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Atividades do próximo final de semana e feriado

Bento XVI durante um retiro

Uma das melhores formas de aproveitar o período de carnaval, sem dúvida é a participação em um retiro espiritual. E isto, não só apreciado por religiosos, mas mesmo por leigos, com vistas a aprofundar sua união com Deus e seu crescimento na vida espiritual, especialmente na consideração das verdades eternas.

Com vistas a esse objetivo, contando com o auxílio da graça, os Arautos de Maringá promoverão algumas atividades no próximo final de semana e feriado. Entre elas, destacam-se as seguintes:

Retiro Espiritual

Acontecerá, durante todo este feriado, um Retiro Espiritual na Comunidade dos Arautos de Maringá, pregado pelo Revmo. Pe. Júlio Ubelohde, EP. Os retiros espirituais são formas de deixarmos um pouco do nosso contato com o mundo e o corre-corre para contemplarmos e nos enlevarmos com as coisas espirituais, não poucas vezes ignoradas em nosso dia-a-dia. Para que fomos criados? Qual é a finalidade de nossa existência? Qual fim nos espera? São perguntas que surgem no fundo de nossas consciências de tempos em tempos, e que serão esclarecidas e meditadas ao longo desses dias.

Eis os horários das reuniões e atividades ocorridas nesse feriado:

Sexta Feira, 08/02: 19h – Missa de Abertura

…………………………..20h – Reunião Inicial

Sábado, 09/02:  15h às 18h – 02 reuniões (com intervalo de 20min).

…………………………..19h – Santa Missa

Domingo, 10/02  08h – Santa Missa

……………………………09h – Café (Comunidade dos Arautos)

…………………………. .09h30 às 12h – Reuniões e reflexões

…………………………. .12h – Almoço na Sede

…………………………. 14h às 18h – Reuniões, reflexões, adoração.

……………………………. 20h30 – Encerramento

Segunda, 11/02  9h às 12h – Atendimento de confissões (Pe. Júlio Ubelohde, EP)

………………………….Das 14h às 17h – Atendimento de confissões (Pe. Takeshi)

………………………….19h – Santa Missa

……………………………20h – Reunião

…………………………21h30 – Encerramento

Terça, 12/02 –     08h – Santa Missa

…………………………..09h – Café (Sede)

………………………….09h30 às 12h – Reuniões e reflexões

……………………….12h – Almoço na Sede

…………………………14h às 18h – Reuniões, reflexões, adoração.

…………………………20h30 – Jantar de Encerramento

Acolhida da Cruz da Jornada Mundial da Juventude

Num clima de expectativa, oração e ação, todos estamos nos preparando para a Jornada Mundial da Juventude.

Com muita alegria, entre outras participações, os Arautos terão a alegria de animarem com sua banda e cânticos a acolhida da Cruz da Jornada Mundial da Juventude, na próxima segunda-feira, dia 11, na Catedral de São José, em Campo Mourão.

Missa de Quarta-feira de Cinzas

Ocorrerá, na próxima quarta-feira, a Missa de Cinzas, que dá abertura ao período litúrgico da Quaresma na Paróquia São Francisco Xavier, às 15h. A Celebração será presidida pelo Revmo. Pe. Roberto Takeshi Kiyota, EP, e animada pelo coro e banda sinfônica dos Arautos. Veremos com mais profundidade e clareza o significado da cerimônia das cinzas em futuros artigos deste blog.

Contamos com a participação de todos!

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Um elemento fundamental para bem vivermos o Ano da Fé: a Caridade

De forma cada vez mais pertinente, oportuna e proveitosa, tem-se abordado a importância deste Ano da Fé, para nos aprofundarmos no conhecimento da Doutrina Católica e nos exercitarmos na prática dos atos desta virtude sobrenatural que é a fé e, assim, desenvolvermos nossa firme convicção, com auxílio da graça, na verdade revelada por Jesus Cristo e ensinada pela Igreja Católica. (1) (2)

Conforme já se viu (3), o estudo proveitoso da Doutrina Católica nos leva a um crescimento não só intelectual, como espiritual. De fato esta virtude teologal – para o desenvolvimento integral do homem – é suscetível de crescimento. Em contrapartida, se na virtude da fé não se cresce, ela entra num processo de crise, definha a tal ponto que pode chegar ao seu desaparecimento. Em outros termos, segundo o adágio popular: “o que não anda, desanda”… máxime, em se tratando da vida intelectual e espiritual – poderíamos acrescentar. Ou seja, a fé precisa crescer, exercitar-se, aprofundar-se para que não se atrofie, como acontece com a musculatura humana que, tendo necessidade de exercícios e se não os pratica, adoece.

Devido a esta ausência do exercício da Fé, com zelo bem nos adverte o Sumo Pontífice da Igreja Universal e Servo dos Servos de Deus: “Em vastas áreas da Terra a Fé corre perigo de se extinguir como uma chama que deixa de ser alimentada. Estamos diante de uma profunda crise de Fé”. (4)

Com efeito, a propósito desta crise de fé, observa o Revmo. Padre Salazar Rojas, EP:

O obscurecimento da Fé e do senso de Deus poderia ser comparado a um dos mais assombrosos acontecimentos cósmicos, o eclipse do Sol. O filósofo Martin Buber o aplica a nossos dias, quando escreve que a “hora histórica que o mundo atravessa” assemelha-se à de um “eclipse da luz do céu”, de um “eclipse de Deus”. (5)

Exercitar a Fé através da Caridade

Mas então, como fazer para que a Fé não se extinga, mas seja viva? O Catecismo da Igreja Católica nos apresenta o caminho indicado pelo Espírito Santo, o Espírito do Amor, através de São Paulo: “a fé viva ‘age pela caridade’ (Gl 5,6)” e aprofunda este ensinamento: “O dom da fé permanece naquele que não pecou contra ela”. (6)

O papel da caridade, como fundamento e inspiração de todas as virtudes (7) – portanto, da virtude da Fé – é apresentado, no dizer de Mons. João Clá Dias, no

mais célebre dos hinos sobre a caridade [ ] recortado pela Liturgia de hoje [IV Domingo do Tempo Comum], à guisa de segunda leitura (I Cor 13, 1-13): “Se eu não tivesse caridade”, repete São Paulo três vezes nesse texto, proclamando que, sem ela, de nada lhe serviriam todas as ciências e virtudes. O verdadeiro amor “não busca os seus próprios interesses […] tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (8)

Maputo, Moçambique – Um sacerdote missionário dos Arautos do Evangelho ministra os sacramentos. Numerosos missionários trabalham ativamente animando as pequenas comunidades cristãs em todo o país.

Vê-se que São Paulo sublinha o quanto é necessária a caridade, para tudo o que se faça tenha seu bom desenvolvimento e aproveitamento. Seja qual for o gesto, a dedicação, o esforço que empreendamos, deverá ser “substanciado” de caridade. E como praticá-la? Amando a Deus e ao próximo e guardando os seus Mandamentos: “permanecei em meu amor. Se observais os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” (Jo 15, 9-10).

Eis o elemento substancial da nossa fé. Assim, se quisermos crescer na fé, peçamos a Nossa Senhora, Mãe do Divino Amor, que cresçamos sempre mais na caridade, no amor a Deus e ao próximo, na prática dos Mandamentos. Aí seremos homens de fé e mulheres de fé, bem vivendo o Ano da Fé.

(1) Catecismo da Igreja Católica. 11ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001, p. 488.
(2) SPIRAGO, Francisco. Catecismo Popular. 2ª. ed. Guarda: Tipografia da Empresa Veritas, s.d., p. 41.
(3) “O Ano da Fé e o estudo frutuoso da Doutrina Católica”. Disponível em  http://maringa.blog.arautos.org/2013/01/o-ano-da-fe-e-o-estudo-frutuoso-da-doutrina-catolica/
(4) BENTO XVI. Discurso aos participantes da reunião plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, de 27/1/2012.
(5) SALAZAR ROJAS, EP, Pe. Winston de La Concepción. O pecado de nossa época. In Revista Arautos do Evangelho, São Paulo, n. 134, p. 24, fev. 2013.
(6) Catecismo da Igreja Católica. P. 489.
(7) _______. P. 492.
(8) CLÁ DIAS, Mons. João Scognamiglio, EP. O inédito sobre os Evangelhos. Coedição internacional de Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana e São Paulo: Instituto Lumen Sapientiae, 2012, p. 56.

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Algumas atividades neste final de semana em Maringá

 Neste primeiro final de semana de Fevereiro foram desenvolvidas diversas atividades ….
Quer por sua beleza, quer pelas graças abundantes que Nosso Senhor dispensou pelos rogos da Virgem Mãe entre as quais, merecem destaque as seguintes:
 
Santa Missa da Apresentação do Senhor:
 
            Primeiramente, no Sábado pela manhã, houve na Comunidade dos Arautos a Santa Missa da Apresentação do Senhor, presidida pelo Revmo. Pe. Roberto Takeshi Kiyota, EP. A celebração contou com a participação especial dos jovens e membros da comunidade. No final, houve a costumeira bênção do dia 2 de fevereiro das velas de Nossa Senhora das Candeias, com a qual cada um foi presenteado.
            O significado deste ato já foi explicado com profundidade em outros artigos deste Blog. Apenas destacamos que as velas acesas simbolizam a chama que Nosso Senhor Jesus Cristo veio trazer ao mundo com sua morte da Cruz, prevista pelo Profeta Simeão em sua apresentação no templo. Luz da Graça e do Amor que todo cristão batizado deve ostentar com altivez ao longo de sua existência, rumo ao Céu que o espera.
           As mesmas velas foram utilizadas no dia 3 de fevereiro, para a bênção de São Brás.
 
 
Devoção dos 5 Primeiros Sábados na Paróquia São Miguel Arcanjo:
 
            Conforme havia sido divulgado anteriormente neste mesmo Blog, à tarde, ocorreu a solene cerimônia na matriz da Paróquia São Miguel Arcanjo, celebrada pelo mesmo Sacerdote e animada liturgicamente pelo coro e banda sinfônica dos Arautos.             Além da bênção das velas e comemoração da festa acima citada, houve, antes do Santo Sacrifício, a “Meditação dos 5 primeiro sábados”, com a oração e meditação dos mistérios do Rosário e atendimento de Confissões. Segundo o grande santo mariano São Luís Maria Grignion de Monfort, a devoção à Virgem-Mãe é o caminho mais rápido, perfeito e seguro para a união com seu Divino Filho. Daí a importância da divulgação da devoção a Maria.
            Participaram aproximadamente 800 pessoas!
 
No Domingo, I Simpósio Doutrinário 2013:O regime especial da Graça para hoje”
 
            No Domingo, ocorreu na Comunidade dos Arautos o “Primeiro Simpósio Doutrinário 2013”, com tema “O regime especial da Graça para hoje”. Trata-se de um aprofundamento a respeito da vida da Graça como uma elevação do homem à ordem sobrenatural. Foi estudo a Graça Santificante: dom divino, qualidade sobrenatural infundida por Deus em nossa alma no Batismo, que nos dá uma participação física e formal da própria natureza divina, tornando-nos semelhantes a Ele em sua própria razão de deidade. Houve ainda comentários e profundo estudo dos Efeitos da Graça e o Organismo Espiritual. Participação de cerca de 40 pessoas, em três encontros ocorridos neste dia.
            Como encerramento do Curso houve ainda a Santa Missa na Capela São Francisco de Assis, com a bênção de São Brás, fonte de graças para cura dos males na garganta. A Celebração foi presidida pelo Sacerdote referido acima, com a participação litúrgica do coro e banda sinfônica dos Arautos.
 
 
Continue acompanhando as atividades dos Arautos!

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O Tesouro da Confissão

Quantas vidas não terão mudado, quantos
trágicos caminhos não terão se transformado em uma luminosa via, dentro da silenciosa penumbra de um pequeno confessionário?

Dentre os sacramentos instituídos por Nosso Senhor para a salvação dos homens, um dos que certamente mais reflete sua misericórdia infinita é o da Confissão. Que alívio é para um cristão o saber que, no momento em que o sacerdote pronuncia a fórmula da absolvição, o próprio Deus perdoa as suas faltas, por maiores e mais numerosas que sejam. Quantas vidas não terão mudado, quantos trágicos caminhos não terão se transformado em uma luminosa via, dentro da silenciosa penumbra de um pequeno confessionário?

Alguns pequenos fatos a respeito dessa maravilhosa instituição cristã mostram-se extremamente úteis tanto para a formação quanto para a edificação espiritual dos fiéis.

Eu sou mais culpado que tu!

A confissão é a porta do Céu aberta até para os maiores pecadores e, por isso, ninguém deve se desesperar. Um dia o Pe. Milleriot SJ, falecido em 1882 em Paris, pregava um retiro e, falando da misericórdia, exclamava pitorescamente:

No momento em que o sacerdote pronuncia a fórmula da absolvição, o próprio Deus perdoa as faltas, por maiores e mais numerosas que sejam

Senhores, uma suposição! Se Judas, em vez de se desesperar e de se perder, fosse se encontrar com São Pedro e lhe dissesse:

Queres escutar minha confissão?

São Pedro responderia:

Ajoelha-te aí e comece.

Oh! Eu sou muito desventurado, Pedro, eu vendi e traí meu Mestre.

Fizeste só isso? Eu sou mais culpado que tu, eu O traí três vezes! Faça teu ato de contrição, e eu te darei a absolvição.

Um homem sem pecado

Um alto magistrado, em conversa com o padre de uma pequena paróquia, permitiu-se debochar da religião e, dentre outras coisas, da Confissão.

Senhor padre — disse ele — eu não me confesso, pela simples razão de que não cometo pecados.

Isso pode ser — replicou o sacerdote — e fico desgostoso a seu respeito, pois, de fato, existem pessoas que não pecam, mas conheço só dois tipos: aqueles que ainda não chegaram ao uso da razão e aqueles que a perderam.

Mas, pediste-Me alguma vez perdão?

Um santo teve uma visão na qual via Satanás de pé e de frente para o trono de Deus, o qual pôs-se a ouvir o que o espírito maligno lhe dizia:

Por que me condenastes, se Vos ofendi apenas uma vez, dado que salvastes milhares de homens que Vos ofenderam várias vezes?

E Deus lhe respondeu:

Mas, pediste-Me alguma vez perdão?

Um ídolo adorado

Queres que eu te cure da gota? Então, promete-me que quebrarás todos os teus ídolos — disse um dia São Sebastião a um prefeito de Roma.

Prometo-te.

O prefeito os quebrou, exceto um. E a gota continuava piorando cada vez mais. Então o santo explicou-lhe a necessidade de quebrar também o ídolo escondido que ele ainda adorava.

Quantos pecadores esquecem a contrição necessária, pois não ousam quebrar o ídolo meticulosamente escondido em seu coração! O prefeito só foi curado depois de cumprir completamente a promessa.

Uma restituição

Santo Antonino disse certa vez a um demônio que estava perto do confessionário:

Que fazes aí?

Estou restituindo.

Oh! Que impressionante! Tornaste-te bem sábio!

Sim, enquanto quero fazer cair um pecador, tiro-lhe toda vergonha, e agora, quando se trata de confessar, eu a devolvo.

Nem levaria isso em conta

Foi perguntado certo dia a um santo:

Se, entrando numa igreja, visses dois confessionários, um ocupado por um padre e outro por um anjo, a qual irias de preferência?

Nem levaria isso em conta — respondeu o homem de Deus — pois no confessionário não há mais homem nem anjo, mas apenas Jesus Cristo.

É necessário confessar-se e comungar na Páscoa

Em maio de 1883, um homem do mundo com problemas em seus negócios foi pedir assistência a Dom Bosco, então de passagem por Paris. Este, em vez de perguntar-lhe sobre seus negócios, replicava simples e muito docemente:

Pois bem! É necessário confessar-se e comungar na Páscoa.

— Na situação de espírito em que me encontro é impossível, não tenho um momento sequer.

Pois bem! É necessário confessar-se e comungar na Páscoa.

Mas… mas… mas… — o homem dava todas as más desculpas de costume.

Pois bem! É necessário confessar-se e comungar na Páscoa.

Mas, alguma coisa o senhor me disse e eu não fiz?

Pois bem! É necessário confessar-se e comungar na Páscoa.

Aquilo estava se tornando irritante; o homem de negócios zangou-se um pouco e terminou por dizer:

Bem, é verdade, há quarenta anos que não comungo na Páscoa.

Por outro lado, o homem de Deus não se irritava, e repetia com a mesma calma:

Pois bem! É necessário confessar-se e comungar na Páscoa.

No dia seguinte o homem de negócios retomou o caminho da Igreja para ocupar-se do único assunto que temos neste mundo: confessou-se e comungou na Páscoa.

(Traduzido, com adaptações, de “L’Ami du Clergé”, 1908, pp. 350-352; 508-509.)

(Revista Arautos do Evangelho, Fev/2008, n. 74, p. 30-31)

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Como lucrar as Indulgências do Ano da Fé

Artigo anterior, publicado neste Blog (1) lembra muito oportunamente aos nossos leitores a importância do estudo aprofundado da Fé e o quanto esse estudo é frutuoso para a nossa vida espiritual. Nesse sentido, o artigo propõe, entre outros, “o estudo do Catecismo e das verdades da fé”2 durante alguns minutos no nosso dia-a-dia.

Sim, esses são ótimos conselhos! Mas, obviamente, eles não se restringem ao fato de estudar por estudar e podem ir muito além. Quando se faz, por exemplo, uma primeira moagem da cana-de-açúcar, obtemos rapidamente um delicioso e energético caldo de cana (também conhecido como garapa). Porém, se insistimos um pouco mais e fazemos uma segunda e até uma terceira moagem da cana já dobrada e moída, é possível conseguir ainda mais um pouco de suco… até o ponto em que a pobre cana tenha dado tudo de si.

A mesma propriedade tem o estudo da nossa fé e devemos “dar tudo pelo tudo” (Cfr. S. João da Cruz). Sempre podemos tirar desse esforço um novo proveito: “espremer” um pouco mais e obter benefícios ainda maiores. E, na medida em que adquirimos mais conhecimento, devemos amar ainda mais a fé que abraçamos.

O estudo da Fé e os Tesouros da Santa Igreja

A Santa Mãe Igreja possui tesouros inesgotáveis para distribuir a seus filhos e ela é pródiga em fazê-lo. Entre os mais inestimáveis estão as Indulgências que são distribuídas aos fiéis em determinadas ocasiões.

“Notemos que é a Igreja quem, na pessoa de seu pastor, o Papa, nos dispensa este tesouro. Pois, com efeito, no poder que conferiu Nosso Senhor a São Pedro – e a seus sucessores – de abrir ou de fechar as portas do Céu aos homens (Mt 16,19), está contido o poder de retirar todos os obstáculos que impeçam o ingresso de uma alma no Céu. (3)

 

E eis que uma ocasião escolhida pela Igreja para, novamente, abrir as portas de seu Tesouro é, justamente, o Ano da Fé. Além das condições normais para se lucrar as Indulgências, o Estudo do Catecismo e das Atas do Concílio Vaticano II serão especialmente indulgenciadas. Portanto, uma oportunidade de ouro para conciliarmos estudo, crescimento intelectual e santificação.

Dom Eurico Santos Veloso - fonte: www.arautos.com.brÉ oportuno relembrar, portanto, o que são as Indulgências. Para isso, aproveitamos a clara definição da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), através de artigo de um de seus articulistas, Dom Eurico dos Santos Veloso, (Arcebispo Emérito de Juiz de Fora) (4):

“De acordo com o Manual das Indulgências aprovado pela Santa Sé e publicado em 1990 pela CNBB (cf. Edições Paulinas, SP, 1990, pág. 15-19), “indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos. (cf. Indulgentiarum Doctrina, Norma 1)”. Ou seja, tendo se reconciliado pelo Sacramento da Penitência – lembramos, aqui, da necessidade da perfeita contrição, sem nenhum afeto ao pecado -, e cumpridas as demais condições, o fiel recebe graças especiais (seja para si ou para a sua pessoa, ou para os irmãos que padecem no purgatório) para a remissão de algum “resquício do pecado”. “A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados” (I.D., Norma 2).”

 

Além da referência acima citada, existe farto material a respeito desses tesouros que a Igreja coloca à nossa disposição, obtendo-nos a remissão parcial ou total de nossas penas. Riquíssima fonte de consulta para os católicos de todo o mundo, o próprio web-site do Vaticano (Cfr. www.vatican.va) disponibiliza inumeráveis documentos sobre o assunto. Também os diversos sites católicos podem ajudar àqueles que querem se aprofundar no estudo das Indulgências. De forma inequívoca podemos indicar o completo e excelente artigo de Michel Six, O que são as Indulgências? publicado pela Agência de Notícias Gaudium Press (5) (já citado acima).

Porém, mais importante do que conhecer sobre as Indulgências, é preciso desfrutá-las.  E a proclamação do Ano da Fé é uma ocasião única para isso.

“Enriquecem-se com o dom de Sagradas Indulgências práticas de piedade especiais a realizar durante o Ano da fé”

A Penitenciaria Apostólica é o tribunal da Cúria Romana encarregado – entre outros temas de foro íntimo e de misericórdia, dos assuntos relacionados às Indulgências e de divulgar para o mundo católico as disposições do Santo Papa a respeito. Especialmente para este ano, o tribunal publicou em 14 de Setembro de 2012, o

Decreto com o qual se concedem Indulgências por ocasião do Ano da Fé”. (6)

É muito importante que os fiéis, na medida de sua capacidade, procurem tomar conhecimento desse importante documento. Para maior facilidade, transcrevemos abaixo alguns trechos principais (incluídos alguns sub-títulos):

“Dado que se trata antes de tudo de desenvolver ao máximo nível — na medida do possível nesta terra — a santidade de vida e de alcançar, portanto, no grau mais alto a pureza da alma, será muito útil o grande dom das Indulgências que a Igreja, em virtude do poder que lhe foi conferido por Cristo, oferece a todos os que, com as devidas disposições, cumprirem as prescrições especiais para as obter. «Com a Indulgência — ensinava Paulo VI — a Igreja, valendo-se do seu poder de ministra da Redenção levada a cabo por Cristo Senhor, comunica aos fiéis a participação desta plenitude de Cristo na comunhão dos Santos, oferecendo-lhes em grandíssima medida os meios para alcançar a salvação» (Carta Ap. Apostolorum Limina, 23 de Maio de 1974: AAS 66 [1974] 289). Assim se manifesta o «tesouro da Igreja», do qual constituem «um desenvolvimento ulterior também os méritos da Bem-Aventurada Mãe de Deus e de todos os eleitos, desde o primeiro justo até ao último» (Clemente VI, Bula Unigenitus Dei Filius, 27 de Janeiro de 1343).

Ao longo de todo o Ano da fé, proclamado de 11 de Outubro de 2012 até ao fim do dia 24 de Novembro de 2013, poderão alcançar a Indulgência plenária da pena temporal para os próprios pecados, concedida pela misericórdia de Deus, aplicável em sufrágio pelas almas dos fiéis defuntos, a todos os fiéis deveras arrependidos, que se confessem de modo devido, comunguem sacramentalmente e orem segundo as intenções do Sumo Pontífice:

As formas de lucrar as Indulgências, indicadas no Decreto:

a.- cada vez que participarem em pelo menos três momentos de pregações durante as Missões Sagradas, ou então em pelo menos três lições sobre as Atas do Concílio Vaticano II e sobre os Artigos do Catecismo da Igreja Católica, em qualquer igreja ou lugar idôneo;

 

 
Basílica Menor - Nossa Senhora do Rosário de Fátima - Arautos do Evangelho

b.- cada vez que visitarem em forma de peregrinação uma Basílica Papal, uma catacumba cristã, uma Igreja Catedral, um lugar sagrado, designado pelo Ordinário do lugar para o Ano da fé (por ex. entre as Basílicas Menores e os Santuários dedicados à Bem-Aventurada Virgem Maria, aos Santos Apóstolos e aos Santos Padroeiros) e ali participarem nalguma função sagrada ou pelo menos passarem um tempo côngruo de recolhimento com meditações piedosas, concluindo com a recitação do Pai-Nosso, a Profissão de Fé de qualquer forma legítima, as invocações à Bem-Aventurada Virgem Maria e, segundo o caso, aos Santos Apóstolos ou Padroeiros;

c.- cada vez que, nos dias determinados pelo Ordinário do lugar para o Ano da fé (por ex. nas solenidades do Senhor, da Bem-Aventurada Virgem Maria, nas festas dos Santos Apóstolos e Padroeiros, na Cátedra de São Pedro), em qualquer lugar sagrado participarem numa solene celebração eucarística ou na liturgia das horas, acrescentando a Profissão de Fé de qualquer forma legítima;

 
 

d.- um dia livremente escolhido, durante o Ano da fé, para a visita piedosa do batistério ou outro lugar, onde receberam o sacramento do Baptismo, se renovarem as promessas batismais com qualquer fórmula legítima.

 

 

Para os que não podem participar pessoalmente, a Santa Igreja encontra as soluções:

Os fiéis verdadeiramente arrependidos, que não puderem participar nas celebrações solenes por motivos graves (como, em primeiro lugar, todas as monjas que vivem nos mosteiros de clausura perpétua, os anacoretas e os eremitas, os encarcerados, os idosos, os enfermos, assim como quantos, no hospital ou noutros lugares de cura, prestam serviço continuado aos doentes), obterão a Indulgência plenária nas mesmas condições se, unidos com o espírito e o pensamento aos fiéis presentes, particularmente nos momentos em que as Palavras do Sumo Pontífice ou dos Bispos diocesanos forem transmitidas pela televisão e rádio, recitarem em casa ou onde o impedimento os detiver (por ex. na capela do mosteiro, do hospital, da casa de cura, da prisão…) o Pai-Nosso, a Profissão de Fé (Credo) de qualquer forma legítima e outras preces segundo as finalidades do Ano da fé, oferecendo os seus sofrimentos ou as dificuldades da sua vida”.(7)

É um tesouro incomensurável! Quanta bondade e misericórdia tem a Santa Igreja para conosco. Devemos nos esforçar para estar em comunhão com Ela, buscando lucrar todas as Indulgências possíveis durante este Ano da Fé (8): Em nossos grupos e comunidades, em nossas famílias, vamos reservar tempo adequado para, sob a prudente orientação de nossos Pastores, estudar, ou melhor, saborear o Catecismo da Igreja Católica e as Atas do Concílio Vaticano II. Ao encerrar, imploramos a Nossa Mãe Santíssima que nos obtenha de seu Divino Filho todas as graças de que precisamos para bem caminhar durante este Ano, rezando com os Apóstolos: “Aumenta-nos a fé!” (Cfr. Lc 17,5)

Por Prof. João Celso – Arautos Maringá

 
[1]Adilson Costa da Costa. O Ano da Fé e o estudo frutuoso da Doutrina Católica. Arautos do Evangelho – Maringá – PR 23/01/2013. Disponível em: http://maringa.blog.arautos.org/2013/01/o-ano-da-fe-e-o-estudo-frutuoso-da-doutrina-catolica/
 2 Idem
3 Michel Six. O que sãs as Indulgências?. Gaudium Press. 05/07/2012. Disponível em: http://www.gaudiumpress.org/content/38370-O-que-sao-as-indulgencias-
 4 Dom Eurico dos Santos Veloso.  O que são as indulgências. CNBB, 2008. Disponível em http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-eurico-dos-santos-veloso/3686-o-que-sao-as-indulgencias
 5 Michel Six. O que sãs as Indulgências?. Gaudium Press. 05/07/2012. Disponível em: http://www.gaudiumpress.org/content/38370-O-que-sao-as-indulgencias-
6 Penitenciária Apostólica. Decreto. Roma, 14/092012. Disponível em: http://www.vatican.va/roman_curia/tribunals/apost_penit/documents/rc_trib_appen_doc_20120914_annus-fidei_po.html
7 Idem.
8 As diferentes formas de receber Indulgências durante o Ano da Fé. Gaudium Press. 18/01/2013. Disponível em: http://gaudiumpress.org/content/43485-As-diferentes-formas-de-receber-indulgencias-durante-o-Ano-da-Fe#ixzz2JYljVFJV
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