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Você respeita os sinais?

São Gabriel – Anunciação de Fra Angélico – Museu do Prado

Nas viagens pelas estradas deste imenso Brasil continental – as quais nem sempre oferecem aos usuários a qualidade adequada e esperada – e mesmo no interior das cidades, quem se desloca de carro se depara constantemente com os sinais de trânsito. Uma série interminável de avisos: “Não ultrapasse”, “respeite os limites de velocidade”, “faixa contínua”, “utilize a faixa da direita”, e assim por diante. Com o colossal aumento de carros nos últimos anos, as cidades também se tornam verdadeiros canteiros onde são plantados os infindáveis sinais, causando até certa poluição visual.

Mas, ouvindo os especialistas e consultando nosso bom-senso, vê-se que esses sinais são necessários e indispensáveis.

Diante de avisos, que os sinais teimam em manifestar a todo o momento, o usuário das estradas e ruas pode tomar várias atitudes: respeitá-los, prestando a atenção adequada; desconfiar, achando-os exagerados, sem sentido; ou, simplesmente, ignorá-los. E, de fato, são muitos os motoristas que optam por esta última alternativa. Pois bem: tomar a decisão de ignorá-los pode trazer consequências extremamente desagradáveis, provocando acidentes e mesmo causando a morte de pessoas que não participaram daquela decisão. Pode também, por uma série de felizes coincidências, não acontecer nada; assim, o usuário indisciplinado pode sair incólume e ainda achando-se “esperto” por ter escapado ileso. Obviamente, na maioria das vezes, o motorista imprudente, que ignora os sinais acaba se saindo mal.

O que foi exposto acima, em relação aos sinais de trânsito se aplica também à nossa vida espiritual.

Deus, em sua misericórdia infinita não deixa – por um instante sequer – de pensar em nós; se o fizesse, imediatamente deixaríamos de existir. E, este divino e misericordioso cuidado nos propicia, a todo o momento, o auxílio de Sua Graça para nos ajudar nas grandes e pequenas dificuldades de nossa vida. Este auxílio, que nos chega pela intercessão constante de Maria Santíssima, ajuda-nos a carregar a nossa cruz e nos anima a cumprir nossa finalidade nesta terra, ou seja, buscar a santidade de vida.

Deus também nos envia sinais: “Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais vossos corações” (Hb 3, 7-8).

São muitos os sinais que Deus nos envia a cada dia. Podem vir por inspiração de nosso Anjo da Guarda: Muitas vezes ele nos inspira: diante das dificuldades, diante de decisões importantes na vida, sempre ele está lá nos encaminhando para o bem, embora a nossa falta de atenção não permita escutá-lo.

Nossa Senhora da Sabedoria – Lumen Coeli – São Paulo, Brasil

Deus nos envia sinais através dos conselhos das pessoas mais experientes, através dos pais, dos amigos, do nosso diretor espiritual, dos nossos superiores. E assim por diante. Deus sempre toma a iniciativa de nos salvar!

Infelizmente, diante dos inúmeros sinais de Deus, a reação de muitas pessoas é exatamente a mesma daquele motorista que negligencia os avisos do trânsito: fazem de conta que eles não existem e seguem a caminhada, nas estradas da vida, por sua conta e risco.

Peçamos a Nossa Senhora – Ela que deu toda atenção ao anúncio do Arcanjo São Gabriel, avaliando seriamente todas as consequências do seu “Sim” – que Ela nos ajude a não ficarmos indiferentes a todos os magníficos sinais que Deus nos envia a cada instante de nossa vida, para nossa salvação eterna.

Por João Celso

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Frase da Semana – Santo Agostinho

“Criaste-nos para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousar em Vós”

Santo Agostinho, Confissões (1)

Santo Agostinho – Igreja de Santa Maria – Kitchener, Canadá

Na grandiosa Obra composta pelo grande Santo Agostinho, esta frase ocupa lugar de destaque. Está ela estampada logo no início do livro, denominado – com muita propriedade, Confissões.

O desejo de repousar em Deus faz parte da essência da natureza humana. Em vão busca o homem a felicidade longe de seu Criador. Toda nossa existência está impregnada desta verdade maior: fomos criados por Deus, para amá-Lo e servi-Lo nesta terra e depois usufruir eternamente de Sua Bem-Aventurança no Céu. Quem insiste em trilhar caminho diverso não encontra a felicidade nesta vida, nem na vida futura.

Santo Agostinho, cuja festa litúrgica a Igreja celebra neste 28 de Agosto é filho de muitas lágrimas de sua mãe, Santa Mônica, que, durante mais de trinta anos, rezou incansavelmente pela conversão do filho. A festa de Santa Mônica, padroeira das mães cristãs é comemorada um dia antes da de Santo Agostinho, em 27 de Agosto.

Em sua própria vida, experimentou Santo Agostinho a inquietude de que trata a Frase da Semana, pois, a partir do momento de sua conversão, até o final da vida não deixou um dia sequer de buscar a Deus de coração contrito e humilde. Repousou em Deus aos 76 anos, depois de servir a Igreja de Deus por mais de quarenta anos, na condição de padre e bispo. Iluminou com sua inteligência, dedicação e santidade a História da Igreja.

Que a frase desta semana nos sirva de reflexão para que, reconhecendo a finalidade de nossa existência, busquemos a Deus em nossas vidas até que finalmente, a exemplo dos santos, possamos repousar nEle por toda a eternidade. Que Nossa Senhora nos ajude hoje e sempre.

Leia mais sobre a vida de Santo Agostinho no site dos Arautos do Evangelho. (2)


(1) Santo Agostinho. Confissões. 9ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1988. Pág. 23.

(2) Arautos do Evangelho. Vida de Santo Agostinho. Disponível em: http://www.arautos.org/especial/17917/Santo-Agostinho

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Confiança e esforço: a via pela qual chegamos ao Céu

Imaculado Coração de Maria de Nossa Senhora de Fátima

Certas inquietações e questões não raramente se colocam às pessoas, quando se trata da existência para além desta vida terrena. É o que se dá com a pergunta feita por um homem a Jesus, quando passava pregando o Evangelho pelas aldeias e cidades, a caminho de Jerusalém. Conta-nos o evangelista Lucas que “alguém” perguntou: “Senhor, são poucos os que se salvam?” (Lc 13,23)

Para além dessa pergunta – se muitos ou poucos vão para o Céu após a morte -, existe outra consideração mais útil para nossa vida espiritual e nossa vida “aqui e agora”.

Com efeito, ainda que fossemos teólogos, dos mais capacitados e conhecedores das verdades da Fé e, em concreto, do que nos ensina o Catecismo da Igreja Católica a respeito da vida eterna, do Céu e da existência do Inferno (1), tal discussão sobre quantos se salvam não é vista com clareza nem mesmo pelos mais sábios estudiosos da Doutrina, como bem expressa o famoso teólogo dominicano Pe. Antonio Royo Marín:

“Eis aqui um dos problemas mais angustiantes e difíceis que podem oferecer ao teólogo. A pergunta é uma das que, com maior freqüência e apaixonado interesse, formula a maioria das pessoas.” (2)

Para quem deseja  saber a explicação mais lúcida a respeito, contemple os estudos de São Tomás de Aquino: “A respeito de qual seja o número dos homens predestinados, dizem uns que se salvarão tantos quantos forem os anjos que caíram; outros, que tantos quantos foram os anjos que perseveraram; outros, enfim, que se salvarão tantos homens quantos anjos caíram e, ademais, tantos quantos sejam os Anjos criados. Mas, melhor é dizer que só Deus conhece o número dos eleitos que hão de ser colocados na felicidade suprema”. (3)

Jesus Cristo diz: Esforçai-vos: guardai os Mandamentos

No que consiste este esforço? A leitura do trecho do Evangelho de São Mateus nos traz uma luz e uma resposta: “Se queres entrar para a Vida [Céu], guarda os Mandamentos” (Mt 19, 16-19). Eis aqui a primeira “medida” que devemos colocar nossa atenção e nosso esforço, indicada por Jesus ao “jovem rico do Evangelho”, como resposta ao que se deve fazer de bom para ter a vida eterna.

Mas, poderíamos questionar: é fácil ou difícil guardar os Mandamentos? Se fosse fácil guardar os Mandamentos, Jesus não empregaria o verbo “esforçar-se”. Sim, tal é nossa debilidade decorrente dos efeitos do pecado original em nós – que nos inclina para o pecado – e tais são as tentações e provocações do mundo, que se poderia dizer: realmente, não é fácil praticar os Mandamentos; mais, diríamos ainda: ao homem, pelas próprias forças, é impossível praticar integralmente e duradouramente os Mandamentos. Vê-se, portanto, o quanto é apropriada e forte a expressão: esforçai-Vos… e o convite a não se viver o “laissez faire” (deixar correr a vida) na nossa existência terrena, na perspectiva espiritual.

No entanto, sabemos que Nosso Senhor, a divina Misericórdia e a divina Justiça, que em tudo se fez igual ao homem, exceto no pecado, não nos pedirá algo que não nos seja possível realizar: “Porque meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11,30), “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” (Mt 11, 28)

Confiança, eu venci o mundo

Sim, aqui está o remédio: a confiança no Sagrado Coração de Jesus. Ele nos redimi e nos sustenta, nos santifica, nos dá a graça e os Sacramentos e ainda Ele próprio se dá a nós no Santíssimo Sacramento da Eucaristia. É com Ele que nós venceremos o mundo, o demônio e a carne.

Confiança em Maria, a Porta do Céu

E como se não bastasse tudo isto, para “nos convencer” – por força de expressão – Ele nos dá sua própria Mãe, Nossa Senhora. Sobre esta intercessão, consideremos as comoventes e animadoras palavras de Mons. João Clá Dias, em sua recente obra, intitulada “O Inédito sobre os Evangelhos”, ao comentar o Evangelho deste XXI Domingo do Tempo Comum:

“[…] É necessário servir a Deus com ardor e entusiasmo, entrando “pela porta estreita” que bem poderá ser Nossa Senhora. Não é sem razão que a Ela foi dada o título de Porta do Céu. Estreita porque exige de nós uma confiança robusta em sua proteção maternal. Invoquemo-la em todas as tentações e dificuldades, a fim de comprovarmos a irrefutável realidade de quanto “jamais se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à sua proteção maternal, implorado sua assistência, reclamado o seu socorro fosse por Ela desamparado”. E, ao chegarmos ao Céu, rendamos eternas graças aos méritos infinitos de Jesus e às poderosas súplicas de Maria.” (4)

Eis afinal o mais importante: para além da preocupação ou até mera especulação de se saber se muitos ou poucos se salvam, sigamos a recomendação do divino Mestre e Senhor. Esforcemo-nos para, aqui e agora enquanto estamos vivos, com fidelidade, fortaleza e confiança praticarmos os Mandamentos, pela intercessão de Maria Santíssima e, aí sim, pela misericórdia de Jesus e Maria, passarmos pela porta estreita rumo à eterna felicidade.

Por Adilson Costa da Costa

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(1) Catecismo da Igreja Católica. Creio na vida eterna: n. 1035-1036. 11ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001, p, 180.

(2) Pe. Antonio Royo Marin. Teologia de la Salvación. Madri: BAC, 1997, p. 117.

(3) Santo Tomás de Aquino. Suma Teológica: questão XXIII, art. VII, v.  I. 2ª ed. Porto Alegre: Vozes, 1980, p. 240-243.

(4) Mons. João S. Clá Dias, EP. Quem é o meu próximo? In: _____. O inédito sobre os Evangelhos. v. VI, Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana, São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 310-312.

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Nova turma de Consagração a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria

Imagem de Nossa Senhora de Fátima

No conhecido “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, ao qual sempre referimos neste blog, o grande São Luís Maria Grignion de Montfort inicia sua obra com a seguinte afirmação:

“Foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao mundo, e é também por meio d´Ela que Ele deve reinar no mundo.” (1)

Ou seja, ele nos mostra que Nossa Senhora é o perfeito caminho para a edificação do Reino de Deus em nossas almas e no mundo inteiro, já que foi por meio d`Ela que Nosso Senhor Jesus Cristo nos trouxe a Salvação. E continua o santo:

“Meu coração ditou tudo o que acabo de escrever com especial alegria, para demonstrar que Maria Santíssima tem sido, até aqui, desconhecida, e que é essa uma das razões por que Jesus Cristo não é conhecido como deve ser.” (2)

Buscando tornar esta querida Mãe ainda mais conhecida e amada por seus filhos, os Arautos do Evangelho de Maringá promovem as reuniões de formação para pessoas interessadas em fazer a Consagração a Jesus Cristo, pelas mãos de Maria, segundo o método de S. Luís Maria Grignion de Montfort.

Veja os detalhes abaixo. Faça a sua inscrição.

Curso Preparatório à Consagração:

Início: Domingo, 25/08/2013 – Término: Domingo, 06/10/2013

(As reuniões serão ao longo de 7 domingos consecutivos, tendo seu desfecho numa Santa Missa por ocasião da Consagração que será no dia 20/10/2013.)

Horário: Das 15:30h às 16:30h.

Local: Comunidade dos Arautos do Evangelho de Maringá

Endereço: R. Jair do Couto Costa, 15 – Zona 20

Inscrições gratuitas através deste Blog ou pelo e-mail: arautosmaringa@uol.com.br


(1) MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. 19 ed. Petrópolis: Vozes, 1992. Pág. 17

(2) Idem. Pág. 24.

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Alegria no Céu e na terra: novos consagrados a Jesus, pelas mãos de Maria

Ocorreu neste terceiro domingo de Agosto, dia 18, a Solene Consagração a Jesus, pelas mãos de Maria, realizada pelos Arautos de Maringá na Paróquia São Miguel Arcanjo.

A cerimônia já estava sendo aguardada com entusiasmo pelos 40 fiéis que se entregaram como escravos de amor a Nossa Senhora, depois de terem realizado o curso de Mariologia na mesma Paróquia, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort; preparando-se há sete semanas por meio do estudo de seu conhecido “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”.

Iniciou-se a Santa Missa, com o toque de trompetes e o cortejo litúrgico. A Celebração foi presidida pelo Revmo. Pe. Roberto Takeshi Kiyota, EP; o qual salientou em sua homilia “o ânimo e alegria de todo católico que se entregou inteiramente a essa formosa Senhora, repleta das mais augustas virtudes e dos mais preciosos dons divinos. Ela os protege nos momentos das angústias e tribulações, com seu intenso amor de Mãe, simbolizado pelo fogo que Jesus veio trazer à Terra”.

No final, houve uma confraternização cheia de alegria manifestativa dos participantes, com a bênção e distribuição de lindos bótons de Nossa Senhora de Fátima.

Peçamos a Nossa Senhora que proteja de modo especial esses filhos e escravos que se consagraram inteiramente a Ela, ajudando-os nas adversidades desta vida, para um dia se unirem a Jesus e a Ela na eternidade.

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