purgatório; pois por minhas orações lhes são constantemente mitigadas as penas que mereceram pelos pecados cometidos durante a vida”.(8)

O que dizer ainda dos privilégios do escapulário do Carmo?

“Conhecidíssima é a promessa que Maria fez ao Papa João XXII. Apareceu-lhe um dia e lhe ordenou fizesse saber a todos aqueles que trouxessem o escapulário do Carmo que seriam livres do purgatório no primeiro sábado depois da morte”(9)

Esta riquíssima devoção do escapulário a Igreja torna acessível a todos quantos a queiram desfrutar. Os Arautos são incansáveis divulgadores desta devoção, pois, de fato, não é pouca coisa receber a visita de Maria Santíssima e ser livre do purgatório no primeiro sábado depois da morte! E todo sacerdote tem a investidura para benzer e impor os escapulários. Realmente, uma graça estupenda!(10)

Finalmente, depois de ter-lhes dado uma boa morte, tê-los acompanhado durante o juízo e tê-los livrado do purgatório, Maria Santíssima leva seus devotos para o Paraíso. Não sem razão, a Igreja lhe chama “Porta do Céu”. Sobre essa invocação, comenta Santo Antonio Maria Claret:

“Nossa Senhora pode salvar a seus verdadeiros devotos; Ela o quer, e o faz. Pode, porque é a porta do Céu; quer, porque é a Mãe de misericórdia. Maria o faz, porque obtém a graça justificante aos pecadores, o fervor aos justos e a perserverança aos fervorosos. Por isso os santos Padres A chamam a resgatadora dos cativos, o canal da graça e a dispensadora das misericórdias. (…)

E quando a Igreja diz que esta incomparável Rainha é a porta do Céu e a janela do Paraíso, nos ensina com essas palavras que todos os eleitos, justos e pecadores, entram na mansão da glória pela mediação de Nossa Senhora, com esta única diferença: que os justos entram por Ela como pela porta aberta; mas os pecadores [arrependidos], pela janela que é Maria. Depois de Jesus, nEla devemos pôr toda nossa confiança e esperança de nossa eterna salvação”.(11)

Portanto, durante todo o curso deste desterro – que é a nossa vida terrena – e quando tivermos que comparecer diante de Deus após nossa morte, confiemos sempre, sem cessar na intercessão de nossa Rainha, que, ao mesmo tempo é Mãe de nosso Juiz. Coloquemos em suas mãos Virginais o nosso destino eterno, com a certeza da vitória até o Céu!

Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos, rogai por nós!

Por Prof. João Celso

1) Fl. Castro, C.SS.R. Apresentação. Glórias de Maria (de Santo Afonso de Ligório). 3ª ed. Aparecida: Ed. Santuário, 1989.
3) Monsenhor João Clá Dias. Os novíssimos do homem. http://www.arautos.org/artigo/6077/Os-novissimos-do-homem- Comentários ao Evangelho. 13/07/2009.
4) Santo Afonso Maria de Ligório. Glórias de Maria. 3ª. Ed. Aparecida: Editora Santuário, 1989, p. 182.
5) Ibidem, p. 185
6) Monsenhor João Clá Dias. Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado. 2ª. Ed. São Paulo: ACNSF/Loyola, 2011. p. 310
7) Santo Afonso Maria de Ligório, op. cit. p. 188
8) Ibidem, p. 191
9) Ibidem, p. 193.
10) Maiores informações sobre o escapulário do Carmo. Consulte o site dos Arautos do Evangelho:http://www.arautos.org/artigo/64/Como-receber-e-usar-o-Escapulario-
11) Santo Antonio Maria Claret apud Monsenhor João Clá Dias, op. cit. p. 292.

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Selos do Vaticano são dedicados ao Papa Francisco

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 18-04-2013, Fonte: Gaudium Press)No último dia 13 de abril completou-se o primeiro mês de pontificado do Papa Francisco. Com o intuito de celebrar essa data, o Escritório Filatélico e Numismático do Estado da Cidade do Vaticano apresentou os primeiros selos dedicados ao pontífice.

Os selos serão emitidos e postos à venda a partir do dia 2 de maio. O custo dos mesmos variará entre 70 centavos e 2,5 euros.

Desta forma o Escritório Filatélico e Numismático substitui os selos lançados no dia 1º de março, por ocasião da efetivação da renúncia de Bento XVI ao pontificado, deixando dessa forma a Sede Vacante. (EPC)

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