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A morte foi tragada pela vitória

Na Festa da Assunção de Nossa Senhora, a Liturgia das Horas ou Ofício Divino, que os Arautos do Evangelho recitam diariamente, trouxe um maravilhoso texto, ao qual bem poderia se chamar de uma autêntica “Pérola preciosa”. Ao recitá-lo na abençoada Capela da casa dos Arautos de Maringá, tivemos uma bela surpresa: esta preciosa pérola trazia dentro de si – quais as famosas bonecas russas – citações que são como outras pérolas,  surpreendentemente tão brilhantes e maravilhosas quanto o texto inicial que as continha.

Nossa Senhora da Assunção – Catedral de Lisboa, Portugal

Era a segunda leitura, da “Constituição Apostólica Munificentíssimus Deus”, do Papa Pio XII (1). Diante de tão belas jóias da Teologia mariana católica, produzidas não no interior de conchas marinhas, mas no interior das almas santas, só nos resta o silêncio admirativo e sua exposição ao nosso querido público como uma homenagem à gloriosa Assunção da Santíssima Mãe de Deus.

Assim se expressa Pio XII a respeito da Assunção:

“São João Damasceno, entre todos o mais notável pregoeiro desta verdade da Tradição, comparando a Assunção em corpo e alma da Mãe de Deus com seus outros dons e privilégios, declarou com vigorosa eloquência: ‘Convinha que Aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda corrupção. Convinha que Aquela que trouxera no seio o Criador como criancinha fosse morar nos tabernáculos divinos. Convinha que a esposa, desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos Céus. Convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na Cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai. Convinha que Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda criatura como Mãe e serva de Deus’. […]

Continua Pio XII, a respeito da vitória sobre o pecado e a morte alcançada por Nosso Senhor Jesus Cristo com a cooperação da Virgem Santíssima, baseando-se em São Paulo:

“Por este motivo, assim como a gloriosa ressurreição de Cristo era parte essencial e o último sinal desta vitória, assim também devia ser incluída a luta da santa Virgem, a mesma que a de seu Filho, pela glorificação do corpo virginal. O mesmo Apóstolo dissera: ‘Quando o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá o que foi escrito: A morte foi tragada pela vitória (1Cor 15, 54; cf. Os 13, 14)’”.

Este é mais um dos infindáveis tesouros da Santa Igreja Católica, que estão às vezes fora do alcance das vistas de muitos de nós, como as pérolas que jazem muitas vezes no fundo dos oceanos. Porém, para aqueles que as encontram, valem as palavras de Nosso Senhor, segundo o qual, o Reino de Deus é como um mercador de pérolas que, ao encontrar uma delas especialmente valiosa, vende tudo que tem para comprá-la.

Esperamos que o leitor tenha dado, senão tudo o que tem,  pelo menos alguns minutos de seu tempo para contemplar estas maravilhosas pérolas encontradas nos recônditos dos oceanos da Doutrina Católica.

Por Marcelo Veloso Souza Mendes

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(1) Liturgia das Horas segundo Rito Romano. Vol. IV. Tempo Comum. 18ª – 34ª Semana. Ed. Vozes, Paulinas, Paulus, Editora Ave-Maria, 1999. Pág. 1197-1199

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Procissão e Santa Missa em Arapongas

Os Arautos tiveram a alegria de participar, a convite do Revmo. Pe. José Roberto de Rezende, da Comemoração da Festa de Santa Rita de Cássia, na Paróquia de mesmo nome, em Arapongas.

Assim, no dia 22 de maio, última quarta-feira, deu-se início a solene Cerimônia em homenagem à Santa Rita de Cássia, com uma Procissão ao longo das ruas circunvizinhas à Paróquia, acompanhada da imagem da padroeira. O povo acompanhava a banda sinfônica dos Arautos cantando hinos em louvor ao Santíssimo Sacramento, a Nossa Senhora e à defensora dos fiéis paroquianos.

No fim da procissão, deu-se início à renovação do Santo Sacrifício do Calvário. A igreja, devidamente ornada para o culto divino, estava repleta com cerca de 800 fiéis, os quais encontravam-se na expectativa da grande cerimônia.

Foi uma Celebração cumulada de bênçãos e graças pela Santíssima Virgem, a qual foi esplendidamente coroada como Rainha da Paróquia Santa Rita de Cássia. O Celebrante, representando todos os fiéis coroou a fronte da imagem peregrina do Imaculado Coração de Maria. Todos estavam muito emocionados, aplaudindo com calor e entusiasmo a Rainha dos Corações.

Após a coroação, os Arautos ofereceram uma homenagem aos fiéis de Arapongas: foi apresentada uma música tipicamente brasileira, com a letra adaptada para a ocasião. Já nos primeiros acordes, puderam eles reconhecer a música típica do sertão brasileiro: Luar do Sertão. A letra também nos ensina um pouco da vida de Santa Rita. Segue abaixo a letra adaptada desta música tão singela, apresentada na ocasião:

Luar de Santa Rita de Cássia – Arapongas

Ai que saudades do luar da minha terra,

Lá na serra branquejando folhas secas pelo chão.

Este luar cá da cidade tão escuro,

Não tem aquelas saudades do luar lá do sertão.

Não há ó gente ó não, luar como este do sertão.

Este luar me faz lembrar coisa tão bela,

Alma santa como a dela é bem difícil encontrar.

Ó Santa Rita as nossas almas purifica,

Prá sua história tão bonita hoje esta Igreja relembrar.

Não há ó gente ó não, luar como este do sertão.

A verdadeira função do casamento

E a vocação para o convento, as duas pôde realizar.

Santificou e salvou o seu marido

Depois uniu-se a Jesus Cristo e fez da Igreja o seu lar.

Não há ó gente ó não, luar como este do sertão.

Desde o momento em que esta mãe maravilhosa

Se tornou religiosa, novos filhos adotou.

Cada cristão que existe aqui e no mundo inteiro

Foi premiado, por primeiro, filho de Rita se tornou.

Não há ó gente ó não, luar como este do sertão.

Hoje pedimos a intercessão de Santa Rita

Nesta data tão bonita, abençoai a todos nós.

Abençoai também ao bom Padre Rezende,

Pois junto dele a gente sente a voz de Cristo em sua voz.

Não há ó gente ó não, luar como este do sertão.

 Este texto é insuficiente para descrever o entusiasmo e encanto dos presentes durante a apresentação dessa música, saudada, ao final, com calorosa salva de palmas.

No fim da Santa Missa, os fiéis puderam se aproximar da imagem de Nossa Senhora de Fátima, para apresentarem seus pedidos à Rainha do Céu e da Terra. Em seguida, todos se dirigiram para as comemorações da festa da Padroeira: ambiente de alegria, como convém aos filhos da Santa Igreja Católica.

Agradecemos ao querido Padre Rezende e a comunidade de Santa Rita pela fraternal acolhida e esperamos ter a oportunidade de rever os amigos de Arapongas em breve!

 

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Pica-Pau II: Resposta a um interessante questionamento

Após a publicação do artigo “Os mistérios de Deus revelados em uma pequena ave: o pica-pau”, o Blog Arautos de Maringá recebeu um interessante, conciso e profundo comentário. Nosso assinante expôs o seguinte: se a evolução tende para a preservação das espécies, por que o homem evoluiu para uma espécie autodestrutiva?

De fato, uma espécie em que seus indivíduos são capazes de fazer tanto mal a si próprios e aos seus semelhantes não existe na Terra. Além disso, infelizmente, nas últimas eras históricas nossa espécie não tem evoluído, mas “involuído” nesse aspecto.

Afinal de contas, alguém já viu um cão deitado passando mal por ter comido demais? Alguém já conheceu um gato que parou no hospital por passar noites em claro brincando com seu “game” preferido, o novelo de lã? Ou um lhama que é viciado em folhas de coca? Não é comum encontrarmos cenas dessas em nosso cotidiano. Porém, a espécie humana tem se especializado em criar armas para estilos de guerra injustos, desproprcionais e genocídicos, como as armas químicas, biológicas e nucleares, que todos nós esperamos nunca conhecer de perto, é claro!

Sabemos que o homem se destaca e domina entre os animais por sua inteligência. Mas esse caráter desordenado que assustaria as formigas, se elas pensassem, e essa tendência auto-destrutiva que causaria o mesmo susto em qualquer espécie, não foi eliminado pelo processo evolutivo, nem pela seleção natural.

Na verdade a resposta para esta questão não é a biológica, mas encontra-se na Teologia da Santa Igreja Católica. Esse defeito exclusivo do homem vem de algo que somente ele provou: o pecado original, que ofendeu ao Criador do universo:

Por seu pecado, Adão, na qualidade de primeiro homem, perdeu a santidade e a justiça originais que havia recebido de Deus não somente para si, mas para todos os seres humanos. À sua descendência, Adão e Eva transmitiram a natureza humana ferida por seu primeiro pecado, portanto privada da santidade e da justiça originais. Esta privação é denominada “pecado original”. Em consequência do pecado original, a natureza humana está enfraquecida em suas forças, submetida à ignorância, ao sofrimento e à dominação da morte, e inclinada ao pecado (1).

Por conseguinte, fez com que nossas almas ficassem desordenadas e tendentes ao mal: nossa sensibilidade não quer submeter-se a nossa vontade, que por sua vez, não deseja ser guiada pela razão. E a razão só é bem conduzida quando é seguida pela luz da Fé:

O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana (2).

E qual é a solução? Esta nos trouxe Nosso Senhor Jesus Cristo com a Redenção, através da Graça. Através dos sacramentos e da prática da virtude, podemos não ser autodestrutivos, mas chegar também à perfeição moral, exemplificada nos numorosíssimos santos da Santa Madre Igreja.

Esta é a verdadeira “evolução” que salvará a humanidade.

Agradecemos ao assinante que nos mandou esta pergunta. Obrigado por nos ter dado a ocasião de fazer uma meditação (e por que não uma oração?), elevando, assim, nossas almas, através das maravilhas da criação ao seu Criador.

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(1) Catecismo da Igreja Católica, n° 416 a 418, pág. 118.

(2) Idem, n° 1849, pág. 495.

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