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“Desatai-o e deixai-o caminhar”

“Desatai-o e deixai-o caminhar”.

(Jo 11, 44)

No exato momento em que Nosso Senhor Jesus Cristo faz o grande milagre da ressurreição Lázaro, à espantosa vista de todos os presentes à porta do túmulo, no qual o amigo do Mestre – morto há quatro dias – havia sido recentemente sepultado, Ele ordena aos circundantes que libertem Lázaro dos lençóis e panos que representam a morte.

De fato, estava Lázaro livre da morte física; e nós, pela graça de Deus, estamos livres da morte espiritual, pois assim o assegura nosso Redentor: Eu sou a Ressurreição e a Vida!

O que esta Frase da Semana deve representar para nossa vida espiritual?

Quantas vezes – e com maior frequência do que gostaríamos, estamos também nós amarrados, atados pelas mãos e pelos pés, apegados às coisas do mundo; apegados ao pecado. Todas as graças que recebemos de Deus nos elevam, nos conduzem, nos guiam para o alto, para atender ao desejo das coisas celestes que Deus, em sua misericórdia, gravou em nossas almas desde o momento em que fomos criados. Mas, assim como um navio firmemente preso pela âncora ao porto, também nós estamos presos ao mundo.

Portanto, que as orações desta semana nos conduzam a pedir a Nossa Senhora que interceda por nós junto a Seu Filho Misericordioso e que – pelos méritos dEla e não nossos – possamos obter esta graça insigne: assim como Lázaro, sejamos libertos de todas as amarras que nos impedem de ir até Deus! Que Nossa Senhora nos ajude, hoje e sempre!

Salve Maria!

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Frase da Semana – Quaresma

Que ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa.

(Oração do Dia, Celebração Eucarística do 1º Domingo da Quaresma)

Com divina sabedoria, as orações determinadas pela Santa Igreja para as celebrações do Santo Sacrifício, conduzem os fiéis a uma maior reflexão sobre o momento litúrgico que estão vivendo. Por exemplo, a Oração do Dia (ou Coleta), pronunciada ao final dos Ritos Iniciais da Santa Missa, leva os participantes da Celebração a tomar consciência de que estão na presença de Deus; conservando alguns instantes de silêncio, eles podem, nesse momento, dirigir a Deus seus pedidos.

Assim, a Frase da Semana foi buscar na Oração do Dia da Missa do Primeiro Domingo da Quaresma o tema para nossa reflexão semanal. Dirigindo-se especialmente a Deus Pai, a oração conduz ao verdadeiro espírito quaresmal: buscar o conhecimento de Jesus Cristo e nele progredir, ou seja, dar passos em busca dessa Graça. Ao mesmo tempo em que buscamos o conhecimento de Cristo, procuramos corresponder ao Amor que Ele tem por nós, através de uma vida santa e da prática da virtude. Deus nos ama e para corresponder ao Seu Amor, procuramos buscar a santidade de vida.

A santidade de vida somente poderá ser alcançada com o auxílio da Graça de Deus. Recorramos, portanto, à Mãe da Divina Graça para que nos ajude neste caminho, especialmente durante o da Quaresma.

Salve Maria!

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Santo Antão: o moço rico que disse sim ao Evangelho

Imagine o leitor que tivesse o privilégio insigne e o dom incomparável de ter uma “audiência” com Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvir palavras de sabedoria e conselhos dAquele que é o amigo por excelência. E como não fazer de tais palavras de vida eterna o eixo em torno do qual giraria a nossa existência terrena?

Ora, em certo sentido, este convívio com o Salvador nós o temos, e intensamente – especialmente se nos deixarmos tomar pela atenção, piedade e devoção – ao lermos ou então ouvirmos na Santa Missa o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quer uma prova, e bem concreta? Pois aí está. Basta conhecer a esplêndida história de Santo Antão.

Narra-nos o grande Santo Atanásio¹, que Santo Antão era um moço muito rico: possuía trezentos campos lavrados, extremamente férteis, que herdara após morte de seus pais. Tomava conta de sua pequenina irmã e da casa.

Andava ele muito meditativo. Pensava sobre a razão que levara os apóstolos a seguirem a Jesus: qual seria o motivo de homens abertos à pregação dos Apóstolos venderem suas propriedades e depositarem o valor da venda para ser distribuído aos pobres. E assim refletia dia e noite. Até que, certa feita, entrando na igreja, deparou-se com a leitura do Evangelho sobre o moço rico, na qual este jovem recusou a vocação de ser apóstolo e seguir ao Divino Mestre.

Muito atento e surpreendido por este fato – pois o assunto lhe girava na cabeça – foi tocado por uma graça especial, um como que “flash” sobrenatural, que iluminou sua razão e fortaleceu sua vontade e, com espírito decidido, tomou a resolução:

– Pela graça de Deus, eu serei o “moço rico do Evangelho” que disse sim a Jesus!

Oh, maravilha! Assim o fez. Repartiu com os habitantes da aldeia as extensas propriedades que herdara, confiou a educação da irmã a uma comunidade religiosa feminina, e entregou-se ao chamado de Deus.

Aqui está a história daquele que se tornou o grande Santo Antão Abade, heroico pai do monaquismo, vivendo no deserto, em oração e penitência, e atraindo para si inúmeros discípulos. A tal ponto, que homens honrados e demais habitantes da aldeia iam atrás dele, procurando o contato com o “amigo de Deus”, como o chamavam.

Como se deu tão radical mudança de vida e a descoberta de sua vocação? A ação da graça de Deus na consideração do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

E nós, caro leitor? Não terá o divino Mestre algo a nos comunicar quando estamos numa Missa, ouvindo seu Evangelho? Aproveitemos bem os dias que Ele nos dá, estejamos com a alma sempre atenta e aberta para “Voz de Cristo” que se faz ouvir no Evangelho.

Sim, esta voz, como comenta o Padre Thomas de Saint Laurent: “Voz de Cristo, voz misteriosa da graça que ressoais no silêncio de nossos corações, vós murmurais no fundo de nossas consciências palavras de doçura e de paz. Às nossas misérias presentes repetis o conselho que o Mestre dava, frequentemente, durante sua vida mortal: ´Confiança, confiança! `”. ²

Confiança de que, se nos debruçarmos sobre os Evangelhos e procurarmos auscultar estas palavras suaves e misteriosas, Nosso Senhor nos dará as graças necessárias para pô-las em prática nas nossas vidas. Mesmo que nos sintamos incapazes para tanto. Para isso basta fazermos o que o outro moço rico não fez: pedir a ajuda dAquele que nos chama.

Por Adilson Costa da Costa

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¹ Da vida de Santo Antão, escrita por Santo Atanásio, bispo. In Liturgia das Horas. Tempo Comum: 1ª – 17ª Semana. v. III, Editora Vozes – Paulinas – Paulus – Editora Ave Maria, 2000, p. 1189-1191.
² Livro da Confiança. Padre Thomas de Saint Laurent.

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Mãe da Divina Graça

Colocai os olhos, caro leitor, por alguns instantes, na foto estampada neste artigo. Considere quanta tranquilidade, paz e harmonia ela nos evoca. Sim, trata-se Daquela que é “formosa como a lua” e “brilhante como sol”. E das mais variadas impressões que Ela nos causa, uma sem dúvida nos embala em suave confiança: sua bondade maternal, sempre acolhedora.

Com efeito, entre os títulos de Nossa Senhora, um especialmente é rico em significados. Rezamos esta invocação frequentemente na Ladainha de Nossa Senhora: Mãe da Divina Graça.

Ela é nossa Mãe, que nos acolhe nas necessidades: “nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenha recorrido a Vossa proteção, implorado vosso socorro, fosse por Vós desamparado” (1). Ora, sobretudo, esta incomparável Mãe, que está pronta a nos atender nas nossas urgências, até mesmo naturais, nos distribui o que há de melhor: a graça de Deus. Tendo a graça de Deus, temos tudo, ainda que nos faltasse o restante.

Como diz o célebre autor francês, Padre Jourdain (2), “Enfim, Maria é a Mãe da divina graça, pelos benefícios da graça que Ela nos obtém de Deus […] Ela vivifica tudo, e a tudo reveste de sua proteção, obtendo aos culpados o perdão; aos enfermos, a saúde, aos fracos, a força; aos aflitos, a consolação; aos que estão em perigo, o socorro e a liberdade”.

Mons. João Clá Dias, EP, na obra “O inédito sobre os Evangelhos”, escreve que devemos invocá-La em todas as tentações e dificuldades, para que chegando ao Céu, rendamos eternas graças aos méritos infinitos de Jesus e às poderosas súplicas de Maria (3).

Assim, tenhamos esta total confiança na Mãe da Divina Graça, “a Mãe de Cristo, que é o autor e a fonte de toda a graça” (4), sempre recorrendo a Ela, seja nas grandes necessidades quanto nas pequenas, e assim seremos inundados das graças de seu divino Filho e de uma paz de alma que nada pode abalar.

Nossa Senhora, Mãe da Divina Graça, rogai por nós!

Por Adilson Costa da Costa

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(1) São Bernardo. Lembrai-Vos. Disponível em: http://www.arautos.org/artigo/118/Lembrai-Vos.html
(2) JOURDAIN, Z. Sommes dês Grandeurs de Marie. Paris: Hippolyte Walzer, 1900. v. III. pp. 64-65, 67-68.
(3) Mons. João S. Clá Dias, EP. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012.
(4) JOURDAIN, Z. Sommes dês Grandeurs de Marie. Paris: Hippolyte Walzer, 1900. v. III. pp. 64-65, 67-68.

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Chuva de graças!

O Retiro que se realiza durante estes dias de Carnaval na Casa dos Arautos de Maringá tem sido cumulado das melhores e abundantes graças concedidas por Nosso Senhor, a rogos de Sua Mãe Santíssima. Realmente uma chuva de graças!

A nota tônica tem sido de muito entusiasmo, o que se pode verificar tanto na participação

Participantes do Retiro, pregado pelo Pe. Julio Cameron Francisco Ubbelohde, EP.

atenta e devota nas meditações, quanto na alegria expressa nas fisionomias dos retirantes.

Aliás, neste domingo em especial, a contemplação das verdades da fé vieram de encontro com as leituras da Santa Missa: a graça de Deus, o perdão e a misericórdia, a confiança total em Nosso Senhor e a nossa redenção.

Não tenhas medo

Nosso Senhor continua a nos dizer: “Não tenhas medo” (Lc 5,10). Que Nossa Senhora obtenha os melhores frutos para este Retiro e a todos nós: a confiança e a fidelidade íntegra, total e inabalável no seguimento de Seu Divino Filho. Com Isaias, saibamos responder: “Aqui estou, envia-me” (6, 8).

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