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Terceiro Domingo da Quaresma: Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

Alguns dias antes, nacionalistas judeus foram mortos no templo junto com alguns inocentes que estavam oferecendo sacrifícios. Outros judeus foram contar o fato a Nosso Senhor esperando alguma ação que pudesse ajudar na causa, porém o Divino Mestre tem pretensões muito mais altas. Ele lembra aos ouvintes que todos estão expostos à justiça divina, “acaso são mais pecadores do que outros judeus?” e usou este castigo temporal para alertar sobre as penas eternas. Em seguida conta a parábola da figueira:

A figueira é uma analogia a todos nós que recebendo as graças não correspondemos com o trabalho e não damos os frutos desejados, pois estamos imersos em nossos próprios interesses. Os vinhateiros são o próprio Nosso Senhor, os anjos e os santos que intercedem junto a Deus por nós. Read More

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Frase da Semana – São Zacarias e Santa Isabel

“Ambos eram justos diante de Deus e observavam irrepreensivelmente todos os mandamentos e preceitos do Senhor.”

Lucas 1,6

Com essas palavras, extremamente elogiosas, narra o Evangelho de São Lucas, logo no seu início, a exata situação em que viviam São Zacarias e Santa Isabel, cuja festa litúrgica a Igreja celebra em 5 de Novembro.

Eram justos “diante de Deus” e observavam “irrepreensivelmente” todos os Seus mandamentos. Ou seja, viviam inteiramente para Deus: eram santos!

Tão santos que puderam receber de Deus a imensa graça de serem – apesar de avançada idade, os progenitores de São João Batista, o Precursor do Messias, de quem o próprio Jesus afirmou não haver, entre os nascidos de mulher, outro maior que ele.

Viviam santamente os esposos São Zacarias e Santa Isabel; mas nem por isso foram isentos de preocupações e sofrimentos. O próprio São Zacarias passou pelo sofrimento de ficar mudo, até que se cumprisse o que o Anjo Gabriel lhe havia anunciado.

O que dizer, por outro lado, da santidade de Santa Isabel?

São Zacarias

Ao cumprimentar sua prima Maria, quando a recebeu em sua casa, pronunciou Santa Isabel as célebres palavras: “bendita és tu entre as mulheres, bendito é o fruto do teu ventre”; estas palavras, desde aquele momento e por toda a eternidade, ressoarão nas vozes de todos quantos saudarem Nossa Senhora, rezando a oração da Ave-Maria. Naquele instante, pela intercessão de Nossa Senhora, conforme comenta São Luís Maria Grignion de Montfort, foi operado o primeiro milagre de Jesus na ordem da Graça: a santificação de São João Batista.

Por sua vez, na meditação do Primeiro Sábado, na Catedral da Sé em São Paulo, no dia 1º. de Janeiro de 2005, comentou o Monsenhor João Clá Dias:

“Maria Santíssima chegando à casa de Santa Isabel saudou-a e qual foi o efeito produzido? Foi a santificação da criança que estava sendo gestada. São João Batista saltou no ventre materno. E não há somente isso; pelas palavras de Maria, Santa Isabel que era sua prima, no momento do cumprimento, logo que o timbre de sua voz penetrou em seus ouvidos, nesse momento o Espírito Santo tomou-a. O Divino Espírito Santo poderia perfeitamente tomar Santa Isabel sem o concurso de Nossa Senhora, Ele poderia santificar São João Batista sem a intervenção de Maria. Mas acontece que a simples presença d´Ela por ser Santíssima, como que ¨força¨ o Espírito Santo a agir”. (1)

Foi também graças à saudação de Santa Isabel – inspirada pelo Espírito Santo, que podemos contemplar a belíssima oração do Magnificat, recitada pela Santíssima Virgem, em agradecimento a Deus.

Enfim, são tantas as glórias desse Santo Casal, homenageados pela Frase da Semana, que este espaço não é suficiente para mencioná-las. Peçamos a São Zacarias e a Santa Isabel que intercedam junto a Deus para que os casais de hoje também tenham o desejo e a força para viverem santamente, cumprimento integralmente os mandamentos de Deus e tudo o que Ele espera e propõe, por meio da Santa Igreja.

Salve Maria!


(1) Monsenhor João Clá Dias. Meditação para o Primeiro Sábado: Visitação de Maria a sua prima Santa Isabel. Disponível em: http://www.arautos.org/especial/10310/A-visitacao-de-Nossa-Senhora-a-sua-prima-Santa-Isabel.html

 

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Tu és Pedro! A fidelidade dos católicos de hoje à Igreja

“Um simples pescador da Betsaida proclama que o filho de um carpinteiro é realmente o Filho de Deus, por natureza. Ali é plantado o grão de mostarda, do qual nasceria a Santa Igreja Católica Apostólica e Romana” (1)

    O Divino Mestre, em sua Pedagogia insuperável, escolhia sempre os locais mais adequados para suas pregações ao povo, ou para suas conversas mais íntimas com os seus Discípulos. Buscava Ele tornar mais acessível, mais clara, plausível a Mensagem que tinha em mente transmitir. Por exemplo, ao convocar os dois irmãos, Simão Pedro e André para serem “pescadores de homens” (Mt 4, 19), tinha diante de Si o panorama das águas do mar da Galileia. O mesmo aconteceu quando se serviu da violência do vento, da tempestade, do terror da noite, para aumentar a Fé de seus Discípulos, caminhando sobre as águas no mar de Tiberíades (Mt 14,33).

Assim também acontece quando Nosso Senhor Jesus Cristo chega com seus discípulos à região de Cesaréia de Filipe, lugar rochoso, acidentado e solitário. Observa Monsenhor João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho, que esta era uma região pertencente à gentilidade. O Mestre aproveita este fato “para manifestar-Se como Filho de Deus e fundar o primado de sua Igreja” (2). Ao pisar aquelas rochas o Filho de Deus estendeu a Salvação aos gentios, pois, enfim, a “terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galileia dos gentios, este povo que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte.” (Is 9,1).

         Era natural que até aquele momento houvesse certa confusão, certo desconhecimento a respeito da pessoa de Jesus: a sua figura incomparável já se impunha através de muitos milagres, mas, afinal, quem era Ele? Um profeta, um João Batista ressuscitado…? Dando-lhes a oportunidade de se manifestar sobre o que os outros pensavam a respeito do Filho do Homem, Nosso Senhor aproveita para confirmar neles a Fé e esclarecer seus Apóstolos sobre sua Divindade, retirando deles todo mal entendimento que pudesse haver e levando-os a proclamá-Lo “o Cristo, Filho do Deus vivo! (Mt 16, 16) Apesar dos estupendos milagres que Nosso Senhor realizara, o povo, em geral, não tinha a respeito dEle uma ideia clara; seus olhos estavam fechados; eles estavam cegos. Jesus Cristo, a Sabedoria Eterna e Encarnada poderia ser, nessa estreita visão, qualquer um dos antigos profetas. Ainda hoje, infelizmente constatamos que Jesus ainda não é suficientemente conhecido, apesar do milagre da continuidade de Sua grande Obra. Para muitos, a Mensagem do Evangelho ainda não é clara. Há também uma cegueira contemporânea.

Manifesta-se o Primado de Pedro e Jesus edifica a Sua Igreja

         Nosso Senhor Jesus Cristo convida os Apóstolos a exprimirem a sua própria opinião, e não, simplesmente, a opinião do povo. É exatamente neste momento que fica inequívoco o Primado de Pedro. Comenta Monsenhor João Clá:

    “Sola fides! Aqui não há elemento algum emocional ou sensível, como em circunstâncias anteriores. Em meio às rochas frias de um ambiente ecológico, longe de acontecimentos arrebatadores e da agitação das turbas ou das ondas, só a voz da Fé se faz ouvir.” (3)

São Pedro reconhece a filiação divina de Jesus:

   “As palavras de Pedro não são fruto de um raciocínio com base num simples conhecimento experimental. Não haviam sido poucas as curas logo após as quais os beneficiados conferiam com exclamações ao Salvador o título de ‘Filho de Davi’ (cf. Mt 15, 22; Mc 10, 47, etc.), conhecido como um dos indicativos do Messias. Os próprios demônios, ao se encontrarem com Ele, proclamavam-No ‘o Santo de Deus’ (Lc 4, 34), ‘o Filho de Deus’ (Lc 4, 41), ‘Filho do Altíssimo’ (Lc 8, 28; Mc 5, 7). Ele mesmo declarara ser ‘dono do sábado’ (Mt 12, 8), e após a multiplicação dos pães a multidão queria aclamá-Lo ‘Rei’ (Jo 6, 15).

     Assim como estas, muitas outras passagens poderiam facilmente nos indicar as profundas impressões produzidas por Jesus sobre seus discípulos. Porém, em nenhuma ocasião anterior Pedro recebeu tal elogio saído dos lábios do Salvador. Nesta passagem, ele ‘é feliz porque teve o mérito de elevar seu olhar além do que é humano e, sem deter-se no que provinha da carne e do sangue, contemplou o Filho de Deus por um efeito da revelação divina e foi julgado digno de ser o primeiro a reconhecer a Divindade de Cristo’”. (4)

          Pedro confessa a Divindade de Jesus a partir da revelação do próprio Deus. A ciência humana é incapaz de alcançar esta Verdade. É preciso a Fé. Como recompensa, portanto, desse ato de Fé, Nosso Senhor Jesus Cristo edifica a Sua Igreja sobre esta Pedra.

            “O plano de Jesus é proclamado sobre as rochas de Cesareia, pelo próprio Filho de Deus, que Se apresenta como um divino arquiteto a erigir esse edifício indestrutível, grandioso e santíssimo, a sociedade espiritual, constituída por homens: militante na Terra, padecente no Purgatório, triunfante no Céu. O conjunto de todos aqueles que se unem debaixo da mesma Fé, nesta Terra, chama-se Igreja. Desta, o fundamento é Pedro e todos os seus sucessores, os romanos pontífices, pois, caso contrário, não perduraria a existência do edifício”. (5)

       A partir daí, nasce uma Obra indestrutível: a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. As Luzes do Evangelho de São Mateus (16, 13-19), através do qual a Liturgia celebra a Festa de São Pedro e São Paulo nos convidam a uma união crescente com a Igreja.

        Em seus pronunciamentos, o Papa Francisco tem insistido em relembrar este aspecto: A Igreja é o Corpo Místico de Cristo. Não se pode abraçar a Fé em Cristo e renunciar à Sua Igreja. Nos dias de hoje, muitos se dizem seguidores de Jesus Cristo, mas, não seguem a Sua Igreja, não a amam, não permitem que esta Instituição Sagrada faça parte das suas vidas, instruindo-os e guiando-os em suas necessidades. Em suas belíssimas palavras, na Audiência Geral do dia 19 de Junho de 2013, nos ensina o Papa Francisco:

       “A Igreja não é uma associação assistencial, cultural ou política, mas sim um corpo vivo, que caminha e age na história. E este corpo tem uma cabeça que o guia, alimenta e sustém. Este é um ponto que eu gostaria de frisar: se separarmos a cabeça do resto do corpo, a pessoa inteira não consegue sobreviver. Assim é na Igreja: devemos permanecer ligados de modo cada vez mais intenso a Jesus. Mas não só: como num corpo é importante que passe a linfa vital porque está viva, assim também devemos permitir que Jesus aja em nós, que a sua Palavra nos oriente, que a sua presença eucarística nos alimente e nos anime, que o seu amor infunda força no nosso amor ao próximo. E isto sempre! Sempre, sempre! Estimados irmãos e irmãs, permaneçamos unidos a Jesus, confiemos nele, orientemos a nossa vida segundo o seu Evangelho, alimentemo-nos com a oração quotidiana, com a escuta da Palavra de Deus e com a participação nos Sacramentos”. (6)

         É este o convite permanente, para os católicos de hoje. Peçamos a Nossa Senhora, Mãe da Igreja que nos guie por esse caminho de fidelidade e que Ela nos ajude sempre, a exemplo de São Pedro, confessar através de nossas vidas, a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Salve Maria!

João Celso


(1) Monsenhor João Clá Dias. A Pedra Inabalável. Revista Arautos do Evangelho, n. 78, p. 12-19, jun. 2008. Disponível em:<http://www.arautos.org/artigo/344/A-Pedra-inabalavel.html>.
(2) Idem
(3) Idem
(4) Idem
(5) Idem
(6) Papa Francisco. Audiência Geral de 19/06/2013. Disponível em:<http://www.vatican.va/holy_father/francesco/audiences/2013/documents/papa-francesco_20130619_udienza-generale_po.html>.
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