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Beleza litúrgica

Beleza e mistério estão profundamente relacionados na liturgia. Quando esta é realizada com amor a Deus e amor à perfeição, manifesta-se nos fiéis a ação do Espírito Santo que os “fascina e enleva”, que faz com que aqueles que a assistem não vejam a função litúrgica como um mero ato de domingo, mas voem para essa fonte divina que é o Amor. A liturgia celebrada com amor deixa perceber esse amor aos fiéis.

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Frase da Semana – Imaculado Coração de Maria

Amemos  a Jesus com o Coração de Maria. E a Maria com o Coração de Jesus. E não tenhamos senão um só coração e um só amor com Jesus e Maria.”

 São João Eudes (1)

A Frase da Semana de hoje relembra a grande Festa do Imaculado Coração de Maria, celebrada no sábado seguinte à festa do Sagrado Coração de Jesus.

Esta proximidade das duas festas lembra a grande proximidade, ou, melhor, a interação existente entre as duas devoções. São João Eudes, “apóstolo incansável da devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria” (2), nascido no primeiro ano do século XVII (1601), autor da frase desta semana – que foi extraída de uma de suas mais belas orações, tinha tanto amor pelas duas devoções que,  a “chave de sua espiritualidade que foi a devoção ao Coração de Cristo, unido indissoluvelmente ao Coração de Maria” (3). Praticamente, considerava-a uma única devoção, indissociável. Foi esse Santo o grande propagador da devoção ao Imaculado Coração de Maria.

Porém, é na Mensagem de Fátima, quando Nossa Senhora faz aos pequenos pastores o seu apelo maternal, que a Devoção ao Imaculado Coração de Maria fica mais claramente explicitada: “Para salvar as almas ‘dos pobres pecadores, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração’ – dizia a Santíssima Virgem na aparição de 13 de julho de 1917, ao tratar do cerne de sua mensagem. Porém, não foi esta a única ocasião em que Nossa Senhora se referiu à importância dessa devoção. Mencionou-a diversas outras vezes nas suas mensagens, e tal insistência não pode deixar de ser seriamente considerada.” (4)

A confiança, portanto, no Imaculado Coração de Maria, pela qual chegamos mais facilmente ao conhecimento de Jesus Cristo, deve ser o farol a guiar a nossa vida espiritual, não apenas nesta grande Festa, mas em todos os dias de nossa existência. Imaculado Coração de Maria, que obtendes graças para os pecadores, rogai por nós! (5)

 (1) Congregação de Jesus e Maria (Eudistas). Orar com João Eudes. Frase extraída da oração “Um só coração”. Disponível em: http://www.eudistes.org/BRASIL/site%20eudista/Orar_com_Joao_Eudes.htm

(2) Papa Bento XVI. Audiência Geral de 19 de Agosto de 2009. Disponível em: http://www.arautos.org/artigo/7781/Sao-Joao-Eudes–empenho-na-formacao-dos-sacerdotes.html

(3) Congregação de Jesus e Maria (Eudistas). Biografia completa de São João Eudes.  Disponível em: http://www.eudistes.org/Biografia_de_Sao_Joao_EUDES.htm

(4) Arautos do Evangelho. Imaculado Coração de Maria e a devoção dos primeiros sábados.  Disponível em: http://www.arautos.org/especial/47401/O-Coracao-Sapiencial-e-Imaculado-de-Maria.html

(5) Uma das invocações da Ladainha do Imaculado Coração de Maria.

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Eis que estarei convosco todos os dias!

Estimativas da imprensa mundial e do Vaticano indicam a presença de pelo menos 100.000 pessoas na Praça de São Pedro em Roma, para a última audiência pública do Papa Bento XVI, o qual, como foi largamente noticiado, deixará a Cátedra de Pedro no final da tarde deste dia 28 de Fevereiro de 2013.

A esta ocasião histórica acorreram todos quanto puderam, evidentemente: em mais de 600 anos é a primeira vez que um Pontífice renuncia ao papado por motivos que não sejam políticos. Quantos de nós, se pudéssemos, gostaríamos também de estar presentes e poder manifestar a gratidão ao Papa pelo seu incansável ministério, como, de fato, com muito entusiasmo o fizeram as 100 mil pessoas presentes, vindas de muitos países, de diferentes regiões do mundo. Sua Santidade, Bento XVI, desde o dia 11 de Fevereiro, festa de N.Sa. de Lourdes, tem explicado sua decisão, tomada face ao avançado da idade e de “não ter mais forças para exercer adequadamente o ministério petrino”.

Encerrada a cerimônia, e concedida a Bênção Apostólica, retirou-se o Sumo Pontífice para o interior do Vaticano, de onde, no dia 28 parte para Castel Gandolfo, deixando para trás o Trono de S. Pedro.

Feitas estas considerações, vem-nos à mente a enorme Praça de S. Pedro. O céu claro e o clima ameno contrastam com o ambiente geral. Após o final da audiência pública, aos poucos, como mostraram os meios televisivos, a imensa massa de gente vai deixando o local. Alguns ainda em festa, agitando as suas bandeiras nacionais. Outros, um tanto solitários e abatidos, preocupados com os rumos da Igreja de Cristo daqui em diante. Alguns, ainda, em profundo espírito de oração, confiantes na assistência do Espírito Santo sobre a Sua Igreja, lembrados das solenes palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, ao despedir-se dos – até então – vacilantes Apóstolos – palavras estas que magnificamente encerram o Evangelho de S. Mateus: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Cf. Mt 28, 20).

Sim! A estes últimos nos juntamos, se não com a nossa presença física, mas em espírito de oração, com fé renovada na Cátedra de Pedro e na Santidade da Igreja. O Espírito Santo, que soube transformar um simples e instável pescador, no primeiro grande Papa, entregando-lhe “as chaves do Reino do Céu” (Cf. Mt 16,13-19) não deixará desassistida a sua Igreja.

Tanto é assim que podemos fazer nossas as palavras de nosso Fundador, Monsenhor João Clá, na revista Arautos, n. 78, de Junho de 2008:

Passaram-se dois milênios e, depois de tantas e catastróficas procelas, inabalável continua essa “nau de Pedro”, tendo Cristo, com poder absoluto, em seu centro. Nenhuma outra instituição resistiu à corrupção produzida pelos desvios morais ou pela perversão da razão e do egoísmo humano. Só a Igreja soube enfrentar as teorias caóticas, opondo-lhes a verdade eterna; arrefecer o egoísmo, a violência e a volúpia, utilizando as armas da caridade, justiça e santidade; pervadir e reformar os poderes despóticos e materialistas deste mundo, com a solene e desarmada influência de uma sábia, serena e maternal autoridade. Não podiam mãos meramente humanas erigir tão portentosa obra, só mesmo a virtude do próprio Deus seria capaz de conferir santidade e elevar à glória eterna homens concebidos no pecado.(1)

Portanto, já não é este um dia de tristeza, de abatimento. Ao contrário, é um dia que a Providência nos concede para termos a oportunidade de manifestar a nossa Fé: “Este é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade” (Cf. Sl 117,24), ou seja, da prática da confiança inabalável. Coloquemo-nos na situação dos apóstolos, no meio de uma grande tormenta, que jogava violentamente as ondas dentro de sua pequena barca “de modo que já se enchia de água”. A eles Nosso Senhor se dirigiu: “Como sois medrosos! Ainda não tendes fé?” (Cf. Mc 4 37-41).

Maria Santíssima, Mãe da Igreja, que sustentou a Igreja nascente, animando os Apóstolos, está intercedendo pela Igreja de Cristo, para que a “nau de Pedro” siga firme até o fim dos tempos, como também prometeu Nosso Senhor Jesus Cristo.

A Ela recorramos, hoje e sempre!

Por Prof. João Celso

1)# Monsenhor João Clá Dias, EP. Comentário ao Evangelho. Revista Arautos do Evangelho, Jun/2008, n. 78, p. 12 a 19

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São Tomás de Aquino: o segredo da sabedoria de um Santo

Celebra-se neste final de mês de Janeiro (dia 28) a memória de um dos santos da Igreja mais admirados e amados, considerado o arquétipo do homem que estuda, pesquisa e explicita as mais belas páginas da Filosofia e da Teologia; um varão tão santo e sábio que recebe inúmeros elogios de Papas, entre os quais, do Papa João XXII, que o canoniza em 1323 e do Papa São Pio V, que o proclama Doutor da Igreja em 1567. Atualmente é ele reconhecido por muitos estudiosos como o maior teólogo da História da Igreja.1 Quem é este sábio? Quem é este Santo? E a resposta nos vem sem maiores dificuldades: São Tomás de Aquino.

Tal o vôo de sua visão católica que, no Concílio de Trento, sobre a mesa da Presidência, foi a Suma Teológica deste santo colocada ao lado da própria Sagrada Escritura. O Papa Leão XIII, através da Enciclica Aeterni no ano de 1879, conclama “Ide a Tomás”, iniciando a era do Tomismo. E São Pio X recomenda às universidades católicas que adotem a Suma Teológica. Tantas são as referências elogiosas ao Doutor Angélico que – para não alongarmos – restringimo-nos apenas às palavras do Beato João Paulo II e do Papa Bento XVI, gloriosamente reinante, respectivamente, a saber: “São Tomás foi sempre proposto pela Igreja como mestre de pensamento e modelo quanto ao reto modo de fazer Teologia” e “Com seu carisma de filósofo e teólogo, São Tomás oferece um válido modelo de harmonia entre razão e fé”.2 Realmente, a doutrina e sabedoria deste grande Santo é própria a ultrapassar os séculos.

Ao contemplarmos as maravilhas do “angélico” doutor da Igreja, poderíamos nos perguntar: de onde vem tanta sabedoria, quer do ponto de vista natural, quer do ponto de vista sobrenatural, de São Tomás? E poderemos encontrar a resposta nas próprias palavras do Santo, quando recebeu a Sagrada Comunhão no derradeiro momento de entregar sua alma a Deus:

Eu Vos recebo, preço do resgate de minha alma e Viático de minha peregrinação, por cujo amor estudei, vigiei, trabalhei, preguei e ensinei. Tenho escrito tanto, e tão freqüentemente tenho discutido sobre os mistérios da Vossa Lei, ó meu Deus; sabeis que nada desejei ensinar que não tivesse aprendido de Vós…”.3

“Aprender de Vós”: uma lição para nossos dias

Aprender de Vós”… Sim, aprender de Jesus Eucarístico. São Tomás se acercava freqüentemente do Santíssimo Sacramento e recorria a Ele obtendo as luzes e respostas para seus estudos e chegou a afirmar que aprendera mais junto ao Sacrário do que nos longos dias dedicados ao estudo. Além de santificar, a Sabedoria eterna e encarnada, real e verdadeiramente presente na Eucaristia, “inteligentifica” a todos que dela fervorosamente se aproximam, analogamente como os raios do astro rei, o Sol, aquecem aos que a ele se expõem.

Eis aí o segredo incomparável, para nossos dias, de desenvolvermos, à maneira de São Tomás de Aquino, nossa inteligência e alcançarmos a santidade: a freqüência assídua a Jesus Sacramentado. Que ele nos obtenha, pela intercessão de Nossa Senhora, esta graça.

(1) CAVALCANTI NETO, Lamartine de Holanda. Psicologia geral sob o enfoque tomista. São Paulo: Instituto Lemen Sapientiae, 2010, p. 15.
(2) CLÁ DIAS, Pe. João Scognamiglio, EP. Por que ser tomista? In Arautos do Evangelho. São Paulo, n 73, pp 36-39, jan. 2008.
(3) FERREIRA, Carmela Werner. O sábio mais santo e o santo mais sábio. In Arautos do Evangelho. São Paulo, n 73, pp 32-35, jan. 2008.

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