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III Domingo da Páscoa, Ano B – Mons. João Clá Dias

Jesus continua operando por meio de seus ministros.

Discípulos de Emaús – Coro da Catedral de Notre Dame, Paris

Encerra-se este Evangelho com o esclarecimento formal e categórico da parte de Jesus aos Apóstolos, a respeito da missão que lhes outorgava. Aproveita a ocasião para conversar sobre o mais importante tema para eles e, por conseguinte, para a Santa Igreja Nascente. Trata-se de assumirem a mesma missão de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois este permaneceria no mundo por meio deles.
Nada deveria ser olvidado: nem a Paixão com seus méritos, nem a própria vida do Divino Mestre com seus ensinamentos. Concretiza-se, então, uma identidade de missão entre Jesus e os Apóstolos. Aliás, na oração dirigida ao Pai, na Última Ceia, havia já Ele revelado essa aproximação: “Eu lhes transmiti as palavras que Tu Me confiastes e eles as receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de Ti, e creram que Tu Me enviastes. […] Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também Eu não sou do mundo. […] Como Tu Me enviaste ao mundo, também Eu os enviarei ao mundo” (Jo 17, 8.14.18).
Anteriormente, chegara mesmo a afirmar: “Quem vos ouve, a Mim ouve; e quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou” (Lc 10,16).
Cristo os constituiu sacerdotes da Igreja para a salvação e santificação das almas, fazendo-os herdeiros e participantes de seu sumo e eterno sacerdócio. Esta missão continua ainda nos tempos atuais e deverá perdurar até o fim dos tempos, através do ministério sacerdotal. Tal como Jesus, o presbítero dá “Glória a Deus no mais alto dos Céus e na Terra, paz aos homens, objetos da benevolência divina” (Lc 2,14). É ele alter Christus: “Como o Pai Me enviou assim também eu vos envio a vós” (Jo 20,21). Deste modo, a obra universal de Redenção e de transformação do mundo trazida por Nosso Senhor Jesus Cristo, com toda sua divina eficácia, Ele continua a operá-la, e continua sempre por meio de seus ministros.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do 3º Domingo da Páscoa (16/04/2009)

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Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, Ano B – Mons. João Clá Dias

“A Cruz se transforma em glória na eternidade.”

Entrada de Cristo em Jerusalém – Catedral de Cristo Rei, Hamilton (Canadá) 

Jesus me convoca a segui-Lo! Valendo-se de uma expressiva imagem, São Roberto Belarmino pondera: “Quem vê seu Capitão lutar por seu amor, com tal perseverança em lide tão penosa, recebendo tantas feridas e padecendo tão grandes dores, como não se animará a combater a seu lado, a fazer guerra aos vícios e resistir e resistir até morrer? Cristo batalhou até vencer e alcançar glorioso triunfo sobre seu inimigo […]. E se Cristo pelejou com tão grande perseverança, seu exemplo deve dar sumo alento a todos os seus soldados para não se afastarem da sua cruz, e sim pugnar a seu lado até vencer”. Eu estarei com Ele, quer na entrada triunfal em Jerusalém, aclamando-O como Rei, que na Via Sacra, carregando minha cruz às costas, ou sobro o Gólgota, nela pregado. Será por meio desta cruz que eu obterei a glória da ressurreição, e conviverei com Ele por todo sempre na verdadeira Jerusalém, a Jerusalém Celeste!
Ao transpor as muralhas desta esplendorosa cidade, “tabernáculo de Deus com os homens” (Ap 21,3), teremos um autêntico Domingo de Ramos e entenderemos que a cerimônia da qual hoje se participa é mero símbolo dos “bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam” (I Cor 2, 9). Entretanto aqueles que persistiram numa concepção mundana e desviada a respeito de Nosso Senhor, negando-se a aceitá-Lo como Ele é, terão o eterno domingo de fogo, enxofre, ódio e revolta!
Peçamos a graça de compreender que é através da cruz que chegamos a luz – “Per crucem ad lucem!” – e não há outro meio de conquistar alegria sem fim. Que a cruz seja companheira inseparável de cada um de nós até o momento de ingressarmos na visão beatífica, e continue junto a nós por toda eternidade, como magnífica auréola de santidade, resplendor de glória.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do Domingo de Ramos da Paixão do Senhor (16/03/2008)

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V Domingo da Quaresma, Ano B – Mons. João Clá Dias

“Pai, glorifica o teu nome!”

“Cristo Glorioso”, por Juan Gossaert, Museu do Prado, Madrid

O Evangelho deste Domingo nos traz duas belas e importantes lições: para a glória de Deus, não só devemos aceitar o sacrifício de nossa própria vida, como também apartar-nos da vanglória; e, se necessário for, buscar a verdadeira glória para o bem dos outros e de nós mesmos.
“Christianus alter Christus – o cristão é um outro Cristo”. Temos a obrigação de sermos outros Cristo no que tange ao fim último para o qual fomos criados e redimidos: “ad maiorem Dei gloriam”, para a maior glória de Deus, conforme o lema escolhido por Santo Inácio de Loyola para a sua Companhia de Jesus.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do 5º Domingo da Quaresma (02/04/2006)

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IV Domingo da Quaresma, Ano B – Mons. João Clá Dias

Jesus fortalece a fé de um discreto discípulo.

Nosso Senhor Crucificado, Casa dos Arautos do Evangelho, Rio de Janeiro

Jesus, em sua infinita bondade, quis o melhor dos efeitos para a alma de Nicodemos ao longo desta conversa noturna, a qual passou para a história e hoje se desenrola diante dos meus olhos, nesta Liturgia. Quando eu me coloco no lugar de Nicodemos, brotam no fundo de meu coração anseios de adoração, arrependimento e súplica, em face dessa Luz que veio ao mundo:
“Não permitais, ó meu Jesus, que eu faça parte dos que odeiam a luz. Fazei com que eu creia ‘no nome do Filho Unigênito de Deus’. Por Maria santíssima, eu vos peço, concedei-me a graça de uma plena dor de minhas faltas, considerando-me o maior de todos os pecadores, sem jamais perder a confiança no ilimitado valor de vosso preciosíssimo Sangue. Aumentai minha esperança, minha fé e meu amor a Vós, para que, na vossa luz, eu possa vir a contemplar a luz por toda eternidade. Amém”.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do 4º Domingo da Quaresma (22/03/2009)

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III Domingo da Quaresma, Ano B – Mons. João Clá Dias

Amor e castigo se excluem?

Jesus expulsa os cambistas do Templo, por Carl Heinrich Bloch – Palácio de Frederiksborg (Dinamarca)

Podemos considerar duas lições tiradas deste Evangelho, narrado por São João. Na segunda parte ele nos exorta a extrair de nossos corações o pragmatismo, o egoísmo de querermos nos servir de Jesus, das graças e da Religião apenas para nosso proveito pessoal, crendo em seu nome e não mudando de vida e de costumes. É correto conservarmos a nossa maneira de viver e nossos costumes, desde que, não sejam ilícitos. Indispensável é, contudo, ter a alma enlevada e submissa à moral e Religião ensinadas por Nosso Senhor, adorando-O em todos os aspectos de suas virtudes, entusiasmada por sua misericórdia e também por sua justiça, como Jesus mostrou no episódio dos vendilhões do Templo. Ele quer ser adorado por nós e quer ser adorado na sua totalidade.
Elejamos Maria – insuperável modelo desse amor a Jesus na sua integridade – como nossa mestra e guia da entrega sem limites que devemos fazer a Ele, adorando-O na harmonia de suas virtudes aparentemente contraditórias.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Homilia Dominical por Mons. João Clá Dias do 3º Domingo da Quaresma (15/03/2009)

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