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Domingo de Ramos, o início das dores

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

 

Com a Encarnação do Verbo, a obra das trevas conheceu sua ruína e o confronto entre o bem e o mal encontrará sua arquetipia na implacável luta de Nosso Senhor contra os escribas e fariseus. O maldito filão do mal encontrou diante de si um Varão que fundou uma Instituição para combatê-lo. Na liturgia do Domingo de Ramos a Igreja comemora, ao mesmo tempo, as alegrias da entrada triunfal de Nosso Senhor Jesus Cristo em Jerusalém e o início da sua Via sacra. Abre-se a Semana Santa. O período litúrgico em que as principais celebrações se sucedem e convidam-nos a ponderar, com mais fervor, os acontecimentos que são o cerne da nossa Redenção. Read More

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Quinto Domingo da Quaresma

Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

A lei ou a bondade?

Os evangelhos são o testamento da misericórdia. O anuncio do maior ato de bondade havido em toda obra da criação, unindo substancialmente dois extremos: a Gruta de Belém e o Calvário.

A alegria de Jesus transparece nas doutrinas, conselhos e parábolas. Nenhuma pessoa d’Ele se aproximou em busca de cura, perdão e consolo sem ser atendido. Empenhava-se sobretudo para com os mais necessitados: “Não vim chamar os justos, mas os pecadores.” (Mc 2,17) Read More

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Terceiro Domingo da Quaresma: Resumo dos Comentários de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, no Inédito Sobre os Evangelhos.

Alguns dias antes, nacionalistas judeus foram mortos no templo junto com alguns inocentes que estavam oferecendo sacrifícios. Outros judeus foram contar o fato a Nosso Senhor esperando alguma ação que pudesse ajudar na causa, porém o Divino Mestre tem pretensões muito mais altas. Ele lembra aos ouvintes que todos estão expostos à justiça divina, “acaso são mais pecadores do que outros judeus?” e usou este castigo temporal para alertar sobre as penas eternas. Em seguida conta a parábola da figueira:

A figueira é uma analogia a todos nós que recebendo as graças não correspondemos com o trabalho e não damos os frutos desejados, pois estamos imersos em nossos próprios interesses. Os vinhateiros são o próprio Nosso Senhor, os anjos e os santos que intercedem junto a Deus por nós. Read More

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Qual o intuito do Sr. Andrea Tornielli ao atacar os Arautos do Evangelho? Criar um cisma na Igreja?

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Santo Inácio de Antioquia: a fé e o amor a Jesus levados ao heroísmo

Ao lermos as páginas da História, por vezes somos surpreendidos por certas formas de heroísmo. E nos perguntamos: de onde vem tanta coragem? É o que nos ocorre indagar ao considerarmos a vida e o martírio de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir (+107), cuja festa a Igreja celebra no dia 17 de outubro.

Estava este varão de Deus no governo da Igreja de Antioquia, quando foi condenado às feras. Conduziram-no à Roma, sob o imperador Trajano, onde foi martirizado. Durante a viagem escrevera sete cartas às numerosas Igrejas, ensinando-as com muita sabedoria a respeito de Cristo, da organização da Igreja e princípios fundamentais da religião cristã. ¹

Santo Inácio de Antioquia

Santo Inácio de Antioquia

Como se deu seu edificante martírio? Assim nos narra a Irmã Lays Gonçalves de Souza, EP:

“A multidão esperava delirante o momento do sangrento espetáculo. Vaias e escárnios ressoavam por aquele imenso edifício, o qual se tornaria túmulo e altar de glória de tantos bem-aventurados. Já se podiam contemplar os brutos animais, prontos para irromperem na arena e darem vazão aos instintos de sua voraz natureza. Porém, tais irrisões em nada perturbavam a paz de alma que acompanhava o zeloso pregador de Jesus Cristo, Santo Inácio de Antioquia. Nem o aparente fracasso diante dos homens, nem o rugir das feras famintas poderiam amedrontar ou diminuir os ardores de entusiasmo que inflamavam seu nobre coração. À agitação e ansiedade sucedeu um silêncio e grande suspense na turba pagã. As bestas avançavam velozmente, prontas para devorar o venerável ancião, quando um gesto de mão, de incomparável majestade, as deteve a meio caminho. Que teria sucedido? O homem de Deus desejava, antes de consumar seu holocausto e chegar ao termo de seus anelos, dirigir aos céus uma última e fervorosa oração. Tal era a convicção de ser atendido que estancou mesmo os leões devoradores. Embora almejasse ser triturado como trigo para ser oferecido como hóstia pura, pedia a Deus que atendesse aos rogos dos cristãos em fazer permanecer algo daquele doloroso martírio, a fim de estimular-lhes a fé. Finalmente, com gesto ainda mais decidido, o Santo deu ordem às feras, que em poucos segundos dilaceraram as carnes daquele novo Serafim.” ²

Qual era a dolorosa e ao mesmo tempo gloriosa intenção daquele ancião? Santo Inácio anteriormente assim a expressava em sua Carta aos Romanos:

“Deixai-me ser alimento das feras; por elas pode-se alcançar a Deus. Sou trigo de Deus, serei triturado pelos dentes das feras para tornar-me o puro pão de Cristo. Rogai a Cristo por mim, para que por este meio me torne sacrifício para Deus”. ³

Como explicar que um homem manifeste sua alegria em morrer, sendo comido pelas feras, e não encontrar vantagens nas delícias do mundo?

A esta pergunta, caro leitor, poderemos encontrar resposta na oração da Igreja, a Liturgia das Horas, no dia da Memória de Santo Inácio de Antioquia. Assim reza o Responsório:

Não há nada que vos falte se tiverdes fé e amor em Jesus, nosso Senhor, pois são eles o princípio e o fim de nossa vida. O princípio é a fé e o fim é a caridade”. 4 [grifos nossos]

Aqui está a resposta simples e cristalina: é-se capaz das melhores obras e dos mais belos atos de heroísmo aquele que tem fé e amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Bem poderia servir de interpretação a este heroísmo de Santo Inácio, a oração ensinada por Mons. João Scognamiglio Clá Dias, Fundador dos Arautos:

“Ó meu Jesus, sem Vós nada posso fazer, meus méritos são nulos; minha inteligência, turva; minha vontade, enferma; meus sentimentos, enlouquecidos. […] Em união convosco sou capaz das mais ousadas virtudes, minha alma voa. Vós sois a fonte de todo bem existente em mim”. 5 [grifos nossos]

E assim compreenderemos que, se estamos “em Jesus Cristo, e Jesus Cristo em nós, não temos danação [mal] a temer; nem os anjos do céu, nem os homens da terra, nem criatura alguma nos pode embaraçar, pois não pode separar-nos da caridade de Deus que está em Jesus Cristo. Por Jesus Cristo, com Jesus Cristo, em Jesus Cristo, podemos tudo: render toda a honra e glória ao Pai, em unidade do Espírito Santo e tornar-nos perfeitos e ser para nosso próximo um bom odor de vida eterna”. 6

Que Santo Inácio de Antioquia nos obtenha esta fé e este amor a Nosso Senhor, capaz dos maiores heroísmos, seja no anonimato da vida de todos os dias, seja nos grandes lances da história pelos quais venhamos passar.

E para que isto ocorra de uma forma perfeita, que estabeleçamos com Maria Santíssima uma sólida devoção, pois é Ela o “meio fácil e seguro de achar Jesus Cristo”. 7

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1 Memória – Santo Inácio de Antioquia, Bispo e Mártir. In: Liturgia das Horas. Vol. IV. São Paulo: Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave Maria, 1999, p. 1387.

Ir Lays Gonçalves de Sousa, EP. A elevação da mente a Deus. In http://ifte.blog.arautos.org/tag/mons-joao-scognamiglio-cla-dias/ – Acesso em 17 out. 15

3 Da Carta aos romanos, de Santo Inácio, bispo e mártir In: Liturgia das Horas. Vol. IV. São Paulo: Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave Maria, 1999, p. 1388.

4 Responsório In Liturgia das Horas. Vol. IV. São Paulo: Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave Maria, 1999, p. 1389.

5 João Scognamiglio Clá Dias. Via Sacra. São Paulo: Associação Nossa Senhora de Fátima, 2011, p. 6.

6 S. Luís Maria Grignion de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem 44ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 66, tópico 61.

7 S. Luís Maria Grignion de Montfort. Idem, p. 66, tópico 62.

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